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Autor Tópico: Revista Espírita  (Lida 17929 vezes)

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Offline Marianna

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Revista Espírita
« em: 13 de Outubro de 2009, 23:59 »
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Revista Espírita.
Jornal de Estudos Psicológicos.
Ano primeiro – Janeiro - 1858.
Allan Kardec.

Não Comportando Comentários

Diferentes Modos de Comunicação

▬  As comunicações inteligentes entre os Espíritos e os homens podem ocorrer por meio de:

●   Sinais,
●  Pela escrita.
●  E pela palavra.

O primeiro modo de comunicação são os sinais

Os sinais consistem no movimento significativo de certos objetos e, mais frequentemente, nos ruídos ou golpes desferidos.

Quando os fenômenos comportam um sentido, não deixam dúvida quanto à intervenção de uma inteligência oculta, porquanto, se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente.

Sob a influência de certas pessoas, designadas pelo nome de médiuns, e algumas vezes espontaneamente, um objeto qualquer pode executar movimentos convencionados, bater um número determinado de golpes e transmitir, assim, respostas pelo sim e pelo não, ou pela designação das letras do alfabeto.

Os golpes também podem ser ouvidos sem nenhum movimento aparente e sem causa ostensiva, quer na superfície, quer nos próprios tecidos dos corpos inertes, em uma parede, numa pedra, em um móvel ou em outro objeto qualquer.

De todos esses objetos, por serem os mais cômodos, pela mobilidade e facilidade com que nos colocamos à sua volta, as mesas são os mais frequentemente utilizados:
"Daí a designação do fenômeno em geral pelas expressões bastante triviais de mesas falantes e de dança das mesas, expressões que convém banir, primeiro porque se prestam ao ridículo, depois porque podem induzir em erro, fazendo crer, neste particular, que elas tenham uma influência especial".

A este modo de comunicação daremos o nome de sematologia espírita, expressão que dá uma perfeita ideia e compreende todas as variedades de comunicações por meio de sinais, movimentos dos corpos ou pancadas. Um de nossos correspondentes chegou mesmo a propor-nos que se designasse especialmente este último meio, o das pancadas, pela palavra tiptologia.

O segundo modo de comunicação é a escrita.

Designá-lo-emos sob o nome de psicografia, igualmente empregado por um correspondente. Para se comunicarem pela escrita, os Espíritos empregam, como intermediários, certas pessoas, dotadas da faculdade de escrever sob a influência da força oculta que as dirige e que obedecem a um poder evidentemente fora de seu controle, já  que não podem parar nem prosseguir à vontade e, no mais das vezes, não têm consciência do que escrevem.

Sua mão é agitada por um movimento involuntário, quase febril; tomam o lápis, malgrado seu, e o deixam do mesmo modo; nem a vontade, nem o desejo podem fazê-la prosseguir, caso não o deva fazer. É a psicografia direta.

A escrita é obtida também pela só imposição das mãos sobre um objeto disposto de modo conveniente e munido de um lápis ou qualquer outro instrumento apropriado a escrever.

Geralmente, os objetos mais empregados são as pranchetas ou as cestas, dispostas convenientemente para esse efeito. A força oculta que age sobre a pessoa transmite-se ao objeto, que se torna, assim, um apêndice da mão, imprimindo-lhe o movimento necessário para traçar os caracteres. É a psicografia indireta.

As comunicações transmitidas pela psicografia são mais ou menos extensas, conforme o grau da faculdade mediadora.

Alguns não obtêm senão palavras; em outros, a faculdade se desenvolve pelo exercício, escrevem frases completas e, frequentemente, dissertações desenvolvidas sobre assuntos propostos ou tratados espontaneamente pelos Espíritos, sem que se lhes tenha feito qualquer pergunta.

Às vezes a escrita é clara e legível; em outras, só é decifrável por quem a escreveu e que a lê por uma espécie de intuição ou dupla vista.

Sob a mão da mesma pessoa, a escrita muda, em geral, de maneira completa, com a inteligência oculta que se manifesta, e o mesmo tipo de letra se reproduz cada vez que a mesma inteligência se manifesta. Esse fato, entretanto, nada tem de absoluto.

Os Espíritos transmitem, por vezes, certas comunicações escritas sem intermediário direto. Os caracteres, neste caso, são traçados espontaneamente por um poder extra-humano, visível ou invisível.

Como é útil que cada coisa tenha um nome, a fim de nos podermos entender, daremos a esse modo de comunicação escrita o de espiritografia, para distingui-la de psicografia, ou escrita obtida por um médium.

A diferença entre esses dois vocábulos é fácil de apreender.

Na psicografia a alma do médium desempenha, necessariamente, um certo papel, pelo menos como intermediário, ao passo que na espiritografia é o Espírito que age diretamente, por si mesmo.

O terceiro modo de comunicação é a palavra.

Certas pessoas sofrem nos órgãos vocais a influência de um poder oculto que se faz sentir na mão daqueles que escrevem. Transmitem, pela palavra, o que outras transmitem pela escrita.

As comunicações verbais, como as escritas, ocorrem algumas vezes sem intermediário corpóreo. Palavras e frases podem ressoar aos nossos ouvidos ou em nosso cérebro, sem causa física aparente.

Os Espíritos podem, igualmente, aparecer-nos em sonho ou em estado de vigília, e dirigir-nos a palavra para nos dar avisos ou instruções.

Para seguir o mesmo sistema de nomenclatura que adotamos para as comunicações escritas, deveríamos chamar a palavra transmitida pelo médium, de psicologia, e a originada diretamente do Espírito, de espiritologia. Porém, a palavra psicologia já tem uma acepção conhecida e não a podemos distorcer.

▬  Designaremos, pois, todas as comunicações verbais sob o nome de espiritologia:

●  As primeiras pelas palavras espiritologia mediata,
●  E as segundas pelas de espiritologia direta.

Dos diferentes modos de comunicação a sematologia é o mais incompleto; é muito lento e não se presta senão com dificuldade a desenvolvimentos de uma certa extensão.

Os Espíritos superiores dela não se servem voluntariamente, seja por causa da lentidão, seja porque as respostas, por sim e por não, são incompletas e sujeitas a erro. Para o ensino preferem os meios mais rápidos: a escrita e a palavra.

Com efeito, a escrita e a palavra são os meios mais completos para a transmissão do pensamento dos Espíritos, quer pela precisão das respostas, quer pela extensão dos desenvolvimentos que comportam.

A escrita tem a vantagem de deixar traços materiais e de ser um dos meios mais adequados para combater a dúvida. De resto, não se é livre para escolher; os Espíritos comunicam-se pelos meios que julgam apropriados: isso depende das aptidões.





« Última modificação: 06 de Junho de 2016, 21:41 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #1 em: 06 de Junho de 2016, 00:30 »
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Respostas dos Espíritos a algumas Perguntas

P ● Como os Espíritos podem agir sobre a matéria? Isso parece contrário a todas as idéias que fazemos da natureza dos Espíritos.
Resp. – “Segundo vós, o Espírito nada é; e isso é um erro. Já vos dissemos que o Espírito é alguma coisa, daí porque pode agir por si mesmo. Vosso mundo, porém, é muito grosseiro para que ele possa fazê-lo sem um intermediário, isto é, sem o laço que une o Espírito à matéria.”

Observação – Sendo imaterial o próprio laço que une o Espírito à matéria ou, pelo menos, impalpável, essa resposta não resolveria a questão se não tivéssemos o exemplo de forças igualmente imponderáveis agindo sobre a matéria: é assim que o pensamento é a causa primeira de todos os nossos movimentos voluntários; que a eletricidade derruba, levanta e transporta massas inertes.

Do fato de não se conhecer o motor, seria ilógico concluir que ele não existe. O Espírito pode, pois, ter alavancas que nos são desconhecidas; a Natureza prova diariamente que o seu poder não se detém no testemunho dos sentidos.

Nos fenômenos espíritas, a causa imediata é, incontestavelmente, um agente físico; mas a causa primeira é uma inteligência que age sobre esse agente, como o nosso pensamento age sobre nossos membros. Quando queremos bater, é nosso braço que age; não é o pensamento que bate, ele dirige o braço
.

P ● Entre os Espíritos que produzem efeitos materiais, os que se chamam de batedores formam uma categoria especial, ou são os mesmos que produzem os movimentos e os ruídos?
Resp. – “O mesmo Espírito, certamente, pode produzir efeitos muito diversos; mas há os que se ocupam mais particularmente de certas coisas, como entre vós tendes os ferreiros e os que fazem trabalhos pesados.”

P ● O Espírito que age sobre corpos sólidos, seja para movê-los, seja para bater, encontra-se na própria substância do corpo ou fora dela?
Resp. – “Uma coisa e outra; dissemos que a matéria não é um obstáculo para os Espíritos; eles penetram tudo.”

P ● As manifestações materiais, tais como os ruídos, o movimento dos objetos e todos esses fenômenos que nos apraz provocar frequentemente, são produzidos indistintamente pelos Espíritos superiores e inferiores?
Resp. – “Apenas os Espíritos inferiores se ocupam dessas coisas. Por vezes os Espíritos superiores servem-se deles, como farias com um carregador, a fim de levar a escutá-los. Podeis crer que os Espíritos de uma ordem superior estejam às vossas ordens para vos divertir com pasquinadas? É como se perguntásseis se, em vosso mundo, são os homens sábios e sérios que fazem os papéis de malabaristas e bufões.”

Observação – Os Espíritos que se revelam por efeitos materiais são, em geral, de ordem inferior. Divertem ou espantam aqueles para quem os espetáculos visuais têm mais atrativos que o exercício da inteligência; são, de alguma sorte, os saltimbancos do mundo espírita. Algumas vezes agem espontaneamente; outras vezes, por ordem dos Espíritos superiores.

Se as comunicações dos Espíritos superiores oferecem um interesse mais sério, as manifestações físicas têm igualmente utilidade para o observador. Revelam-nos forças desconhecidas da Natureza e nos oferecem o meio de estudar o caráter e, se assim nos podemos exprimir, os costumes de todas as classes da população espírita.


P ● Como provar que o poder oculto que age nas manifestações espíritas está fora do homem? Não se poderia pensar que reside nele mesmo, isto é, que age sob o impulso de seu próprio Espírito?
Resp. – “Quando uma coisa é feita contra tua vontade e o teu desejo, é claro que não és tu quem a produz; porém, frequentemente és a alavanca de que se serve o Espírito para agir e tua vontade lhe vem em auxílio; podes ser um instrumento mais ou menos cômodo para ele.”

Observação – É sobretudo nas comunicações inteligentes que a intervenção de um poder estranho torna-se patente. Quando essas comunicações são espontâneas e estão fora do nosso pensamento e controle; quando respondem a perguntas cuja solução é ignorada pelos assistentes, faz-se necessário procurar sua causa fora de nós. Isso se torna evidente para quem quer que observe os fatos com atenção e perseverança; os matizes de detalhes escapam ao observador superficial.

P ● Todos os Espíritos são capazes de dar manifestações inteligentes?
Resp. – “Sim, visto que todos são inteligentes; porém, como os há de todos os graus, tal qual ocorre entre vós, uns dizem coisas insignificantes ou estúpidas, outros coisas sensatas.”

P ● Todos os Espíritos estão aptos a compreender as perguntas que se lhes fazem?
Resp. – “Não; os Espíritos inferiores são incapazes de compreender certas perguntas, o que não os impede de responder bem ou mal; é ainda como entre vós.”

Nota: Por aí se vê o quanto é essencial pôr-se em guarda contra a crença no saber ilimitado dos Espíritos. Dá-se com eles, o que se dá com os homens; não basta interrogar o primeiro que aparece para ter uma resposta sensata.

É preciso saber a quem se dirigir. Quem quer que deseje conhecer os costumes de um povo, deve estudá-lo desde a base até ao cume da escala; ver somente uma classe é dele fazer uma ideia falsa, pois se julga o todo pela parte.

A população dos Espíritos é como a nossa; há de tudo: o bom, o mau, o sublime, o trivial, o saber e a ignorância. Quem não os tiver observado seriamente em todos os graus não se pode gabar de conhecê-los. As manifestações físicas fazem-nos conhecer os Espíritos de baixa evolução: são a rua e a cabana. As comunicações instrutivas e sábias põem-nos em relação com os Espíritos elevados: são a elite da sociedade, o castelo e o Instituto.




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Re: Revista Espírita
« Responder #2 em: 06 de Junho de 2016, 00:44 »
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Manifestações Físicas.

Ultimamente perguntamos se todos os Espíritos, indistintamente, fazem mover as mesas, produzem ruídos, etc.; e logo a mão de uma dama, bastante séria para brincar com essas coisas, traçou violentamente estas palavras – “Quem faz dançar os macacos em vossas ruas? Serão os homens superiores?”

“Um amigo, espanhol de nascimento, que era espiritualista e que faleceu no verão passado, deu-nos diversas comunicações; em uma delas encontramos a seguinte passagem:

“As manifestações que procurais não se acham no número das que mais agradam aos Espíritos sérios e elevados. Confessamos, todavia, que elas têm sua utilidade, porque, talvez mais que nenhuma outra, podem ser úteis para convencer os homens de hoje.”

“Para obter tais manifestações é preciso, necessariamente, que se desenvolvam certos médiuns, cuja constituição física esteja em harmonia com os Espíritos que possam produzi-las.

Ninguém duvida que os vereis desenvolver-se mais tarde entre vós; e, então, já não serão pequenos golpes que ouvireis, mas ruídos semelhantes ao crepitar da fuzilaria, entremeados de tiros de canhão.”

“Em uma parte recuada da cidade existe uma casa habitada por uma família alemã; nela se ouvem ruídos estranhos, enquanto certos objetos são deslocados; pelo menos foi o que nos asseguraram, porquanto não o verificamos.

Mas, pensando que o chefe dessa família nos pudesse ser útil, convidamo-lo para algumas das sessões que têm por fim este gênero de manifestações e, mais tarde, a mulher desse bravo homem não quis que ele continuasse entre nós porque, disse-nos este último, o barulho aumentou em sua casa. A esse respeito, eis o que nos foi escrito pela mão da senhora ...

“Não podemos impedir os Espíritos imperfeitos de fazerem barulho ou outras coisas que incomodam e mesmo apavoram; mas, o fato de estarem em contato conosco, que somos bem-intencionados, apenas diminui a influência que exercem sobre o médium em questão.”

Chamamos a atenção para a perfeita concordância existente entre o que os Espíritos disseram em Nova Orléans, com respeito à fonte das manifestações físicas, e o que foi dito a nós mesmos. Com efeito, nada pintaria essa origem com mais energia do que esta resposta, ao mesmo tempo tão espirituosa e profunda:

“Quem faz dançar os macacos nas ruas? Serão os homens superiores? ”

Teremos ocasião de narrar, conforme os jornais da América, numerosos exemplos desse tipo de manifestações, bem mais extraordinários do que aqueles que acabamos de citar. Sem dúvida responder-nos-ão com este provérbio: “A boa mentira vem de longe.”

Quando coisas tão maravilhosas nos vêm de 2.000 léguas e não podemos verificar, concebe-se a dúvida; mas esses fenômenos atravessaram os mares com o Sr. Home, que deles nos deu provas.

É verdade que o Sr. Home não foi para o teatro para operar seus prodígios e que nem todo o mundo, pagando a entrada, pôde vê-los; por isso muitas pessoas o consideram hábil prestidigitador, sem refletir que a alta sociedade, que testemunhou esses fenômenos, não se teria prestado com benevolência a servir-lhe de patrocinador.

Se o Sr. Home fosse um charlatão, não teria tido o cuidado de recusar as brilhantes ofertas de muitos estabelecimentos públicos, e teria saído com o ouro a mancheias.

Seu desinteresse é a resposta mais peremptória que se pode dar a seus detratores. Um charlatanismo desinteressado seria uma insensatez e uma monstruosidade. Mais tarde falaremos detalhadamente do Sr. Home e da missão que o conduziu à França.

Enquanto aguardamos, eis um fato de manifestação espontânea que médico distinto, digno de toda confiança, nos relatou, e que é tanto mais autêntico quando as coisas se passaram com o seu conhecimento pessoal.

Uma família respeitável tinha como empregada doméstica uma jovem órfã de catorze anos, cuja bondade natural e doçura de caráter haviam-lhe granjeado a afeição dos patrões. No mesmo quarteirão habitava uma outra família, cuja mulher, não se sabe por que, havia tomado essa jovem em antipatia, a tal ponto que não havia mau procedimento de que ela não fosse o objeto.

Um dia, quando voltava, a vizinha aparece furiosa, armada de uma vassoura, querendo bater-lhe. Assustada, precipita-se contra a porta e quer tocar a campainha; infelizmente o cordão encontra-se rompido e ela não pode alcançá-lo; eis, porém, que a campainha agita-se por si mesma e vêm abrir-lhe a porta.

Em sua perturbação ela não se deu conta do que se havia passado; mas, depois, a campainha continuou a tocar de tempo em tempo, sem motivo aparente, tanto de dia como de noite e, quando se ia ver à porta, não se encontrava ninguém.

Os vizinhos do quarteirão foram acusados de pregar essa peça de mau gosto; foi dada queixa ao comissário de polícia, que abriu inquérito, investigou se algum cordão secreto se comunicava com o exterior, mas nada pôde descobrir.

As coisas, porém, persistiam cada vez mais, em prejuízo do repouso de todos e, sobretudo, da pequena empregada, acusada de ser a causa do barulho.

Atendendo ao conselho que lhes foi dado, os patrões da jovem órfã decidiram afastá-la e a colocaram no campo, na casa de amigos. Desde então, a campainha permaneceu quieta e nada de semelhante se produziu em seu novo domicílio.

Esse fato, como muitos outros que vamos relatar, não se passou às margens do Missouri ou do Ohio, mas em Paris, na Passagem dos Panoramas. Resta, agora, explicá-lo.

A jovem não tocava a campainha, isso é positivo; estava bastante apavorada com o que se passava para pensar numa farsa, da qual teria sido a primeira vítima.

Uma coisa não menos positiva é que o toque da campainha deveu-se à sua presença, uma vez que o efeito cessou quando ela partiu. O médico que testemunhou o fato explica-o por uma poderosa ação magnética, exercida de forma inconsciente pela jovem criada.

Essa explicação de forma alguma nos parece concludente: por que teria ela perdido esse poder após a partida?

 Quanto a isso, diz ele que o terror inspirado pela presença da vizinha devia produzir na jovem uma super excitação, suscetível de desenvolver a ação magnética, e que o efeito cessou com a causa. Confessamos não estar absolutamente convencidos por esse raciocínio.

Se a intervenção de uma força oculta não está aqui demonstrada de maneira evidente, pelo menos é provável, conforme fatos análogos que conhecemos.

Admitindo, portanto, essa intervenção, diremos que, nas circunstâncias em que o fato se produziu pela primeira vez, um Espírito protetor quis, provavelmente, que a jovem escapasse do perigo que corria; que, apesar da afeição que seus patrões lhe devotavam, fosse talvez de seu interesse sair daquela casa.

Eis por que o ruído continuou até que ela tivesse partido.





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Re: Revista Espírita
« Responder #3 em: 06 de Junho de 2016, 00:55 »
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Os Duendes

A intervenção de seres incorpóreos nos assuntos da vida privada faz parte das crenças populares de todos os tempos. Por certo não pode entrar no pensamento de nenhuma pessoa sensata tomar ao pé da letra:

●   Todas as lendas,
●   Todas as histórias diabólicas,
●   E todos os contos ridículos que se conta prazerosamente junto à lareira.

Entretanto, os fenômenos de que somos testemunhas provam que, mesmo esses contos, repousam sobre alguma coisa, porquanto o que se passa em nossos dias deve ter ocorrido em outras épocas.

Tire-se deles o maravilhoso e o fantástico com o qual a superstição os cobriu de ridículo, e se encontrarão todos os caracteres, fatos e gestos de nossos Espíritos modernos:

●   Uns são bons,
●   Alguns obsequiosos,
●   Outros benevolentes,
●   Tendo prazer em prestar serviço, como os bons Brownies.

▬   Outros, mais ou menos:

●   Travessos,
●   Maliciosos,
●   Caprichosos,
●   E mesmo os muito maus...

... Conhecidos pelo nome:

●   De Bogles, na Escócia,
●   De Pucks, na Alemanha,
●   De Cluricanues, na Irlanda,
●   De Gobelins da Normandia,
●   E de Bogharts, na Ingla terra.

Segundo a tradição popular, esses duendes penetram nas casas, onde aproveitam todas as ocasiões para brincadeiras de mau gosto.
“Eles batem nas portas, deslocam os móveis, aplicam golpes nos tonéis, marteladas no teto e no assoalho, assobiam baixinho, soltam suspiros lamentosos, puxam os lençóis e as cortinas dos que estão deitados, etc.”

O Boghart dos ingleses exerce suas maldades principalmente contra as crianças, das quais parece ter aversão.
“Toma-lhes frequentemente a fatia de pão amanteigado e a tigela de leite; durante a noite agita as cortinas do leito; sobe e desce as escadas com grande arruído; lança pratos sobre o assoalho e provoca muitos outros estragos nas casas.”

Em alguns lugares da França os duendes são considerados como uma espécie de demônio familiar, que se tem o cuidado de alimentar com as mais delicadas iguarias, porque trazem a seus senhores trigo roubado dos celeiros.

É deveras curioso encontrar essa velha superstição da antiga Gália entre os borussianos do século XII (os prussianos de hoje). Seus Koltkys, ou gênios domésticos iam também furtar trigo nos celeiros para levá-lo àqueles de quem gostavam.

Quem não reconhecerá nessas diabruras, posta de lado a indelicadeza do trigo roubado, do qual provavelmente os faltosos se desculpavam à custa da reputação dos Espíritos – quem, dizíamos, não reconhecerá nossos Espíritos batedores e aqueles que se pode, sem cometer injúria, chamar de perturbadores?

Que, se um fato semelhante ao que relatamos acima, da jovem da Passagem dos Panoramas, tivesse acontecido no campo, seria, sem dúvida, tido à conta do Gobelin do lugar depois de amplificado pela fecunda imaginação das comadres; não faltaria mesmo alguém.

Depois de ter visto o pequeno demônio pendurado à campainha, dando risadas e fazendo caretas aos tolos que iam abrir a porta.





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Re: Revista Espírita
« Responder #4 em: 06 de Junho de 2016, 01:40 »
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Evocações Particulares.

Mãe, estou aqui!

A Sra. Havia perdido, há alguns meses, sua filha única, de catorze anos, objeto de toda sua ternura e muito digna de seu pesar, pelas qualidades que dela prometiam fazer uma mulher perfeita. Essa jovem havia sucumbido a uma longa e dolorosa doença.

Inconsolável com essa perda, dia a dia a mãe via sua saúde alterar-se, repetindo sem cessar que em breve iria reunir-se à filha. Instruída da possibilidade de comunicar-se com os seres de além túmulo,

A Sra. Resolveu procurar, numa conversa com a filha, um alívio para sua pena. Uma senhora de seu conhecimento era médium; mas as duas, com pouca experiência para semelhantes evocações, sobretudo em circunstância assim tão solene, rogar amme que as assistisse.

Éramos apenas três: a mãe, a médium e eu.

Eis o resultado dessa primeira sessão:
A mãe: Em nome de Deus Todo-Poderoso, Espírito
Júlia, minha filha querida, peço-te que venhas, se Deus o permitir.
Júlia: Mãe! Estou aqui!
A mãe: És tu mesma, minha filha, que me respondes?
Como posso saber que és tu?
Júlia: Lili.

(Era um pequeno apelido familiar dado à jovem em sua infância; não era conhecido nem da médium, nem de mim, considerando-se que, há vários anos, só a chamavam pelo seu nome de Júlia. A esse sinal, a identidade era evidente; não podendo dominar a emoção, a mãe explode em soluços).

Júlia: Mãe! Por que te afliges? Sou feliz, bem feliz: não sofro mais e te vejo sempre.
A mãe: Mas eu não te vejo. Onde estás?
Júlia: Aqui, ao teu lado, minha mão sobre a Sra. (a médium) para fazer-lhe escrever o que te digo. Vê a minha letra (a letra, de fato, era de sua filha).
A mãe: Dizes: minha mão; tens, então, um corpo?
Júlia: Não tenho mais aquele corpo que tanto me fazia sofrer, mas lhe guardo a aparência. Não estás contente por que eu não sofro mais e posso conversar contigo?
A mãe: Se eu te visse, então, reconhecer-te-ia?
Júlia: Sim, sem dúvida, e já me viste muitas vezes em teus sonhos.
A mãe: De fato, já te revi em meus sonhos, mas pensei que fosse efeito da imaginação; uma lembrança.
Júlia: Não; sou eu mesma que estou sempre contigo e procuro consolar-te; fui eu que te inspirei a ideia de evocar-me. Tenho muitas coisas a te dizer. Desconfia do Sr. ele não é sincero.

(Esse senhor, conhecido apenas da mãe, e citado assim espontaneamente, era uma nova prova de identidade do Espírito que se manifestava.)

A mãe: Que pode, pois, fazer contra mim o Sr.?
Júlia: Não te posso dizer; isto me é proibido. Apenas te advirto para desconfiares dele.
A mãe: Estás entre os anjos?
Júlia: Oh! Ainda não; não sou bastante perfeita.
A mãe: Entretanto, eu não via nenhum defeito em ti; tu eras boa, doce, amável e benevolente para com todos; isso não basta?
Júlia: Para ti, mãe querida, eu não tinha nenhum defeito; e eu o acreditava, pois me dizias tantas vezes! Mas, agora, vejo o que me falta para ser perfeita.
A mãe: Como adquirirás as qualidades que te faltam?
Júlia: Em novas existências, que serão cada vez mais felizes.
A mãe: É na Terra que terás essas novas existências?
Júlia: Nada sei quanto a isso.
A mãe: Considerando que não havias feito o mal durante tua vida, por que sofreste tanto?
Júlia: Prova! Prova! Eu a suportei com paciência, por minha confiança em Deus; sou muito feliz hoje, por isso. Até breve, mãe querida!

Em presença de semelhantes fatos, quem ousaria falar do vazio do túmulo, quando a vida futura se nos revela assim tão palpável?

Essa mãe, minada pelo desgosto, experimenta hoje uma felicidade inefável em poder conversar com a filha; não há mais separação entre elas; suas almas se confundem e se expandem no seio uma da outra, pela permuta de seus pensamentos.

Apesar da discrição com que cercamos este relato, não nos permitiríamos publicá-lo, se a isto não estivéssemos formalmente autorizados.

Disse-nos aquela mãe:
– Possam todos quantos perderam seus afetos na Terra sentir a mesma consolação que experimento!

Acrescentaremos somente uma palavra aos que negam a existência dos Espíritos bons; perguntamos:
– Como poderiam provar que o Espírito dessa moça fosse um demônio malfazejo?

 



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Re: Revista Espírita
« Responder #5 em: 06 de Junho de 2016, 02:04 »
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Uma conversão.

A evocação seguinte não desperta menor interesse, embora sob um outro ponto de vista. Um senhor, que designaremos sob o nome de Georges, farmacêutico numa cidade do sul, havia perdido o pai há pouco tempo, objeto de toda a sua ternura e de uma profunda veneração.

O pai do Sr. Georges aliava a uma instrução muito vasta todas as qualidades que distinguem o homem de bem, embora professasse opiniões muito materialistas. A esse respeito o filho partilhava e até mesmo excedia as ideias do pai; duvidava de tudo, de Deus, da alma, da vida futura.

O Espiritismo não poderia reconhecer como verdadeiros tais pensamentos. Todavia, a leitura de O Livro dos Espíritos produziu nele uma certa reação, corroborada por uma entrevista direta que tivemos com ele. “Se meu pai – disse – pudesse responder-me, não duvidaria mais.”

Foi então que ocorreu a evocação que iremos relatar e na qual encontraremos mais de um ensinamento.
– Em nome do Todo-Poderoso, peço se manifeste o Espírito de meu pai.

– Estais perto de mim?
●   “Sim”.
– Por que não vos manifestastes diretamente a mim, quando tanto nos amamos?
●   “Mais tarde”.
– Poderemos nos reencontrar um dia?
●   “Sim, breve”.
– Haveremos de nos amar, como nesta vida?
●   “Mais”.
– Em que meio estais?
●   “Sou feliz”.
– Estais reencarnado ou errante?
●   “Errante por pouco tempo”.
– Que sensação experimentastes quando deixastes vosso invólucro corporal?
●   “Perturbação”.
– Quanto tempo durou essa perturbação?
●   “Pouco para mim; bastante para ti”.
– Podeis avaliar a duração dessa perturbação conforme nossa maneira de contar?
●   “Dez anos para ti, dez minutos para mim”.
– Mas, não se passou esse tempo todo desde que vos perdi; não há somente quatro meses?
●   “Se estivesses em meu lugar, terias sentido esse tempo”.
– Acreditais agora em um Deus justo e bom?
●   “Sim”.
– Acreditáveis nele quando estáveis na Terra?
●   “Eu tinha a presciência, mas não acreditava nele”.
– Deus é Todo-Poderoso?
●   “Não me elevei até Ele para avaliar a sua força; somente Ele conhece os limites de seu poder, porque só Ele é seu igual”.
– Ocupa-se Ele dos homens?
●   “Sim”.
– Seremos punidos ou recompensados conforme nossos atos?
●   “Se fazes o mal, sofrer-lhe-ás as consequências.”
– Serei recompensado se fizer o bem?
●   “Avançarás na tua rota”.
– Estou no caminho certo?
●   “Faze o bem e nele estarás”.
– Acredito ser bom, mas estaria melhor se um dia, como recompensa, vos encontrasse.
●   “Que esse pensamento te sustente e te encoraje!
– Meu filho será bom como seu avô?
●   “Desenvolve suas virtudes, abafa seus vícios”.
– Custo a crer que estamos nos comunicando, tão maravilhoso me parece este momento.
●   “De onde provém tua dúvida?”
– De que, partilhando vossas opiniões filosóficas, fui levado a tudo atribuir à matéria.
●   “Vês de noite o que vês de dia?”
– Estou, pois, nas trevas, meu pai?
●   “Sim”.
– Que vedes de mais maravilhoso?
●   “Explica-te melhor”.
– Reencontrastes minha mãe, minha irmã e Ana, a boa Ana?
●   “Eu as revi”.
– Vede-as quando quiserdes?
●   “Sim”.
– Achais penoso ou agradável que me comunique convosco?
●   “Para mim é uma felicidade, se posso te conduzir ao bem”.
– Voltando para casa, o que poderia fazer para comunicar-me convosco, o que me faz tão feliz? Isso serviria para conduzir-me melhor e me ajudaria a melhor educar os meus filhos.
●   “Cada vez que um impulso te conduzir ao bem, sou eu; serei eu a inspirar-te.”
– Calo-me, com receio de importunar-vos.
●   “Se queres ainda, fala”.

Visto que permitis, dirigir-vos-ei ainda algumas perguntas:

– De que afecção morrestes?
●   “Minha prova havia alcançado seu termo”.
– Onde contraístes o abscesso pulmonar que se manifestou?
●   “Pouco importa; o corpo nada é; o Espírito é tudo”.
– Qual a natureza da doença que me desperta tão frequentemente, à noite?
●   “Sabê-lo-ás mais tarde”.
– Considero grave minha afecção, e queria viver ainda para os meus filhos.
●   “Ela não o é; o coração do homem é uma máquina de vida; deixa a natureza agir ”.
– Visto que estais presente aqui, sob que forma vos apresentais?
●   “Sob a aparência de minha forma corpórea”.
– Estais em um local determinado?
●   “Sim, atrás de Ermance” (a médium).
– Poderíeis tornar-vos visível a nós?
●   “Para quê? Teríeis medo”.
– Vede-nos todos, aqui reunidos?
●   “Sim”.
– Tendes uma opinião de cada um de nós?
●   “Sim”.
– Poderíeis dizer-nos alguma coisa?
●   “Em que sentido me fazes essa pergunta?”
– Do ponto de vista moral.
●   “De outra vez; por hoje é bastante”.

O efeito produzido no Sr. Georges por essa comunicação foi imenso; uma luz inteiramente nova já parecia clarear-lhe as ideias; uma sessão que houve no dia seguinte, na casa da Sra. Roger, sonâmbula, terminou por dissipar as poucas dúvidas que lhe restavam.

▬  Eis um resumo da carta que, a respeito, nos escreveu:

“Essa senhora entrou espontaneamente em detalhes comigo, tão precisos, com respeito a meu pai, minha mãe, meus filhos, minha saúde; descreveu todas as circunstâncias de minha vida com tal precisão, relembrando mesmo certos fatos que há longo tempo se me haviam apagado da memória.

Numa uma palavra, deu-me provas tão patentes dessa faculdade maravilhosa da qual são dotados os sonâmbulos lúcidos, que a reação das ideias foi completa em mim desde esse momento.

Na evocação, meu pai havia revelado a sua presença; na sessão sonambúlica eu era, a bem dizer, testemunha ocular da vida extracorpórea, da vida da alma.

Para descrever com tanta minúcia e exatidão, e a duas centenas de léguas de distância, o que de mim somente era conhecido, era preciso ver; ora, uma vez que isso não era possível com os olhos do corpo, haveria, portanto, um laço misterioso, invisível, que ligava a sonâmbula às pessoas e às coisas ausentes, e que ela jamais tinha visto.

Havia, pois, algo fora da matéria; o que poderia ser esse algo, senão aquilo que se chama alma, o ser inteligente, do qual o corpo é apenas o invólucro, mas cuja ação se estende muito além de nossa esfera de ação?”

Hoje, não somente o Sr. Georges deixou de ser materialista, como é um dos mais fervorosos e zelosos adeptos do Espiritismo, o que o faz duplamente feliz, pela confiança que o futuro agora lhe inspira e pelo prazer que experimenta em praticar o bem.

Essa evocação, bem simples à primeira vista, não é menos notável em muitos aspectos.

▬  O caráter do Sr. Georges, pai, reflete-se nas respostas breves e sentenciosas que estavam em seus hábitos:

●   Falava pouco,
●   Reconhece seu erro;
●   Não é mais o cético que fala;
●   Jamais dizia uma palavra inútil;

Seu Espírito é mais livre, mais clarividente, retratando a unidade e o poder de Deus por estas admiráveis palavras: 
“Só Ele é seu igual”.

Aquele que em vida referia tudo à matéria, diz agora:
“O corpo nada é, o Espírito é tudo”.

E esta outra frase sublime:
“Vês à noite o que vês de dia”?

Para o observador atento tudo tem uma importância, e é assim que a cada passo encontra a confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos.






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Re: Revista Espírita
« Responder #6 em: 07 de Junho de 2016, 00:59 »
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Os Médiuns Julgados

Os adversários da Doutrina Espírita apegaram-se com desvelo a um artigo publicado pelo Scientific American de 11 de julho último, sob o título de: Os Médiuns Julgados.

Vários jornais franceses o reproduziram como um argumento irretorquível. Nós mesmos o reproduzimos, fazendo-o seguir de algumas observações que lhe mostrarão o valor.

“Há algum tempo, por intermédio do Boston Courier, uma oferta de 500 dólares (2.500 francos) havia sido feita a toda pessoa que, em presença e em satisfação de um certo número de professores da Universidade de Cambridge, reproduzisse alguns desses fenômenos misteriosos que os espiritualistas dizem frequentemente ser produzidos por meio de agentes chamados médiuns".

“O desafio foi aceito pelo Dr. Gardner e por diversas pessoas que se vangloriavam de estar em comunicação com os Espíritos. Os concorrentes reuniram-se nos Edifícios Albion, em Boston, na última semana de junho, dispostos a provar o seu poder sobrenatural. Entre eles notavam-se as senhoritas Fox, que se tornaram tão célebres pela sua superioridade nesse gênero".

A comissão, encarregada de examinar as pretensões dos aspirantes ao prêmio, compunha-se dos professores Pierce, Agassiz, Gould e Horsford, de Cambridge, todos eles sábios muito distintos.

Os ensaios espiritualistas duraram vários dias; jamais tinham os médiuns encontrado mais bela ocasião de pôr em evidência seu talento ou sua inspiração; mas, como os profetas de Baal, ao tempo de Elias, em vão invocaram suas divindades, como o prova a passagem seguinte do relatório da comissão:
“Considerando que o Dr. Gardner não conseguiu apresentar um agente ou médium que revelasse a palavra confiada aos Espíritos em um quarto vizinho;

● Que respondesse a uma questão que só as inteligências superiores são capazes de o fazer;
● Que lesse a palavra inglesa escrita no interior de um livro ou sobre uma folha de papel dobrada;
● Que fizesse ressoar um piano sem o tocar, ou mover-se uma mesa de um só pé sem o auxílio das mãos;

Que se revelasse impotente para dar à dita comissão o testemunho de um fenômeno que, mesmo com a interpretação mais flexível e a maior boa vontade, pudesse ser considerado como equivalente das provas propostas...

... de um fenômeno para cuja produção fosse exigida a intervenção de um Espírito, supondo ou, ao menos, implicando essa intervenção; de um fenômeno até então desconhecido pela ciência, ou cuja causa não fosse prontamente identificável pela comissão, bastante clara para ela, declara, a dita comissão, que o Dr. Gardner não tem qualquer direito para exigir, do Courrier de Boston, o pagamento da soma proposta de 2.500 francos.”


A experiência feita nos Estados Unidos a propósito dos médiuns, lembra uma outra, realizada dez anos atrás, na França, pró ou contra os sonâmbulos lúcidos, isto é, magnetizados. A Academia de Ciências recebeu a missão de conceder um prêmio de 2.500 francos ao sujet magnético que lesse com os olhos vendados.

Todos os sonâmbulos fizeram de bom grado essa experiência, nos salões ou nos teatros de feira; liam em livros fechados e decifravam toda uma carta, sentados sobre ela ou colocando-a bem dobrada e fechada sobre o ventre; porém, diante da Academia, não foram capazes de ler absolutamente nada e o prêmio não foi ganho por ninguém.

Essa experiência prova, uma vez mais, da parte de nossos adversários, a absoluta ignorância dos princípios sobre os quais repousam os fenômenos das manifestações espíritas. Entre eles há a ideia fixa de que tais fenômenos devem obedecer à vontade e reproduzir-se com a precisão de uma máquina.

Esquecem completamente ou, melhor dizendo, não sabem que a causa deles é inteiramente moral e que as inteligências, que lhes são os agentes imediatos, não obedecem ao capricho de ninguém, sejam médiuns ou outras pessoas.

Os Espíritos agem quando e na presença de quem lhes agrada; frequentemente, quando menos se espera é que as manifestações ocorrem com mais vigor, e quando as solicitamos elas não se verificam.

Os Espíritos têm modos de ser que nos são desconhecidos; o que está fora da matéria não pode ser submetido ao cadinho da matéria. É, pois, equivocar-se julgá-los do nosso ponto de vista. Se acharem útil manifestar-se por sinais particulares, eles o farão; mas jamais à nossa vontade, nem para satisfazer à vã curiosidade.

Além disso, é preciso levar em conta uma causa bem conhecida, que afasta os Espíritos: Sua antipatia por certas pessoas, principalmente por aquelas que, fazendo perguntas sobre coisas conhecidas, querem pôr à prova sua perspicácia.

Quando uma coisa existe, pensam, eles devem saber; ora, é precisamente porque a coisa vos é conhecida, ou porque tendes os meios de verificá-la, que eles não se dão ao trabalho de responder; essa desconfiança os irrita e nada se obtém de satisfatório; afasta sempre os Espíritos sérios, que ordinariamente não falam senão às pessoas que se lhes dirigem com confiança e sem pensamento preconcebido.

– Entre nós não temos exemplo disso todos os dias?
Homens superiores, conscientes de seu valor, alegrar-se-iam em responder a todas as perguntas ingênuas que visassem submetê-los a um exame, tal como se fossem escolares?

Que fariam se se lhes dissessem: “Mas, se não respondeis, é porque não sabeis?” Voltariam as costas; é o que fazem os Espíritos. Se é assim, direis, de qual meio dispomos para nos convencer?

No próprio interesse da Doutrina dos Espíritos, não é desejável fazer prosélitos?
Responderemos que é ter bastante orgulho quem se julga indispensável ao sucesso de uma causa; ora, os Espíritos não gostam dos orgulhosos. Convencem quem eles querem; quanto aos que creem em sua importância pessoal, demonstram o pouco caso que disso fazem não lhes dando ouvidos.

Eis, de resto, a resposta que deram a duas perguntas sobre esse assunto:
● Pode-se pedir aos Espíritos sinais materiais como prova de sua existência e de seu poder?
Resp. “Pode-se, sem dúvida, provocar certas manifestações, mas nem todos estão aptos a isso e frequentemente não obtendes o que pedis; eles não se submetem aos caprichos dos homens.”

● Porém, quando alguém pede esses sinais para se convencer, não haveria utilidade em satisfazê-lo, pois que seria um adepto a mais?
Respo.: “Os Espíritos não fazem senão o que querem, e o que lhes é permitido; falando e respondendo às vossas perguntas, atestam a sua presença; isto deve bastar ao homem sério que busca a verdade na palavra”.

Escribas e fariseus disseram a Jesus:
– Mestre, muito gostaríamos que nos fizésseis ver algum prodígio.

Respondeu Jesus:
– “Esta geração má e adúltera pede um prodígio, mas não lhe será dado outro senão o de Jonas”. (São Mateus.)

Acrescentaremos ainda que é conhecer bem pouco a natureza e a causa das manifestações espíritas quem acredita provocá-las por uma recompensa qualquer.

Os Espíritos desprezam a cupidez, tanto quanto o orgulho e o egoísmo. E só essa condição pode ser para eles um motivo de se absterem de manifestar-se.

Sabei, pois, que obtereis cem vezes mais de um médium desinteressado do que daquele que é movido pelo incentivo do lucro, e que um milhão não lhe faria realizar o que não deve ser feito.

Se uma coisa nos surpreende, é que haja médiuns capazes de se submeterem a uma prova que tinha por aposta uma soma de dinheiro.




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Re: Revista Espírita
« Responder #7 em: 08 de Junho de 2016, 13:06 »
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Visões

“Na noite de 27 para 28 de agosto de 1857 um caso singular de visão intuitiva se passou em Croix-Rousse, nas circunstâncias seguintes:
“Há mais ou menos três meses, o casal B..., honestos tecelões, movidos por um sentimento de louvável comiseração, acolheram em sua casa, na qualidade de doméstica, uma jovem atoleimada que vivia nos arredores de Bourgoing.

“Domingo passado, entre duas e três horas da madrugada, o casal B... foi acordado em sobressalto pelos gritos lancinantes da empregada, que dormia num sótão, vizinho ao seu quarto.

“Acendendo uma lâmpada, a senhora B... subiu ao sótão e encontrou sua doméstica que, derretendo em lágrimas e numa exaltação de espírito difícil de descrever, torcia os braços em horríveis convulsões e chamava sua mãe que, dizia, acabara de ver morrer.

“Depois de consolar a jovem como melhor lhe foi possível, A Sra. B... retornou ao seu quarto. Esse incidente estava quase esquecido quando ontem, terça-feira, no período da tarde, um carteiro dos Correios trouxe à Sra. B... uma carta do tutor da mocinha, informando a esta última que, na noite de domingo para segunda feira, entre duas e três horas da madrugada, sua mãe havia morrido, em consequência de uma queda que sofreu do alto de uma escada.

“A pobre idiota partiu ontem mesmo de manhã para Bourgoing, acompanhada pelo Sr. B..., seu patrão, para receber a parte dos bens que lhe cabia na herança da mãe, cujo fim deplorável vira tão tristemente em sonho.”

Os fatos dessa natureza não são raros e muitas vezes teremos ocasião de nos referir àqueles cuja autenticidade não poderia ser contestada. Algumas vezes se produzem durante o sono, em estado de sonho.

Ora, como os sonhos nada mais são que um estado de sonambulismo natural incompleto, designaremos as visões que ocorrem nesse estado sob o nome de visões sonambúlicas, para distingui-las das que se dão em estado de vigília e que chamaremos visões pela dupla vista.

Finalmente, chamaremos de visões extáticas as que ocorrem no êxtase; em geral têm por objeto os seres e as coisas do mundo incorpóreo.

O fato seguinte pertence à segunda categoria: Um armador, nosso conhecido, residente em Paris, narrou-nos há poucos dias o seguinte:

“No passado mês de abril, estando um pouco indisposto, fui passear com meu sócio nas Tulherias. Fazia um tempo magnífico; o jardim estava cheio de gente.

De repente, a multidão desaparece aos meus olhos; já não sinto meu corpo; sou como que transportado e vejo distintamente um navio entrando no porto do Havre.

Reconheço-o por Clémence, que aguardávamos das Antilhas; vi-o atracar ao cais, distinguindo claramente os mastros, as velas, os marinheiros e os mais minuciosos detalhes, como se lá estivesse.

Então disse ao meu companheiro:
“Eis o Clémence que chega; receberemos notícia hoje mesmo; sua travessia foi feliz.”

Voltando para casa, entregaram-me um telegrama; antes de o ler, eu disse: 
“É o anúncio da chegada do Clémence, que entrou no Havre às três horas.” Realmente, o telegrama confirmava a entrada na mesma hora em que eu o tinha visto das Tulherias.”

Quando as visões têm por objeto os seres do mundo incorpóreo, poder-se-ia, aparentemente com alguma razão, qualificá-las de alucinação, porque nada lhes pode demonstrar a exatidão.

Porém, nos dois casos que acabamos de narrar, é a verdade mais palpável e mais positiva que se evidencia. Desafiamos todos os fisiologistas e todos os filósofos a que nos expliquem pelos sistemas ordinários.

Somente a Doutrina Espírita é capaz de fazê-lo, através do fenômeno da emancipação da alma que, escapando momentaneamente de seus tentáculos materiais, transporta-se para além da esfera da atividade corporal.

No primeiro caso, é provável que a alma da mãe veio procurar a filha para avisá-la de sua morte; mas, no segundo, o que é certo é que não foi o navio que veio encontrar o armador nas Tulherias; preciso, pois, tenha sido a alma deste que o foi procurar no Havre.




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Re: Revista Espírita
« Responder #8 em: 09 de Junho de 2016, 15:43 »
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Reconhecimento da Existência
dos Espíritos e de suas Manifestações

Se as primeiras manifestações espíritas fizeram numerosos adeptos, não somente encontraram muitos incrédulos, mas adversários ferrenhos e, muitas vezes, até interessados em seu descrédito.

Hoje, nos fatos falam tão alto que é forçoso reconhecer a evidência e, se ainda existem incrédulos sistemáticos, podemos predizer-lhes com segurança que não se passarão muitos anos para acontecer com os Espíritos o que se deu com a maior parte das descobertas, que foram pertinazmente combatidas ou encaradas como utopias por aqueles cujo saber deveria tê-los tornado menos céticos no que diz respeito ao progresso.

Já vimos muitas pessoas, entre as que não se aprofundaram nesses estranhos fenômenos, concordar que nosso século é tão fecundo em fatos extraordinários, a Natureza tem tantos recursos desconhecidos, que seria mais que leviandade negar-se a possibilidade daquilo que se não compreende. Esses tais dão prova de sabedoria.

Eis aqui uma autoridade que não poderia ser suspeita de prestar-se levianamente a uma mistificação, a Civiltà Cattolica, um dos principais jornais eclesiásticos de Roma. Reproduziremos, mais adiante, um artigo que esse jornal publicou no mês de março passado, no qual se verá que seria difícil provar a existência e a manifestação dos Espíritos por argumentos mais peremptórios.

É verdade que divergimos dele sobre a natureza dos Espíritos; não admitem senão os maus, enquanto admitimos bons e maus; é um ponto que abordaremos mais tarde, com todos os desenvolvimentos necessários. O reconhecimento das manifestações espíritas por uma autoridade tão grave e tão respeitável é um ponto capital. Resta, pois, julgá-las: é o que faremos no próximo número.

Reproduzindo o artigo, o Universo faz preceder das seguintes e sábias reflexões:
“Por ocasião da publicação de uma obra, em Ferrara, sobre a prática do magnetismo animal, referimos aos nossos leitores os sábios artigos que acabavam de aparecer na Civiltà Cattolica, de Roma, sobre a Necromancia moderna, reservando-nos trazer-lhes mais amplas informações”.

Publicamos hoje o último desses artigos que, em algumas páginas, contém as conclusões da revista romana:

"Além do interesse que naturalmente se liga a essas matérias, e a confiança que deve inspirar um trabalho publicado pela Civiltà, a oportunidade particular da questão nos dispensa, neste momento, de chamar a atenção para uma matéria que muitas pessoas, na teoria como na prática, trataram de maneira tão pouco séria, a despeito da regra de vulgar prudência que recomenda sejam os fatos examinados com tanto maior circunspeção quanto mais extraordinários pareçam.”

Eis o artigo: “De todas as teorias lançadas para explicar naturalmente os diversos fenômenos conhecidos sob o nome de espiritualismo americano, não há uma só que alcance o objetivo, e, menos ainda, consiga dar a razão de todos eles. Se uma ou outra dessas hipóteses é suficiente para explicar alguns desses fenômenos, sempre restará alguns que permanecerão inexplicáveis”.

●  A fraude,
●  A mentira,
●  O exagero,
●  As alucinações...

Sem dúvida devem ter uma grande parte nos fatos referidos; mas, feito o desconto, resta ainda um volume tal que, para negar a realidade, seria preciso recusar toda fé na autoridade dos sentidos e no testemunho humano.

Entre os fatos em questão, um certo número pode ser explicado pela teoria mecânica ou mecânico-fisiológica; porém, há uma parte, muito mais considerável, que não se presta de maneira alguma a uma explicação desse gênero. A essa ordem de fatos se ligam todos os fenômenos nos quais, dizem, os efeitos obtidos ultrapassam, evidentemente, a intensidade da força motriz que os deveria produzir.

Tais são:

●  1º os movimentos; os sobressaltos violentos de massas pesadas e solidamente equilibradas, à simples pressão e ao leve toque das mãos;

●  2º os efeitos e os movimentos que se produzem sem nenhum contato, consequentemente sem qualquer impulso mecânico, seja imediato ou mediato;

●  3º enfim, esses outros efeitos, que são de natureza a manifestar, em quem os produz, uma inteligência e uma vontade distintas das dos experimentadores.

Para dar a razão dessas três ordens de fatos diversos, temos ainda a teoria domagnetismo mas, por maiores que sejam as concessões que se lhe disponha a fazer, e mesmo admitindo, de olhos fechados, todas as hipóteses gratuitas sobre as quais ela se funda, todos os erros e absurdos de que está repleta...

... E as faculdades miraculosas por ela atribuídas à vontade humana, ao fluido nervoso ou a quaisquer outros agentes magnéticos, jamais poderá essa teoria, com o auxílio desses princípios, explicar completamente como uma mesa magnetizada por um médium manifesta em seus movimentos uma inteligência e uma vontade próprias, isto é, distintas das do médium e que, por vezes, são contrárias e superiores à sua inteligência e vontade.

“Como dar a razão de semelhantes fenômenos?

●  Queremos, também nós, recorrer a não sei que causas ocultas, a que forças ainda desconhecidas da Natureza?

●  A explicações novas de certas faculdades, de certas leis que, até o presente, permaneceram inertes e como que adormecidas no seio da Criação?

Estaríamos, desse modo, confessando abertamente a nossa ignorância e levando o problema a aumentar o número de tantos enigmas, dos quais o pobre espírito humano não pôde, até o momento, nem poderá jamais decifrar.

Aliás, não hesitamos em confessar nossa ignorância em relação a vários dos fenômenos em questão, dos quais a natureza é tão equívoca e tão obscura, que a atitude mais prudente, parece-nos, é não tentar explicá-los.

Em compensação, há outros para os quais não nos é difícil encontrar a solução; é verdade que é impossível buscá-la nas causas naturais; por que, então, hesitaríamos em recorrer às causas que pertencem à ordem sobrenatural?

Talvez fôssemos desviados pelas objeções que nos opõem os cépticos e os que, negando essa ordem sobrenatural, nos digam que não se pode definir até onde se estendem as forças da Natureza; que o campo que ainda resta descobrir pelas ciências físicas não tem limites e que ninguém conhece suficientemente bem quais são os limites da ordem natural para poder indicar, com precisão, o ponto onde termina esta e começa a outra.

A resposta a tal objeção parece-nos fácil: admitindo que não se possa determinar, de modo preciso, o ponto de divisão dessas duas ordens opostas, a natural e a sobrenatural, não se segue daí que seja impossível definir com certeza se um dado efeito pertence a esta ou àquela.

●  Quem pode, no arco-íris, distinguir o ponto preciso onde acaba uma cor e começa a seguinte?
●  Quem pode fixar o instante exato onde termina o dia e começa a noite?

E, entretanto, não há um só homem, por mais limitado que seja, que não distinga se tal zona do arco-íris é vermelha ou amarela, se a tal hora é dia ou noite. Quem não percebe que, para conhecer a natureza de um fato, de modo algum é necessário passar pelo limite onde começa ou termina a categoria à qual o mesmo pertence, e que basta constatar se tem os caracteres peculiares a essa categoria?

“Apliquemos essa observação tão simples à presente questão:
Não podemos dizer até onde vão as forças da Natureza; entretanto, dando-se um fato podemos dizer, muitas vezes, com certeza, segundo seus caracteres, que ele pertence à ordem sobrenatural".

E, para não sair do nosso problema, entre os fenômenos das mesas falantes há vários que, em nossa opinião, manifestam esses caracteres da maneira mais evidente:

●  Tais são aqueles nos quais o agente que move as mesas age como causa inteligente e livre,
●  Ao mesmo tempo em que revela uma inteligência e uma vontade próprias,

Isto é, superiores ou contrárias à inteligência e à vontade dos médiuns, dos experimentadores, dos assistentes; numa palavra, distintas destas, qualquer que seja o modo que ateste essa distinção.

Seja como for, em casos tais somos forçados a admitir que esse agente é um Espírito, e não é um Espírito humano, estando, desde então, fora dessa ordem, dessas causas que costumamos chamar naturais, daquelas que não ultrapassam as forças do homem.

“Tais são precisamente os fenômenos que, como dissemos acima, resistiram a toda teoria baseada sobre princípios puramente naturais, enquanto na nossa eles encontram mais fácil e clara explicação, pois todos sabem que o poder dos Espíritos sobre a matéria ultrapassa de muito o poder do homem, e porque não há efeito maravilhoso, entre os citados da necromancia moderna, que não possa ser atribuído à sua ação".




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Re: Revista Espírita
« Responder #9 em: 11 de Junho de 2016, 20:50 »
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“Sabemos perfeitamente que, em nos vendo colocar em cena os Espíritos, mais de um leitor sorrirá de piedade. Sem falar dos que, verdadeiros materialistas, não acreditam na existência dos Espíritos e rejeitam como fábula tudo quanto não seja matéria ponderável e palpável".

Como também aqueles que, admitindo que existem Espíritos, negam-lhes qualquer influência ou intervenção no que diz respeito ao nosso mundo; há, em nossos dias, muitas criaturas que, concedendo aos Espíritos o que nenhum bom católico lhes poderia recusar.

Isto é, a existência e a faculdade de intervir nos fatos da vida humana, de maneira oculta ou patente, ordinária ou extraordinária, parecem todavia desmentir sua fé na prática, e considerar como uma vergonha, como um excesso de credulidade, como uma superstição de mulher velha, admitir a ação dos mesmos Espíritos em certos casos especiais, contentando-se, em geral, em não negá-la.

Em verdade, há um século zombou-se tanto da simplicidade da Idade Média, acusando-a de ver Espíritos, sortilégios e feiticeiros por toda parte, e tanto se invectivou a esse respeito, que não é de admirar que tantas cabeças fracas, querendo parecer fortes, experimentem agora repugnância e uma espécie de vergonha em crer na intervenção dos Espíritos.

Mas esse excesso de incredulidade não é menos despropositado do que em outras épocas o foi o excesso contrário; se, em semelhante matéria, crer em demasia leva a vãs superstições, por outro lado, nada querer admitir conduz diretamente à impiedade do naturalismo.

O homem sábio, o cristão prudente deve, pois, do mesmo modo, evitar esses dois extremos e manter-se firme na linha intermediária: aí estão a verdade e a virtude.

Agora, nessa questão das mesas falantes, para que lado nos fará inclinar uma fé prudente?

“A primeira, a mais sábia das regras que nos impõe essa prudência ensina-nos que, para explicar os fenômenos que oferecem um caráter extraordinário, somente se deve recorrer às causas sobrenaturais se as pertencentes à ordem natural não forem suficientes para os explicar.

Em compensação, daí resulta a obrigação de admitir as primeiras, quando as segundas são insuficientes; é justamente o nosso caso". Com efeito, entre os fenômenos de que falamos, há aqueles para os quais nenhuma teoria, nenhuma causa puramente natural poderia dar razão.

Assim, pois, não só é prudente, mas necessário mesmo procurar sua explicação na ordem sobrenatural ou, em outras palavras, atribuí-los a Espíritos puros, visto que, fora e acima da Natureza, outra causa possível não existe.

“Eis uma segunda regra, um criterium infalível para se afirmar, a respeito de um fato qualquer, se pertence à ordem natural ou à sobrenatural: examinar lhe bem os caracteres e, conforme eles, determinar a natureza da causa que o produziu.

Ora, os fatos mais maravilhosos desse gênero, os que nenhuma outra teoria pode explicar, apresentam caracteres tais que não só demonstram uma causa inteligente e livre, mas ainda dotada de uma inteligência e de uma vontade que nada têm de humano; portanto, não pode essa causa deixar de ser senão um Espírito puro".

“Assim, por dois caminhos, um indireto e negativo, que procede por exclusão, o outro direto e positivo, fundado sobre a própria natureza dos fatos observados, chegaremos a essa mesma conclusão, a saber: que entre os fenômenos da necromancia moderna há pelo menos uma categoria de fatos que, sem nenhuma dúvida, são produzidos pelos Espíritos".

Somos levados a essa conclusão por um raciocínio tão simples, tão natural que, aceitando-o, longe do temor de ceder a uma imprudente credulidade, julgamos, ao contrário, fazer prova de uma fraqueza e de uma incoerência de espírito indesculpável, caso o recusemos.

Para confirmar a nossa asserção, não nos faltam argumentos, mas, sim, espaço e tempo para desenvolvê-los aqui. O que dissemos até o momento é suficiente e pode resumir-se nas quatro seguintes proposições:

●  “1º Entre os fenômenos em questão, deixando de lado os que podem razoavelmente ser atribuídos à impostura, às alucinações e aos exageros, grande número ainda existe, cuja realidade não pode ser posta em dúvida sem que se violem todas as leis de uma crítica sadia".

●  “2º Todas as teorias naturais que expusemos e discutimos acima são impotentes para dar uma explicação satisfatória de todos esses fatos; se explicam algumas, deixam um grande número – e estes são os mais difíceis – totalmente inexplicados e inexplicáveis".

●  “3º Os fenômenos dessa última ordem, por implicarem a ação de uma causa inteligente estranha ao homem, só podem ser explicados pela intervenção dos Espíritos, seja qual for, aliás, o caráter desses Espíritos, questão de que logo nos ocuparemos".

●  “4º Pode-se dividir todos esses fatos em quatro categorias: muitos deles devem ser rejeitados como falsos ou como produtos da fraude; quanto aos outros, os mais simples, os mais fáceis de conceber, tais como as mesas girantes, em certas circunstâncias admitem uma explicação puramente natural: a do impulso mecânico, por exemplo".

Uma terceira classe compõe-se de fenômenos mais extraordinários e mais misteriosos sobre a natureza dos quais se fica em dúvida, porque, se bem que pareçam ultrapassar as forças da Natureza, não apresentam, entretanto, caracteres tais que, evidentemente, para os explicar, se deva recorrer a uma causa sobrenatural.

Enfim, agrupamos na quarta categoria os fatos que, oferecendo de maneira evidente esses caracteres, devem ser atribuídos à operação invisível dos Espíritos puros.

“Mas, que são esses Espíritos?

●  Bons ou maus?
●  Anjos ou demônios?
●  Almas bem-aventuradas ou almas condenadas?

A resposta a esta última parte de nosso problema não pode suscitar dúvida, por pouco que se considere, de uma parte, a natureza desses Espíritos e, de outra, o caráter de suas manifestações.

É o que nos falta demonstrar.”





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Re: Revista Espírita
« Responder #10 em: 14 de Junho de 2016, 19:32 »
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História de Joana d’Arc

Ditada por ela mesma à senhorita Ermance Dufaux. Uma pergunta que nos tem sido feita muitas vezes é se os Espíritos, que respondem mais ou menos com precisão às perguntas que lhes são dirigidas, poderiam fazer um trabalho de fôlego.

A prova disso está na obra da qual falamos, porquanto aqui não se trata mais de uma série de perguntas e respostas, mas de uma narração completa e seguida como o faria um historiador, e contendo uma infinidade de detalhes pouco ou nada conhecidos, sobre a vida da heroína.

Aos que poderiam pensar que a senhorita Dufaux inspirou-se em seus conhecimentos pessoais, responderemos que ela escreveu o livro com a idade de catorze anos, e que havia recebido a instrução que recebem todas as jovens de boa família.

Educadas com cuidado; porém, mesmo que tivesse uma memória fenomenal, não seria nos livros clássicos que iria buscar documentos íntimos, dificilmente encontráveis nos arquivos do tempo.

Sabemos perfeitamente que os incrédulos sempre terão mil objeções a fazer; mas, para nós, que vimos a médium em ação, a origem do livro não poderia suscitar nenhuma dúvida.

Embora a faculdade da senhorita Dufaux se preste à evocação de qualquer Espírito, de que nós mesmos tivemos provas nas comunicações pessoais que ela nos transmitiu, sua especialidade é a História.

Do mesmo modo, ela escreveu a de Luís XI e a de Carlos VIII, que serão publicadas como a de Joana d’Arc. Passou-se com ela um fenômeno bastante curioso.

A princípio, era excelente médium psicógrafa, escrevendo com grande facilidade; pouco a pouco se tornou médium falante e, à medida que essa nova faculdade se desenvolvia, a primeira enfraquecia.

Hoje, escreve pouco ou com muita dificuldade, mas, o que há de estranho é que, falando, sente necessidade de ter um lápis à mão, fingindo que escreve; é preciso uma terceira pessoa para registrar suas palavras, como as da Sibila.

Como todos os médiuns favorecidos pelos Espíritos bons, somente recebeu comunicações de ordem elevada. Teremos ocasião de voltar à história de Joana d’Arc para explicar os fatos de sua vida, concernentes às suas relações com o mundo invisível, citando o que, a respeito, ela ditou de mais notável ao seu intérprete.

(1 vol. in-12, 3 fr. Dentu, Palays-Royal.)





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Re: Revista Espírita
« Responder #11 em: 14 de Junho de 2016, 19:35 »
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O Livro dos Espíritos

Esta obra, como o indica seu título, não é uma doutrina pessoal:
  "É o resultado do ensino direto dos próprios Espíritos sobre os mistérios do mundo onde estaremos um dia...

E sobre todas as questões que interessam à Humanidade; eles nos dão, de algum modo, o código da vida, ao nos traçarem a rota da felicidade futura.

Não sendo este livro fruto de nossas ideias, visto que, sobre muitos pontos importantes tínhamos uma maneira de ver bem diversa, nossa heroína nada sofreria com os nossos elogios; preferimos, no entanto, deixar falar os que estão inteiramente desinteressados por esta questão.

O Livro dos Espíritos, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos persuadidos de que um marcador assinalará essa página.

Ficaríamos desolados se pensassem que acabamos de fazer aqui um anúncio bibliográfico; se pudéssemos supor que assim fora, quebraríamos nossa pena imediatamente.

Não conhecemos absolutamente o autor, mas confessamos abertamente que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Aquele que escreveu a introdução que inicia O Livro dos Espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres.

Aliás, para que não se possa suspeitar de nossa boa-fé e nos acusar de tomar partido, diremos com toda sinceridade que jamais fizemos um estudo aprofundado das questões sobrenaturais.

Apenas, se os fatos que se produziram nos causaram admiração, pelo menos jamais nos levaram a dar de ombros.

Somos um pouco dessas pessoas que se chamam de sonhadores, porque não pensamos absolutamente como todo o mundo.

A vinte léguas de Paris, à noite sob as grandes árvores, quando não tínhamos em torno de nós senão choupanas esparsas, pensávamos naturalmente em qualquer coisa, menos na Bolsa, no macadame dos bulevares ou nas corridas de Longchamp.

Diversas vezes nos interrogamos, e isto muito tempo antes de ter ouvido falar em médiuns, o que haveria de passar no que se convencionou chamar o Alto.

Outrora chegamos mesmo a esboçar uma teoria sobre os mundos invisíveis, guardando-a cuidadosamente para nós, e ficamos muito felizes de reencontrá-la quase por inteiro no livro do Sr. Allan Kardec.

A todos os deserdados da Terra, a todos os que caminham e caem, regando com suas lágrimas o pó da estrada, diremos:
  Lede O Livro dos Espíritos; isso vos tornará mais fortes.

Também aos felizes, aos que pelos caminhos só encontram os aplausos da multidão ou os sorrisos da fortuna, diremos:
  Estudai-o; ele vos tornará melhores.

O corpo da obra, diz o Sr. Allan Kardec, deve ser reivindicado inteiramente pelos Espíritos que o ditaram. Está admiravelmente classificado por perguntas e por respostas.

Algumas vezes, estas últimas são sublimes, e isto não nos surpreende; mas, não foi preciso um grande mérito a quem as soube provocar?

Desafiamos a rir os mais incrédulos quando lerem este livro, no silêncio e na solidão. Todos honrarão o homem que lhe escreveu o prefácio.





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Re: Revista Espírita
« Responder #12 em: 14 de Junho de 2016, 19:38 »
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A doutrina se resume em duas palavras:
  Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.

Lamentamos que o Sr. Allan Kardec não tenha acrescentado:
  E fazei aos outros o que gostaríeis que vos fosse feito.

O livro, aliás, o diz claramente e a doutrina, sem isto, não estaria completa. Não basta não fazer o mal; é preciso também fazer o bem. Se apenas sois um homem de bem, não tereis cumprido senão a metade do vosso dever.

Sois um átomo imperceptível desta grande máquina que se chama mundo, onde nada deve ser inútil.

Sobretudo, não nos digais que se pode ser útil sem fazer o bem; ver-nos-íamos forçados de vos replicar por um volume. Lendo as admiráveis respostas dos Espíritos na obra do Sr. Kardec, dissemos a nós mesmos que haveria um belo livro a escrever.

Bem depressa reconhecemos que nos havíamos enganado: o livro já está escrito. Apenas o estragaríamos se tentássemos completá-lo.

Sois homem de estudo e possuís a boa-fé, que não pede senão para se instruir? Lede o Livro Primeiro sobre a Doutrina Espírita.

Estais colocado na classe dos que só se ocupam consigo mesmos e que, como se diz, fazem os seus pequenos negócios muito tranquilamente, nada vendo além dos próprios interesses? Lede as Leis Morais.

A desgraça vos persegue com furor, e a dúvida vos envolve, por vezes, com o seu abraço gelado?

Estudai o Livro Terceiro:
  Esperanças e Consolações.

Todos vós que abrigais nobres pensamentos no coração e que acreditais no bem, lede o livro do começo ao fim. Se alguém nele encontrasse matéria para zombaria, nós o lamentaríamos sinceramente. G. du Chalard

Entre as numerosas cartas que nos têm sido dirigidas desde a publicação de O Livro dos Espíritos, apenas citaremos duas, porque de certo modo resumem a impressão que este livro produziu, e o fim essencialmente moral dos princípios que encerra.

“Bordeaux, 25 de abril de 1857.





« Última modificação: 14 de Junho de 2016, 19:45 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #13 em: 14 de Junho de 2016, 19:43 »
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Senhor, Submetestes minha paciência a uma grande prova pela demora na publicação de O Livro dos Espíritos, há tanto tempo anunciado; felizmente, não perdi por esperar, porquanto ele ultrapassa todas as ideias que eu havia feito, de acordo com o prospecto.

Impossível descrever o efeito que em mim produziu: assemelho-me a um homem que saiu da obscuridade; parece que uma porta, fechada até hoje, acaba de ser subitamente aberta; minhas ideias se ampliaram em algumas horas!

Oh! Como a Humanidade e todas as suas preocupações miseráveis se me parecem mesquinhas e pueris, ao lado desse futuro de que não duvidava, mas que para mim estava de tal forma obscurecido pelos preconceitos que o imaginava a custo!

Graças ao ensino dos Espíritos, agora se apresenta sob uma forma definida, compreensível, maior, mais bela e em harmonia com a majestade do Criador.

Quem quer que leia esse livro meditando, como eu, encontrará tesouros inesgotáveis de consolações, pois que ele abarca todas as fases da existência.

Em minha vida sofri perdas que me afetaram vivamente; hoje, não me causam nenhum pesar e toda minha preocupação é empregar utilmente o tempo e minhas faculdades para acelerar meu progresso, porque, para mim, agora, o bem tem uma finalidade e compreendo que uma vida inútil é uma vida de egoísta, que não nos permite avançar na vida futura.

Se todos os homens que pensam como vós e eu – e os encontrareis muito, assim espero, para honra da Humanidade – pudessem se entender, reunir-se e agir de comum acordo, de que força não disporiam para apressar essa regeneração que nos é anunciada!

Quando for a Paris, terei a honra de vos ver e, se não for abusar de vosso tempo, pedir-vos-ei algumas explicações sobre certas passagens e alguns conselhos sobre a aplicação das leis morais a certas circunstâncias que me são pessoais.

Recebei, até lá, eu vos peço, Senhor, a expressão de todo o meu reconhecimento, porque me proporcionastes um grande bem ao apontar-me a rota da única felicidade real neste mundo e, além disso, quem sabe? um lugar melhor no outro.

Vosso todo devotado. D..., capitão reformado.
Lyon, 4 de julho de 1857”.





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Re: Revista Espírita
« Responder #14 em: 14 de Junho de 2016, 19:51 »
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“Senhor, Não sei como vos exprimir todo o meu reconhecimento pela publicação de O Livro dos Espíritos, que sinto depois de o ler.

Como é consolador para nossa pobre Humanidade o que nos fizestes saber! De minha parte confesso-vos que estou mais forte e mais corajoso para suportar as penas e os aborrecimentos ligados à minha pobre existência.

Compartilho, com vários de meus amigos, das convicções que hauri na leitura de vossa obra: todos estão muito felizes; agora compreendem as desigualdades das posições sociais e já não murmuram contra a Providência; a certeza de um futuro mais feliz, caso se comportem bem, os consola e encoraja.

Gostaria de vos ser útil, senhor; sou um simples filho do povo que obteve certa posição com o seu trabalho, mas a quem falta instrução por ter sido obrigado a trabalhar desde menino; entretanto, sempre amei muito a Deus e fiz tudo quanto pude para ser útil aos semelhantes; é por isso que procuro tudo o que possa ajudar na felicidade de meus irmãos.

Vamos nos reunir, vários adeptos que estavam dispersos; envidaremos todos os esforços para vos secundar: levantastes a bandeira, cabe a nós seguir-vos; contamos com vosso apoio e vossos conselhos.

Sou, senhor, se ouso vos chamar de confrade, vosso todo devotado, C... Muitas vezes já nos dirigiram perguntas sobre a maneira por que foram obtidas as comunicações que são objeto de O Livro dos Espíritos.

Resumimos aqui, com muito prazer, as respostas que temos dado a esse respeito, pois que isso nos ensejará a ocasião de cumprir um dever de gratidão para com as pessoas que, de boa vontade, nos prestaram seu concurso.

Como explicamos, as comunicações por pancadas, ou tipologia, são muito lentas e bastante incompletas para um trabalho alentado; por isso jamais utilizamos esse recurso: tudo foi obtido através da escrita e por intermédio de vários médiuns psicógrafos.

Nós mesmos preparamos as perguntas e coordenamos o conjunto da obra; as respostas são, textualmente, as que foram dadas pelos Rua Tiquetonne 14.

Espíritos; a maior parte delas foi escrita sob nossas vistas, algumas foram tomadas das comunicações que nos foram enviadas por correspondentes ou que recolhemos para estudo em toda parte onde estivemos: a esse efeito, os Espíritos parecem multiplicar aos nossos olhos os motivos de observação.

Os primeiros médiuns que concorreram para o nosso trabalho foram as senhoritas B ***, cuja boa vontade jamais nos faltou: este livro foi escrito quase por inteiro por seu intermédio e na presença de numeroso auditório que assistia às sessões e nelas tomava parte com o mais vivo interesse.

Mais tarde os Espíritos recomendaram a sua completa revisão em conversas particulares para fazerem todas as adições e correções que julgaram necessárias.

Essa parte essencial do trabalho foi feita com o concurso da senhorita Japhet11, que se prestou com a maior boa vontade e o mais completo desinteresse a todas as exigências dos Espíritos, pois eram eles que marcavam os dias e as horas para suas lições.

O desinteresse não seria aqui um mérito particular, visto que os Espíritos reprovam todo tráfico que se possa fazer de sua presença; a senhorita Japhet, que é também sonâmbula notável, tinha seu tempo utilmente empregado, mas compreendeu, igualmente, que dele poderia fazer um emprego proveitoso, consagrando-se à propagação da Doutrina.

Quanto a nós, temos declarado desde o princípio, e nos apraz reafirmar aqui, jamais pensamos em fazer de O Livro dos Espíritos objeto de especulação, devendo sua renda ser aplicada às coisas de utilidade geral; por isso seremos sempre reconhecidos aos que se associarem de coração, e por amor do bem, à obra a que nos estamos consagrando”.

Allan Kardec.





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