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Autor Tópico: Revista Espírita  (Lida 19646 vezes)

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Offline Marianna

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Re: Revista Espírita
« Responder #15 em: 14 de Junho de 2016, 22:51 »
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Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Ano primeiro  – Fevereiro de 1858 – Número 2º-)

Diferentes Ordens de Espíritos

Um ponto capital na Doutrina Espírita é o das diferenças que existem entre os Espíritos, sob o duplo ponto de vista intelectual e moral.

Seu ensino, a esse respeito, jamais variou; não menos importante, porém, é saber que eles não pertencem eternamente à mesma ordem e que, em consequência, essas ordens não constituem espécies distintas: são diferentes graus de desenvolvimento.

Os Espíritos seguem a marcha progressiva da Natureza: os das ordens inferiores são ainda imperfeitos; depois de depurados, atingem as ordens superiores; avançam na hierarquia à medida que adquirem qualidades, experiência e conhecimentos que lhes faltam. No berço, a criança não se assemelha ao que será na idade madura; entretanto, é sempre o mesmo ser.

A classificação dos Espíritos baseia-se no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que terão ainda de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta; apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido.

De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da Natureza, nas cores do arco-íris ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme o ponto de vista donde se considere a questão.

Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação científica, os quais podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais e mais ou menos cômodos para a inteligência; sejam, porém, quais forem, em nada alteram as bases da Ciência.

Assim, é natural que, inquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor algum.

Entretanto, não faltou quem se agarrasse a esta contradição aparente, sem refletir que os Espíritos nenhuma importância ligam ao que é puramente convencional; para eles, o pensamento é tudo; deixam-nos a forma, a escolha dos termos, as classificações – numa palavra, os sistemas.

Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais perder de vista: a de que entre os Espíritos, assim como entre os homens, há os muito ignorantes, de modo que nunca serão demais as cautelas que se tomem contra a tendência a crer que, por serem Espíritos, todos devam saber tudo.

Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto. Ora, no mundo dos Espíritos, os que possuem limitados conhecimentos são, como neste orbe, os ignorantes, os inaptos a apreender uma síntese, a formular um sistema.

Mesmo os que são capazes de tal apreciação podem mostrar-se divergentes quanto às particularidades, conforme os pontos de vista em que se achem, sobretudo se se trata de uma divisão, que nenhum cunho absoluto apresente.

Lineu, Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu método, sem que a Botânica, em conseqüência, houvesse experimentado qualquer modificação. É que nenhum deles inventou as plantas, nem seus caracteres.

Apenas observaram as analogias, segundo as quais formaram os grupos ou classes. Foi assim que também procedemos.

Não inventamos os Espíritos, nem seus caracteres; vimos e observamos, julgamos pelas suas palavras e atos, depois os classificamos pelas semelhanças. É o que cada um teria feito em nosso lugar.

Entretanto, não podemos reivindicar a totalidade desse trabalho como sendo obra nossa. Se o quadro que damos a seguir não foi textualmente traçado pelos Espíritos, e se é nossa a iniciativa, todos os elementos que o compõem foram hauridos em seus ensinamentos; não nos restaria senão formular a disposição material.

Os Espíritos, em geral, admitem três categorias principais, ou três grandes divisões. Na última, a que fica na parte inferior da escala, estão os Espíritos imperfeitos que devem ainda percorrer todas, ou quase todas as etapas.

Caracterizam-se pela predominância da matéria sobre o Espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do Espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem: são os Espíritos bons.

A primeira, finalmente, compreende os Espíritos puros, os que atingiram o grau supremo da perfeição. Esta divisão nos pareceu perfeitamente racional e com caracteres bem positivados.

Só nos restava pôr em relevo, mediante subdivisões em número suficiente, os principais matizes do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos Espíritos, cujas benévolas instruções jamais nos faltaram.

Com o auxílio desse quadro, fácil será determinar-se a ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade dos que podem entrar em relação conosco e, por conseguinte, o grau de confiança ou de estima que merecem.

Além disso, interessa-nos pessoalmente porque, como pertencemos, por nossa alma, ao mundo espírita, no qual reentraremos ao deixar nosso invólucro mortal, ele nos mostra o que nos resta fazer para chegarmos à perfeição e ao bem supremo.

Faremos, todavia, notar que os Espíritos não ficam pertencendo, exclusivamente, a tal ou tal classe.

Sendo sempre gradual o progresso deles e muitas vezes mais acentuado num sentido do que em outro, pode acontecer que muitos reúnam em si os caracteres de várias categorias, o que seus atos e linguagem tornam possível apreciar.





« Última modificação: 21 de Julho de 2016, 01:37 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #16 em: 15 de Junho de 2016, 23:26 »
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Escala Espírita
Terceira Ordem

– Espíritos Imperfeitos.

Características gerais. – Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são consequentes. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem. Nem todos são essencialmente maus.

Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal e se rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo.

Neles a inteligência pode achar-se aliada à maldade ou à malícia; seja, porém, qual for o grau que tenham alcançado de desenvolvimento intelectual, suas ideias são pouco elevadas e mais ou menos abjetos seus sentimentos.

Restritos conhecimentos têm das coisas do mundo espírita e o pouco que sabem se confunde com as ideias e preconceitos da vida corporal.

Acerca dessas coisas, não nos podem dar senão noções falsas e incompletas; entretanto, nas suas comunicações, mesmo imperfeitas, o observador atento encontra a confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos superiores. Na linguagem de que usam se lhes revela o caráter.

Todo Espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento, pode ser classificado na terceira ordem. Conseguintemente, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito dessa ordem.

Eles veem a felicidade dos bons e esse espetáculo lhes constitui incessante tormento, porque os faz experimentar todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar.

Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea e essa impressão é muitas vezes mais penosa do que a realidade. Sofrem, pois, verdadeiramente, pelos males de que padeceram em vida e pelos que ocasionaram aos outros.

E, como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre. Deus, para puni-los, quer que assim julguem.

▬  Podem ser divididos em quatro grupos principais:

● Nona classe. Espíritos impuros.
● Oitava classe. Espíritos levianos.
● Sétima Classe. Espíritos pseudo-sábios
● Sexta Classe. Espíritos neutros
● Quinta classe. Espíritos benévolos.
● Quarta classe. Espíritos de ciência
● Terceira classe. Espíritos de sabedoria   
● Segunda ordem – Espíritos bons
● Primeira ordem – Espíritos puros

● Nona classe. Espíritos Impuros:

– São inclinados ao mal, de que fazem o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar.

Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam.

Nas manifestações, dão-se a conhecer pela linguagem. A trivialidade e a grosseria das expressões, nos Espíritos, como nos homens, é sempre indício de inferioridade moral, se não também intelectual.

Suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores e, se tentam iludir, falando com sensatez, não conseguem sustentar por muito tempo o papel e acabam sempre por se traírem. Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, maus gênios, Espíritos do mal.

Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem se mostram propensos a todos os vícios geradores das paixões vis e degradantes: a sensualidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia, a cupidez, a avareza sórdida.

Fazem o mal por prazer, as mais das vezes sem motivo, e por ódio ao bem, quase sempre escolhendo suas vítimas entre as pessoas honestas. São flagelos para a Humanidade, pouco importando a categoria social a que pertençam, e o verniz da civilização não os forra ao opróbrio e à ignomínia.

● Oitava classe. Espíritos Levianos:

– São ignorantes, travessos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de aborrecer, de induzir maliciosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas.

A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores.

Mais que outros, parecem ligados à matéria e ser os principais agentes das vicissitudes dos elementos do globo, quer vivam no ar, na água, no fogo, nos corpos sólidos ou nas entranhas da Terra.

Muitas vezes manifestam sua presença por efeitos sensíveis, tais como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc.

O que lhes valeu o nome de Espíritos batedores ou perturbadores. Reconhece-se que tais fenômenos não se devem a uma causa fortuita e natural quando têm um caráter intencional e inteligente.

Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos, porém os Espíritos elevados em geral deixam essas atribuições aos inferiores, mais aptos às coisas materiais que às inteligentes. Em suas comunicações com os homens, a linguagem de que se servem é, por vezes, espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundidade.

Exploram as falhas e o lado ridículo dos homens e das coisas, comentando-os em traços mordazes e satíricos. Se tomam nomes supostos, é mais por malícia que por maldade.

●  Sétima Classe. Espíritos Pseudo-Sábios:

– Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém creem saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade, susceptível de iludir com respeito às suas capacidades e luzes.

Mas, em geral, isso não passa de reflexo dos preconceitos e idéias sistemáticas que nutriam na vida terrena. É uma mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, através dos quais penetram a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda não puderam despir-se.

● Sexta Classe. Espíritos neutros:

– Nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Pendem tanto para um como para o outro e não ultrapassam a condição comum da Humanidade, quer no que concerne ao moral, quer no que toca à inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.




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Re: Revista Espírita
« Responder #17 em: 15 de Junho de 2016, 23:29 »
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● Quinta classe. Espíritos benévolos:

– A bondade é neles a qualidade dominante. Apraz-lhes prestar serviço aos homens e protegê-los. Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Hão progredido mais no sentido moral do que no sentido intelectual.

● Quarta classe. Espíritos de ciência:

– Distinguem-se especialmente pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão. Entretanto, só encaram a Ciência do ponto de vista da sua utilidade e jamais dominados por quaisquer paixões próprias dos Espíritos imperfeitos.

● Terceira classe. Espíritos de sabedoria:

– As qualidade morais da ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os homens e as coisas.

● Segunda classe. Espíritos superiores:

– Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime.

Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem as mais justas noções sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber.

Comunicam-se de bom grado com os que procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas para compreendê-la.

Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele, ou que, pela influência da matéria, são desviados da prática do bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e, então, nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.

● Primeira ordem – Espíritos puros:

Características gerais.

– Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

● Segunda ordem – Espíritos bons:

Características gerais. – Predominância do espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados aliam o saber às qualidades morais.

Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem, os traços da existência corporal, assim na forma da linguagem, como nos hábitos, entre os quais se descobrem mesmo algumas de suas manias. De outro modo, seriam Espíritos perfeitos. Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons.

São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, que não tem a perturbá-la nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das paixões más que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos. Todos, entretanto, ainda têm de passar por provas, até que atinjam a perfeição absoluta.

Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre aqueles a quem não é grato sofrê-la.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição.

▬  Não experimentam:

● Ódio,
● Inveja,
● Rancor,
● Ou ciúme...

... E fazem o bem pelo bem.

A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Em épocas de superstições e de ignorância, eles hão sido elevados à categoria de divindades benfazejas.

Primeira casse. Classe única.

– Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é susceptível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações.

Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material.

Essa felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal.

Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima.

São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins. Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

● Espíritos errantes ou encarnados:

–  Quanto às suas qualidades íntimas, os Espíritos pertencem a diferentes ordens, que percorrem sucessivamente à medida que se depuram.

Como estado, podem estar encarnados, isto é, unidos a um corpo num mundo qualquer; ou errantes, ou seja, despojados do corpo material e aguardando nova encarnação para se melhorarem.

Os Espíritos errantes não formam uma categoria especial; é um dos estados em que podem encontrar-se. O estado errante ou de erraticidade não constitui inferioridade para os Espíritos, pois que nele os podemos encontrar de todos os graus.

Todo Espírito que não está encarnado é, por isso mesmo, errante, à exceção dos Espíritos puros que, não tendo mais encarnação a sofrer, estão no seu estado definitivo.

Não sendo a encarnação senão um estado transitório, a erraticidade é, em verdade, o estado normal dos Espíritos e esse estado não lhes é, forçosamente, uma expiação. São felizes ou desventurados conforme seu grau de elevação e segundo o bem ou mal que hajam praticado.





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Re: Revista Espírita
« Responder #18 em: 16 de Junho de 2016, 18:07 »
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O Fantasma da Senhorita Clairon.

A senhorita Clairon, nascida em 1723, morreu em 1803. Estreou na companhia italiana com a idade de 13 anos, e na Comédia francesa em 1743. Retirou-se do teatro em 1765, com a idade de 42 anos.

Esta história fez muito alarido em seu tempo, pela posição da heroína e pelo grande número de pessoas que a testemunharam. Não obstante sua singularidade, estaria provavelmente esquecida se a senhorita Clairon não a tivesse  Nascida em 1723, a senhorita Clairon morreu em 1803.

Estreou em uma companhia italiana aos 13 anos e na Comédia Francesa em 1743. Retirou-se do teatro em 1765, aos 42 anos de idade. Consignado em suas memórias, de onde extraímos o relato que vamos fazer. A analogia que apresenta com alguns fatos que se passam em nossos dias dá-lhe um lugar natural nesta coletânea.

Como se sabe, a senhorita Clairon era tão notável por sua beleza quanto por seu talento, quer como cantora, quer como atriz trágica. Havia inspirado a um jovem bretão, o Sr. de S..., uma dessas paixões que por vezes decidem uma vida, quando não se tem bastante força de caráter para triunfar.

A senhorita Clairon respondeu somente com amizade; contudo, a assiduidade do Sr. De S... tornou-se de tal forma importuna que ela resolveu romper qualquer relação com ele. A mágoa que ele sentiu causou-lhe uma longa enfermidade, de que veio a morrer. Isto se passou em 1743. Mas deixemos falar a senhorita Clairon.

  “Dois anos e meio havia decorrido entre o nosso conhecimento e a sua morte. Rogou-me lhe concedesse, em seus últimos instantes, a doçura de me ver ainda; minhas relações, porém, impediram-me de fazer essa visita. Morreu não tendo perto de si senão os criados e uma velha dama, única companhia que possuía desde muito tempo.”

Habitava, então, a muralha, perto de Chausséed’Antin, que começavam a construir; eu, à Rua de Bussy, perto da rua de Seine e da abadia Saint-Germain. Estava com minha mãe e vários amigos que vinham jantar comigo.

Acabara de entoar belas canções pastorais que haviam encantado meus amigos quando, ao soarem onze horas, ouviu-se um grito muito agudo. Sua sombria modulação e sua longa duração espantaram todo o mundo; senti-me desfalecer e estive quase um quarto de hora desacordada...

  “Todos de minha família, meus amigos, meus vizinhos, a própria polícia, ouviam o mesmo grito, sempre à mesma hora, partindo invariavelmente de sob as minhas janelas, parecendo sair vagamente do ar...

  "Raramente eu jantava na cidade, mas, nos dias em que o fazia nada se ouvia; muitas vezes, quando me recolhia ao quarto, indagava à minha mãe e aos meus domésticos sobre alguma novidade, e logo o grito partia do meio de nós.

  "Uma vez o presidente de B..., com quem havia jantado, quis acompanhar-me para assegurar-se de que nada me ocorreria no caminho. Quando, à minha porta, me desejava boa-noite, o grito partiu de entre nós. Assim como toda Paris, ele sabia dessa história: entretanto, foi posto em sua carruagem mais morto que vivo.”

  “Outra vez, pedi ao meu camarada Rosely que me acompanhasse à Rua Saint-Honoré para escolher tecidos. O único assunto de nossa conversa foi meu fantasma (é assim que o chamavam).

  "Cheio de espírito e em nada acreditando, esse rapaz, a despeito disso, ficara impressionado com a minha aventura; insistia para que eu evocasse o fantasma, prometendo-me que nele creria se me respondesse. Fosse por fraqueza ou por audácia, fiz o que ele pedia: o grito foi ouvido três vezes, terrível por seu estrépito e rapidez.”

Ao retornar, foi necessário o auxílio de todos da casa para tirar-nos da carruagem, onde estávamos desacordados. Depois dessa cena, fiquei alguns meses sem nada ouvir. Julgava-me livre para sempre, mas me enganava.

  “Todos os espetáculos haviam sido transferidos para Versalhes, para o casamento do delfim. Tinham-me arranjado um quarto na Avenida Saint-Cloud, que eu ocupava com a Sra. Grandval.

Às três horas da manhã eu lhe disse:
  “Estamos no fim do mundo; seria muito difícil que o grito nos viesse surpreender aqui.”

Mal acabara de falar e o grito estalou! A Sra. Grandval acreditou que o inferno inteiro estava no quarto; usando camisola, correu a casa de alto a baixo, onde, aliás, ninguém pôde pregar os olhos durante a noite. Pelo menos foi a última vez que o ouvimos.

  “Sete ou oito dias após, conversando com os membros de minhas relações pessoais, à badalada das onze horas seguiu-se um tiro de fuzil, dado em uma de minhas janelas. Todos ouvimos o tiro e vimos o fogo, contudo, a janela nenhum dano sofrera.”

Concluímos, todos, que queriam minha vida, que haviam errado o alvo e que seria necessário tomar precauções com vistas ao futuro. O Sr. de Marville, então tenente de polícia, mandou visitar as casas em frente à minha; a rua encheu-se de toda sorte de espiões possíveis...

... Porém, por mais cuidados que se tomassem, durante três meses inteiros e sempre à mesma hora o tiro foi visto e ouvido, na mesma vidraça, sem que ninguém jamais tenha podido saber de onde partira. Esse fato foi constatado nos registros da polícia.

  “Acostumada ao meu fantasma, na verdade um pobre diabo que se prestava a pregar peças, não prestei atenção à hora. Como fizesse calor, abri a janela condenada e nos apoiamos, eu e o intendente, no balcão.

  "Ao soar onze horas o tiro fez-se ouvir e ambos fomos lançados no meio do quarto, onde caímos feito mortos. Retornando a nós mesmos, sentindo que não tínhamos nada, examinando-nos e reconhecendo que havíamos recebido, ele na face esquerda e eu na direita, a mais terrível bofetada jamais aplicada, pusemo-nos a rir como dois loucos”.

  “Dois dias depois, convidada pela senhorita Dumesnil para uma festa à noite em sua casa, na Barrière Blanche, tomei um fiacre às onze horas com minha camareira. Fazia o mais esplêndido luar e fomos conduzidas por bulevares que começavam a encher-se de casas”.

Indaga minha camareira:
  Não foi aqui que morreu o Sr. de S...?

– Segundo as informações que me deram, sim, respondi-lhe, apontando com o dedo uma das duas casas à nossa frente. De uma delas partiu o mesmo tiro de fuzil que me perseguia:
  "Atravessou nosso fiacre; o cocheiro dobrou a marcha, crendo-se atacado por ladrões. Chegamos à festa, mal refeitos do susto e, de minha parte, tomada por um terror que, confesso, guardei por muito tempo. Mas, com armas de fogo essa proeza foi a última."





« Última modificação: 20 de Julho de 2016, 21:16 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #19 em: 16 de Junho de 2016, 18:09 »
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  “À explosão sucedeu um bater de palmas, com certo compasso e repetição. Esse ruído, ao qual a complacência do público me havia acostumado, não foi percebido por mim durante algum tempo, mas meus amigos o notaram.

  "Temos espiado, disseram-me eles: é às onze horas, quase à vossa porta, que ele ocorre; ouvimos mas não vemos ninguém; só pode ser a sequência do que antes experimentastes. Como o ruído nada tinha de terrível, não lhe guardei o tempo de duração.”

  “Não mais prestei atenção aos sons melodiosos que depois se fizeram ouvir; parecia voz celeste a esboçar uma ária nobre e tocante, prestes a ser cantada; essa voz começava na encruzilhada de Bussy e acabava em minha porta; e, como ocorrera com todos os outros sons precedentes, ouvia-se mas nada se via. Finalmente, tudo cessou em pouco mais de dois anos e meio.”

Algum tempo depois, a senhorita Clairon obteve, por intermédio da dama idosa que tinha sido a amiga devotada do Sr. de S..., o relato de seus últimos momentos. “Ele contava todos os minutos quando, às dez e meia seu lacaio veio dizer-lhe que a senhora, decididamente, não viria. Depois de um momento de silêncio, tomou-me a mão, em atitude de desespero que me apavorou.

Desalmada!... nada ganhará com isso; persegui-la-ei depois de morto, tanto quanto a persegui em vida!... Quis tentar acalmá-lo, mas estava morto.” Na edição que temos à vista esse relato é precedido da seguinte nota, sem assinatura:
  “Eis uma anedota bem singular que, sem dúvida, induziu e induzirá as mais diversas opiniões. Ama-se o maravilhoso, mesmo sem nele crer: a senhorita Clairon parece convencida da realidade dos fatos que narra.

  "Contentar-nos-emos em observar que ao tempo em que foi ou se supôs atormentada por seu fantasma, contava ela de vinte e dois e meio a vinte e cinco anos de idade; que é a idade da imaginação, e que nela essa faculdade era continuamente exercitada e exaltada pelo gênero de vida que levava, no teatro e fora dele. 

  "É preciso ainda lembrar que ela disse, no início de suas memórias, que, em sua infância, não se entretinha senão com aventuras de fantasmas e de feiticeiros, que lhe eram contadas como histórias verídicas.”

Conhecendo o assunto somente através do relato da senhorita Clairon, só podemos julgá-lo por indução. Eis o nosso raciocínio: Esse fato, descrito em seus mínimos detalhes pela própria senhorita Clairon, tem mais autenticidade do que se tivesse sido narrado por terceiros. Acrescentemos que ao escrever a carta onde o fato está relatado, contava cerca de sessenta anos, já passada a idade da credulidade de que fala o autor da nota.

Esse autor não põe em dúvida a boa-fé da senhorita Clairon a propósito de sua aventura, mas admite que ela tenha sido vítima de uma ilusão. Que o fosse uma vez, nada haveria de extraordinário.

Porém, que o tivesse sido durante dois anos e meio, já se nos afiguraria bem mais difícil, como mais difícil ainda é supor que essa ilusão houvesse sido compartilhada por tantas pessoas, testemunhas oculares e auriculares dos fatos, e pela própria polícia.

Para nós, que conhecemos o que se passa nas manifestações espíritas, a aventura nada contém de surpreendente e a temos como provável.

Nesta hipótese, não vacilamos em pensar que o autor de todos esses malefícios não seja outro senão a alma ou o Espírito do Sr. de S..., se, sobretudo, atentarmos para a coincidência de suas últimas palavras com a duração dos fenômenos.

Havia ele dito:
  “Persegui-la-ei depois de morto tanto quanto a persegui em vida. Ora, suas relações com a senhorita Clairon haviam durado dois anos e meio, ou seja, tanto tempo quanto o das manifestações que se seguiram à sua morte".

Algumas palavras ainda sobre a natureza desse Espírito. Não era mau, e é com razão que a senhorita Clairon o qualifica como um pobre diabo; mas também não se pode dizer que fosse a própria bondade. A paixão violenta, sob a qual sucumbiu como homem, prova que nele as ideias terrestres eram dominantes.

Os traços profundos dessa paixão, que sobreviveu à destruição do corpo, provam que, como Espírito, ainda se achava sob a influência da matéria. Por mais inofensiva fosse sua vingança, denota sentimentos pouco elevados.

Se, pois, quisermos reportar-nos ao nosso quadro da classificação dos Espíritos, não será difícil assinalar-lhe a classe; a ausência de maldade real naturalmente o afasta da última classe, a dos Espíritos impuros; mas, evidentemente, mantinha-se ligado a outras classes da mesma ordem; nada nele poderia justificar uma posição superior.

Uma coisa digna de nota é a sucessão dos diferentes modos pelos quais manifestava sua presença. Foi no mesmo dia e no momento exato de sua morte que ele se fez ouvir pela primeira vez, e isso em meio a um alegre jantar.

Quando vivo, via a senhorita Clairon, pelo pensamento, envolvida por essa auréola que a imaginação empresta ao objeto de uma paixão ardente; mas, uma vez desembaraçada a alma de seu véu material, a ilusão cedeu à realidade.

Lá está ele, a seu lado, e a vê cercada de amigos, tudo lhe excitando o ciúme; por sua jovialidade e encanto, ela parece insultar o seu desespero, que se traduz por um grito de raiva repetido todo dia à mesma hora, como se a censurasse por se haver recusado de o consolar em seus últimos momentos.

Aos gritos se sucedem os tiros, inofensivos, é verdade, mas que no mínimo denotam uma raiva impotente e a intenção de perturbar seu repouso.

Mais tarde, seu desespero toma um caráter mais sereno; retorna, sem dúvida, a ideias mais sadias, parecendo haver readquirido o domínio de si; restava-lhe a lembrança dos aplausos de que ela era objeto, e ele os repete.

Finalmente, diz-lhe adeus por meio de sons que lembravam o eco dessa voz melodiosa que em vida tanto o fascinara.





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Re: Revista Espírita
« Responder #20 em: 21 de Julho de 2016, 03:16 »
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Isolamento dos corpos pesados

O movimento dado aos corpos inertes, pela vontade é, hoje, tão conhecido que seria quase pueril relatar fatos desse gênero:
  "Não ocorre o mesmo quando esse movimento é acompanhado de certos fenômenos menos vulgares, tais como, por exemplo, o da suspensão no espaço."

Se bem que os anais do Espiritismo, deles, cita numerosos exemplos, esse fenômeno apresenta uma tal derrogação das leis da gravidade que a dúvida parece muito natural a quem dele não tenha sido testemunha.

Nós mesmos, confessamos, por habituados que estamos com as coisas extraordinárias, ficamos bem contentes em constatar-lhe a realidade.

Os fatos que vamos narrar se passaram várias vezes, sob os nossos olhos, nas reuniões que tiveram lugar outrora na casa do senhor B..., rua Lamartine, e sabemos que se produziram muitas vezes em outro lugar; podemos, pois, certificá-los como incontestáveis.

Eis como as coisas se passaram:

Oito ou dez pessoas, entre as quais se encontravam algumas dotadas de uma força especial, sem serem, todavia, médiuns reconhecidos, colocavam-se ao redor de uma mesa de salão, pesada e maciça, as mãos pousadas sobre a borda e todas unidas em intenção e vontade.

Ao cabo de um tempo mais ou menos longo, dez minutos ou um quarto de hora, segundo as disposições eram mais ou menos favoráveis, a mesa, malgrado o seu peso de quase 100 quilos, se punha em movimento...

... Deitando à direita ou à esquerda, sobre o soalho, se transportando para diversas partes designadas do salão, depois se erguendo, tanto sobre um pé, quanto sobre o outro, até formar um ângulo de 45 graus, se balançando com rapidez, imitando os movimentos longitudinais e laterais de um navio.

Se, nessa posição, os assistentes redobravam esforços por sua vontade, a mesa se destacava, inteiramente, do solo, a 10 ou 20 centímetros de elevação, sustentando-se, assim, no espaço, sem nenhum ponto de apoio, durante alguns segundos, para cair com todo o seu peso.

O movimento da mesa, seu erguimento sobre um pé, seu balanço, se produziam quase à vontade, frequentemente, várias vezes na noite, e, frequentemente também, sem nenhum contato das mãos; só a vontade bastava para que a mesa se dirigisse para o lado indicado.

O isolamento completo era mais difícil de se obter, mas, se repetiu com bastante frequência para que possa ser considerado como um fato excepcional.

Ora, isso não se passou unicamente na presença de adeptos, os quais se poderia crer muito acessíveis à ilusão, mas, diante de vinte ou trinta pessoas, dentre as quais se encontravam, algumas vezes, as que lhe eram muito pouco simpáticas...

... Que não deixavam de supor alguma preparação secreta, sem consideração para com os senhores da casa, cujo caráter honorável deveria afastar toda suspeição de fraude, e porque, aliás, teria sido um singular prazer o de passar, todas as semanas, várias horas a mistificar uma assembleia sem proveito.

Narramos o fato em toda a sua simplicidade, sem restrições e nem exageros.

Não diremos, pois, que vimos a mesa voltear no ar como uma pluma; mas, tal como ele é, esse fato não deixa de demonstrar a possibilidade do isolamento dos corpos pesados sem apoio algum, por meio de uma força até agora desconhecida.

Não diremos, do mesmo modo, que basta estender a mão, ou fazer um sinal qualquer, para que, no mesmo instante, a mesa se eleve como por encanto.

Diremos, ao contrário, por ser a verdade, que os primeiros movimentos se operam, sempre, Isolamento dos corpos pesados com uma certa lentidão, e não adquirem, senão gradualmente, a sua máxima intensidade.

O erguimento completo não ocorria senão depois de vários movimentos preparatórios, que eram espécie de ensaio, um tipo de impulso.

A força atuante parecia redobrar esforços pelo encorajamento dos assistentes, como um homem, ou um cavalo, que cumpre pesada tarefa, e que se anima com a voz e com o gesto.

Uma vez produzido o efeito, tudo retornava à calma, e, por alguns instantes, nada se obtinha, como se essa mesma força tivesse necessidade de retomar fôlego.

Tivemos, com frequência, oportunidade de citar fenômenos desse gênero, sejam espontâneos, sejam provocados, e realizados em proporções e com circunstâncias bem mais extraordinárias; mas, quando deles somos testemunhas, os relatamos, sempre, de modo a evitar toda interpretação falsa ou exagerada.

Se, no fato acima relatado, tivéssemos nos contentado em dizer que vimos uma mesa de 100 quilos se elevar com o único contato das mãos, ninguém duvide que, muitas pessoas, se figurariam que se havia elevado até o teto e com a rapidez de um golpe de vista.

É assim que as coisas, as mais simples, tornam-se prodígios pelas proporções que lhes empresta a imaginação. O que isso deve ser quando os fatos atravessaram os séculos e passaram pela boca dos poetas!

Se se dissesse que a superstição é a filha da realidade, ter-se-ia o ar de expor um paradoxo, e, todavia, nada é mais verdadeiro; não há superstição que não repouse sobre um fundo real; tudo está em discernir onde termina uma e começa a outra.

O verdadeiro meio de combater as superstições, não é o de contestá-las de modo absoluto; no espírito de certas pessoas, há ideias que não se desarraigam mais facilmente, porque têm, sempre, fatos a citar em apoio da sua opinião.

Ao contrário, é preciso demonstrar o que há de real; então, não resta senão o exagero ridículo, para o qual o bom senso faz justiça.





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Re: Revista Espírita
« Responder #21 em: 27 de Julho de 2016, 19:55 »
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A floresta de Dodone e a estátua de Memnon

Para chegarmos à floresta de Dodone, passamos pela rua Lamartine, e nos detemos um instante na casa do senhor B"*, onde vimos um móvel dócil nos colocar um novo problema de estática.

Os assistentes, em um número qualquer, estão colocados ao redor da mesa em questão, em uma ordem igualmente qualquer, porque não há, aí, nem números e nem lugares cabalísticos; têm as mãos pousadas sobre a beirada; fazem, seja mentalmente, seja em voz alta, apelos aos Espíritos que têm o hábito se atenderem o seu convite.

Conhece-se a nossa opinião sobre esse gênero de Espíritos, por isso nós os tratamos um pouco sem cerimônia.

Quatro ou cinco minutos apenas são decorridos, quando um ruído claro de toe, toe, se faz ouvir na mesa, frequentemente, bastante forte para ser ouvido da peça vizinha, e se repete ainda por muito tempo, e ainda com a frequência que seja desejada.

A vibração se faz sentir nos dedos, e, aplicando-se o ouvido contra a mesa, reconhece-se, não ao ponto de se enganar, que o ruído tem a sua fonte na própria substância da madeira, porque toda a mesa vibra, desde os pés até a superfície.

▬  Qual é a causa desse ruído?
▬  É a madeira que opera ou é como se disse, um Espírito?

Descartemos, primeiro, toda ideia de fraude; estamos entre pessoas muito sérias, e de muito boa companhia, para se divertir às custas daqueles que, entre elas, querem muito admitir; aliás, essa casa não é privilegiada; os mesmos fatos se produzem em cem outras, também muito louváveis. Permita-nos, à espera da resposta, uma pequena digressão.

Um jovem candidato bacharel estava em seu quarto ocupado em decorar o seu exame de retórica; bate-se à sua porta.

Admitis, penso, que se pode distinguir a natureza do ruído e, sobretudo, sua repetição, se é causado por um estalido da madeira, a agitação do vento ou uma outra causa toda fortuita, ou se é alguém que bate para pedir entrada.

Neste último caso, o ruído tem um caráter intencional com o qual não se pode equivocar-se; é o que a si mesmo diz nosso estudante.

Entretanto, para não se desviar do dever inutilmente, quis se assegurar pondo o visitante em prova. Se é alguém, disse, que bata uma, duas, três, quatro, cinco, seis pancadas; batei no alto, a em baixo, à direita, à esquerda; batei o compasso; batei a chamada, etc.

E, a cada um desses comandos, o ruído obedece com a mais perfeita pontualidade. Certamente, pensa ele, não pode ser nem o jogo da madeira, nem o vento, nem mesmo um gato, por inteligente que se o suponha. Eis um fato, vejamos a quais consequências nos conduzirão os argumentos silogísticos.

Fez, ainda, o seguinte raciocínio:
  “Ouvi um ruído, portanto, alguma coisa o produziu; esse ruído obedece ao meu comando, pois a causa que o produziu me compreende; ora, quem compreende tem inteligência, portanto, a causa desse ruído é inteligente. Se ela é inteligente, não é nem a madeira e nem o vento, é, pois, alguém.”

Em razão disso, vai abrir a porta. Vê-se que não há necessidade de ser doutor para tirar essa conclusão, e nós cremos o nosso aprendiz bacharel bastante aterrado aos seus princípios para tirar a seguinte.

Suponhamos que ele vá abrir a porta e não encontre ninguém, e que o ruído nem por isso continue exatamente do mesmo modo; perseguirá seu raciocínio:
  "Acabo de me provar, sem contestação, que o ruído foi produzido por um ser inteligente, uma vez que responde ao meu pensamento.

Ouço sempre esse ruído diante de mim, e é certo que não sou eu quem bate, portanto, é um outro; ora, esse outro, eu não o vejo: pois é invisível.

Os seres corpóreos, pertencendo à Humanidade, são perfeitamente visíveis; ora, o que bate, sendo invisível, não é um ser corpóreo humano. Ora, uma vez que chamamos Espíritos os seres incorpóreos, este que bate, não sendo um ser corpóreo, é, pois, um Espírito."

Cremos: que as conclusões do nosso estudante, são rigorosamente lógicas; só que aquilo que demos como uma suposição é uma realidade, no que concerne às experiências feitas na casa do senhor B***.

Acrescentaremos que não houve necessidade da imposição de mãos, todos os fenômenos se produziram igualmente bem quando a mesa estava isolada de todo contato.

Assim, segundo o desejo manifestado, os golpes eram batidos na mesa, na parede, na porta, e no lugar designado, verbal ou mentalmente...

Eles indicavam a hora, o número de pessoas presentes; batiam o tambor, a chamada, o ritmo de uma ária conhecida; imitavam o trabalho do tanoeiro, o rangido da serra, o eco, tiros seguidos ou de pelotões, e muitos outros efeitos, muito longos para serem descritos.

Foi-nos dito terem ouvido, em certos círculos, imitar o assovio do vento, o sussurro das folhas, o ribombo do trovão, o marulho das ondas, o que nada tem de mais surpreendente.

A inteligência da causa se torna mais patente quando, no meio desses mesmos golpes, obtém-se respostas categóricas a certas perguntas; ora, é a essa causa inteligente que nós chamamos, ou, para melhor dizer, que chamou a si mesma, Espírito.

Quando esse Espírito quer dar uma comunicação mais longa, indica, por um sinal particular, que quer escrever; então, o médium escrevente toma o lápis e transmite o seu pensamento por escrito.

Entre os assistentes, não falamos daqueles que estavam ao redor da mesa, mas de todas as pessoas que enchiam o salão, havia incrédulos puro sangue, meio crentes e adeptos fervorosos, mistura pouco favorável como se sabe.

Os primeiros, deixá-los à vontade, esperando que a luz se faça para eles. Respeitamos todas as crenças, mesmo a incredulidade que é, também, uma espécie de crença, quando ela se respeita bastante a si mesma para não machucar as opiniões contrárias. Dela não falaríamos, pois, se não devesse nos fornecer uma observação útil.

Seu raciocínio, muito menos prolixo do que o do nosso estudante, geralmente, se resume assim: Eu não creio nos Espíritos, portanto, não devem ser Espíritos.

Uma vez que não são Espíritos, isso deve ser um malabarismo. Essa conclusão os conduz, naturalmente, a supor que a mesa esteja preparada ao modo de Robert Houdin.




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Re: Revista Espírita
« Responder #22 em: 27 de Julho de 2016, 20:02 »
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A isso, a nossa resposta é bem simples:
  “Seria preciso, que todas as mesas e todos os móveis estivessem preparados, uma vez que, entre eles, não há privilegiados; somente não conhecemos mecanismo bastante engenhoso para produzir à vontade todos os efeitos que descrevemos; seria preciso que o senhor B***

Houvesse preparado as paredes e as portas do seu apartamento, o que é pouco provável; em quarto lugar, enfim, seria preciso que se tivesse preparado, do mesmo modo, as mesas, as portas e as paredes de todas as casas onde semelhantes fenômenos se produzem diariamente, o que não é presumível, porque se conheceria o hábil construtor de tantas maravilhas.”

Os meio crentes admitem todos os fenômenos, mas ficam indecisos sobre a causa. Revivamos-los  aos argumentos do nosso futuro bacharel.

Os crentes apresentam três nuanças bem caracterizadas: os que não veem nessas experiências, senão uma diversão, um passatempo, e cuja admiração se traduz por estas palavras, ou suas análogas:
  "É espantoso! é singular! é bem engraçado! mas que não vão além."

Há, em seguida, as pessoas sérias, instruídas, observadoras, às quais não escapa nenhum detalhe, e para as quais as menores coisas são objeto de estudo. Vêm, em seguida, os ultra crentes, se assim podemos nos exprimir, ou, para dizer melhor.
  'Os crentes cegos, aos quais se pode censurar um excesso de credulidade; aos quais a fé, insuficientemente esclarecida, lhes dá uma tal confiança nos Espíritos."

que lhes emprestam todos os conhecimentos e, sobretudo, a presciênda; é, também, com a melhor fé do mundo que pedem notícias de todos os seus negócios, sem pensarem que deles teriam sabido tudo igualmente junto ao primeiro ledor de boa sorte.
  "Para eles, a mesa falante não é um objeto de estudo e de observação, é um oráculo.

Não têm contra ela senão a sua forma trivial e os usos muito vulgares, mas que a madeira, da qual está feita, em lugar de estar configurada para as necessidades domésticas, estivesse de pé, teríeis uma árvore falante ; se estivesse talhada numa estátua, teríeis um ídolo diante do qual os povos crédulos viriam se prosternar.

Agora, transponhamos os mares e vinte e cinco séculos, e transportando-nos ao pé do monte Tomarus, em Epire, aí encontraremos a floresta sagrada, cujos carvalhos representavam oráculos:
  "acrescentai o prestígio do culto e a pompa das cerimônias religiosas, e explicar-vos-eis, facilmente, a veneração de um povo ignorante e crédulo que não podia ver a realidade através de tantos meios de fascinação."

A madeira não é a única substância que pode servir de veículo para a manifestação dos Espíritos batedores. Vimo-las se produzirem numa parede, por consequência, na pedra. Temos, pois, também pedras falantes:
  "Que essas pedras representem um personagem sagrado, teremos a estátua de Memnon, ou a de Júpiter Ammon, representando oráculos como as árvores de Dodone.

A história, é verdade, não nos disse que esses oráculos eram representados por pancadas, como vemos em nossos dias. Era, na floresta de Dodone, pelo assovio do vento através das árvores, pelo sussurro das folhas, pelo murmúrio da fonte que jorra ,ao pé do carvalho consagrado a Júpiter.

A estátua de Memnon, diz-se, produzia sons melodiosos aos primeiros raios do sol. Mas, a história nos disse, também, como tivemos ocasião de demonstrá-lo, que os antigos conheciam perfeitamente os fenômenos atribuídos aos Espíritos batedores.

Ninguém duvide de que não esteja aí o princípio da sua crença na existência de seres animados nas árvores, nas pedras, nas águas, etc.

Mas, desde que esse gênero de manifestações foi explorado, os golpes não bastavam mais; os visitantes eram muito numerosos para que se pudesse dar, a cada um, uma sessão particular; isso teria sido, aliás, coisa muito simples; seria preciso o prestígio e, no momento em que eles enriqueciam o templo com as suas oferendas, seria preciso dar-se lhes pelo seu dinheiro.

O essencial era que o objeto fosse olhado como sagrado e habitado por uma divindade; podia-se, desde então, fazê-lo dizer tudo o que se quisesse sem tomar muitas precauções.

Os sacerdotes de Memnon, diz-se, usavam de fraude; a estátua era oca, e os sons que ela fornecia eram produzidos por algum meio acústico. Isso era possível e mesmo provável.

Os Espíritos, mesmo os simples batedores, que são em geral menos escrupulosos do que os outros, não estão sempre, como dissemos, à disposição do primeiro que chegue; têm sua vontade, suas ocupações, suas suscetibilidades, e nem uns e nem outros gostam de ser explorados pela cupidez.

Que descrédito, para os sacerdotes, se não tivessem podido fazer falar oportunamente seu ídolo! Seria preciso suprir o seu silêncio, e, se fosse necessário, dar um golpe de mão; aliás, seria bem mais cômodo do que se dar tanto trabalho, e se poderia formular as respostas segundo as circunstâncias.

O que vemos em nossos dias, não prova menos que as crenças antigas tinham, por princípio, o conhecimento das manifestações espíritas, e foi com razão que dissemos que o Espiritismo moderno é o despertar da antiguidade, mas da antiguidade esclarecida pelas luzes da civilização e da realidade.





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Re: Revista Espírita
« Responder #23 em: 13 de Agosto de 2016, 05:06 »
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A Avareza

Tu, que possuis, escuta-me. Certo dia, dois filhos de um mesmo pai receberam, cada um, o seu alqueire de trigo.

O mais velho guardou o seu num lugar oculto; o outro encontrou no caminho um pobre a pedir esmolas; dirigindo-se a ele, despejou no seu manto metade do trigo que lhe coubera; depois, seguiu caminho e foi semear o resto no campo paterno.

Ora, por esse tempo veio uma grande fome, as aves do céu morriam à beira dos caminhos. O irmão mais velho correu ao seu esconderijo, ali não encontrando senão poeira. O caçula, tristemente, ia contemplar o trigo que havia secado no pé, quando depara com o pobre que havia assistido.

E, disse-lhe o mendigo:
  "Irmão eu ia morrer e tu me socorreste; agora que a esperança secou em teu coração, segue-me. Teu meio alqueire quintuplicou em minhas mãos; aplacarei tua fome e viverás em abundância."

Escuta-me, avaro! Conheces a felicidade?
  "Sim, não é?"

Teus olhos brilham com um sombrio esplendor, nas órbitas que a avareza cavou mais profundamente; teus lábios se cerram; tuas narinas estremecem e teus ouvidos se apuram.

Sim, ouço:
  "É o tilintar do ouro que tua mão acaricia, ao se derramar no teu esconderijo."

Dizes:
  "É a suprema volúpia."

Silêncio:  Vem gente! Fecha depressa! Oh! como estás pálido! todo o teu corpo estremece. Tranqüiliza-te; os passos se afastam. Abre: olha, ainda teu ouro.

Abre:
  "Não tremas mais; estás sozinho."

Ouves? não é nada:
  "É o vento que geme a passar pelas frestas."

▬  Olha; quanto ouro! mergulha as mãos:

Faze soar o metal;
  "Tu és feliz."

Feliz, tu!
  "Mas a noite não te dá repouso e teu sono é atormentado por fantasmas."

Tens frio!
  "A proxima-te da lareira; aquece-te junto a esse fogo que crepita tão alegremente."

Cai a neve:
  "O viajor friorento envolve-se em seu manto e o pobre tirita sob seus andrajos."

A chama da lareira diminui; atira mais lenha. Não; pára! É o teu ouro que consomes com essa madeira; é o teu ouro que queima.

Tens fome!
  "Olha, toma; sacia-te; tudo isso é teu, pagaste com o teu ouro."

Com o teu ouro! esta abundância te revolta; esse supérfluo é necessário para sustentar a vida?
  "Não, esse pedaço de pão será bastante; ainda é muito.
Tuas roupas caem em frangalhos."

▬  Tua casa se fende e ameaça ruir:

●  Sofres frio e fome,
●  Mas, que importa! tens ouro!
●  Infeliz! a morte vai separar-te do ouro.

Deixá-lo-á à beira do túmulo, como a poeira que o viajor sacode à soleira da porta, onde a família bem-amada o espera para festejar o seu regresso.

Teu sangue congelou-se em tuas veias, enfraquecido e envelhecido por tua voluntária miséria. Ávidos, os herdeiros atiram teu corpo num canto qualquer do cemitério; eis-te face a face com a eternidade.

Miserável!
  "Que fizeste do ouro que te foi confiado para aliviar o pobre?

Ouves estas blasfêmias, vês estas lágrimas, este sangue?
  "São as blasfêmias do sofrimento que terias podido acalmar; as lágrimas que fizeste correr; o sangue que derramaste."

▬  Tens horror de ti; desejarias fugir e não podes:

●  Tu sofres, condenado!
●  Te contorces em teu sofrimento!
●  Sofre! mas nada de piedade para ti.

Não usaste de misericórdia para com o teu irmão infeliz; quem a teria por ti? sofre! sofre! teu suplício não terá fim. Para te punir, quer Deus que assim o CREIAS.

Observação – Escutando o fim dessas eloquentes e poéticas palavras, estávamos surpreendidos por ouvir São Luís falar da eternidade dos sofrimentos...

Enquanto todos os Espíritos superiores são concordes em combater tal crença, quando estas últimas palavras:
  "Para te punir, quer Deus que assim o CREIAS, vieram tudo explicar."

Nós as reproduzimos nos caracteres gerais dos Espíritos da terceira ordem. De fato, quanto mais imperfeitos os Espíritos, mais restritas e circunscritas são suas idéias; para eles o futuro está vago; não o compreendem.

Sofrem; seus sofrimentos são longos e, para quem sofre por muito tempo, é sofrer sempre. Por si mesmo, esse pensamento já é um castigo.

Dissertação moral ditada por São Luís à senhorita Ermance dufaux.

No próximo artigo citaremos fatos de manifestações que poderão esclarecer-nos sobre a natureza dos sofrimentos de além-túmulo.





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Re: Revista Espírita
« Responder #24 em: 21 de Agosto de 2016, 04:07 »
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Conversas de Além-Túmulo
Senhorita Clary D... – Evocação

Nota: A senhorita Clary D..., interessante mocinha, morta em 1850, aos 13 anos de idade, desde então ficou como o gênio da família, onde é evocada com frequência e à qual deu um grande número de comunicações do mais alto interesse.

A conversa que relataremos a seguir ocorreu entre nós no dia 12 de janeiro de 1857, por intermédio de seu irmão, médium.

1. Tendes uma lembrança precisa de vossa existência corporal?
Resp. – O Espírito vê o presente, o passado e um pouco do futuro, conforme sua perfeição e sua proximidade de Deus.

2. Essa condição de perfeição é relativa apenas ao futuro, ou se refere igualmente ao presente e ao passado?
Resp. – O Espírito vê o futuro mais claramente à medida que se aproxima de Deus. Depois da morte a alma vê e abarca de relance todas as suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe prepara; para isso, é preciso que esteja inteiramente em Deus, desde muitas existências.

3. Sabeis em que época reencarnareis?
Resp. – Em 10 ou 100 anos.

4. Será na Terra ou em outro mundo?
Resp. – Num outro.

5. Em relação à Terra, o mundo para onde ireis terá condições melhores, iguais ou inferiores?
Resp. – Muito melhores que as da Terra; lá se é feliz.

6. Visto que estais aqui entre nós, ocupais um lugar determinado; qual é?
Resp. – Estou com aparência etérea; posso dizer que meu Espírito, propriamente dito, estende-se muito mais longe; vejo muitas coisas e me transporto para bem longe daqui com a rapidez do pensamento; minha aparência está à direita de meu irmão e guia-lhe o braço.

7. O corpo etéreo de que estais revestida vos permite experimentar sensações físicas, como o calor e o frio, por exemplo?
Resp. – Quando me lembro muito de meu corpo, sinto uma espécie de impressão, como quando se tira um manto e se fica com a sensação de ainda estar com ele por algum tempo.

8. Acabais de dizer que podeis transportar-vos com a rapidez do pensamento; o pensamento não é a própria alma que se desprende de seu envoltório?
Resp. – Sim.

9. Quando vosso pensamento se transporta para algum lugar, como se dá a separação de vossa alma?
Resp. – A aparência se desvanece; o pensamento segue sozinho.

10. É, pois, uma faculdade que se destaca; onde fica o ser restante?
Resp. – A forma não é o ser.

11. Mas, como age esse pensamento? Não agirá sempre por intermédio da matéria?
Resp. – Não.

12. Quando vossa faculdade de pensar se destaca, não agis, então, por intermédio da matéria?
Resp. – A sombra se dissipa; reproduz-se onde o pensamento a guia.

13. Visto que só tínheis 13 anos quando morrestes, como se explica que podeis nos dar, sobre perguntas tão abstratas, respostas que estão fora do alcance de uma criança de vossa idade?
Resp. – Minha alma é tão antiga!

14. Podeis citar-nos, entre vossas existências anteriores, uma das que mais elevaram os vossos conhecimentos?
Resp. – Estive no corpo de um homem, que tornei virtuoso; após sua morte estive no corpo de uma menina cujo semblante retratava a própria alma; Deus me recompensa.
 
15. A nós poderia ser concedido vos ver aqui, tal qual estais atualmente?
Resp. – A vós poderia.

16. Como o poderíamos? Depende de nós, de vós ou de pessoas mais íntimas?
Resp. – De vós.

17. Que condições deveríamos satisfazer para isso?
Resp. – Recolher-vos algum tempo, com fé e fervor; serdes menos numerosos, isolar-vos um.





« Última modificação: 21 de Agosto de 2016, 04:11 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #25 em: 05 de Setembro de 2016, 02:53 »
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Sr. Home

Os fenômenos realizados pelo Sr. Home produziram tanta sensação como vieram confirmar os maravilhosos relatos chegados de além-mar, a cuja veracidade se ligava uma certa desconfiança.

Mostrou-nos ele que, deixando de lado a mais larga margem possível devido ao exagero, ainda ficava bastante para atestar a realidade de fatos que se cumpriam fora de todas as leis conhecidas.

Tem-se falado do Sr. Home, e de várias maneiras; confessamos que seria exigir demais que todo o mundo lhe fosse simpático, uns por espírito de sistema, outros por ignorância.

Queremos até admitir, nestes últimos, uma opinião conscienciosa, visto que por si mesmos não puderam constatar os fatos; mas se, em tal caso, é permitida a dúvida, uma hostilidade sistemática e apaixonada é sempre inconveniente.

Em toda relação de causa, julgar o que não se conhece é falta de lógica, e difamar sem provas é esquecer as conveniências.

Por um instante, façamos abstração da intervenção dos Espíritos e não vejamos, nos fatos relatados, senão simples fenômenos físicos; quanto mais estranhos forem, mais atenção merecem. Explicai-os como quiserdes, mas não os contesteis a priori, se não quiserdes que ponham em dúvida o vosso julgamento.

O que deve espantar, o que nos parece ainda mais anormal que os próprios fenômenos em questão, é ver esses mesmos que deblateram, sem cessar, contra a oposição de certos núcleos acadêmicos, em relação às ideias novas que continuamente lhes são lançadas na face e isso em termos pouco comedidos.

Os dissabores experimentados pelos autores das mais importantes descobertas, como Fulton, Jenner e Galileu, que citam a todo momento, eles mesmos caírem em erro semelhante, logo eles que dizem, e com razão, que até poucos anos atrás teria passado por insensato quem houvesse falado em corresponder-se de um extremo a outro da Terra em alguns segundos.

Se acreditam no progresso, do qual se dizem apóstolos, que sejam, pois, coerentes consigo mesmos e não atraiam para si a censura que dirigem aos outros, negando o que não compreendem.

Voltemos ao Sr. Home. Chegado a Paris no mês de outubro de 1855, achou-se, desde o início, lançado no mundo mais elevado, circunstância que deveria ter imposto mais circunspeção no julgamento que lhe fazem, porque, quanto mais elevado e esclarecido é esse mundo, menor é a suspeita de se deixar benevolamente enganar por um aventureiro.

Essa mesma posição suscitou comentários. Pergunta-se quem é o Sr. Home. Para viver neste mundo, para fazer viagens dispendiosas, diz-se, é necessário ter fortuna. Se não a tem, deve ser sustentado por pessoa poderosa.

Sobre esse tema levantou-se um sem-número de suposições, cada qual mais ridícula. O que não se disse de sua irmã, que ele foi buscar há cerca de um ano! Comentava-se que era um médium mais poderoso que ele; que ambos deviam realizar prodígios de fazer empalidecer o povo de Moisés.

▬  Várias vezes nos dirigiram perguntas a esse respeito, eis a nossa resposta:

Vindo à França, o Sr. Home não se dirigiu ao público; ele não gosta e nem procura a publicidade. Se tivesse vindo com propósitos especulativos, teria corrido o país, lançando mão da propaganda em seu auxílio; teria procurado todas as ocasiões de se promover, enquanto as evita; teria estabelecido um preço às suas manifestações, contudo, nada pede a ninguém.

Malgrado a sua reputação, o Sr. Home não é, pois, de forma alguma, o que se pode chamar de um homem do mundo; sua vida privada pertence-lhe exclusivamente. Desde que nada pede, ninguém tem o direito de indagar como vive, sem cometer uma indiscrição.

▬  É mantido por pessoas poderosas?

Isso não nos diz respeito; tudo quanto podemos dizer é que, nesta sociedade de escol ele conquistou amizades reais e fez amigos devotados, ao passo que, com um prestidigitador, a gente paga, diverte-se e ponto final. Não vemos, pois, no Sr. Home, mais que uma coisa: um homem dotado de uma faculdade notável.

O estudo dessa faculdade é tudo quanto nos interessa e tudo quanto deve interessar a quem quer que não seja movido apenas pela curiosidade. Sobre ele a História ainda não abriu o livro de seus segredos; até lá ele pertence à Ciência.

▬  Quanto à sua irmã, eis a verdade:

É uma menina de onze anos, que ele trouxe a Paris para sua educação, de que está encarregada ilustre pessoa. Sabe apenas em que consiste a faculdade do irmão. É bem simples, como se vê, bem prosaico para os amantes do maravilhoso.

▬  Agora, por que o Sr. Home teria vindo à França?

Certamente não foi para procurar fortuna, como acabamos de provar. Para conhecer o país? Mas ele não o percorre; pouco sai e não tem absolutamente hábitos de turista. O motivo patente é o conselho dos médicos, que acreditam ser o ar da Europa necessário à sua saúde, mas os fatos mais naturais são por vezes providenciais.

Pensamos, pois, que, se veio aqui é porque deveria vir. A França, ainda em dúvida no que diz respeito às manifestações espíritas, necessitava que lhe fosse aplicado um grande golpe; foi o Sr. Home que recebeu essa missão e, quanto mais alto foi o golpe, maior a sua repercussão.

A posição, o crédito, as luzes dos que o acolheram e que foram convencidos pela evidência dos fatos, abalaram as convicções de uma multidão de pessoas, mesmo entre aquelas que não puderam ser testemunhas oculares.

A presença do Sr. Home terá sido, portanto, um poderoso auxiliar para a propagação das ideias espíritas; se não convenceu a todos, lançou sementes que frutificarão tanto mais quanto mais se multiplicarem os próprios médiuns.

Como dissemos alhures, essa faculdade não constitui um privilégio exclusivo; existe em estado latente e em diversos graus entre muita gente, não aguardando senão uma ocasião para desenvolver-se; o princípio está em nós, por efeito mesmo da nossa organização.

▬  O princípio também está na Natureza; dele todos temos o germe, não estando longe o dia em que veremos os médiuns surgirem em todos os pontos:

●  Em nosso meio,
●  Em nossas famílias,
●  Entre os pobres como entre os ricos...

A fim de que a verdade seja de todos conhecida, pois, segundo nos anunciaram, trata-se de uma nova era, de uma nova fase que começa para a Humanidade. A evidência e a vulgarização dos fenômenos espíritas imprimirão novo curso às ideias morais, como o fez o vapor em relação à indústria.




« Última modificação: 05 de Setembro de 2016, 18:52 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #26 em: 05 de Setembro de 2016, 02:55 »
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Se a vida privada do Sr. Home deve estar fechada às investigações de uma indiscreta curiosidade, há certos detalhes que podem, com toda razão, interessar ao público, e que são de utilidade para a apreciação dos fatos.

O Sr. Daniel Dunglas Home nasceu perto de Edimburgo no dia 15 de março de 1833. Tem, pois, hoje 24 anos. Descende de antiga e nobre família dos Dunglas da Escócia, outrora soberana.

É um rapaz de estatura mediana, louro, cuja fisionomia melancólica nada tem de excêntrica; é de compleição muito delicada, de maneiras simples e suaves, de caráter afável e benevolente, sobre o qual o contato com os poderosos não lançou arrogância nem ostentação.

Dotado de excessiva modéstia, jamais faz alarde de sua maravilhosa faculdade, nunca fala de si mesmo e se, numa expansão de intimidade, conta coisas pessoais, é com simplicidade que o faz e jamais com a ênfase própria das pessoas com as quais a malevolência procura compará-lo.

Diversos fatos íntimos, de nosso conhecimento pessoal, provam seus sentimentos nobres e uma grande elevação de alma; nós o constatamos com tanto maior prazer quanto se conhece a influência das disposições morais sobre a natureza das manifestações.

Os fenômenos dos quais o Sr. Home é instrumento involuntário por vezes têm sido contados por amigos muito zelosos com um entusiasmo exagerado, do qual se apoderou a malevolência. Tais como são, não necessitam de amplificação, mais nociva do que útil à causa.

Sendo nosso fim o estudo sério de tudo quanto se liga à ciência espírita, fechar-nos-emos na estrita realidade dos fatos por nós mesmos constatados ou por testemunhas oculares mais dignas de fé. Podemos, assim, comentá-los com a certeza de não estar raciocinando sobre coisas fantásticas.

O Sr. Home é um médium do gênero dos que produzem manifestações ostensivas, sem, por isso, excluir as comunicações inteligentes; contudo, as suas predisposições naturais lhe dão para as primeiras uma aptidão mais especial.

Sob sua influência, ouvem-se os mais estranhos: ruídos, o ar se agita, os corpos sólidos se movem, levantam-se, transportam-se de um lugar a outro no espaço, instrumentos de música produzem sons melodiosos, seres do mundo extracorpóreo aparecem, falam, escrevem e, frequentemente, vos abraçam até causar dor.

Na presença de testemunhas oculares, muitas vezes ele mesmo se viu elevado no ar, sem qualquer apoio e a vários metros de altura.

Do que nos foi ensinado sobre a classe de Espíritos que em geral produzem esses tipos de manifestações, não se deve concluir que o Sr. Home esteja em contato somente com a classe ínfima do mundo espírita.

Seu caráter, bem como as qualidades morais que o distinguem, devem, ao contrário, granjear-lhe a simpatia dos Espíritos superiores; para estes últimos, ele não passa de um instrumento destinado a abrir os olhos dos cegos de maneira enérgica, sem que, para isso, seja privado das comunicações de ordem mais elevada.




« Última modificação: 05 de Setembro de 2016, 18:55 by Marianna »
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Re: Revista Espírita
« Responder #27 em: 05 de Setembro de 2016, 18:56 »
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É uma missão que aceitou, missão que não está isenta de tribulações, nem de perigos, mas que cumpre com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito de sua mãe, seu verdadeiro anjo-da-guarda.

A causa das manifestações do Sr. Home lhe é inata; sua alma, que parece prender-se ao corpo somente por fracos liames, tem mais afinidade com o mundo dos Espíritos que com o mundo corpóreo; eis por que se desprende sem esforços, entrando mais facilmente que os outros em comunicação com os seres invisíveis.

Essa faculdade se lhe revelou desde a mais tenra infância. Com a idade de seis meses, seu berço se balançava sozinho, na ausência da ama de leite, e mudava de lugar.

Em seus primeiros anos ele era tão débil que mal podia se sustentar; sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar deslocavam-se por si mesmos e vinham pôr-se ao alcance de suas mãos. Aos três anos teve suas primeiras visões, não lhes conservando, porém, a lembrança.

Tinha nove anos quando sua família fixou-se nos Estados Unidos; ali, os mesmos fenômenos continuaram com intensidade crescente, à medida que avançava em idade, embora sua reputação como médium não se tenha estabelecido senão em 1850, época em que as manifestações espíritas começaram a popularizar-se naquele país.

Em 1854 veio à Itália, como dissemos, por motivos de saúde; surpreendeu Florença e Roma com verdadeiros prodígios. Convertido à fé católica nesta última cidade, viu-se obrigado a romper relações com o mundo dos Espíritos.

Com efeito, durante um ano, seu poder oculto pareceu havê-lo abandonado; mas, como esse poder está acima de sua vontade, findo esse tempo, conforme lhe anunciara o Espírito de sua mãe, as manifestações reapareceram com nova energia.

Sua missão estava traçada; deveria distinguir-se entre aqueles que a Providência escolheu para revelar-nos, por meio de sinais patentes, o poder que domina todas as grandezas humanas.

Se o Sr. Home, como o pretendem certas pessoas que julgam sem haver visto, fosse apenas um hábil prestidigitador, sem dúvida teria sempre à sua disposição, em sua sacola, algumas peças com que pudesse simular suas mágicas, ao passo que não é senhor de produzi-las à vontade.

Ser-lhe-ia impossível dar sessões regulares, pois muitas vezes, justamente no momento em que tivesse necessidade de sua faculdade, esta lhe faltaria.

Algumas vezes os fenômenos se manifestam espontaneamente, no momento em que menos se espera, enquanto que, em outras, é incapaz de os provocar, circunstância pouco favorável a quem quisesse fazer exibições em horas certas.

▬  O fato seguinte, tomado entre mil, é disso uma prova.

Desde mais de quinze dias o Sr. Home não havia obtido nenhuma manifestação, quando, almoçando em casa de um de seus amigos, com mais duas ou três pessoas de seu conhecimento, de repente ouviram-se golpes nas paredes, nos móveis e no teto.

Parece que voltam, disse ele. Nesse momento o Sr. Home estava sentado num canapé com um amigo. Um doméstico trouxe a bandeja de chá e preparava-se para colocá-la sobre a mesa, situada no meio do salão; embora bastante pesada, a mesa se elevou subitamente, destacando-se do solo a uma altura de 20 a 30 centímetros, como se fora atraída pela bandeja.

Apavorado, o criado deixou-a escapar e a mesa, de um pulo, lançou-se em direção ao canapé, vindo cair diante do Sr. Home e de seu amigo, sem que nada do que estava em cima se tivesse desarrumado.

Esse fato não é, absolutamente, o mais curioso dentre aqueles que temos para relatar, mas apresenta essa particularidade digna de nota:

A de ter-se produzido espontaneamente, sem provocação, em um círculo íntimo, do qual nenhum dos assistentes, cem vezes testemunhas de fatos semelhantes, necessitava de novas provas; e, seguramente, não era o caso para o Sr. Home exibir suas habilidades, se habilidades existem.

▬  No próximo artigo citaremos outras manifestações.





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Re: Revista Espírita
« Responder #28 em: 18 de Outubro de 2016, 22:27 »
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Manifestações dos Espíritos

Resposta ao Sr. Viennet, por Paul Auguez 14.

O Sr. Paul Auguez é um adepto sincero e esclarecido da Doutrina Espírita; sua obra, que lemos com grande interesse, e na qual se reconhece a pena elegante do autor de Élus de l’avenir 15, é uma demonstração lógica e sábia dos pontos fundamentais dessa Doutrina, isto é, da existência dos Espíritos, de suas relações com os homens e, por consequência, da imortalidade da alma e de sua individualidade após a morte.

Sendo o seu objetivo principal responder às agressões sarcásticas do Sr. Viennet, só aborda os pontos capitais, limitando-se a provar com os fatos, com o raciocínio e com as autoridades mais respeitáveis que essa crença não está fundada sobre ideias sistemáticas ou preconceitos vulgares, mas, sim, que repousa sobre bases sólidas.

A arma do Sr. Viennet é o ridículo; a do Sr. Auguez é a Ciência. Por meio de numerosas citações, que atestam um estudo sério e uma profunda erudição, ele prova que se os adeptos de hoje, conquanto seu número cresça sem cessar, bem como as pessoas esclarecidas de todos os países que a eles se ligam, fossem, como o pretende ilustre acadêmico, cérebros desequilibrados, essa enfermidade lhes seria comum, como o seria aos maiores gênios que honram a Humanidade.

Nas suas refutações, o Sr. Auguez soube sempre conservar a dignidade de linguagem, mérito que nunca será suficientemente louvado; aí não se encontram essas diatribes despropositadas, tornadas lugares-comuns de mau gosto e que nada provam, a não ser a falta de urbanidade.

Tudo o que disse é grave, sério, profundo, à altura do sábio a quem se dirige. Tê-lo-á convencido? Nós o ignoramos; duvidamos mesmo, para falar francamente; mas como, em definitivo, seu livro é feito para todo o mundo, as sementes que lança não serão todas perdidas.

Por mais de uma vez teremos ocasião de citar algumas passagens de seu livro no curso desta publicação, à medida que a isso formos levados pela natureza do assunto. Sendo a teoria desenvolvida pelo Sr. Auguez, exceto, talvez, em alguns pontos secundários, a que nós mesmos professamos, não faremos a respeito nenhuma crítica de sua obra, que se notabilizará e será lida com proveito.

Não desejaríamos senão uma coisa:
Um pouco mais de clareza nas demonstrações e de método na ordenação das matérias.

O Sr. Auguez tratou a questão como sábio, porque se dirigia a um sábio, certamente capaz de compreender as coisas mais abstratas; entretanto, deveria ter pensado que escrevia menos para um homem do que para o público, que sempre lê com mais prazer e proveito o que compreende sem esforço.

Pelo Sr. Paul Auguez.




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Re: Revista Espírita
« Responder #29 em: 18 de Outubro de 2016, 22:34 »
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Aos Leitores da Revista Espírita

Vários de nossos leitores quiseram responder ao apelo que fizemos em nosso primeiro número, com respeito às informações a nos serem fornecidas.

Um grande número de fatos nos foi assinalado, entre os quais alguns muito importantes, pelo que somos infinitamente reconhecidos; não o somos menos pelas reflexões que às vezes os acompanham.

Mesmo quando revelam um conhecimento incompleto da matéria, proporcionarão esclarecimentos sobre os pontos que não tiverem sido bem compreendidos.

Se não fazemos uma menção imediata dos documentos que nos são fornecidos, nem por isso nos passam despercebidos; deles sempre tomamos boa nota, para serem aproveitados cedo ou tarde.

A falta de espaço não é a única causa que pode retardar a publicação, mas ainda a oportunidade das circunstâncias e a necessidade de os relacionar aos artigos dos quais podem ser complementos úteis.

A multiplicidade de nossas ocupações, junto à extensa correspondência, deixa-nos por vezes na impossibilidade material de responder, como gostaríamos e como deveríamos, às pessoas que nos dão a honra de nos escrever.

Rogamos encarecidamente não interpretarem de maneira desfavorável um silêncio que
independe de nossa vontade.

Esperamos que sua boa vontade não se arrefeça e que não queiram interromper suas interessantes comunicações; a esse respeito, chamamos novamente sua atenção para a nota que inserimos no fim da introdução de nosso primeiro número, a propósito das informações que por obséquio solicitamos, rogando, além disso, não deixarem de nos dizer quando poderemos, sem cometer inconveniência, fazer menção dos lugares e das pessoas.

As observações acima se aplicam, igualmente, às questões que nos são dirigidas sobre diversos pontos da Doutrina.

Quando necessitarem de um desenvolvimento de maior extensão, tanto menos possível nos é responder por escrito, quando muitas vezes a mesma coisa deve ser repetida a um grande número de pessoas.

Destinando-se nossa revista a servir de meio de correspondência, nela tais respostas naturalmente encontrarão lugar à medida que os assuntos tratados nos oferecerem oportunidade, e isso com tanto mais vantagem quanto mais completas e proveitosas forem as explicações.

Allan Kardec.





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