O homem... Corpo, alma e perisp�rito

VIVA JESUS!

Boa-tarde! queridos irm�os.

Corpo, santu�rio do Esp�rito

�Mens sana in corpore sano�, diz a express�o latina que o poeta romano Juvenal usou num dos seus poemas. Apesar de t�o antiga, esta express�o adequa-se completamente ao que se entende por sa�de, nos dias de hoje.

Segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), trata-se de um estado de completo bem-estar f�sico, mental e social, e n�o apenas a aus�ncia de doen�as. Embora, de certa forma contest�vel esta defini��o, porque pressup�e um estado de perfei��o que, sabemos bem, n�o se adequa ao estado evolutivo da humanidade atual, o que importa, para esta nossa reflex�o, � real�ar a import�ncia ineg�vel da rela��o entre corpo/mente/ser social, para a harmonia e o equil�brio do Ser.

Do ponto de vista apresentado pela Doutrino dos Esp�ritos, e muito bem desenvolvida por Allan Kardec na Codifica��o, este conceito de sa�de/equil�brio � de suprema import�ncia, quer para a vida f�sica, quer em termos de continuidade na vida al�m-t�mulo.

Sen�o, vejamos. Em cada reencarna��o, tra�amos para n�s mesmos, com a ajuda dos Benfeitores Espirituais, planos bem delineados, com um conjunto de tarefas a cumprir, sejam elas provas, expia��es, li��es a aprendizagens, quer morais, quer sociais, quer intelectuais. Cada exist�ncia f�sica � uma oportunidade valios�ssima que a Miseric�rdia Divina nos concede, pois objetiva uma subida na escalada evolutiva, j� de si longa, em que n�o nos interessa estacionar, sob pena de permanecermos indefinidamente como retardat�rios, situa��o que sempre acarreta maior dose de sofrimento. Cada oportunidade de regresso � vida material visa ao combate a v�cios e defeitos bem concretos que ainda possu�mos e que, mais uma vez, temos a chance de afastar da nossa personalidade, aprendendo mais um pouco e preparando-nos para seguir adiante mais libertos do que nos pesa na consci�ncia.

Somos caminheiros milenares e j� perdemos muito tempo em reencarna��es que n�o soubemos aproveitar devidamente. Em muitas delas, debilit�mos o nosso corpo; noutras, at�, partimos antes da hora prevista, qual cavaleiro que desistiu do combate ou simplesmente n�o se conseguiu precaver contra o inimigo e se entregou desregradamente � luta. Em todos esses casos, o regresso � P�tria Espiritual acabou por se dar em circunst�ncia de grande debilidade espiritual. N�o sa�mos vencedores, mas sim vencidos por um inimigo que somos n�s e apenas n�s, com todos os defeitos e v�cios e erros a que permanecemos acorrentados.

O nosso corpo f�sico, em cada uma dessas reencarna��es foi projetado ao pormenor, de modo a que cumprisse na perfei��o tudo aquilo a que voluntariamente nos propusemos. Se era um corpo �perfeito� ou detentor de alguma poss�vel �defici�ncia�, �belo� ou �feio� etc., sempre teve como molde o corpo espiritual que leva e traz em si impressas todas as marcas da forma como a nossa personalidade se apresenta. Os genes dos nossos progenitores foram escolhidos escrupulosamente, por forma a imprimir ao corpo f�sico as carater�sticas que lhe eram necess�rias. Jamais poderemos culpar a pobre habita��o do insucesso do mau inquilino.

O corpo � a vestimenta, a habita��o do Esp�rito, n�s somos o Ser, o habitante que dele se serve bem ou mal. Podemos ler na ep�stola de Paulo aos Cor�ntios o seguinte �Ou n�o sabeis que o nosso corpo � o templo do Esp�rito Santo, que habita em v�s, proveniente de Deus, e que n�o sois de v�s mesmos? Porque fostes comprados por bom pre�o; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso esp�rito, os quais pertencem a Deus� � Cor�ntios, 6:19-20. Devemos entender o �Esp�rito Santo�, das vers�es modernas da B�blia, como o �Esp�rito� das vers�es originais.

Paulo foi bem claro: o corpo � a habita��o do Esp�rito, devemos glorificar (agradecer, bendizer) a Deus, n�o s� em esp�rito, mas tamb�m no corpo. A Deus pertencem ambos. Mas como poderemos glorificar a Deus no corpo? Nisto reside um grave engano, incutido pelas religi�es ritualistas de que temos feito parte pelos s�culos afora. Ach�mos, durante muito tempo, que a Deus agradariam sacrif�cios corporais, ideia esta que nos vem dos remotos tempos da adora��o aos deuses do polite�smo, que se considerava que assim o exigiam. Nessa ideia, usamos mal o corpo, oferecemo-lo em sacrif�cio a um Deus que de nada necessita porque tudo Lhe pertence, infligimos dores, doen�as, mart�rios, atrocidades de toda a esp�cie, a essa vestimenta f�sica, como se fosse ela a culpada da pequenez evolutiva que nos impele ao mal, ao ego�smo, ao orgulho. Atorment�mos o corpo, pensando elevar o esp�rito, em vez de o tomarmos como aliado dos nossos objetivos. Tudo isto pensando homenagear um Deus de Amor, de Miseric�rdia, que apenas quer a nossa felicidade e para isso nos criou.

Falamos destas atitudes como pertencendo ao passado, mas, sem querer ferir seja quem for nas suas cren�as, apenas ajudar a refletir na conveni�ncia dos nossos h�bitos, somos for�ados a reconhecer que n�o estamos muito longe da ado��o de ritos que ainda t�m como base a flagela��o do corpo. Eles permanecem em algumas religi�es tradicionais. Se, por um lado, os condutores espirituais das religi�es em geral j� n�o aconselham a sua pr�tica, tamb�m � verdade que nada fazem pelo esclarecimento das almas que os procuram. E que lugares e santu�rios pr�prios para o efeito continuam a ser aproveitados e frequentados por tantos e tantos que, ao faz�-lo, continuam a achar que est�o cumprido o seu dever religioso.

O que deseja Deus, afinal, de n�s, em termos de sacrif�cio? Sim, porque, dizem os adeptos desses rituais, o c�u n�o se conquista sem sacrif�cios. Sem d�vida. E os sacrif�cios que nos s�o pedidos s�o bem mais dif�ceis do que isso. � o sacrif�cio de lutarmos para p�r de lado as imperfei��es que fazem de n�s seres atrasados do ponto de vista espiritual. O sacrif�cio do ego�smo, do orgulho, da gan�ncia, da pregui�a, da maledic�ncia, e tantos outros defeitos humanos de que n�o nos libertamos ainda. S�o esses os verdadeiros sacrif�cios. E para o conseguir, precisamos dessa b�n��o que � o corpo, sem o qual n�o podemos operar na vida f�sica.

Reflitamos ainda na quest�o sob outro aspecto: o suic�dio, seja ele consciente ou inconsciente. Como diz Paulo, o corpo n�o nos pertence, � de Deus. A Ele teremos de dar contas, assim como perante a nossa consci�ncia culpada, se abandonarmos a vida f�sica antes do que estava programado. (Reforcemos a ideia de que essa programa��o foi feita por n�s, ou pelo menos, com o nosso conhecimento e aquiesc�ncia.)

Se partirmos pelo suic�dio por desistirmos das lutas e destruirmos o corpo volunt�ria e conscientemente, tendo isso como ato de coragem (ignor�ncia), grave ser� o d�bito que decorrer� dessa m� decis�o. A vida � eterna, somos Seres imortais, nada pode, realmente, destru�-la, apenas destru�mos a vestimenta. Tomaremos outra, oportunamente, para retomar o trabalho de que desistimos. O suic�dio, nessas circunst�ncias, �, pois, um ato perfeitamente in�til, que s� agrava a situa��o que o provocou.

Se partirmos antecipadamente por termos contribu�do para a degenera��o do corpo, contraindo doen�as decorrentes de comportamentos desregrados, tratar-se-� de um suic�dio inconsciente, mas igualmente gravoso e com consequ�ncias danosas no outro lado da vida.

Resumindo, n�o devemos de modo nenhum fazer do corpo um santu�rio de todos os prazeres, descurando a vida do Esp�rito. A ideia n�o � viver em fun��o do corpo. � usar o corpo como esse santu�rio que permite ao Esp�rito (que somos n�s) todo o g�nero de viv�ncias e aprendizagens enriquecedoras que contribuir�o para sairmos de cada exist�ncia f�sica mais fortalecidos no bem, detentores de maior dose de conhecimento, mais moralizados, mais aptos a viver a nossa espiritualidade em toda a plenitude. Da harmonia que conquistarmos hoje depende em muito as boas oportunidades de crescimento futuro, quer no Plano Espiritual, quer nas pr�ximas reencarna��es. Corpo e Esp�rito em sintonia, auxiliando-se mutuamente no grandioso trabalho de aperfei�oamento, contribuindo para o equil�brio da Vida. � isso que Deus quer de n�s.

Bibliografia:

O Livro dos Esp�ritos: 68 a 70, 136, 348 a 350, 367 a 385, 730.

O Evangelho segundo o Espiritismo: Cap. 5, item 26. Cap. 17, item 11.

O C�u e o Inferno: Cap. 7, item 1.

Maria de Lurdes Duarte

PAZ, MUITA PAZ!

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dOM JORGE

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