T�pico: Preconceito (Lida 1422 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 08 de Novembro de 2018, 07:11 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Preconceito

Este tema foi abordado tamb�m em uma de minhas �ltimas palestras, porque se faz necess�ria a considera��o reiterada do assunto, em raz�o dos disparates verificados nos acontecimentos atuais. S�o desdobramentos inquestion�veis do preju�zo s�rio enraizado na falta da tomada definitiva de consci�ncia para com as realidades espirituais maiores, que nos aguardam a todos, a qualquer tempo. E uma das consequ�ncias mais lastim�veis deste quadro se verifica na tend�ncia, ainda comum em muitos, de se posicionarem como se de fato, antes, e depois desta vida corp�rea, nada mais houvesse, nada mais repercutisse. Como se a continuidade da nossa exist�ncia, ao longo das jornadas materiais evolutivas, n�o existisse, sem obedecer a um fio cont�nuo de efeitos, enraizados em causas que repousam, sobretudo, nas escolhas individuais, das menores �s maiores!

Reencarna��o, efetivamente, trata-se de fato natural, caro leitor e leitora. De lei universal, cuja din�mica atinge cada ser em curso pela Terra, do mesmo modo como nos afeta cada nascer e cada p�r do sol. E, disso, cada qual obter� a devida constata��o, mais uma, e ainda noutra vez, ao t�rmino das estadias transit�rias num corpo material - � revelia de cren�as, descren�as, e de ignor�ncia volunt�ria, ou n�o, do assunto.

Costumamos dizer que de nada adianta algu�m destitu�do do sentido da vis�o se p�r a negar a exist�ncia da luz do sol somente porque, temporariamente, sob os efeitos da prova��o de uma de suas muitas exist�ncias num corpo de carne, n�o consegue ver a luz; constatar-lhe a exist�ncia para al�m dos efeitos do calor de sua poderosa irradia��o no mundo. De fato, o sol continuar� l�, soberano nos c�us, � espera de que aquele Esp�rito em tr�nsito pela Terra enfim resgate devidamente o dom da vis�o, no seu corpo de carne, ou ap�s sua passagem para o mundo maior, quando, enfim, tornar� a perceb�-lo! Mas o sol n�o deixar� de existir em fun��o da incapacidade moment�nea deste ou daquele para ver o brilho magn�fico que espraia diariamente sobre todos os seres da Cria��o, instilando-lhes sa�de e vigor.

Quantas �encaderna��es� novas tivemos? � Compreendido com clareza este ponto, a realidade das vidas sucessivas, conhecida de h� v�rios mil�nios pelas mais diversificadas culturas e povos espalhados pelo planeta ao longo da hist�ria humana, passemos � considera��o seguinte: durante nossas incont�veis vidas corp�reas sucessivas, quantos idiomas j� articulamos? Quantos climas experimentamos? De quantos quadros culturais j� partilhamos dos h�bitos, cren�as e humores?

Quantas cores de pele j� vestimos? Quantas �encaderna��es� novas tivemos, para aproveitar a defini��o inspirada quanto divertida de uma amiga querida do meio profissional, em se referindo � reencarna��o?

Efetivamente, na esteira de nossas viv�ncias milenares, bastante prov�vel � que j� tenhamos exteriorizado m�ltiplas vezes nossas personalidades transit�rias sob os tons de pele dos asi�ticos, dos africanos ou dos holandeses. Poderemos contar como certo j� termos nos empolgado, aborrecido, digladiado, emocionado ou nos alegrado debaixo das nuances de compreens�o da vida de um sem-n�mero de povos que percebem a pr�pria exist�ncia, e, portanto, tamb�m Deus, com suas inumer�veis leituras religiosas, e de dentro de uma diversifica��o de entendimento de tal modo vasta quanto intrincada, conflitante, se confrontada com pareceres de outros extremos do mundo!

A riqueza magn�fica da vida, da exist�ncia, neste orbe, quanto no universo infinito, e nas v�rias dimens�es invis�veis �s limita��es rudes dos sentidos f�sicos, � fato! O que, por conseguinte, torna esta mesma vida t�o m�gica, respeit�vel, digna da mais profunda venera��o, pela capacidade do Criador de se expandir infinitamente numa mir�ade de seres e de nuances que jamais se repetem em suas cores, e nas suas idiossincrasias!

E, no entanto, persiste ainda a ra�a humana, neste pequeno ponto azul perdido na imensid�o do cosmos, na mesma e renitente ilus�o dolorosa do ego cego, embora n�o mais do que transit�rio; no v�cio pernicioso de julgar e confinar tudo e todos no �nfimo modelo de sua escolha! Na garrafa mais ao seu gosto, em termos de formato, cor, e de detalhes superficiais!

O que � est�tico, superficialmente aceit�vel? � Preconceito � conceito pr�vio! Conceito precipitado, via de regra distanciado da autenticidade da realidade confrontada - por ser parcial, e se basear em um punhado de opini�es e ideias com que nos identificamos, diante de qualquer situa��o de diversidade daquilo que entendemos como nosso modelo, como o tido como �normal�, como o �comum�! E a raz�o � que este �comum� � confort�vel ao nosso ego. E toda a diferen�a, se mal compreendida, amedronta, provoca receios, porque nos lan�a em conflitos com nossas pr�prias defini��es, com as quais nos identificamos existencialmente, e das quais, por esta mesma raz�o, n�o podemos nem queremos nos desfazer sem perder a no��o de n�s mesmos, do nosso �ch�o�!

Mas isso reside no erro b�sico de se identificar com conceitos � distanciados de quem realmente somos �, que nada t�m a ver com as ideias e pensamentos transit�rios a que fomos condicionados ao longo da vida a respeito de n�s mesmos!

Ponderemos, amigo leitor e leitora! Porque outra n�o � a raz�o dos dolorosos dramas observados atualmente, nos casos noticiados de discrimina��o racial e sexual, de opress�o entre classes sociais; nos epis�dios lastim�veis relatados diariamente, havidos entre nossos jovens e crian�as vitimadas pelo hoje chamado bullying � fundamentado justo nesta incapacidade brutal de se lidar, com respeito, quando n�o com admira��o e afeto, com a diversidade incessante presente na din�mica da vida!

De outra forma, considere-se � o que � est�tico, superficialmente aceit�vel? Se j� reencarnamos japoneses, ingleses, brasileiros ou africanos, vivendo milhares de estados de esp�rito correspondentes a cada uma dessas �pocas e nacionalidades; dividindo com afetos e desafetos que nos acompanharam experi�ncias, alegrias, preocupa��es, doen�as, sofrimentos, e tendo como refer�ncia outros lugares, h�bitos, valores � como, ent�o, confinar dentro de cl�usula p�trea o que �, em definitivo, est�tico, bom, atraente, �normal�? Como nutrir a pretens�o a um padr�o universal que, absurdamente, se pretenda impor a outros milh�es de seres em tr�nsito no mundo?!

O que se lucra em maltratar negros, �ndios ou latinos? � Num pa�s, prevalece a religi�o budista, a cor de pele bronzeada, ou a branca; determinada pol�tica, parlamentarista, imperialista ou democr�tica. Esse ou aquele idioma. Normas sociais, as mais d�spares. Esta ou aquela vis�o da divindade � caminhos diferentes para um Deus s�! Ou algu�m, nalgum lugar, acha tal ou qual pessoa bel�ssima - pessoa essa cuja aplaudida �est�tica�, diante de outras percep��es, n�o ultrapassa o lugar comum... Uns, ainda, apreciam certos paladares. Outros, tantos mais.

Ora, � de se perguntar aonde leva abrir guerra declarada contra quem n�o � branco ou n�o articula o idioma ingl�s, contra toda e qualquer diferen�a? O que se lucra em oprimir e maltratar indiv�duos negros, ou �ndios e latinos; que fazem op��o sexual conflitante com o que se convencionou considerar a normalidade neste sentido?

Qual o ganho, obtido em termos de felicidade individual ou grupal, ao se agredir f�sica ou moralmente os seguidores do candombl�, da igreja evang�lica ou protestante? Cat�licos ou esp�ritas? O que, em casos assim, nos diferencia dos malfeitores comuns, que conduzem suas vidas no engano grave da pr�tica da viol�ncia contra a vida, contra o pr�ximo?

No que, caros leitores, afinal, a leitura de vida diferenciada de uns nos afeta prejudicialmente, de fato? Pergunta que se deve fazer a todo instante, a cada impulso de julgamento ou de cr�tica irrefletida!

Por que n�o podemos conviver harmoniosamente com as diferen�as m�ltiplas presentes na humanidade, e no contexto existencial global, se, sob uma an�lise fria, nada disso prejudica quem quer que seja � antes, beneficia a todos com a aus�ncia da mesmice, com a troca saud�vel do debate e do crescimento por meio do aprendizado m�tuo obtido pelo entrela�amento entre viv�ncias diferentes?

Christina Nunes

PAZ, MUITA PAZ!

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