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Autor Tópico: Pedagogia Espírita  (Lida 30908 vezes)

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Offline Marianna

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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #45 em: 08 de Maio de 2014, 05:53 »
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Conceito espírita do educando I

153   A concepção do educando nas escolas atuais é inferior e mais opaca do que a das tribos. Mas na Pedagogia isso não pode ser assim.

Por mais incapaz que seja o professor, se acaso se interessar pelos estudos pedagógicos, passará a ver o aluno com olhos radioscópicos. Vê-lo-á por dentro e não apenas por fora. Perceberá que o aluno não é simples grão de milho no moinho.

Que ele possui aquela realidade subjetiva individual de que trata Hubert, e que essa realidade é mais importante do que a sua aparência exterior, do que a sua posição social, do que o seu comportamento na classe ou nos estudos. (Pág. 132)
 
154   Assim procedendo, o professor descobrirá o mundo estranho, maravilhoso e complexo do ser, e então será, talvez, mesmo possível que compreenda a lição evangélica do amor aos semelhantes e até mesmo a do amor aos inimigos. (Pág. 132)
 
155   Na Pedagogia Espírita a concepção real do educando vai muito além da concepção pedagógica habitual ou comum. A primeira e mais simples definição do educando que ela nos dá provoca um choque e muitas vezes uma repulsa dos que a recebem:  O educando é um reencarnado. (Pág. 133)
 
156   A concepção do educando como um espírito reencarnado provoca uma revolução e um choque. Como?! Então uma criança inocente, ingênua, que abre os seus olhos para o mundo pela primeira vez, já viveu numa existência anterior, foi adulta, aprendeu muitas coisas e as esqueceu? Essa menina alegre, de olhos vivos, pode ter sido uma criatura maldosa? Esse menino esperto pode ter sido um professor rabugento no passado? (Págs. 133 e 134)





« Última modificação: 10 de Novembro de 2015, 01:14 by Marianna »
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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #46 em: 08 de Maio de 2014, 05:57 »
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Conceito espírita do educando II

157   A afirmação de que o educando é um reencarnado é, para muitos, uma heresia pedagógica. Mas não é. A Pedagogia Espírita, ao afirmar isso, se apoia em bases científicas como todas as Pedagogias e seus pressupostos já se tornaram princípios confirmados pelas pesquisas científicas. A pedra fundamental da Pedagogia Espírita está, pois, lançada e não podemos retirá-la: O educando é um reencarnado. (Pág. 134)
 
158   Ocorre que a primeira conseqüência dessa constatação, apesar do susto inicial, não é tão assustadora assim. A maiêutica de Sócrates, a reminiscência de Platão, a teoria dos períodos sensíveis da Dra.

Montessori, a audaciosa posição de Hubert já abriram caminho na Pedagogia para uma possível compreensão de que a criança não é a tábula rasa dos empiristas ingleses, mas alguém com vontade própria, temperamento específico, aptidões inatas e uma inteligência provida de recursos que podem aflorar à mente de relação, quando nos servimos de métodos adequados na prática educacional. (Pág. 134)

159   A Pedagogia Espírita considera o educando como um espírito que volta à vida terrena, depois de várias existências anteriores, trazendo um vasto acervo de experiências negativas e positivas na sua mente de profundidade.

Ao mesmo tempo, traz, em forma de vetores psíquicos, as tendências vocacionais e as orientações morais que devem aflorar à sua mente de relação na medida em que forem sendo suscitadas pelas circunstâncias, ocorrências e estímulos da vida atual. (Págs. 134 e 135)

160   O educando traz ainda os instintos espirituais a que Kardec se refere, espécies de dispositivos de segurança que devem socorrê-lo nos momentos de crise e de dificuldades.

Esses instintos manifestam-se às vezes como o que vulgarmente se chama a voz da consciência, agindo tanto como freios, alertas ou reação diante do perigo moral, como no sentido de impulsos estimulantes e energias de sustentação nos momentos de provações. (Pág. 135)





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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #47 em: 08 de Maio de 2014, 06:00 »
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Conceito espírita do educando III


161   Além disso, o educando traz em si a idéia de Deus, impressa em sua consciência como a marca do obreiro na sua obra, segundo a bela expressão de Descartes, e a lei de adoração em sua afetividade para guiá-lo no seu impulso natural de transcendência. (Pág. 135)
 
162   A mente de relação do educando está condicionada por um cérebro novo, semelhante a um disco virgem, que não foi gravado por nenhuma das experiências do passado. Essa é a tábula rasa dos empiristas apegados à interpretação materialista do homem.

Mas agora, que a memória extracerebral se comprova cientificamente, é fácil compreender que esse disco virgem, ao receber as primeiras gravações da memória atual, deve provocar o afloramento de experiências semelhantes da memória de profundidade, que também se gravam como acréscimos na mente de relação.

Essa é uma lei mental conhecida, a de associação de idéias ou de emoções. É por isso que, na proporção em que a criança se desenvolve, as experiências da vida atual se enriquecem com os acréscimos provindos do inconsciente.

163  A explicação do gênio – diz Myers – nos é dada por essa dinâmica do psiquismo, na invasão constante de correntes mentais e emocionais do inconsciente na área do consciente. (Pág. 135)






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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #48 em: 08 de Maio de 2014, 06:03 »
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Conceito espírita do educando IV

164   Não se pode desprezar, no campo dos estudos pedagógicos, esse dado fundamental sobre as estruturas psíquicas e mentais do educando. Mas não se detém nesse ponto a revolução espírita na Educação e na Pedagogia.

Devemos acrescentar a esse dado substancial os dados sobre o processo telepático. A mente de relação do educando é também um receptor de correntes telepáticas provindas de duas fontes naturais: as mentes humanas da Terra e as mentes espirituais do mundo de além-túmulo.

Essas correntes agem segundo a lei de sintonia e exercem não raro influência decisiva no comportamento humano. Mas é possível controlar esse processo, disciplinar a sua manifestação, impedindo-se os transtornos mentais e os desvios de comportamento e orientando-se os indivíduos no controle pessoal que devem exercer. (Pág. 136)

165   As Pedagogias que se recusam a tomar conhecimento dessas descobertas estão praticamente superadas. Não correspondem mais às exigências da cultura atual.

Cabe à Pedagogia Espírita abrir as novas perspectivas exigidas pelo nosso tempo no campo da Educação e da Pedagogia. Resta saber quais os métodos a seguir para que a Educação Espírita possa reorientar o processo educacional à vista das exigências atuais.

Para isso dispomos da experiência do ensino doutrinário, da prática mediúnica, das observações efetuadas sobre os processos de desenvolvimento das faculdades paranormais e das formas possíveis de educação mediúnica.

Reunindo esses dados e conjugando-os com outras contribuições de igual nível, a Pedagogia Espírita está em condições de balizar os caminhos da profunda  renovação educacional e pedagógica que ora se impõe. (Págs. 136 a 138)

166   Não pretendemos evidentemente que a Pedagogia Espírita domine o mundo, mas apenas que ofereça ao mundo essa visão renovadora da Educação e do educando. As grandes transformações culturais não se fecham nunca num determinado círculo.

A ampliação das dimensões da Sociologia implicará a renovação inevitável das Religiões estáticas e abrirá a possibilidade de uma unificação conceptual no campo religioso.

É nesse sentido que o conceito espírita do educando se converte no pivô de um movimento de transformações substanciais do nosso mundo, preparando-o para uma fase de maior compreensão humana, em que a solidariedade de consciências, prevista por Hubert, poderá efetivar-se na utópica República dos Espíritos, que corresponde à utopia do Cristianismo, referente à implantação do Reino de Deus na Terra. (Págs. 140 e 141)






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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #49 em: 09 de Maio de 2014, 16:25 »
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O educando excepcional I

167   Após referir-se ao Instituto Nosso Lar, dirigido por Nancy Pullman de Girólamo, um exemplo no trato do educando excepcional, o Autor deste livro diz que, à maneira do que ocorre no campo da Psicopatologia, no plano educacional e pedagógico o Espiritismo sua contribuição a dar.
 
O problema do excepcional, como o do deficiente físico, insere-se na dinâmica da lei de ação e reação, implicando conseqüências cármicas além das implicações mediúnicas. Entre as causas de um distúrbio mental, como acentua Ehrenwald, pode figurar ou mesmo preponderar o fator telepático, seja de origem humana, espiritual ou de ambas em conjugação. (Págs. 141 e 142)
 
168   A Pedagogia Espírita, graças ao seu conceito específico do educando, é a única atualmente em condições de enfrentar em profundidade o problema do educando excepcional.
 
Aliás, a designação genérica de excepcional, usada atualmente para todos os casos de exceção, justifica-se no plano convencional, mas não parece acertada do ponto de vista metodológico.
 
As diferenças específicas entre os excepcionais deficientes e os de ordem evolutiva são demasiado significativas para permitirem uma classificação única. Os primeiros são deficientes e os segundos, superdotados. (Págs. 142 e 143)
 
169   As pesquisas de Kardec sobre o assunto estão hoje confirmadas pelas pesquisas parapsicológicas, que demonstraram que no campo da fenomenologia paranormal a capacidade de percepção extra-sensorial dos deficientes mentais é a mesma das pessoas chamadas normais.
 
A teoria de Rhine sobre a natureza extrafísica da mente atualiza no campo científico de nossos dias as conclusões espíritas. Por outro lado, os debates sobre a natureza residual ou transcendente das funções psi no homem foram resolvidos pela maioria absoluta dos investigadores a favor da transcendência.
 
A tese vitoriosa é a que considera essas funções como um novo passo na evolução humana, como Myers – que criou o termo paranormal – já havia demonstrado em suas pesquisas. (Pág. 143)


     


« Última modificação: 21 de Maio de 2014, 21:19 by Marianna »
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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #50 em: 21 de Maio de 2014, 21:22 »
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O educando excepcional II

170   Para Myers, o gênio é uma potência que permite ao homem a utilização em medida maior de suas faculdades inatas e submeter os resultados do processo mental subliminar à corrente supraliminar do pensamento.

Ele não quis afirmar a superioridade intrínseca do subliminar em relação ao supraliminar, mas sim que o homem de gênio representa o tipo acabado do homem normal pela sua possibilidade de utilizar mais elementos de sua personalidade do que o homem comum. (Pág. 144)
 
171   O inconsciente não é genial, não é um sábio, como diz certo sacerdote travestido de parapsicólogo. Mas é a parte de nossa consciência que guarda os resultados das experiências de vidas anteriores.

Estes resultados afluem ao consciente quando o espírito mais evoluído que o comum os evoca por meio da lei de associação de idéias e emoções. No homem comum isso também ocorre, mas as condições medianas de desenvolvimento em que se encontra não lhe permitem lampejos de gênio.

A mente de relação é superior ao inconsciente porque nela residem – diz Myers – os centros superiores que presidem aos nossos pensamentos mais complexos e à nossa vontade. É como a cabine de controle de nosso comportamento. (Págs. 144 e 145)
 
172   Eis o que pode fazer a Pedagogia Espírita a favor do educando excepcional, nas duas categorias mencionadas:
 
Deficientes mentais – Quando tratamos desta categoria estamos em face de casos de provação ou expiação. Os casos de provação são mais benignos, os de expiação são mais pesados e torturantes.

Como causas, além do mau uso da inteligência no passado e diversas situações semelhantes, há também casos de suicídio com destruição do cérebro, que geralmente redundam em desequilíbrios mentais determinando alterações negativas na formação do novo cérebro no processo reencarnatório.

Em todos esses casos temos não só as alterações endógenas, mas também perturbações exógenas, provocadas por influenciação de espíritos vingativos, o que requererá auxílio da terapêutica espírita em profundidade e em extensão. A Pedagogia Espírita indica providências conjugadas de três espécies:

  1º-) Sujeição do educando a processos de recuperação possível, segundo os métodos comuns da psicoterapêutica, e tratamento mediúnico através de preces e passes, acompanhado de exortações morais e espirituais de orientação evangélica.

  2º-) Sujeição do educando a trabalhos de desobsessão, para o afastamento progressivo das entidades vingativas, através de doutrinação.

  3º-) A escola espírita, em suas classes de deficientes mentais, deve manter um ambiente estimulador, arejado e puro, mas desprovido de aparatos excessivos.
 
Os superdotados – O fato de um educando apresentar-se como superdotado intelectualmente, com elevado QI, não o livra de sofrer distúrbios mentais e emocionais.

Os superdotados, como já vimos, são os que, no dizer de Myers, representam o homem normal de uma civilização que ainda está por se completar e que ainda é apenas um esboço do que devia ser.

Para estes, a Pedagogia Espírita deve exigir condições especiais de formação intelectual e moral. Quanto aos desequilíbrios que alguns deles revelarem, é necessário tomar-se providências para os ajudar, sem misturá-los numa classificação genérica absurda e injustificável. É preciso entender que o desenvolvimento intelectual é sempre seguido do desenvolvimento da sensibilidade.

É, portanto, natural que essa sensibilidade reaja contra a estupidez generalizada e até mesmo leve o superdotado a atitudes que o condenam perante a opinião geral. A Pedagogia Espírita precisa, por isso, amparar e defender a inteligência dos superdotados. As escolas espíritas têm o dever de estruturar programas que favoreçam esse desenvolvimento. (Págs. 145 a 149)
 
173   Partindo do ensaio de Octave Hamelin sobre os elementos principais da representação, René Hubert apresenta-nos a tese neokantiana do Relativismo Crítico sobre o desenvolvimento da consciência.

Hamelin deu novo sentido à dialética, tirando-lhe o aspecto agressivo da luta dos contrários. Hubert a transforma num instrumento de ação pedagógica, para explicar o desenvolvimento da consciência. (Pág. 149)
 
174   Em primeiro lugar temos a consciência teórica, que nasce de nossa relação com o mundo. Somos o sujeito e o mundo é o objeto. Captamos a realidade exterior e a interiorizamos na formulação das categorias da razão, que são a nossa própria experiência das coisas. A experiência nos dá a mundividência ou visão do mundo. (Pág. 150)
 
175   Passamos em seguida à consciência prática, introduzindo-nos pela vontade na ordem dos fenômenos. Manejamos as coisas e os seres, reconstruímos o mundo através da Ciência e da técnica. A Ciência nos foi dada pela consciência teórica, a prática nos leva à atividade da consciência, não mais como simples experiência, mas como recriação. (Pág. 150)
 
176   Ao despertar em nós o dever e a necessidade da ação, que exige normas de ação e de conduta, a consciência prática desperta-nos também o senso moral e é nesse momento que atingimos da consciência estética, síntese final da dialética da consciência.

A estesia se define então como um encontro por nós, no mundo, da nossa própria aspiração de ser. A sensação nos levou à razão, esta nos conduziu à moral e esta nos abriu, através da ação e da reflexão, o portal do amor. A consciência estética nos reintegra no mundo e este nos aparece como uma manifestação de Deus, pleno de ordem, equilíbrio e beleza. Implantamos o Reino de Deus na Terra e ela se transfigura. (Pág. 151)






« Última modificação: 10 de Novembro de 2015, 01:13 by Marianna »
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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #51 em: 21 de Maio de 2014, 21:25 »
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O educando excepcional III

177   Esta colocação do problema da consciência nos indica os rumos da Educação Espírita e nos fornece os elementos necessários para enfrentarmos o problema atual, cada vez mais acentuado, da escolarização eficiente dos superdotados.

Classes especiais terão de ser organizadas para essas crianças e esses adolescentes que se projetam na vanguarda da evolução terrena. Mantê-los em mistura com os menos capazes seria prejudicial para uns e outros, porque os superdotados precisam muito mais de estímulos do que de ensino. (Pág. 151)
 
178   No tocante aos deficientes físicos, devemos lembrar que o Espiritismo nos ensina que são seres submetidos a conseqüências dolorosas de vidas pregressas, em geral sujeitos à ação negativa de entidades espirituais que lhes dedicam ódio.

Os defeitos de que são portadores não decorrem de simples causas físicas, como geralmente se supõe, mas de profundas causas morais. Os traumatismos da consciência culpada repercutiram na formação do corpo ou os conduziram a encarnações na linha hereditária adequada. (Pág. 152)
 
179   A Pedagogia Espírita deve indicar à Educação Espírita os meios de socorrê-los e auxiliá-los, educando-os na consciência de sua natureza espiritual.

A compreensão de que as deficiências físicas não prejudicam, mas, pelo contrário, servem de corrigendas para o seu espírito, despertando-lhes energias renovadoras, os auxiliará a superar o sentimento de inferioridade e a possível revolta contra a aparente injustiça a que foram submetidos. (Pág. 152)
 
180   A Doutrina Espírita da responsabilidade individual intransferível os levará à compreensão de que não foram castigados por Deus nem por qualquer tribunal misterioso. São simples acidentados da evolução, à semelhança dos acidentados do trabalho ou da pesquisa.

Sabendo-se dotados de um corpo espiritual, cuja natureza flexível obedece facilmente ao comando da mente e aos impulsos da vontade, aprenderão a controlar os seus pensamentos e as suas emoções no presente, para assegurarem a si próprios a reintegração futura em sua forma normal. (Pág. 152)
 
181   Essa compreensão é muito diferente da consolação proporcionada pelas doutrinas religiosas que se limitam a exigir-lhes a submissão à vontade de Deus.

A Educação Espírita não objetiva torná-los simplesmente resignados, mas transformá-los em elementos conscientes de suas possibilidades nesta mesma existência, onde poderão, pelo desenvolvimento do espírito, superar as deficiências físicas. Não precisam de classes especiais e estas lhes seriam prejudiciais.

Nas classes comuns, pela convivência, pela observação e pela experiência, compreenderão que os portadores de físico perfeito são às vezes carregados de deficiências morais que eles nunca desejariam ter, uma espécie de compensação egoísta, mas que serve para mostrar-lhes que existe na Natureza um princípio imanente de equanimidade. (Págs. 152 e 153)






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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #52 em: 23 de Maio de 2014, 20:36 »
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Para uma pedagogia espírita

182   Este capítulo é a reprodução de uma tese aprovada pelo III Congresso Educacional Espírita Paulista, realizado em São Paulo, de 23 a 26 de julho de 1970, e traz, evidentemente, explicações, observações e conceitos já expendidos nos capítulos anteriores. (Pág. 154)
 
183   Para evitar repetições desnecessárias, vamos apresentar, relativamente a essa tese, tão-somente o esquema geral que a conforma, acrescido das conceituações e observações não mencionadas nos tópicos anteriores:
 
  Necessidade e razões:
▬   A necessidade de uma Pedagogia Espírita é determinada por duas ordens causais: Histórica e Consciencial. A Educação é um fato natural que precede à Pedagogia. Esta é, pois, a Educação pensada, compreendida e aplicada segundo critérios racionais.

A finalidade do processo educativo não é integrar o indivíduo numa sociedade, numa cultura, numa época, mas levá-lo à plena realização das suas possibilidades de perfeição nesta existência. A Doutrina Espírita não se contenta com a formação do cidadão, do gentil-homem, do erudito. Ela pretende, como queria Pestalozzi, fazer de uma criatura um espírito universal, preparando-o para a eternidade.
 
  Natureza e sentido:
▬   A Pedagogia Espírita é a conseqüência natural e necessária da Filosofia Espírita exposta n’ O Livro dos Espíritos. Neste livro, a Educação figura como o instrumento eficaz de transformação do Mundo, objetivo essencial do Espiritismo. O objetivo da Pedagogia Espírita é, assim, o desenvolvimento do homem integral e seu sentido é humanista.

Por isso ela se insere na sequência natural da evolução pedagógica, em prosseguimento ao humanismo rousseauniano e mais proximamente ao humanismo da Pedagogia Filantrópica de Pestalozzi. Na Pedagogia Espírita, o filantropismo ingênuo de Pestalozzi deve, porém, concretizar-se em normas de formação moral positiva do Homem.

O sentido ético da Pedagogia Espírita é mais amplo porque ela se funda numa visão teórico-prática do Universo e do Homem que não se restringe ao plano fenomênico, não se fecha nos estreitos limites do existencial, mas se abre nas perspectivas da dialética pluriexistencial.
 
  Implicações pedagógicas:
▬   Em duas ordens - a Geral e a Particular - podemos considerar as implicações pedagógicas da Doutrina Espírita. As religiões e filosofias anteriores procediam pelo método dedutivo-coercitivo, impondo à natureza humana em desenvolvimento os freios da autoridade e do dogma.

O Espiritismo recebe o homem já domesticado e educado pelos sistemas anteriores, com a razão desenvolvida e aguçada, para lhe oferecer a oportunidade da educação autógena através da compreensão racional da vida.

O educando, perante a Doutrina Espírita, é o pro-jeto das concepções existenciais contemporâneas, mas um pro-jeto que não se frustra na morte, como pretende Sartre, nem se completa na morte, como propõe Heidegger.

O educando, à luz do Espiritismo, é a alma viajora de Plotino, que se projeta na matéria como a semente no solo, para voltar enriquecida pela experiência ao mundo espiritual. As implicações pedagógicas da Doutrina Espírita exigem, pois, uma Pedagogia realista no campo da realidade palingenésica.
 
  O problema educacional:
▬   Dois caminhos podem ser seguidos para equacionar o problema da Educação Espírita em termos práticos e objetivos: o Doutrinário e o Experimental.

O primeiro consiste no levantamento teórico dos princípios educacionais da Codificação Kardequiana, que nos oferece as linhas gerais da Pedagogia Espírita no plano teórico e valiosas contribuições experimentais. A fonte experimental é mais vasta.

Além das pesquisas e experiências realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, devemos acrescentar as contribuições de pesquisas e experiências dos sucessores de Kardec no plano científico, como Myers e outros.
 
  Contribuições gerais:
▬   A Pedagogia Geral oferece numerosas contribuições que não podemos negligenciar. Além delas, temos o trabalho desenvolvido pelo professor Ney Lobo no Instituto Lins de Vasconcellos, em Curitiba, e as técnicas de Maria Montessori, que são bastante sugestivas e se ligam por muitos aspectos aos princípios e às aspirações da Pedagogia Espírita.

Os currículos escolares exigirão também um esforço de adaptação aos fins da Pedagogia Espírita. A aplicação de um sistema de aulas sincréticas, nos moldes do chamado ensino integrado, no Ginásio do Instituto Espírita de Educação, em São Paulo, revelou-se bastante fecundo, dando flexibilidade ao currículo oficial e aproximando-o dos objetivos espíritas.

Não há nem pode haver, na Pedagogia Espírita, nenhuma intenção sectária ou salvacionista de tipo restrito. Seu objetivo não é moldar o educando, mas ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades e realizar livremente a sua perfectibilidade.
 
  Roteiro de estudos:
▬   O objeto da Educação é o educando. Na Educação Espírita ele não se apresenta como o educando das concepções comuns. Ele é um reencarnado. Por isso, além dos estudos biológicos e psicológicos comuns, temos de submetê-lo a estudos parapsicológicos e espíritas.

A Teoria Geral da Educação Espírita exige o conhecimento prévio da natureza palingenésica do educando e do educador. (Págs. 154 a 163)

 



« Última modificação: 10 de Novembro de 2015, 01:12 by Marianna »
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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #53 em: 23 de Maio de 2014, 20:54 »
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Escolas de Espiritismo I

184   Este capítulo é também a reprodução de uma tese aprovada pelo IV Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas realizado em 1968 em Curitiba, e contém, como o anterior, conceituações e observações já incluídas neste resumo. (Pág. 164)
 
185   A proposta central da tese é a criação de Escolas de Espiritismo de nível superior, de tipo universitário, tendo em vista a extensão e a complexidade da Doutrina, com suas múltiplas consequências em todas as direções culturais e vivenciais. As Escolas Espíritas – diz o Autor da tese – exigem professores de Espiritismo, graus espíritas de ensino, diplomas de aprendizado espírita, e não podem nem devem funcionar de maneira gratuita. (Págs. 164 a 167)
 
186   As Escolas de Espiritismo devem ser organizadas como verdadeiras unidades do ensino superior, com todas as suas características, e seus professores terão de ser obrigatoriamente de nível universitário.

Como não será possível oficializá-las nem obter subvenções públicas, o ensino terá de ser pago. É da cobrança das taxas que sairá a renda necessária à manutenção da Escola e ao pagamento de diretores, professores e funcionários. (Pág. 168)





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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #54 em: 23 de Maio de 2014, 20:57 »
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Escolas de Espiritismo II

187   O trabalho reporta-se ainda às disciplinas, cadeiras e programas, cujo objetivo é abranger, num curso de quatro anos, toda a problemática doutrinária.

A tese sugere, ainda, a idéia de um Mecenato Espírita, observando que os espíritas abastados poderiam fazer muito em prol das Escolas de Espiritismo, sem detrimento das obras de assistência social, se entendessem que a caridade maior está precisamente na prevenção das desgraças e que essa prevenção só é possível através da educação, da formação educacional espírita. (Págs. 169 a 179)
 
188   A tese se encerra examinando a questão da avaliação dos educandos, propondo que as provas do curso, para a aprovação nos anos sucessivos, não devem depender de exames nem de notas.

Os trabalhos realizados pelos alunos – trabalhos e pesquisas orientados pelos professores – devem ser os elementos de avaliação natural do aproveitamento, visto que a verdadeira aprendizagem se realiza mais pelo fazer do que pelo ouvir. Além disso, as aulas deverão ser sempre seguidas de conversações e debates. (Pág. 180)
 
189   Concluído o curso, o aluno deverá receber o seu diploma, que não será de bacharel nem de licenciado ou doutor, mas apenas de Formação Teórica em Doutrina Espírita, título que não implica uma condição moral nem representa um grau de evolução espiritual. (Pág. 180)





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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #55 em: 23 de Maio de 2014, 21:10 »
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Porque os adultos se esquecem de que já foram crianças I

190   Os dois problemas – o da educação no lar e o da educação na escola – giram em torno de um mesmo eixo. Os pais são os professores no lar e os mestres são os pais na escola.

Muito mais do que um fenômeno biológico, a paternidade e a maternidade constituem uma relação psíquica e portanto espiritual. A criança já nasce com o acervo pessoal de suas conquistas no processo evolutivo.

A tarefa dos pais, como a dos mestres, é ajudá-la a integrar-se na posse desse acervo e enriquecê-lo ainda mais. Assim, para que a educação se desenvolva de maneira harmoniosa e eficiente é necessária a conjugação do lar com a escola, dos pais com os mestres. (Pág. 182)
 
191   A Educação é um ato de amor, é a ajuda das pessoas grandes para que as crianças também possam crescer. Os adultos sem amor não podem educar. Pelo contrário, deseducam.

É por isso que às vezes a escola destrói a educação iniciada no lar, e outras vezes é o lar que destrói a educação dada na escola. Se os pais são insensíveis, a criança é infeliz, carente de amor. Se os mestres são estúpidos, a criança tem medo da escola. (Pág. 183)
 
192   As crianças necessitam de afeto, de carinho, de atenção. A natureza humana é diferente da natureza animal. Não se pode nem se deve querer domesticar uma criança como se fosse um cachorrinho, domá-la como se fosse um potro.

Cada criança é uma inteligência despertando para a vida, é uma consciência que desabrocha. Os próprios animais não podem ser domesticados apenas com violência. (Pág. 183)
 
193   O mundo das crianças é diferente do mundo dos adultos. É um mundo de sonhos e de aspirações nobres. Kardec diz que as crianças são espíritos que se apresentam no mundo com as vestes da inocência, espíritos maduros que se fazem pequeninos e tenros para poderem entrar no Reino dos Céus.

As pesquisas que buscam descobrir a verdadeira natureza da educação revelam que a educação, em sua verdadeira essência, é um ato de amor pelo qual as consciências maduras agem sobre as imaturas para elevá-las ao seu nível. (Págs. 183 e 184)
 
194   Educar é amar, porque a mecânica da educação é a ajuda, o amparo, o estímulo. A vara, o ponteiro, a palmatória, as descomposturas e os gritos pertencem à domesticação e não à educação.





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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #56 em: 23 de Maio de 2014, 21:12 »
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Porque os adultos se esquecem de que já foram crianças II

A violência contra a criança é um estímulo negativo que desperta as suas reações inferiores, acorda a fera do passado na criaturinha vestida de inocência que Deus nos enviou. Só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no bem. (Pág. 184)
 
195   O comportamento do adulto, não só em relação às crianças mas também ao redor delas, tem sobre a criança um poder maior do que geralmente pensamos. O exemplo é uma didática viva. Por isso mesmo é perigoso.

Nosso ensino oral é quase sempre falso, insincero. Ensinamos o que não fazemos e queremos que as crianças sigam as nossas palavras. Mas elas não podem fazer isso, porque aprendem muito mais pela observação, pelo contágio social, do que pelo nosso palavrório vazio.

Na criança o aprendizado está em função do seu instinto de imitação. A menina imita a mãe (e a professora), o menino imita o pai (e o professor). De nada vale, pois, a mãe e o pai, a professora e o professor ensinarem bom comportamento se não derem o exemplo do que ensinam. As palavras voam, mas o exemplo fica, o exempla cala na alma infantil. (Pág. 185)
 
196   Pestalozzi, o mestre de Kardec, sentiu que educar é amar e por isso dedicou-se à educação com toda a força do seu amor. Tornou-se o paizinho dos seus alunos, como era ternamente chamado por eles.

E se fez mendigo entre as crianças mendigas para arrancá-las à miséria moral. Abdiquemos, pois, da violência, da irritação, do autoritarismo e da arrogância se quisermos realmente educar, se desejarmos de fato ser pais e mestres. (Pág. 186)
 
197   A Educação Cristã reformou o mundo, mas os homens a deturparam. Tomás de Aquino ensinava: “Mães, os vossos filhos são cavalos!” Educar transformou-se em domar, domesticar, subjugar.

A repressão, evidentemente, gerou a revolta e reconduziu o mundo ao ateísmo e ao materialismo, à loucura do sensualismo. A Educação Espírita é a Renascença da Pedagogia Cristã. É nela que o exemplo e o ensino do Cristo renascem na Terra em sua pureza primitiva. Precisamos, pois, reformar os nossos conceitos de educação à luz dos princípios espíritas e dos grandes exemplos históricos. (Págs. 186 e 187)
 
198   Dizia uma grande figura espiritualista inglesa, Annie Besant, que cada criança e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e endereçados ao futuro.

Aprendamos a respeitar essas mensagens divinas. Lembremo-nos de nossa própria infância e se por acaso verificarmos que a nossa mensagem se perdeu ao longo da existência, juremos perante o nosso coração que havemos de evitar esse prejuízo para as novas gerações. (Pág. 187)
 
199   Pais, sejamos mestres! Mestres, sejamos pais! Que cada rostinho de criança aberto à nossa frente, como uma flor que desabrocha, nos desperte no coração o melhor de nós mesmos, o impulso do amor.

Que cada adolescente, na sua inquietude e na sua irreverência, não provoque a nossa ira mas desperte a nossa compreensão e a nossa ternura. Para domar o potro precisamos da sela e das esporas, mas para educar o jovem só necessitamos de amor. A Educação Espírita começa no lar como uma fonte oculta e deve ganhar a planície como um rio tranquilo em busca do mar. (Pág. 187)

 



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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #57 em: 23 de Maio de 2014, 21:27 »
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Psicologia espírita da educação I

200   Este capítulo analisa um dos tópicos de um artigo escrito pelo professor Humberto Mariotti, publicado na Revista Educação Espírita. Trata-se da Teoria Aparencial da Criança, um tema que Kardec já havia examinado na obra fundamental do Espiritismo ao ensinar que a criança aparece no mundo envergando a roupagem da inocência. (Págs. 188 a 190)
 

201  A Teoria Aparencial da Criança rasga o último véu da Psicologia da Infância e da Adolescência, revelando que precisamos enfrentar essas criaturas inocentes com maior realismo, porque, se elas são inocentes apenas na aparência e escondem sua realidade íntima nas formas físicas em desenvolvimento, manda a boa lógica que as tratemos com mais desembaraço. (Pág. 190)
 
202   A Teoria Aparencial é, evidentemente, a base sobre a qual devemos desenvolver a Psicologia Evolutiva da Criança e do Adolescente e a Psicologia Espírita da Educação.

Partindo do fato aparencial, temos de encarar o desenvolvimento infantil como um processo psicológico de afloramento, não só de disposições culturais, mas também de conteúdos. Por trás da tábula rasa, de mente desprovida de qualquer conhecimento – pretensiosa herança do empirismo inglês – sabemos que existem as profundezas da memória espiritual, da consciência subliminar de que tratou Myers. (Pág. 192)
 
203   O professor Mariotti deixou isso bem claro em seu artigo. “Por trás de cada criança – escreveu ele – está o Ser com todos os seus graus de evolução palingenésica, pois para a Educação Espírita a infância é apenas uma etapa fugaz e cambiante e não uma condição permanente, espiritualmente considerada.” (Pág. 192)





« Última modificação: 24 de Maio de 2014, 00:02 by Ram-Wer »
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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #58 em: 23 de Maio de 2014, 21:41 »
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Psicologia espírita da educação II

 
204   Herculano encerra seu livro falando da preguiça mental que tem prejudicado a marcha do Espiritismo na Terra. Em Seareiros de Volta, Ignacio Bittencourt informa pelo médium Waldo Vieira que uma pesquisa realizada por Excelsos Dirigentes do Espiritismo nos planos superiores, intrigados com as dificuldades do avanço da Doutrina em nosso plano, revelou que, entre todas as causas que dificultam a marcha da Nova Revelação no mundo, destaca-se, em posição de relevo, a preguiça mental.

A conclusão da pesquisa confere visivelmente com o que se vê no meio espírita, dominado pelo comodismo, pela busca de proveitos pessoais, pela indiferença cultural, pela falta de estudo sério e perseverante da Doutrina  e  pela  oposição sistemática de certos grupos a todas as iniciativas de desenvolvimento cultural do Espiritismo. (Págs. 193 e 194)
 
205   Já é tempo, pois, de reagirmos contra essa situação aviltante. Espiritismo é cultura em marcha, civilização nova em perspectiva.
 
206   Temos de criar condições para acordar os preguiçosos, sacudir os sonolentos, desmascarar os analfabetos ilustres, os demagogos que só pavonear-se nas tribunas e nas publicações reacionárias. Temos de acabar com a praga da preguiça mental, hipocritamente disfarçada em modéstia, falta de recursos e outras desculpas descabidas.
 
207   Precisamos estudar, queimar as pestanas, pesquisar, construir a Cultura Espírita em nossa terra. Ou faremos isso ou nada mais seremos do que beatos de um novo tipo, esperando de joelhos que o Céu faça por nós o que temos de fazer por nós mesmos. (Pág. 194)
 
Obra de José Herculano Pires. 1a  edição - Setembro de 1990.
Editora J. Herculano Pires – Juiz de Fora (MG).





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Re: Pedagogia Espírita
« Responder #59 em: 10 de Novembro de 2015, 01:35 »
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Glossário:

Autógeno – Que se gera a si mesmo.
Didáscalo – Instrutor.
Fideísta – Doutrina que antepõe a fé à razão.
Imanência – Qualidade de imanente.
Imanente – Que está contido em, ou que provém de um ou mais seres.
Laicismo – Estado ou caráter de laico. Doutrina que propõe a laicidade absoluta das instituições sócio-políticas e da cultura, ou que pelo menos reclama para estas autonomia face à religião.
Maiêutica - Processo dialético e pedagógico socrático em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em questão.
Massivo – Este vocábulo não está registrado nos dicionários. Maciço, compacto seriam os vocábulos corretos, embora não signifiquem o que o Autor do livro pretende dizer. Massivo diz respeito a massa: maioria de um conjunto de pessoas, grande ajuntamento popular. Neste sentido é que se diz: “A massa ficou feliz com a vitória do timão”.
Ôntico – Pertencente ou relativo ao ente.
Ontogenia - Desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a maturidade; ontogênese.
Ontologia – Parte da filosofia que trata do ser enquanto ser.
Patrística – Ciência que tem por objeto a doutrina dos Santos Padres e a história literária dessa doutrina.
Psicogenia - Estudo da origem e da evolução das funções psíquicas; psicogênese.
Silogismo – Dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas se tira uma terceira, a conclusão.
Vetor – Segmento de reta orientado. Condutor, portador.

Astolfo Olegário de Oliveira Filho.
Londrina.

FIM




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