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  • A Quarta Função Da Prece

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Autor Tópico: A Quarta Função Da Prece  (Lida 3158 vezes)

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Offline Jorge Murta

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A Quarta Função Da Prece
« em: 12 de Dezembro de 2012, 14:16 »
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Na questão 659 de O Livro dos Espiritos há uma pergunta sobre o caráter geral da prece e os espíritos respondem que a prece teria 3 funções:

- louvar, pedir e agradecer.

Por louvar entende-se enaltecer os designios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-o como Ser Supremo e causa primaria de todas as coisas;

Por pedir, compreende-se recorrer ao Pai, em busca de luz, paz, paciencia, perseverança e discernimento nas lutas contra o mal;

E por agradecer, infere-se reconhecer as inumeras oportunidades recebidas no campo da vida.

Mas, ora... Deus, sendo já onisciente não saberia do que teriamos a louvar, pedir ou agradecer a ele, em nossas preces? Decerto que sim, até por que os louvores, os pedidos e os agradecimentos sempre começam pelo "EU" e então deve haver uma quarta e mais importante função da prece, já que Deus não precisa de bajulaçoes, nem que peçamos ou agradeçamos nada, até por que como já disse, Deus por ser onisciente já saberia de tudo isso.

E quem nos dá a pista dessa quarta função da prece é Sto Agostinho quando ele fala no Auto-Conhecimento, na questão 919, a.

O que faz Santo Agostinho? Santo Agostinho está tentando responder a certos problemas filosóficos, mas ele percebe que entre ele e as elevadas questões filosóficas
que ele está colocando existe um intermediário. Ou seja, ele não está enfocando esses conceitos filosóficos tal como um ser especial olharia as idéias platônicas: ele é um ser humano real, e ele sabe que entre esse ser humano real e as idéias universais da filosofia existe um hiato. Nós não temos um conhecimento direto dessas idéias universais como tem Deus. Nós só temos, na verdade, o conhecimento das coisas concretas e imediatas, que fazem parte da nossa vida e que são o tecido da nossa experiência diária, e nós procuramos por trás delas conceitos universais que as articulem e as expliquem.
 
Esses conceitos universais, por sua vez, só chegam até nós de uma maneira obscura e confusa, “como num espelho obscuro”, como dizia Paulo de Tarso.. Agostinho nota, portanto, que a inteligência dele não parece ser um órgão totalmente apropriado para aquelas grandes questões que ele está colocando, e ele se pergunta o que o separa da inteligência universal capaz de apreender essas grandes realidades de uma maneira mais nítida e mais clara. Ele então percebe que o que o atrapalha — aquilo que está no meio, como um espelho opaco — é constituído pela sua própria personalidade. Essa personalidade é cheia de temores, de preconceitos, de auto-engano, e ele percebe que ele precisa limpar esse espelho antes de poder enxergar alguma coisa claramente. Então ele empreende essa obra magna que são as Confissões.

As Confissões são um gênero literário que ele inventa. Não que não existissem autobiografias antes. Antes de Agostinho houve uma série de gêneros autobiográficos, mas esses gêneros não nos trazem a presença de uma pessoa real tal como as Confissões de Santo Agostinho. No Egito, por exemplo, era enterrada junto com o Faraó uma narrativa da sua vida; mas essa narrativa mostrava somente os grandes feitos que ele tinha realizado como chefe de Estado e as virtudes das quais ele se imaginava o portador, porque essa era a imagem que ele queria transmitir aos deuses. Os erros, os pecados, as vergonhas, todos os micos que ele pagou ao longo da vida eram suprimidos, e aparecia somente a parte bonita. Do mesmo modo, as autobiografias greco-romanas são autobiografias de personagens públicos, que contam a vida pública de Júlio César ou Marco Túlio Cícero, por exemplo, e nelas não há esta voz pessoal que você observa nas Confissões de Santo Agostinho.

É claro, por outro lado, que as Confissões não são somente um livro autobiográfico: as
Confissões são um livro de filosofia da mais alta qualidade. E o segredo é que Agostinho percebeu a raiz do conhecimento filosófico no autoconhecimento, tomado no sentido da confissão cristã. O crente católico não vai ao confessionário para contar as grandes coisas que você fez, mas para contar justamente aquilo que você jamais contaria em público, e é exatamente isso que Santo Agostinho conta em público. Não em detalhes, porque ele não queria escandalizar ninguém, não como uma especulação masoquista deprimente, mas com a sinceridade de quem se lembra, por exemplo, que já no bercinho tinha maus pensamentos e queria mal à sua mãe. Quer dizer, ele volta até a raiz das suas primeiras experiências e ele se confessa.

Aí então há três aspectos.

Primeiro, o conhecimento filosófico a que ele aspira.
Segundo, o estado real da individualidade concreta, com toda a sua miséria, sua ignorância, seu esquecimento, seu auto-engano, etc.
Terceiro, e entre os dois, há a narrativa, que é feita, por sua vez, perante um quarto personagem: o observador onisciente, o ouvinte onisciente ao qual Agostinho se revela.

Porém, como esse observador é o próprio Deus, Agostinho sabe que não está contando nenhuma novidade. Ele sabe que aquilo que ele está contando na sua autobiografia, embora jamais tenha sido contado para ninguém, não é ignorado totalmente. Por quê? Porque é algo que existe na realidade, e a realidade, tomada no seu conjunto, é o que está na mente de Deus, é o que Deus sabe. Quando nós não sabemos a resposta de uma pergunta, nós dizemos que “só Deus sabe”, querendo dizer que a resposta não faz parte do nosso conhecimento, mas faz parte apenas da realidade, e que portanto só é conhecido por Aquele no qual conhecimento e realidade não são distintos. A realidade, na sua totalidade, é o quê? É a Inteligência de Deus, é a Memória de Deus, etc. À medida que Agostinho conta, então, a sua vida para esse ouvinte onisciente, ele vai descobrindo coisas que ele mesmo não havia percebido antes, porque eram coisas que estavam apenas na realidade e não na sua consciência.

Isso quer dizer que o indivíduo que conta sua vida para Deus está, na verdade, pedindo a Deus que conte a vida dele para ele mesmo. Agostinho fala com Deus, não no sentido de dizer alguma novidade para Deus, mas como quem diz: “Revele a minha vida para mim mesmo. Você sabe mais do que eu, você viu o que eu pensei, você viu o que eu escondi, você viu os meus segredos, você sabe tudo a meu respeito; então eu conto o pedacinho que eu sei e você me mostra a imagem integral.”



« Última modificação: 12 de Dezembro de 2012, 14:48 by Jorge Murta »
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Re: A Quarta Função Da Prece
« Responder #1 em: 12 de Dezembro de 2012, 17:38 »
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Mano Murta, quem louva ou agradece de pleno coração tem a intenção bem definida, logo, não louva da boca para fora e nem bajula.
Abração,
Moura

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Re: A Quarta Função Da Prece
« Responder #2 em: 13 de Dezembro de 2012, 13:53 »
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Murta meu caro, uma divagação interessante, mas vou colocar um pouco de lenha na fogueira: especificamente, qual é a quarta função da prece?
De minha parte, acho que a prece tem uma unica e grande função: aproximar a criatura do criador.
Digo dessa forma, por que entendo que, como disse o Moura, quem ora de pleno coração, certamente esta fazendo tudo o que a questão suscita, louvar, pedir e agradecer.
Quando nos colocamos em prece sincera, quem assim o faz, por certo que agradece o Pai pelas maravilhas recebidas, tanto quanto solicita sua infinita misericórdia para os desafios vindouros.
E tanto o agradecimento, quanto a solicitação de bençãos, são uma forma de louvor, pois que reconhecem a soberana vontade do Criador.
Assim sendo, como nos diz a DE, a prece é o caminho que nos aproxima do Pai e de seu amparo, nos afastando dos espiritos que tentam interferir de forma equivocada em nossa vida.

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Offline Jorge Murta

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Re: A Quarta Função Da Prece
« Responder #3 em: 13 de Dezembro de 2012, 14:58 »
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 Eu achei que estivesse clara a quarta função da prece, que é um processo de auto-descoberta, de auto-conhecimento. Quando pedimos, dizemos "EU te peço, senhor...", quando agradecemos, falamos "EU te agradeço, senhor..." e quando louvamos dizemos "EU te sou grato, senhor...", ou seja, sempre o "EU" está presente em nossa "conversa" com Deus, que está na verdade em nossas consciencias, dentro de nós e não com um deus fora de nós, como costumamos pensar.

Partindo para o pensamento oriental, vemos que quando eles dizem "NAMASTE", que quer dizer "O deus que habita em mim sauda o deus que habita em você" estão mais pertos da concepção de Deus nas nossas consciencias, mais do que nós, ocidentais.



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Re: A Quarta Função Da Prece
« Responder #4 em: 13 de Dezembro de 2012, 15:08 »
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Mano Murta, veja só, você demonstra que a DE esteja errada.
E o faz apenas porque assim pensa, logo é uma opinião pessoal.
Se o tema consiste no pedir, louvar e agradecer, e que são estes os momentos da prece, quem louva, pede ou agradece, há de estar falando de si mesmo. Afinal o pedido, ou o agradecimento, assim como o louvor parte de uma resposta a vontade daquele que pediu, louvou e que agora vem agradecer.
Abraços,
Moura

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