Olá Ivi

Missão = algo destinado ao bem
Expiação = pagamento de faltas

No meu entender o pagamento de faltas é sempre feito através do bem. O mal paga-se com o bem. Se Jesus o ensinou, será que a lei de justiça divina adopta outro critério?

Para mim inflingir o sofrimento a alguém que fez mal, só por si, é vingança. A vingança vem dos espiritos imperfeitos. Logo, aquilo que vem de Deus é a liberdade de fazer o bem ou o mal, nunca uma lei de vingança.

A expiação ou castigo é uma consequência da nossa liberdade e não de uma lei divina de pagamento de faltas. Se eu bati em alguém e em retaliação esse alguém me atacar a mim, isso é uma consequência da minha liberdade e da liberdade da outra pessoa de fazer o bem ou o mal. Não vamos pensar que é um castigo divino.  A vingança, como sabemos, transcende a vida material.  Por isso podemos sofrer as retaliações de espiritos a quem fizémos mal no passado, se esses espiritos ainda eram de natureza inferior (senão não se vingavam). Mas, mais uma vez é fruto da imperfeição desses espiritos. Podemos chamar expiação à retaliação que sofremos dos espiritos imaturos, como nós, se quiser.

Julgo que a justiça humana pensa na punição (por exemplo a prisão e a pena de morte). talvez por isso algumas pessoas julguem a justiça divina pela justiça humana. Mas em meu entender faltam muitos séculos à justiça terrena, para se aproximar suficientemente da justiça divina.

A prisão, em meu entender serve para proteger a sociedade de gente perigosa, mas não serve para punir. A prisão deve ser um lugar digno e não um inferno. Não se deve é alimentar lá quem se recusar a trabalhar, sem justificação para isso. Para mim a prisão tem a função da jaula do jardim zoológico: impedir as feras de andar à solta (embora em relação aos animais fosse mais inteligente mantê-los no seu habitat natural, em meu entender). O serviço compulsório que revertesse para a comunidade e/ou para a vitima devia ser a alternativa preferida, sempre que possivel.

bem haja

Olá Víctor

 Bem interessante esta sua reflexão sobre o que deve ser a Justiça : afinal sempre aquilo que contribui para a elevação do homem e de todos os seres.
A simples punição, própria da lei humana, a que impropriamente se chama Justiça, caberia a mais das vezes num tratado de Punição, não de um de Justiça. E esta ,a lei humana deveria sempre tentar aproximar-se da verdadeira : aquela que eleva o ser que errou...
A sua opinião sobre as prisões humanas como jaulas , que seriam impróprias tambem para os animais e sobre a importancia da correcção do erro em trabalho de ajuda ( que há tanto por aí...) parecem certas tanto à razão como ao coração. Assim, a Justiça humana , que se diz cega, não deveria sê-lo, mas antes ter os olhos bem abertos ...para o alto.

Um abraço e obrigado

Amigo Vítor Santos

Vamos lá para uma "pequena polémica".
Para mim não existe castigo Divino. Deus não castiga e não permeia ninguém.
Nós estamos num Mundo de Expiação/Provação, creio eu, portanto nós estamos todos em expiação.
Missão, eu considero, que são aqueles Espiritos que cá vem para ajudarem na evolução do Mundo, mais ou menos os "génios", como por exemplo Pitágoras, Socrates, Newton, Mozart, Einstein, Gandhi, etc. São Espiritos com uma evolução maior que a nossa e necessitam, para a sua evolução, reencarnarem num Mundo Espiritualmente Inferior ao deles
Portanto somos nós, que programamos as nossas proximas reencarnações, devidamente coordenados pelos Espiritos Superiores, com todos os problemas de rectificação que nós necessitamos.
Claro, para isso temos que optar por rectificações por vezes, ou quse sempre dolorosas.
As rectificações não são de maneira nenhuma a chamada "pena de Talião", pois que numa falta mais "grave" que provocarmos, poderemos numa outra vida passarmos por situações que atenuam essa correção.
Acho errado com o conhecimento que temos de dizer que há vingança.
Pois ninguem se vinga de ninguém, o que se passa é que determinada pessoa pratica noutra uma acção que ele pediu, para a sua evolução.
Numa morte do corpo fisico dum Espirito, por meios violentos, o Espirito desencarnado se tiver minimamente o conhecimento, não vai reagir por isso,devido à sua evolução, e tirar vinganças dessa acção. E mesmo que não tenha esse conhecimento, o desencarnado passa a obsessor e que para actuar sobre um encarnado, vai ter que passar por vários "obstáculos" que se for caso disso é lhe tirado toda a reacção.

Um Abraço

Vítor Gonçalves

Olá VG

Livro dos Espiritos
571. Só os Espíritos elevados desempenham missões?

“A importância das missões corresponde às capacidades e à elevação do Espírito. O
estafeta que leva um telegrama ao seu destinatário também desempenha uma perfeita
missão, se bem que diversa da de um general.”

572. A missão de um Espírito lhe é imposta, ou depende da sua vontade?

“Ele a pede e ditoso se considera se a obtém.”

a) - Pode uma igual missão ser pedida por muitos Espíritos?

“Sim, é freqüente apresentarem-se muitos candidatos, mas nem todos são aceitos.”

573. Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?

“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as
instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e
importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura
pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência.
Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade".

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo
grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade
quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam
pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada,
que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de
aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de
formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os
desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”

Como pode constatar não são apenas os notáveis que têm missões. Há missões mais importantes e menos importantes, conforme o grau de utilidade das mesmas para a humanidade. Mas as missões menos importantes são necessárias, tal como as mais importantes.  A abelha que poliniza as plantas não tem uma missão menos importante do que o homem que as colhe. Cada um contribui de acordo com as condições que tem.

Se falimos nas missões, temos de as repetir.

A reparação, ou seja, o bem que fazemos para compensar o mal que fizémos é tanto mais eficaz quanto mais sacrificio pessoal nos exigir. Tal como numa empresa ideal o trabalhador que tem a missão mais dificil deve ganhar mais, também aquele que faz o bem em condições mais dificeis reduz mais a sua divida do que aquele que o faz em circunstâncias mais fáceis. O mérito da missão mede-se pelo sacrificio pessoal que custou e não pelo resultado obtido. Embora fazer o bem tenha sempre mérito, seja em que circunstância for. Jesus o explicou:

Evangelho S. Marcos - 12

41 E sentando-se Jesus defronte do cofre das ofertas, observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos deitavam muito.
42 Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou dois leptos, que valiam um quadrante.
43 E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre;
44 porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento.

bem haja

Olá Olga

Acho que tens toda a razão. E se não tivessemos esta missão não desenvolviamos a inteligência e a sensibilidade moral que nos permitem abarcar em reencarnações futuras missões cada vez mais complexas (e simultaneamente vidas cada vez mais felizes). Devemos pois agradecer a Deus a oportunidade de estar aqui e aproveitá-la ao máximo dentro das nossas possibilidades.

bem hajas

Olá

A pessoa "A" ao desencarnar, com os seus conhecimentos, reconhece que o seu assassinato foi uma correcção, da Lei de Causa e Efeito, e portanto nada fará em relação à pessoa "B", senão perdoar-lhe.

Se uma pessoa deixa de se vingar por que acha que a agressão que sofreu é justa, na medida em que se trata de uma vingança de um mal que fez no passado ao agressor actual, está implicitamente a aprovar a vingança, embora ache que há um código de ética a respeitar na vingança. Já é melhor do que nada.

Mas o perdão, em minha opinião, deve ser incondicional. Admitindo, a titulo de hipótese de estudo,  que a pessoa saiba ou pense que nada fez para merecer a agressão, deve perdoar da mesma forma. É isso, que em meu entender, disse Jesus.

O assassinato não é um bom exemplo. Sendo sempre uma má acção da parte do homicida, pode colocar o assassinado em melhor situação do que estava a viver aqui na terra, se se trata de um bom espirito (pode ser um alivio). A morte do corpo é apenas uma transformação. Se for necessário voltaremos para cá, para completar as nossas lições práticas de vida.

bem haja