Olá amigo Edmar

Mas sob uma abordagem cientificamente material, Deus é uma mentira. Sou dos que acreditam que no universo da doutrina espírita a ciência materialista deve pedir licença para afirmar o que quer que seja.


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Amigo, essa postura é legitima. Mas será que existe uma ciência materialista e outra não materialista?

Não será essa uma interpretação mais própria dos materialistas cépticos fanáticos, que dizem que a ciência proclama o ateísmo materialista, do que dos espíritas? - Eu não considero que essa ciência de que esses cépticos falam seja ciência, pois esta última não pode estar limitada, baseada em ideias pré-concebidas, venham elas de onde vierem. Uma ciência que só investiga uma parte do universo e se recusa a estudar o resto, não é uma ciência. Quanto muito é uma pequena parte da mesma, dedicada a alguns assuntos, em particular. O amigo dá esse direito aos cépticos fanáticos materialistas, de ficarem com a ciência para eles?

O espiritualista que se conforma com esta ideia, de que a ciência é para os materialistas, está, no fundo, a concordar com os cépticos materialistas fanáticos. Tem uma postura que fica no extremo oposto, mas que tem algo de fanático (perdoe a franqueza) também. Eu não interpreto assim aquilo que Allan kardec escreveu, de forma nenhuma.

Na minha óptica a ciência não tem religião, pois ela não visa dar uma explicação do mundo baseada em dogmas, nem em hipóteses (explicações não comprovadas cientifica e universalmente), mas uma visão suportada em factos comprovados. E a mediunidade é um facto real, ou o amigo não concorda? Se a mediunidade é um facto real, trata-se de um facto que não está provado pela ciência, mas que faz parte do âmbito da  mesma. Não será? Ou o amigo acha que a investigação um dia declarará a mediunidade como um fenómeno material equivocado? Se o fizer, de forma comprovada, sem deixar quaisquer dúvidas, nessa altura eu estarei com a ciência não com a doutrina espirita. Mas eu duvido que ela seja capaz de estabelecer prova, seja a favor, seja contra, pelo menos ainda nesta minha encarnação. Mas não sei.

Se os representantes do movimento espirita pensarem como o amigo, estão a excluir a doutrina espirita do resto dos conhecimentos da humanidade. Ou seja, estão a diminuir a doutrina, pois estão a declará-la não universal, não demonstrável. Estão com medo de que ela não seja verdadeira.

O universo que contém a matéria e o universo que contém os espiritos não é o mesmo? Se os espiritos interagem com a matéria (se o nosso corpo de carne, por exemplo, está associado à matéria) essa interacção passa-se no domínio da intersecção entre a matéria e a alma. Reflecte-se nas duas realidades. Logo têm de existir vestígios materiais dessa interacção.

Mesmo que a ciência apenas estude os fenómenos materiais, vai ter de encontrar pontos de contacto. Deve existir uma diferença na matéria pelo facto de existirem espiritos... E essa diferença é tão grande que a doutrina espirita a crê responsável pela inteligência humana. Para a doutrina espirita, se não existissem espiritos, não existia a inteligência humana... Os vestígios dela são brutalmente evidentes, como pode a ciência não os confirmar, mais tarde ou mais cedo?   

É evidente que a investigação cientifica cabe à ciência e não à doutrina espirita. As associações espíritas, em regra não são centros de investigação cientifica. Para isso teriam de ter muitos mais meios e muito mais pessoas, com know-how cientifico. Isso não se compadece com a gratuitidade dos serviços, pois não há quem consiga sustentar com pequenas quotas um centro de investigação cientifica capaz para operar com todas as tecnologias ao nosso dispor, nos dias de hoje.

Se a ciência e a doutrina espirita contêm ambas verdades, vão ter de convergir, mais dia menos dia. Como a implantação da ciência é mundial, universal, e a doutrina espirita e uma pequena porção dos religiosos, fundamentalmente concentrados no Brasil, com uma postura de confronto a doutrina espirita não tem hipótese. Mas não é só isso. Se uma pessoa pensa tal como Allan Kardec pensava, deseja que a ciência confirme a doutrina espirita e não que vão cada uma para seu lado...

Einstein, por exemplo, tinha uma postura de conciliação. Ele disse: "a ciência sem a religião é coxa, e a religião sem a ciência é cega". Eu penso que ele estava com a razão e que esta frase mostra que nem todos os cientistas são cépticos materialistas fanáticos, para quem ainda tiver dúvidas disso. Se o movimento espirita actual não quiser alinhar, o tempo se encarregará de o fazer esquecer... O que não é o mesmo que a doutrina espirita desaparecer, entenda-se bem!

Se o amigo circula num automóvel, se usa a Internet para partilhar aqui as suas ideias, se usa outros inventos, o amigo deve esse facto à ciência e não à doutrina espirita. Tudo tem o seu valor e o seu lugar. A ciência não deve nem vai pedir nada, por favor, à doutrina espirita, nem o oposto. Somos todos seres humanos e todos devemos querer que este nosso mundo, nossa morada provisória, progrida em todas as áreas. Não há crentes e não crentes. Há pessoas e ponto final. Jesus não disse: amai os crentes em mim. Disse amai o próximo, sem restrições. E mais: amai os vossos inimigos (não vos vingueis, não respondam à violência com mais violência).     
   
Mas na conclusão de tanta conversa, não podemos perder de vista o essencial. Quem é que disse que a ciência, seja ela qual for, exclui a hipótese da existência de Deus (Inteligência Suprema, Causa Primeira de todas as coisas - não o Deus à imagem do homem, evidentemente)? Quem é que disse que a ciência prova que o homem é apenas uma máquina de carne mortal, que não somos espiritos imortais? - Só se for alguém que não percebe absolutamente nada de ciência...

bem haja

      A verdade absoluta é aquela à qual se chega pelo conhecer a verdade que liberta, como disse Jesus; é o resultado desse conhecimento que mostra o que Jesus e outros perceberam e puderam afirmar: "Eu e o Pai somos um"

Jesus não disse: amai os crentes em mim. Disse amai o próximo, sem restrições. E mais: amai os vossos inimigos (não vos vingueis, não respondam à violência com mais violência).     
bem haja

Cristo disse isso depois de ter tido a verdadeira perceção livre, - de preconceitos, ideias, filosofias, crenças e outros absurdos que estorvam e condicionam a liberdade de perceção - porque viu para lá das formas e dos nomes que todos tinham o mesmo Pai a sustentá-los. O imutável.

Citação de: Confortipai em 28 de Agosto de 2013, 16:25

      A verdade absoluta é aquela à qual se chega pelo conhecer a verdade que liberta, como disse Jesus; é o resultado desse conhecimento que mostra o que Jesus e outros perceberam e puderam afirmar: "Eu e o Pai somos um"

As Verdades absolutas são todos os conceitos verdadeiros e irrefutáveis!

Conceitos, preconceitos, imaginações, teorias...? Onde está a verdade em todas estas ilusões? Imagens mentais, programas convencionados e estabelecidos como verdades?

conceito
nome masculino
1.    FILOSOFIA representação mental, abstrata e geral, de um objeto; noção abstrata; ideia geral
2.    compreensão que uma pessoa tem de uma palavra; noção, ideia
3.    ponto de vista; opinião
4.    apreciação, juízo
5.    imagem que uma pessoa tem no grupo a que pertence; reputação
6.    LINGUÍSTICA representação simbólica com um significado geral que abarca toda uma série de objetos que possuem propriedades comuns
7.    dito que exprime uma regra moral; máxima, sentença
(Do latim conceptu-, «concebido», particípio passado de concipĕre, «conceber»)

conceito In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-08-28].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/conceito>.

Ao ler o título deste tópico pensei naquela máxima conhecida e que não lembro quem disse:

"Só sei que nada sei!"

Que verdades absolutas existam isso acredito, mas também têm que ser absolutas, caso contrário não seriam verdades. Acredito que a relatividade não está na verdade em si, a relatividade está no grau de conhecimento e entendimento que temos; então não são as verdades que são relativas, nem poderiam, mas nossos entendimentos são relativos e aquilo que sabemos como verdades são proporcionais às nossas capacidades.

É por isso talvez que deveríamos, embora não tenhamos paciência e vontade, de seguir aquilo que é dito pelos Espírito logo no início de OLE: que nossas confusões muitas vezes ocorrem pela dificuldade de nos entendermos (parafraseei) e assim o codificador procurou estabelecer as várias acepções da palavra alma, para evitar confusões.

Não acredito que devamos defender com unhas e dentes aquilo que acreditamos como verdadeiro, pois quem pode dizer que depois quando estivermos mais evoluídos não veremos as coisas de forma mais clara? e então poderemos verificar os erros de julgamento.

Mas como estou estudando uma doutrina que é racional e no meu estado de evolução não aceito o entendimento pela emoção (o misticismo) é à razão, à racionalidade que me apego.

Abraço.