Os relacionamentos são estruturas que definem o caminhar do Espírito. Quando citamos o Planejamento Reencarnatório, percebemos que a grande maioria lembra apenas do pai, da mãe, do esposo, da esposa, do filho ou de outros familiares que estão ligados a seus relacionamentos.
Entretanto, não são apenas esses que representam estímulos significativos que impulsionam a evolução do Ser.
É importante compreendermos que os relacionamentos espirituais promovem um nível muito mais elevado de evolução ao Ser Espiritual, do que as situações vivenciadas numa existência. O relacionamento é um trabalho intenso, iniciando desde a vida intra-uterina, ou seja, passamos a nos relacionar no momento em que houve a aceitação da reencarnação. Existem relatos preciosos demonstrando que para o Espírito reencarnar, ele precisa antes de se harmonizar com aqueles Espíritos no plano espiritual e não apenas no plano material.
Ao estabelecer o processo da fecundação, o Espírito emite toda a sua energia que interage com as energias daqueles que o receberam, direcionando seu pensamento para a concepção, fazendo dela um resultado precioso de acordo com suas necessidades. Nessa mesma concepção, podemos constatar a revelia das energias quando acontece o abortamento, vindo perecer todo um projeto reencarnatório. Uma das causas desse abortamento se dá quando as energias dos Espíritos (mãe e filho) não se assimilam, não combinam, se rejeitam, mão permitindo que seja feito o primeiro contato entre esses Espíritos que iniciam juntos uma nova jornada evolutiva de compromisso e trabalho. O relacionar insere, em seu primeiro momento, o campo das energias que o Espírito carrega em sua consciência. Essas energias demonstram tudo o que o Espírito traz, ou o que eles trazem, e que, ao se encontrarem, se entrechocam nas decisões a serem tomadas. Ali começa o aprimoramento de um Espírito. O primeiro passo é relacionar com o Espírito que lhe permite iniciar esse processo. Fatores importantes de ajustamento eclodem nesse momento, assim como interferências das mais diversas ocorrem nesse instante.
Os Espíritos podem ser atraídos para um relacionamento por forças espirituais que se unem para uma realização em conjunto, dando direcionamento e intensidade à ação do Espírito. Outros se repelem, não permitindo que o relacionamento aconteça. Não havendo aceitação, o processo se interrompe, movimentando forças imensuráveis do plano espiritual. A misericórdia divina sempre intervém amorosamente no processo reencarnatório, mesmo sendo uma reencarnação compulsória. Muitos Espíritos, interrompendo a reencarnação, demonstram desconhecimento dessa ação misericordiosa. Nas reencarnações compulsórias, o Espírito tem que aceitar as condições de relacionamento em relação a um determinado Ser.
Qual seria o comportamento desse Espírito, ao ser compelido a reencarnar com outro pelo qual nutre sentimentos antagônicos?
Esse Espírito apresentara todas as características de comportamentos desajustados, desequilibrados, desarmônicos, desde o seu nascimento. Como levar em conta apenas o comportamento agressivo de uma criança, em tenra idade, que mal percebe as relações humanas?
O Espírito, desde cedo, sente ou percebe de alguma forma, os atos agressivos de um pai, ou de uma mãe, ou de qualquer Ser que o envolve pelos laços da reencarnação. É preciso analisar o relacionamento para descobrir e entender que a agressividade de uma criança pode ser gerada pelo fato da não aceitação do relacionamento estabelecido pelo Plano Reencarnatório.
Essa situação vigora tanto para a criança, como também para aqueles outros que assumiram o compromisso de relacionar com o Espírito. Temos visto mães e pais cabisbaixos, diante de fatos lamentáveis, apresentados pelo comportamento infantil do Espírito.
A Evangelização de Espírito nos chama a atenção para darmos um suporte de esclarecimento para os pais, ou para todos que têm responsabilidade pelo Espírito. Veremos pais amorosos, diante de sentimentos difíceis em relação a esse Espírito. Devemos sempre perguntar: - Qual a influência de um Espírito sobre o outro neste relacionamento?
Que influência predomina, dentro de um relacionamento, para auxiliar no crescimento do Espírito? Pergunta pouco aceita pelos pais, mas diríamos: grande parte dos Espíritos reencarnantes estão ali, naquele relacionamento, muito mais para influenciar fortemente os pais, do que deles receberem suas influencias positivas. O projeto reencarnatório para a grande maioria dos seres encarnados, se apresenta na adolescência, quando o Espírito assume sua própria vida. Complexos mecanismos de relacionamentos se atraem nesse período.
A criança tem a capacidade de influenciar os pais que a recebe, provocando neles mudanças de comportamento, ora benéfica, ora ao contrario, explodindo em reações adversas, porque o relacionamento interfere fortemente no comportamento do Ser.
Os pais precisam analisar suas reações com os filhos, observando quais os pensamentos, as dificuldades que estes demonstram, tais como o egoísmo, o orgulho, a inveja, o ciúme, assim como os sentimentos elevados.
O Espírito, quando reencarnado, é criado num determinado ambiente que influencia no seu relacionamento, assim como ele também pode influenciar fortemente os seus genitores. É importante aceitar os Seres como eles são, relacionando com eles através dos sentimentos de amor e caridade. Allan Kardec abriu uma outra face do relacionamento entre o mundo dos encarnados e o mundo dos desencarnados. Kardec, como Jesus, não ditou normas de comportamentos; mas devemos procurar compreender o relacionamento que se estabelece em todas as fases da existência. O que uma criança recebe de seus pais, Espíritos que a receberam na condição de filhos?
Todos responderam: amor e carinho.
Isso será verdade? Comportamentos amorosos não significam pensamentos amorosos, atitudes amorosas. Desde o pensamento da concepção se estabelece a grande batalha do relacionamento. A primeira infância está sob a responsabilidade dos pais e não do Espírito reencarnante. Nesse instante, se está como um Ser em construção, quando sua mente encarnada recebe, de maneira intensa, todas as informações que o meio lhe oferece e todos os estados espirituais que ele possa absorver pela sua percepção perispirítica.
Na primeira infância, a responsabilidade de relacionar está com aqueles que o receberam. Os pais precisam se analisar para que compreendam o que doaram, verdadeiramente, para esses Espíritos que se encontram na fase infantil. O Espírito reencarnado tem a percepção perispirítica medianímica extremamente desenvolvida; e ele não percebe apenas os movimentos e os comportamentos; mas, principalmente, os sentimentos e os pensamentos que os pais carregam.
Os Evangelizadores de Espíritos, quando se disponibilizam a evangelizar Espíritos na fase primeira da existência, também são percebidos pelos sentimentos que carregam. Esses Evangelizadores assumiram compromissos diretamente com aqueles Seres e com Jesus, para promoverem neles o entendimento e o equilíbrio. O Evangelizador de Espíritos, quando agasalha em si o compromisso de auxiliar o Espírito, na fase infantil, muitas vezes, supre os sentimentos que deveriam receber do meio familiar. A agressividade manifestada pelo Espírito, muitas vezes, retrata formas de comportamentos recebidos. O Evangelizador deve estar atento para observar  a fonte geradora do processo patológico que denuncia tais comportamentos, gerando grandes distonias no Espírito. As dificuldades inseridas na memória espiritual podem eclodir a qualquer instante, consolidando fatores de extremos desajustes para o Espírito reencarnado.