Intoler�ncia Religiosa

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« em: 14 de Junho de 2014, 20:12 »

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21 de janeiro dia da Intoler�ncia Religiosa

Hist�ria do Dia Nacional de Combate � Intoler�ncia Religiosa

Em 2007 foi sancionada, pelo ex-presidente Lula, a Lei n� 11.635 que faz do 21 de janeiro o Dia Nacional de Combate � Intoler�ncia Religiosa.

A data presta homenagem � Iyalorix� baiana (m�e de Santo) Gild�sia dos Santos e Santos, que faleceu na mesma data, em 2000, v�tima de enfarto.

Ela era hipertensa e teve um ataque card�aco ap�s ver sua imagem utilizada sem autoriza��o, em uma mat�ria do jornal evang�lico Folha Universal, edi��o 39, sob o t�tulo:
▬ �Macumbeiros Charlat�es lesam o bolso e a vida dos clientes�.

O texto n�o era menos ofensivo e agredia as tradi��es de matriz africana, das quais Gild�sia era representante. Refer�ncia: 21 de janeiro: um dia contra o racismo.

A igreja foi condenada pela justi�a brasileira a indenizar os herdeiros da sacerdotisa. A morte de Gild�sia dos Santos e Santos n�o foi uma fatalidade nem tampouco � uma trag�dia isolada; � um exemplo das brutalidades cometidas contra adeptos de religi�es como umbanda e do candombl�.

Embora nossa Constitui��o Federal garanta �ser inviol�vel a liberdade de consci�ncia e de cren�a, assegurando o livre exerc�cio dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a prote��o aos locais de culto e as suas liturgias�, n�o � raro que alguns segmentos crist�os ataquem frontalmente adeptos da umbanda e candombl� promovendo persegui��es e destrui��o a lugares de cultos.

Pouco noticiados na grande m�dia, esses crimes acabam se tornando invis�veis para a maioria da popula��o brasileira.

Em 2013, a secret�ria de Pol�ticas para Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvany Eucl�nio, prop�e a defesa da ancestralidade africana no Brasil como a��o para combater a intoler�ncia �s religi�es afro-brasileiras.

A tem�tica da ancestralidade africana coloca em evid�ncia os valores civilizat�rios africanos que serviram de base para a cria��o das religi�es de matrizes afro. O terreiro � o local sagrado onde as divindades s�o consultadas e homenageadas.

No Brasil, esse espa�o sacralizado se constituiu historicamente como lugar privilegiado na transmiss�o e recria��o de filosofias, cosmologias, pr�ticas alimentares, saberes bot�nicos e redes de solidariedades.

A ag�ncia das mulheres:

O candombl� foi fudando em Salvador, no s�culo XIX, por lideran�as femininas.

As m�es de santo dos primeiros terreiros eram as mais s�bias e poderosas das redes que come�aram:
▬ "O protagonismo feminino na cria��o das primeiras comunidades-terreiros � ineg�vel".

Aquelas Iyalorix�s (m�es de santo) foram as fundadoras n�o apenas dos terreiros famosos � e atualmente reconhecidos como patrim�nios nacionais � da Bahia, mas tamb�m foram as matriarcas espirituais de diversas fam�lias de santo que hoje est�o espalhadas em terreiros de todo o Brasil.

A hist�ria das religi�es dos africanos e seus descendentes no Brasil � marcada pela resist�ncia incans�vel de seus devotos. Ao lembrarmos a resist�ncia negra, a refer�ncia ao feminino continua sendo central.

As Yalorix�s negociaram com pol�ticos de alto escal�o pelo direito de vivenciar plenamente suas cren�as religiosas e tamb�m buscaram atrair a aten��o e o apoio de intelectuais e artistas, numa tentativa de quebrar estere�tipos negativos da religi�o e cultura negra.

O respeito como desafio:

A pluralidade vive-se, ensina-se e aprende-se. � trabalho de constru��o, no qual o envolvimento de todos se d� respeito e pela pr�pria constata��o de que, sem o outro, nada se sabe sobre ele, a n�o ser o que a pr�pria imagina��o fornece.

Refer�ncia: Brasil. Secretaria de Educa��o Fundamental. Par�metros curriculares nacionais pluralidade cultural, orienta��o sexual / Secretaria de Educa��o Fundamental. � Bras�lia : MEC/SEF, 1997.

A defesa � ancestralidade africana requer um conhecimento m�nimo da hist�ria africana e da hist�ria dos africanos e seus descendentes no Brasil.

Compreender de quais formas a ��frica civilizou o Brasil� � fundamental para que possa existir um esfor�o coletivo de combate ao racismo de nossa sociedade.

A lei 10.639/2003, que torna obrigat�rio o ensino da hist�ria e cultura africana e afro-brasileira, tem como objetivo garantir que n�o sigamos contando uma �nica hist�ria � branco e androcentrada.

Em paralelo, � preciso seguir no combate di�rio contra discurso e pr�ticas intolerantes e racistas que podem vir em forma de:

● Piadas
● Ass�dios,
● Viol�ncia f�sica,
● Serm�o religioso.

Postado em: 21/01/2013
Por: Autoras Convidadas
Texto de Ju Paiva*.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:45 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #1 em: 14 de Junho de 2014, 20:28 »

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Para falar sobre o assunto, o programa Revista Brasil convidou o secret�rio municipal de Promo��o da Igualdade Racial, Maur�cio Pestana.

Segundo ele, o Dia Nacional de Combate � Intoler�ncia Religiosa j� era comemorado antes mesmo de ter uma data institu�da, isso por conta do aumento, sobretudo na �ltima d�cada, da intoler�ncia religiosa no pa�s.

Disse:
▬ �O Brasil historicamente sempre foi um lugar onde as pessoas de diversas religi�es e etnias conviveram muito bem, mas, nos �ltimos anos, via internet e por meio de den�ncias, vimos que a intoler�ncia tem aumentado, uma vez que esta � uma das den�ncias que a Secretaria de Igualdade Racial de S�o Paulo mais recebe�.

Desde ent�o, de acordo com Maur�cio Pestana, est�o sendo realizadas pela Secretaria de Promo��o da Igualdade Racial a��es preventivas contra a intoler�ncia religiosa no estado, especialmente no dia 21 de janeiro.

Destacou.
▬ �Vamos fazer manifesta��es para tentar mostrar que 'isto n�o cola' neste pa�s e que vamos dar exemplo de toler�ncia, como tem dado em outras �reas�.

Maur�cio Pestana lembrou, ainda, que os cultos afro continuam sendo alvo da intoler�ncia religiosa, tendo como exemplo os grupos terroristas no Oriente M�dio.

▬ �Infelizmente, a intoler�ncia religiosa � respons�vel por mais de 80% dos conflitos existentes hoje no planeta, haja vista os grupos terroristas do Oriente M�dio, que hoje atacam em qualquer local do mundo".

▬ "No Brasil, come�ou-se uma intoler�ncia contra as religi�es de matriz africana, por serem consideradas mais fr�geis. Muitos fi�is s�o surpreendidos com seus carros depredados ao sa�rem de seus cultos, por exemplo�.

Al�m disso, o secret�rio municipal de Promo��o da Igualdade Racial de S�o Paulo repercutiu a decis�o da justi�a paraibana sobre senten�a que declara a Lei de Cotas inconstitucional.

O Revista Brasil � uma produ��o das R�dios EBC e vai ao ar de segunda a s�bado, �s 8h, na R�dio Nacional de Bras�lia, Nacional Rio de Janeiro e MEC AM Rio de Janeiro. A apresenta��o � de Valter Lima.

Produtora:
Joana Darc Lima.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:32 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #2 em: 14 de Junho de 2014, 20:32 »

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Intera��es entre Ci�ncia e Religi�o

▬ Como o senhor define religi�o?

R: O que n�s chamamos de �religi�o� tem se manifestado, no decorrer da hist�ria e em todas as partes do mundo, em diversifica��es e diferen�as m�ltiplas.

De acordo com essa complexidade n�o considero adequado pensar em uma defini��o fechada de religi�o e opto por um conceito aberto capaz de superar um entendimento pr�-te�rico que generaliza fen�menos religiosos, sobretudo os de origem crist�, com os quais n�s estamos culturalmente acostumados.

Isso � somente necess�rio por que, por exemplo, para chineses, hindus e mu�ulmanos nem existem sin�nimos em suas l�nguas que correspondam exatamente com nosso termo religi�o. A partir dessas considera��es meu conceito de religi�o cont�m quatro elementos:

● Primeiro, religi�es constituem sistemas simb�licos com plausibilidades pr�prias.

● Segundo, do ponto de vista de um indiv�duo religioso, a religi�o caracteriza-se como a afirma��o subjetiva da proposta de que existe algo transcendental, algo extra-emp�rico, algo maior, mais fundamental ou mais poderoso do que a esfera que nos � imediatamente acess�vel atrav�s do instrument�rio sensorial humano.

● Terceiro, religi�es se comp�em de v�rias dimens�es: particularmente temos que pensar na dimens�o da f�, na dimens�o institucional, na dimens�o ritualista, na dimens�o da experi�ncia religiosa e na dimens�o �tica.

● Quarto, religi�es cumprem fun��es individuais e sociais. Elas d�o sentido para a vida, elas alimentam esperan�as para o futuro pr�ximo ou remoto, sentido esse que algumas vezes transcende o da vida atual, e com isso tem a potencialidade de compensar sofrimentos imediatos.

Religi�es podem ter fun��es pol�ticas, no sentido ou de legitimar e estabilizar um governo ou de estimular atividades revolucion�rias.

Al�m disso, religi�es integram socialmente, uma vez que membros de uma comunidade religiosa compartilham a mesma cosmovis�o, seguem valores comuns e praticam sua f� em grupos.

▬ Como o senhor define ci�ncia?

R: Ci�ncia � uma maneira espec�fica de se aproximar a �realidade� e de adquirir conhecimento sobre ela. De acordo com o princ�pio de divis�o de trabalho, ci�ncias diferentes t�m seus enfoques particulares, ou seja, elas s�o especializadas em investigar certos segmentos da �realidade�. Para disciplinas como a Ci�ncia da Religi�o � preciso que a �realidade� cient�fica se restrinja � esfera emp�rica.

Em outras palavras: O que conta como �realidade� s�o somente aquelas camadas da exist�ncia que s�o extra�das da observa��o. Esta observa��o pode ser direta (atrav�s dos sensos inclusive suas amplia��es artificiais) ou indireta (por exemplo a partir de uma dedu��o com base em uma estat�stica).

Temos que lembrar que ci�ncia � um empreendimento coletivo. A vida acad�mica se organiza em sociedades cient�ficas. O cientista individual faz parte de um conjunto de outros cientistas que se comprometem com as mesmas regras epistemol�gicas, que se referem ao mesmo vocabul�rio de termos t�cnicos e que t�m como pressuposto os mesmos pontos de partida.

▬ O que � Ci�ncia da Religi�o?

R: Ci�ncia da Religi�o � a disciplina emp�rica que investiga sistematicamente religi�o em todas as suas manifesta��es. Um elemento chave � o compromisso de seus representantes com o ideal da neutralidade frente aos objetos de estudo.

N�o se questiona a �verdade� ou a �qualidade� de uma religi�o. Do ponto de vista metodol�gico, religi�es s�o �sistemas de sentido formalmente id�nticos�. � especificamente este princ�pio metate�rico que distingue a Ci�ncia da Religi�o da Teologia.

O objetivo da Ci�ncia da Religi�o � fazer um invent�rio, o mais abrangente poss�vel, de fatos reais do mundo religioso, um entendimento hist�rico do surgimento e desenvolvimento de religi�es particulares, uma identifica��o e seus contatos m�tuos, e a investiga��o de suas inter-rela��es com outras �reas da vida.

A partir de um estudo de fen�menos religiosos concretos, o material � exposto a uma an�lise comparada. Isso leva a um entendimento das semelhan�as e diferen�as de religi�es singulares a respeito de suas formas, conte�dos e pr�ticas.

O reconhecimento de tra�os comuns do cientista da religi�o, permite uma dedu��o de elementos que caracterizam religi�o em geral, ou seja como um fen�meno antropol�gico universal.

A Ci�ncia da Religi�o tem uma estrutura multidisciplinar. Trata-se de um campo de intersec��o de v�rias sub-ci�ncias e ci�ncias auxiliares. A Hist�ria da Religi�o, a Sociologia da Religi�o e a Psicologia da Religi�o s�o as mais referidas.

Mas h� outras, por exemplo a Geografia da Religi�o ou a Economia da Religi�o, uma mat�ria que atualmente ganha for�a na Universidade de T�bingen, Alemanha. No Brasil, na �rea da Ci�ncia da Religi�o s�o freq�entemente citados as teorias e os resultados da Etnologia e da Antropologia.

▬ Um cientista pode ser uma pessoa religiosa? Por que? De que forma a religi�o influencia no encaminhamento que o cientista d� a sua pesquisa?

R: Houve uma �poca na hist�ria da nossa disciplina em que se defendia a tese de que um verdadeiro cientista da religi�o deveria ser um homem religioso ou uma mulher religiosa. O famoso livro de Rudolf Otto "O sagrado" elabora essa id�ia j� no seu primeiro par�grafo.

O livro traz a analogia de um cr�tico de m�sica cuja capacidade de avaliar a qualidade de uma obra depende do senso musical de tal cr�tico. O mesmo valeria para a religi�o cuja ess�ncia se revela somente para um investigador que possui um "senso religioso". Acho que a analogia de Otto � inadequada.

Para mim, um cientista da religi�o nada se assemelha a um cr�tico de m�sica. Ele mais se parece com um historiador da arte cuja refer�ncia n�o � o n�vel est�tico de uma pintura, mas que coloca quest�es do tipo:

● Quem era o pintor?
● Esta pintura � uma obra t�pica desse pintor?
● Em que circunst�ncias ele produziu tal obra?
● Que influ�ncias estil�sticas se observam nesta obra?
● Que papel esta obra desempenhava no contexto da produ��o art�stica do pintor?

A obra � t�pica de uma �poca da arte? De jeito semelhante o cientista da religi�o quer entender os fatores que influenciaram o surgimento e o desenvolvimento da religi�o investigada.

Ele tem o objetivo de classificar seu objeto de estudo ao compar�-lo hist�rica e sistematicamente com outras religi�es. Para fazer isso, precisa-se de uma forma��o cient�fica adequada, um conhecimento geral da hist�ria espiritual do mundo, um instrument�rio anal�tico.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:32 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #3 em: 22 de Janeiro de 2016, 00:40 »

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Se um cientista for um ateu ou um indiv�duo religioso ser� uma op��o particular, feita na sua vida privada. Mas quando exercer sua tarefa profissional deve controlar e disciplinar as pr�prias prefer�ncias ideol�gicas o tanto quanto poss�vel. Nunca se consegue isso totalmente.

Mas isso n�o invalida a import�ncia do ideal da neutralidade, da objetividade. Tem-se que se prestar aten��o aos fatos e verificar se est�o apresentados adequadamente. Por exemplo, seria f�cil desvalorizar uma religi�o como o Isl� ao se concentrar somente nos tra�os que est�o em tens�o com os valores ocidentais e crist�os.

H� uma tend�ncia nas m�dias de identificar o Isl� com a Guerra Santa, mulheres reprimidas e movimentos �fundamentalistas�. Um Cientista da Religi�o que v�, do ponto de vista da sua religiosidade particular na sua vida pessoal.

O Isl� como um desafio religioso tem que prestar aten��o para n�o usar sua autoridade profissional e desdobrar ainda mais os preconceitos j� enraizados na consci�ncia coletiva. � melhor que ele se dedique a um assunto mais distante de seus interesses cotidianos.

▬ Qual � o estado atual da arte das pesquisas nessa �rea de Ci�ncia da Religi�o no Brasil? E no Mundo?

R: A situa��o internacional � muito complexa. Cada pa�s tem seus tra�os espec�ficos de acordo com v�rios fatores que dependem da hist�ria nacional da disciplina, do grau de colabora��o com outras disciplinas ou da presen�a de certas religi�es.

Por exemplo, a Ci�ncia da Religi�o na Alemanha tem tradicionalmente um foco nas filologias e um interesse forte nas religi�es orientais, especialmente na �ndia. Atualmente vivem cerca de tr�s milh�es de turcos no pa�s, um fato que levou uma nova gera��o de cientistas da religi�o a uma investiga��o do Isl� no ambiente europeu ocidental.

Nos Estados Unidos a Ci�ncia da Religi�o � bastante influenciada pelas Ci�ncias Sociais e devido ao grande n�mero de novas religi�es que t�m florescido num ambiente social liberal, as teorias e pesquisas nesta �rea s�o bastante desenvolvidas.

No Brasil, a Ci�ncia da Religi�o � uma disciplina relativamente nova. Em compara��o a outros pa�ses o perfil da mat�ria � menos acentuado ainda. Mas, estou otimista a respeito do futuro da disciplina num �mbito internacional.

O Brasil � conhecido como um campo religioso extremamente din�mico, mas segundo Cientistas da Religi�o da Europa e dos Estados Unidos falta um saber detalhado sobre a hist�ria e a situa��o religiosa atual.

Ao mesmo tempo, h� um contingente enorme de especialistas brasileiros que poderiam contribuir muito mais para a divulga��o mundial dos seus conhecimentos. Deve-se fazer um esfor�o para que haja um interc�mbio mais amplo, mais freq�ente com colegas norte-americanos e europeus.

Vejo pelo menos as seguintes �reas nas quais cientistas brasileiros desempenhar�o um papel importante na discuss�o internacional:

● O Pentecostalismo, a chamada �religiosidade popular�;
● As chamadas religi�es medi�nicas (Candombl�, Umbanda, Kardecismo);
● As religi�es de Ayahuasca (Santo Daime, Barquinha e Uni�o do Vegetal).

Por outro lado, do ponto de vista internacional, s�o urgentes projetos sobre as grandes religi�es n�o-crist�s como, por exemplo sobre o Juda�smo, o Isl�, o Baha�i e at� mesmo sobre o Budismo, uma religi�o t�o freq�entemente citada nas m�dias.

▬ Tendo em vista que o conhecimento religioso � dogm�tico, n�o test�vel, depende de cren�a/f� e que o conhecimento cient�fico � replic�vel, fidedigno, generaliz�vel. Na sua opini�o, Ci�ncia e Religi�o s�o divergentes ou convergentes? Por que?

R: Em geral, concordo com a hip�tese impl�cita na pergunta. Para mim, a diverg�ncia mais marcante � que cientistas emp�ricos n�o trabalham com conceitos metaf�sicos. Quer dizer, eles n�o levam em conta um n�vel extra-emp�rico.

Isso n�o significa que eles neguem a exist�ncia desta dimens�o do �ser�, mas tem a ver com a posi��o metodol�gica em que se considera cientificamente irrelevante a quest�o sobre a ��ltima realidade�, sobre �o absoluto�, sobre algo que transcende as esferas �relativas�.

Mas al�m de diverg�ncias h� v�rias converg�ncias. Vou mencionar aqui somente alguns aspectos de uma constela��o muito complexa.

Religi�o e ci�ncia s�o ambas sistemas de compreens�o e interpreta��o do mundo. A teoria de �big-bang� e a doutrina crist� de cria��o t�m o mesmo objetivo: responder a quest�o de onde vem nosso universo.

No decorrer do processo de seculariza��o, ou seja, na medida em que a ci�ncia como uma forma espec�fica de compreens�o do mundo ganhou cada vez mais aceita��o coletiva na cultura ocidental, a interpreta��o cosmol�gica religiosa tem perdido sua plausibilidade para a maioria da popula��o dos pa�ses correspondentes.

Devido ao �triunfo� das ci�ncias exatas na modernidade � inevit�vel aceitar, do ponto de vista de um indiv�duo religioso, que a doutrina b�blica de cria��o seja �apenas� uma imagina��o simb�lica de �verdadeiros� eventos c�smicos.

Neste sentido podem coexistir na consci�ncia moderna os dois referenciais, ou seja, os relevantes textos b�blicos e as teorias astrof�sicas atuais.

Agora, se imaginarmos um aluno que come�a a sua forma��o universit�ria na �rea de astrof�sica, qual � a sua situa��o? Ele nem tem a compet�ncia, nem a �reputa��o� de negar as teorias com as quais seus professores o confrontam.

Para crescer dentro do sistema, ele tem que aceitar a mat�ria apresentada nas aulas. Os conte�dos s�o t�o abstratos, t�o distantes da sua experi�ncia cotidiana, que n�o lhe resta outra op��o a n�o ser �crer� no que est� escrito nos manuais impostos pelos mestres daquela disciplina.

Ele tem que ter confian�a na fala das grandes autoridades dentro da comunidade acad�mica da qual ele quer participar no futuro. Talvez, depois de estudos de v�rios semestres, ele desenvolva a potencialidade de causar uma revolu��o cient�fica, uma reforma no dep�sito de conhecimento estabelecido e n�o seja mais questionado pela gera��o anterior.

Mas isso s� acontece excepcionalmente. A regra � que o aluno de ontem se torna um representante de uma tradi��o j� estabelecida.

As palavras grifadas ressaltam algumas palavras chaves para indicar de que de ponto de vista sociol�gico h� mais converg�ncias entre religi�o e ci�ncia do que se pensa normalmente.

O senhor v� a Religi�o como inibidora no processo de desenvolvimento da ci�ncia?

R: A hist�ria prova que religi�o pode ter este efeito, isso � bem ilustrado pelo famoso caso de Galileu Galilei. Todavia, neste contexto acho muito interessante uma hip�tese de Max Weber que diz que as ci�ncias modernas t�m suas ra�zes na tradi��o judaico-crist� e por isso elas se desenvolveram especificamente na Europa onde as duas religi�es haviam deixado suas marcas.

Weber apontou para a cosmovis�o dualista, para a ideia de um Deus transcendental, totalmente diferente do mundo, que, uma vez criado, segue suas mecanismos invari�veis.

Segundo Weber este conceito provocou uma certa divis�o na �rea intelectual. Por um lado, se acentuou a teologia ocupada do lado divino do �ser�.

Por outro lado, as ci�ncias exatas se articularam propondo uma integridade, uma certa autonomia do mundo distante de Deus exposto a uma investiga��o pr�pria. Neste sentido podemos dizer que a religi�o, em vez de inibir um desenvolvimento da ci�ncia, o estimulou.

Mais especificamente devemos pensar, por exemplo, em v�rios grandes f�sicos que eram homens religiosos e sua religiosidade n�o inibia que eles chegassem a resultados que levassem a novos paradigmas em suas �reas.

Devemos tamb�m lembrar do caso da Igreja Crist� dos Santos dos �ltimos Dias, ou seja, dos chamados M�rmons. Motivados pela doutrina que membros da Igreja podem contribuir para a salva��o de seus parentes j� falecidos, ou seja, como conseq��ncia da pr�tica do batismo de antepassados, h� grandes especialistas em pesquisa na �rea de genealogia nesta Igreja.

Este exemplo tamb�m indica que religi�o n�o deve ser reduzida ao seu papel inibidor a respeito do progresso cient�fico.

▬ A religi�o pode ser considerada respons�vel pela dificuldade que a sociedade tem de aceitar as novas id�ias propostas pela ci�ncia?

R: Sim, mas para mim a pergunta mais relevante � como avaliar este efeito? N�o � assim que as possibilidades que a ci�ncia nos oferece correm riscos? Quem garante que uma inova��o � aproveitada de maneira respons�vel e realmente contribui para uma vida melhor?

A discuss�o sobre a biotecnologia � um bom exemplo para entender que preciso ter uma inst�ncia de controle, pelo menos no sentido de um apelo para a consci�ncia coletiva e a responsabilidade �tica de pesquisadores que propagam a hip�tese que tudo o que � cientificamente poss�vel � automaticamente leg�timo.

Nos debates deste tipo, inst�ncias religiosas desempenham geralmente um papel fundamental lembrando-nos dos limites do ser humano.

Mesmo que se prove em ambas as �reas que n�o houve nenhuma raz�o para tais preocupa��es e embora a hist�ria mostre que as religi�es n�o podem deter o desenvolvimento cient�fico, precisamos continuamente de mentes cr�ticas que reflitam sobre poss�veis impactos negativos de algo que parece um �progresso�.

Entrevista com Dr. Frank Usarski.
Professor no Programa de P�s-Gradua��o em Ci�ncias da Religi�o na PUC/SP.
Entrevista com alunos do Programa de P�s-Gradua��o em Ci�ncias da Religi�o, PUC-SP.

« �ltima modifica��o: 15 de Julho de 2016, 19:23 by Marianna »

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Re: Dia da Intoler�ncia Religiosa

« Responder #4 em: 23 de Janeiro de 2016, 15:25 »

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Den�ncias de discrimina��o religiosa aumentam 70% no pa�s, revela Disque 100

O n�mero de den�ncias relacionadas � discrimina��o religiosa aumentou 70% no ano passado no Brasil na compara��o com o ano anterior, chegando a 252, o mais elevado patamar registrado desde a cria��o do Disque Direitos Humanos, o Disque 100, h� quatro anos.

Os dados foram divulgados ontem (21), Dia Nacional de Combate � Intoler�ncia Religiosa, pela Secretaria de Direitos Humanos do Minist�rio das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Em 2014, foram 149 den�ncias.

Diante do agravamento da intoler�ncia religiosa, l�deres de diversas matrizes religiosas que estiveram em Bras�lia para participar de uma mesa de debates sobre o tema se uniram para criar uma rede nacional de prote��o para as v�timas desse tipo de crime.

▬ �Hoje foi a primeira discuss�o de um escopo e dos princ�pios do que ser� essa rede�, disse o secret�rio nacional de Prote��o e Defesa de Direitos Humanos em exerc�cio, Fernando Matos, que recebeu os l�deres".

Ao comentar o aumento no n�mero de tais den�ncias, Matos disse que o acirramento dos �nimos e as manifesta��es de intoler�ncia observados na esfera digital podem ter contribu�do para maior ocorr�ncia de crimes reais.

▬ �� uma situa��o muito complexa. Temos participado de um mundo cada vez mais virtual e digital, o que tem permitido que haja epis�dios de intoler�ncia descambando para o mundo real."

Matos destacou tamb�m o crescente reconhecimento da capacidade do Disque 100 de encaminhar essas den�ncias �s autoridades respons�veis por sua apura��o.

Ao longo do ano passado, alguns casos se destacaram no notici�rio. Em junho, uma menina de 11 anos foi apedrejada quando saia de um culto religioso em um sub�rbio do Rio de Janeiro,

J� no Distrito Federal, houve uma s�rie de ataques contra terreiros de candombl� entre setembro e novembro, e um inc�ndio, que suspeita-se ter sido criminoso, destruiu um terreiro na cidade do Parano�.

S�o Paulo tem mais den�ncias:

O maior n�mero de den�ncias foi feito em S�o Paulo (37), seguindo-se o Rio de Janeiro (36), Minas Gerais (29) e a Bahia (23). Embora haja a impress�o geral de que grande parte das v�timas pertence a religi�es de matrizes africanas, a Secretaria de Direitos Humanos n�o apresentou dados destrinchados por religi�o.

Relatou a mabeto:
▬ �Tivemos quatro assassinatos b�rbaros em um per�odo de dois meses�, (m�e de santo) Nagentu, representante do candombl� angola, que viajou de Bel�m a Bras�lia para apresentar o posicionamento de sua comunidade.

Ela criticou, inclusive, o pr�prio conceito de �toler�ncia religiosa�.

Afirmou Nagentu:
▬ �Toler�ncia � uma palavra muito grave. Ningu�m quer ser tolerado, quer ser respeitado como ser humano, como cidad�o, como pessoas de bem, como pessoas que t�m a sua op��o de escolha, de sua tradi��o e de cren�a. Vivemos num pa�s laico�.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:34 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #5 em: 19 de Agosto de 2016, 20:56 »

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Todas as religi�es s�o verdadeiras

N�o s�o dif�ceis as pessoas acharem que suas religi�es s�o as melhores do mundo e querer que os outros sigam suas religi�es e cren�as.

Devemos saber que Deus e o plano espiritual est�o em todos os lugares, principalmente nos lugares de culto a Deus e a Luz em modo geral.

Quase (eu disse quase) todos os procedimentos religiosos s�o iguais, todos usam velas, incensos, ora��es e at� mesmo mandalas.

No Catolicismo as coisas s�o muito escondidas, as formas de exorcismos s�o feitas com incensos. Mas tudo isso para dizer que o plano espiritual e a pr�pria realidade � uma s�.

� Apesar de algumas diferen�as entre as religi�es, como:

● A exist�ncia ou n�o da reencarna��o,
● As diferentes formas de se representar Deus,
● E as formas de abordar as revela��es metaf�sicas.

Um exemplo � no cristianismo falar: que Deus � justo e em outras religi�es falar da lei do Karma, ou do Karma e do Dharma.

Deus � chamado assim no Cristianismo, mas no Islamismo � Alah, no Hinduismo � Brahma, no Pajeismo � Tup�, no Egito � H� e etc.

Os crist�os v�em a palavra de Deus na B�blia mas os �ndios e os wiccans v�m na natureza. Todas estas palavras e formas de ver est�o corretas, o que muda � a forma e a linguagem.

� Deus possui um tr�plice aspecto n�o apenas:

● No Hinduismo,
● No Cristianismo,
● Mas tamb�m na Teosofia.

● No Cristianismo Deus � o Pai, o Filho e o Esp�rito Santo,
● No Hinduismo � Brahman, Shiva e Vinshu,
● E na Teosofia � o Logo1, Logo2 e Logo3.

Por�m cada religi�o tem uma maneira de falar e do que enfatizar destes tr�s aspectos de Deus. Deus jamais abandona seus filhos e tamb�m nunca o fez nas religi�es.

A revela��o de Deus para o homem � pura e as distor��es religiosas s�o causadas pelo ego de algumas pessoas.

Muitas vezes as distor��es s�o feitas para provar que a religi�o � �nica e verdadeira ou como sendo a melhor de todas, tamb�m para manipular o dinheiro e a cabe�a dos fi�is que tr�s poder.

Essas distor��es s� dificultam ainda mais as pessoas enxergarem que Deus est� em todas as religi�es.

Talvez Deus permita essas distor��es para que as pessoas olhem para Dentro de si mesmas, pois l� est� a verdade e n�o fora. Deus est� dentro de n�s e ele � tudo e tudo est� dentro de n�s.

A pessoa que trilha o caminho da ilumina��o enxergar� diversas dessas engana��es, pois a luz ilumina e mostra a verdade.

O caminho da luz � enxergar os pr�prios defeitos, as qualidades e as falsidades de outras pessoas.

Tamb�m transformando os seus defeitos enxergados, perdoando, buscando cada vez mais a f� em si mesmo e em Deus e ser verdadeiro e com isso fazendo cada vez mais presente o Deus que existe dentro de si mesmo.

� O que importa mesmo � a luz que as pessoas desenvolvem nas religi�es e isso implica:

● F�,
● Paz,
● Amor,
● Carinho,
● Verdade,
● Cora��o,
● Bondade,
● Sabedoria,
● Sentimento,
● E transforma��o.

Estas coisas s�o eternas, nos completam e d�o real sentido para nossas vidas. N�o importa qual � a religi�o da pessoa, mas sim a luz que ela desenvolve com a religi�o.

Mestres Ascensos.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:36 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #6 em: 02 de Setembro de 2016, 18:10 »

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Egito

O Egito desperta uma profus�o de sentimentos enigm�ticos e m�sticos.

Pensar no Egito � pensar nas pir�mides, nas tumbas, nas m�mias e em toda hist�ria que trazem consigo, muitas vezes ainda inintelig�veis ao ser humano contempor�neo.

Contudo se outrora o pa�s cultuava Os�ris, H�rus e demais deuses, hoje � terra de Allah. Noventa por cento da popula��o � mu�ulmana, em contrapartida de 10% de crist�os.

A privilegiada posi��o geogr�fica do pa�s e grande import�ncia cultural fez do Egito alvo de grande interesse das demais civiliza��es, sofrendo repetidas invas�es, conquistas e imposi��es de novas culturas.

Assim, configurou-se um complexo mosaico cultural, lingu�stico e religioso. As ra�zes do Cristianismo no Egito datam do primeiro s�culo depois de Cristo, quando a cidade de Alexandria se transformou em um reduto da religi�o.

Entretanto, a igreja eg�pcia possui sua pr�pria descend�ncia, a Igreja Ortodoxa Copta, que possui Papa e interpreta��es pr�prias da doutrina. A pequena cruz tatuada no pulso direito - que a maioria possui, mesmo n�o sendo obrigat�rio � os revelam.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:37 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #7 em: 02 de Setembro de 2016, 18:17 »

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Quatro s�culos mais tarde, em Meca, Maom� come�aria a professar o Isl�. Ap�s a morte do profeta, o Egito entrou na rota de expans�o da religi�o, incorporando n�o s� o Isl�, como o idioma �rabe � cultura; ambos permanecem at� hoje.

Embora a conquista territorial tenha se sucedido, ningu�m fora obrigado a se converter. Entretanto, os impostos cobrados a qualquer n�o mu�ulmano eram abusivos e se tornavam invi�veis de ser pagos, o que fazia com que as pessoas se convertessem � f� professada por Maom�.

Muitos s�culos depois, em 2016, o que vemos � a religi�o profundamente associada a cultura do pa�s e que, apesar de o estado se definir como laico, ainda permeia a pol�tica.

E h�, inclusive, os defensores (embora minoritariamente) de uma pol�tica completamente baseada na religi�o:
A sharia.

Se por um lado se mostram extremamente religiosos - o que n�o significa fan�ticos-, por outro lado, todos os dias, as mesquitas parecem gritar em v�o nas cinco chamadas para a ora��o.

Uma das imagens mais tang�veis do Isl� para n�s ocidentais, � a reza, portanto imaginamos que prontamente na hora, o pa�s para para faz�-la. N�o � bem assim.

Com exce��o a reza das sextas, por volta de meio dia � na qual todos os homens devem ir a mesquita -, poucos demonstram notar o chamado das mesquitas nos alto falantes.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:38 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #8 em: 02 de Setembro de 2016, 18:21 »

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Eg�pcios fazendo a �ltima reza do dia.

Devemos sempre lembrar que toda religi�o � nosso objetivo de como ser, e n�o de como somos. Somos seres humanos imperfeitos, e seguidores da religi�o que for, n�o seremos c�pias fi�is da mesma. Assim � por aqui. Muitas contradi��es a parte.

Se o �lcool � visto praticamente como um crime � felicidade p�stuma, o haxixe � quase t�o difundido como a cervejinha do fim de semana no Brasil. Se o div�rcio ainda � proibido aos coptas, o jeito � se converter a outra linhagem crist� para assim poder faz�-lo.

A conviv�ncia entre as religi�es � Cristianismo e Islamismo- � pac�fica e respeitosa.

Durante a revolu��o de 2013 quando sucessivos ataques a bomba estavam acontecendo, ficou famosa uma foto em que crist�os, de m�os dadas, protegiam mu�ulmanos durante a reza, e mu�ulmanos protegiam as igrejas para que os coptas pudessem rezar com tranquilidade.

Contudo, j� reparei v�rias vezes, que ao contar um caso, eles sempre fazem uns par�nteses da religi�o da pessoa, mesmo que isso n�o implique em nada na hist�ria a ser contada.

�Uma vez estava com um amigo, ele � crist�o, ...�. �Convidei uma amiga para ir com a gente, ela � crist�.�. N�o � um preconceito, � apenas uma diferen�a.

Diferen�a que at� o ano passado vinha estampada nos documentos de identidade, e se faz clara apenas pelo nome de registro do cidad�o - h� diferentes nomes para mu�ulmanos e crist�os.

No interior da mesquita de Muhammad Ali no Cairo.

E essa diverg�ncia � tamb�m motivo de muitas decep��es amorosas. A maioria dos eg�pcios tem uma hist�ria de amor plat�nico envolvendo as duas religi�es. Apesar de permitido, o casamento na pr�tica � imposs�vel.

Uma vez uma amiga crist� contou que estava sofrendo por um amor correspondido mu�ulmano. Me pareceu �bvio que o motivo do sofrimento fosse um impedimento, por parte das fam�lias, mas ela me esclareceu que n�o, foi decis�o dela de se afastar.

Segundo a mesma, jamais se casaria com um mu�ulmano. Por qu�? N�o aceitaria que os filhos dela fossem seguidores da outra religi�o, assim como nenhum seguidor de Maom� aceitaria filhos fi�is a Jesus.

E por falar em filhos, a religi�o est� extremamente arraigada ao crescimento populacional no Egito, que apenas no �ltimo ano cresceu em mais de 1.8 milh�es.

Em nome da f�, os casais s�o encorajados a n�o fazer qualquer tipo de controle de fertilidade ou planejamento familiar. Quantos filhos Allah enviar, que seja feita a vontade dele!

Ainda mais encorajadora � a cren�a de que, quando Deus envia um filho, ele manda junto o dinheiro necess�rio para a cria��o. Se a densidade populacional (principalmente no Cairo), baixa renda e poucas oportunidades j� afetam a popula��o atual, mais pessoas: mais problemas.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:39 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #9 em: 02 de Setembro de 2016, 18:30 »

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Ainda que timidamente, talvez encorajados pela liberdade e confian�a no direito de auto determina��o advindos da revolu��o de 2011, uma onda de ate�smo se faz presente no pa�s. Nada que ameace ambas religi�es.

Entretanto, aos poucos, pipocam na internet grupos de discuss�es e v�deos nos quais se questionam os fundamentos de ambas doutrinas. Mas nada que ainda se possa ser discutido na sociedade, ou entre fam�lias, sem repres�lias.

O pa�s dos fara�s tamb�m n�o poderia permanecer indiferente a seus ancestrais, enquanto todo o mundo os reverencia. S�o not�veis diversas tradi��es e rituais do antigo Egito presentes no dia a dia.

A pr�pria l�ngua � prova disso, o �rabe falado no Egito n�o corresponde ao cl�ssico, tem diversas palavras que prov�m do idioma dos ancestrais.

Assim como a celebra��o de P�scoa, que, para eles, nada tem a ver com a ressurrei��o de Cristo. Apesar de a data coincidir, eles celebram o per�odo da cheia do Nilo e consequente fertilidade.

De todos os legados, me arrisco a dizer que o principal seria a preocupa��o com a eternidade, seja na Terra, no para�so prometido por Allah ou Jesus, todos eles querem ser lembrados e ser merecedores dos louros da vit�ria.

Por Michelle Bastos.

Michelle � graduada em jornalismo pela UFV. J� morou em Portugal, EUA, Gr�cia e hoje, casada com um eg�pcio, divide sua vida entre o Brasil e o Egito. Est� sempre dando umas voltinhas por a� e adora compartilhar tudo que viu e aprendeu.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:40 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #10 em: 22 de Outubro de 2016, 02:06 »

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As Religi�es Afro-Brasileiras

Estima-se que um total de 3.600.000 escravos foram transportados da �frica para o Brasil entre os s�culos XVI e XIX (Bastide, 1978: 35), fazendo do Brasil o segundo maior importador de escravos do novo mundo. Durante este per�odo, a popula��o negra escrava era maior que a dos brancos que legislavam.

� Os escravos vieram principalmente do:

● Congo,
● Nig�ria,
● Daom�,
● Angola,
● E Mo�ambique.

Apesar da institui��o escravagista ter quebrado as fam�lias e espalhado grupos �tnicos atrav�s do pa�s, os escravos conseguiram manter alguns la�os com sua heran�a �tnica.

Isso aconteceu devido ao fato, entre outros, dos portugueses usarem a pol�tica de dividir para governar, separando os escravos em diferentes na��es. O termo na��es se refere ao local geogr�fico de um grupo �tnico e sua tradi��o cultural (por exemplo, os que falavam Yorub� da Nig�ria eram os Nag�, Ketu, Ijej�, Egba etc.)

A conseq��ncia inesperada dessa divis�o foi que o conceito de na��o desempenhou um papel importante para a manuten��o de v�rias identidades �tnicas africanas e para a transmiss�o cultural e as tradi��es religiosas.

Os escravos africanos eram proibidos de praticar suas v�rias religi�es nativas. A Igreja Cat�lica Romana deu ordens para que os escravos fossem batizados e eles deveriam participar da missa e dos sacramentos.

Apesar das institui��es escravagistas e da Igreja Cat�lica Romana, entretanto, foi poss�vel aos escravos comunicar, transmitir e desenvolver sua cultura e tradi��es religiosas.

� Houve v�rios fatos que os ajudaram a manter esta continuidade:

● Havia um certo n�mero de l�deres religiosos entre eles;
● Os v�rios grupos �tnicos continuaram com sua l�ngua materna;
● E os la�os com a �frica eram mantidos pela chegada constante de novos escravos.

Entre as tradi��es religiosas africanas que exerceram influ�ncia nas religi�es afro-brasileiras, o culto aos Orix�s e Voduns foram de capital import�ncia. Orix�s e Voduns s�o divindades dos grupos da Nig�ria e Benin que falam Yorub� e Jeje.

Na �frica cada divindade preside um aspecto da natureza e uma fam�lia em particular. No Brasil, como a escravid�o dividiu as fam�lias, eles se tornaram protetores dos indiv�duos.

O ponto central das religi�es afro desenvolvidas no Brasil eram as festas para os Orix�s e Voduns, que envolviam possess�es de divindades e sacrif�cios de animais. As religi�es afro-brasileiras constituem um fen�meno relativamente recente na hist�ria religiosa do Brasil.

Por exemplo o primeiro terreiro de Candombl�, que � localizado no nordeste, mais precisamente na Bahia, � geralmente situado no ano de 1830.

Estas novas religi�es apareceram primeiro na periferia urbana brasileira, onde os escravos tinham maior liberdade de movimento e era capazes de se organizar em na��es.

� Da� eles se espalharam por todo o pa�s, e tomaram diversos nomes como:

● Xang�,
● Catimb�,
● Batuques,
● Macumba,
● Candombl�,
● E Tambor de Minas.

O Candombl�, a mais tradicional e africana dessas religi�es, se originou no Nordeste. Nasceu na Bahia e desde longa data tem sido sin�nimo de tradi��es religiosas afro-brasileiras em geral. Desde o come�o os pais-de-santos, buscavam re-africanizar a religi�o.

Isto foi poss�vel em parte, porque a rota dos navios entre Nig�ria e Bahia, conservou viva a conex�o com a �frica. Isso continuou mesmo depois da aboli��o da escravid�o em 1888.

Escravos libertos que puderam viajar para �reas dos Yorub�s foram iniciados no culto dos Orix�s e ent�o, ao retornar ao Brasil, puderam fundar terreiros a revitalizar a pr�tica religiosa.

Quando as religi�es afro-brasileiras come�aram a aparecer, o conceito de na��o ganhou nova for�a e significado, em parte como um s�mbolo de transmiss�o de tradi��es religiosas locais, e em parte como uma marca da identidade �tnica.

Reafricaniza��o ou n�o, as religi�es afro-brasileiras ainda carregam os efeitos de sua intera��o com outras tradi��es religiosas, especialmente do Catolicismo.

Os Voduns e Orix�s foram justapostos com os santos cat�licos e o interior dos terreiros possu�a numerosos elementos cat�licos, incluindo e est�tuas de santos, enquanto os objetos religiosos africanos eram escondidos.

As religi�es afro-brasileiras eram proibidas, e os terreiros eram freq�entemente visitados pela pol�cia. Por isso seus praticantes deviam sempre buscar caminhos para fortalecer a apar�ncia cat�lica dos Orix�s e dos terreiros.

O sincretismo se tornou assim estrat�gia de sobreviv�ncia. Apesar de que a liberta��o dos escravos em 1888, a ratifica��o da Constitui��o Republicana em 1889 e a separa��o da Igreja e do Estado em 1890 foram caracterizados pelo mesmo esp�rito liberal, a rep�blica ainda proibia o Espiritismo.

Esta proibi��o era dirigida especialmente contra as religi�es afro-brasileiras, que eram denunciadas como baixo espiritismo. Nesta designa��o est� impl�cito o preconceito social direcionado contra os membros destas religi�es, que pertenciam aos setores mais baixos da sociedade brasileira.

Os negros brasileiros n�o cabiam na moderniza��o republicana. Inspirada pelas teorias raciais "cient�ficas" europ�ia e norte americana, a elite branca dominante via a popula��o negra como uma desgra�a ao car�ter nacional brasileiro. (Skidmore 1974: 29).

O problema da cor da pele exigia de alguma forma uma solu��o, e a proposta dos intelectuais e das elites em geral era o embranquecimento.

A ideia era de que a miscigena��o continuada poderia levar a um embranquecimento de toda a popula��o brasileira. Isso poderia ser levado adiante e acelerado com a abertura do Brasil aos imigrantes europeus.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:42 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #11 em: 27 de Novembro de 2016, 19:32 »

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O Talmude � o livro que re�ne muitas tradi��es orais e � dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Coment�rios.

▬ Rituais e s�mbolos judaicos:

Os cultos judaicos s�o realizados num templo chamado de sinagoga e s�o comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O s�mbolo sagrado do juda�smo � o memor�, candelabro com sete bra�os.

▬ Memor�:candelabro sagrado.

Entre os rituais, podemos citar a circuncis�o dos meninos ( aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a inicia��o na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas ( aos 12 anos de idade ).

Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das ora��es.

Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a liga��o entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca s�o guardados os pergaminhos sagrados da Tor�.

As Festas Judaicas. As datas das festas religiosas dos judeus s�o m�veis, pois seguem um calend�rio lunisolar.

▬ As principais s�o as seguintes:

Rosh Hashan� - � comemorado o Ano-Novo judaico.

Simchat Tor� - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Mois�s.

Shavu�t - celebra a revela��o da Tor� ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.

Chanuc� - comemora-se o fim do dom�nio ass�rio e a restaura��o do tempo de Jerusal�m.

Purim - os judeus comemoram a salva��o de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro.

Suc�t - refere-se a peregrina��o de 40 anos pelo deserto, ap�s a liberta��o do cativeiro do Egito.

P�scoa ( Pessach ) - comemora-se a liberta��o da escravid�o do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.

Yom Kipur - considerado o dia do perd�o. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o esp�rito.

« �ltima modifica��o: 21 de Janeiro de 2018, 21:43 by Marianna »

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #12 em: 21 de Janeiro de 2018, 21:44 »

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O Talmude � o livro que re�ne muitas tradi��es orais e � dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Coment�rios.

▬ Rituais e s�mbolos judaicos:

As Festas Judaicas. As datas das festas religiosas dos judeus s�o m�veis, pois seguem um calend�rio lunisolar.

▬ As principais s�o as seguintes:

Rosh Hashan� - � comemorado o Ano-Novo judaico.

Simchat Tor� - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Mois�s.

Shavu�t - celebra a revela��o da Tor� ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.

Chanuc� - comemora-se o fim do dom�nio ass�rio e a restaura��o do tempo de Jerusal�m.

Purim - os judeus comemoram a salva��o de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro.

Suc�t - refere-se a peregrina��o de 40 anos pelo deserto, ap�s a liberta��o do cativeiro do Egito.

P�scoa ( Pessach ) - comemora-se a liberta��o da escravid�o do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.

Yom Kipur - considerado o dia do perd�o. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o esp�rito.

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Re: Intoler�ncia Religiosa

« Responder #13 em: 21 de Janeiro de 2019, 19:54 »

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O Sincretismo se caracteriza pela a uni�o de v�rias religi�es e ideologias que formam outra.

Atualmente, o sincretismo mais vis�vel � o religioso, mas o ideol�gico tamb�m est� presente em v�rias �reas das ci�ncias sociais e humanas.

Religioso:

O sincretismo est� presente na religi�o onde � poss�vel visualizar elementos de v�rias religi�es que influenciaram determinada cren�a.

O catolicismo, por exemplo, nasceu do juda�smo. Afinal, um dos livros judaicos, a Tor�, est� presente nos ensinamentos crist�os.

A grande festa judaica, a P�scoa, recebeu outro significado com os crist�os.

Da mesma forma, a Igreja Cat�lica absorveu a organiza��o romana e instituiu um l�der m�ximo, auxiliado por bispos e padres.

Isto pode ser observado em todas as religi�es, pois n�o existe uma religi�o pura.

No Brasil:

No Brasil, o sincretismo � evidente entre as religi�es de matriz africana que incorporaram elementos do catolicismo. Importante ressaltar que esta mistura se processou de maneira diferente nos diversos pontos do pa�s.

O principal motivo que explica este fen�meno � a forma de poder exercida em Portugal na �poca da coloniza��o.

Como a coroa e a Igreja estavam unidos no projeto de coloniza��o, a convers�o ao Catolicismo � imposta aos povos conquistados. Assim como os �ndios, os negros escravizados foram obrigados a adotar a religi�o cat�lica.

Portugal s� admitia o envio para a col�nia do Brasil de cat�licos dentro do grupo denominado "gente da renascen�a" - criminosos, fracassados e marginalizados.

A mesma exig�ncia era feita aos fidalgos ou representantes da pequena nobreza que emigravam de Portugal.

Diante da conquista de territ�rio como Angola, a col�nia passou a explorar a escravid�o dos negros africanos, pois isto resultava num lucrativo com�rcio.

Assim, a escravid�o entre ind�genas e negros passou a coexistir, embora a Igreja condenasse o uso da m�o de obra ind�gena n�o remunerada.

Pela determina��o de convers�o, os escravos capturados passavam a ter contato com a religi�o cat�lica ainda nos navios que os transportavam at� o Brasil.

Orix�s Africanos:

Por imposi��o, os deuses africanos foram rebatizados. Ol�d�mar� recebe a denomina��o de Olorun e Oxal� � associado � Virgem Maria.

Intimidados pelos castigos que seriam impostos em caso de n�o aceitarem a convers�o, muitos escravos abra�avam a religi�o cat�lica aparentemente, mas mantinham o culto a seus orix�s de origem.

J� os senhores brancos permitiam os cantos e dan�as aos domingos, bem como preces e batuques dentro das senzalas.

Alguns historiadores sustentam que os senhores acreditavam que desta maneira, os escravos manteriam a �frica na mem�ria. Deste modo, n�o se esqueceriam da rivalidade entre os diversos grupos, evitando uma revolta contra o estado de escravid�o.

Entre as figuras da Igreja Cat�lica cultuadas pelos portugueses est� Santa B�rbara, a quem os escravos fingiam cantar, mas na verdade, o culto era destinado a Yansan, orix� da sexualidade, deusa dos ventos e dos raios.

Tamb�m � sincretizado S�o L�zaro, com suas feridas e chagas, com Omol�, o orix� das doen�as de pele.

Yemanj�, a deusa que deixa sair do ventre a pr�pria vida, � sincretizada com certas denomina��es da Virgem Maria, como Nossa Senhora da Concei��o. Por ocorrer de maneira diferente nos diversos pontos do pa�s, o sincretismo de um mesmo santo ou orix� n�o � id�ntico.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o orix� da guerra Ogun � sincretizado com S�o Jorge e no Estado da Bahia com Santo Ant�nio.

A imagem de S�o Jorge com armadura e capacete, lutando bravamente com um drag�o, contrasta com Santo Ant�nio a ter nos bra�os um beb�. Segundo a Igreja, por�m, Santo Ant�nio tamb�m teria sido soldado e, por isso, lutou, o que explica o sincretismo com Ogun.

Religi�es Afro-brasileiras:

No per�odo de explora��o da m�o de obra escrava, o Brasil recebeu pessoas de diversas regi�es da �frica. Por serem de pontos diferentes, n�o falavam a mesma l�ngua e tamb�m cultuavam deuses diferentes e tinham tradi��es distintas.

Alguns guerreavam entre si e, em comum, compartilhavam somente o fato de serem escravos na col�nia. O Brasil recebeu negros sudaneses, guineanos e bantos. A diversidade � tamanha, que os guineanos s�o integrados por isl�micos.

Candombl�:

Deu-se o nome de Candombl� � religiosidade e ao conjunto das muitas manifesta��es religiosas dos negros escravizados.

A palavra Candombl� � uma onomatopeia indicativa da dan�a africana. � por isso que os historiadores classificam as religi�es africanas como v�rios candombl�s. Afinal, o candombl� se divide em na��es como nag�, keto e ij�xa.

Pela maneira diferenciada em que ocorreu o sincretismo, as formas de culto tamb�m n�o s�o iguais.

Conforme os historiadores, na Bahia um devoto cat�lico frequenta a missa, mas tamb�m obedece �s determina��es impostas por seu orix�. Ainda assim, na Bahia os rituais permanecem mais pr�ximos aos africanos..

Umbanda:

No Rio de Janeiro, no come�o do s�culo XX, ocorreu outro fen�meno de sincretismo com o nascimento da Umbanda.

Esta � uma mistura entre a religi�o africana de raiz, o catolicismo, as lendas ind�genas e o espiritismo de Alan Kardec.

A riqueza da mistura remonta a um passeio entre as muitas cren�as e sua postura diante do comportamento na vida e na morte.

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