O Universo Auto-consciente: um novo paradigma científico

Olá pessoal,

Conforme eu tinha proposto estou  abrindo esse tópico de estudos sobre o livro do Dr. Amit Goswami, “O Universo Auto-consciente”.

Utilizaremos essa edição do livro: http://rapidshare.com/files/383401760/Goswami_o_universo_autoconsciente.pdf.html

Esse estudo é importante porque, como eu disse lá no tópico do Thiago, “Física Qüântica e Espiritismo”, o livro do Dr. Goswami interessa ao Movimento Espírita não só porque ele tem como desiderato a construção de uma ponte entre o abismo secular que separa ciência e espiritualidade, mas sobretudo, porque Goswami vem propor, de maneira destemida, e bem fundamentado de maneira científica e histórica na ciência,  um novo paradigma científico, cujo intuito precípuo é o de apontar para o dogmatismo do Realismo Materialista que é o paradigma vigente na ciência, em termos genéricos.

Na introdução do livro, por Fred Alan Wolf, consciência é, talvez uma das palavras-chave para este estudo:

“
Da maneira como usa a palavra "consciência", Goswami deixa implícito algo talvez mais profundo do que você ou eu aceitaríamos como implícito. Nos seus termos, consciência é algo transcendental — fora do espaço-tempo, não local, e que está em tudo. Embora seja a única realidade, só podemos vislumbrá-la através da ação que cria os aspectos material e mental de nossos processos de observação.” (p. 16)

“
O livro de Goswami é uma tentativa de lançar uma ponte sobre o antiquíssimo abismo entre ciência e espiritualidade, o que, acredita ele, sua hipótese consegue. Ele tem muito a dizer sobre idealismo monista e como só ele soluciona os paradoxos da física quântica.” (p. 16) (prefácio por
  (Introdução)

Portanto, Goswami defende o Idealismo monista e, como veremos, ele se propõe a solucionar paradoxos que não foram solucionados pelos físicos quânticos anteriores, como Ernest Rutherford, Weiner Heisenberg -  se bem que coube a Schorodinger formular a equação matemática básica para se estabelecer os princípios da mecânica quântica, enquanto que Niels Böhr é considerado o “pai” da mecânica quântica.

Goswamin nos mostra que o paradigma vigente, assentado no mecanicismo cartesiano e newtoniano propunha que o Universo era explicado em termos físicos: as causalidades são os átomos, que geram a matéria, e portanto, a consciência seria um produto da matéria, nessa perspectiva.

Descartes, dera um grande passo no tangente  à demanda de um novo método para a ciência. Com a separação entre sujeito e objeto Descartes logrou retirar a ciência do domínio secular da religião, sem que, com isso, interferisse nas atividades especulativas das religiões dominantes, nos diz Goswami.

E Newton – assim como Descartes – propôs, ao observar o funcionamento de um relógio que o Universo não seria senão uma “máquina perfeita”, que se auto-regulava, e desse modo foi possível descartar Deus como causa primária de todas coisas, libertando a ciência do jugo da religião, uma vez que, em um Universo mecânico, que se auto-regula por Leis mutáveis e perfeitas, não há a necessidade de Deus para intervir aqui e ali (Descartes).

Nesse sentido, tudo o que existe de real é a matéria, e a consciência, que  funciona de maneira mecânica, é um mero produto daquela.


(continua)