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  • Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação

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Autor Tópico: Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação  (Lida 2275 vezes)

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Offline Zé Ninguém

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Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação
« em: 30 de Março de 2013, 16:14 »
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Apego e libertação


"A lógica nos aponta um único caminho pra alcançarmos a liberdade, que é  a meta de todas as mais nobres aspirações da humanidade: renunciar a esta pequena vida, renunciar a este pequeno universo, a esta terra, a este céu, ao corpo, a mente, renunciar a tudo o que é limitado e condicionado.
Se desistirmos de nosso apego a este pequeno universo dos sentidos e da mente, seremos imediatamente livres.

É dificílimo abrir mão do apego que sentimos a este universo; poucos conseguem. Nosso livros mencionam dois caminhos para conseguir fazê-lo.
Um chama-se Neti, net( isto não, isto não), o negativo. O outro Iti( isto), o afirmativo.
O caminho negativo é o mais árduo, só sendo possível para homens de mentes excepcionais e mais elevadas, dotados de vontade prodigiosa, capazes de dizer: - Não, eu não quero isto- e a mente e corpo obedecem à vontade deles, que emergem vencedores. Pessoas desta estatura são raríssimas.
( * comentário pessoal: os seres são considerados excepcionais porque comparados com seus irmãos que ainda se encontram em outro estágio de amadurecimento espiritual. Não formam criados como privilegiados, mas alcançaram este estado de superioridade moral por conta de laborioso esforço durante suas caminhadas evolutivas.)

A grande maioria dos seres humanos escolhe o caminho positivo, o caminho através do mundo, servindo-se de todas as formas de escravidão para romper com a própria escravidão. É também uma espécie de renúncia.
Porém, realiza-se devagar e gradualmente, pelo conhecimento das coisas desfrutando delas, obtendo dessa forma experiência, compreendendo a natureza de cada uma, até que a mente por fim deixa que todas partam, delas se desapegando.
A via negativa é percorrida pelo raciocínio. A via positiva, pela ação e experiência.
(...)
Uma corrente de água, ao precipitar-se, tomba numa cavidade, forma um redemoinho por algum tempo e emerge outra vez, em correnteza livre, fluindo desimpedida.
Cada vida humana assemelha-se ao fluir dessa correnteza. Cai no redemoinho, envolve-se neste mundo de espaço, tempo e causalidade, roda durante algum tempo clamando " meu pai, mei irmão, meu nome, minha reputação" e assim por diante e por fim, emerge, reconquistando sua liberdade original.
O universo inteiro faz isso, e sabendo ou não sabendo, estamos todos nos esforçando para nos livrar-nos desse mundo, que nada mais é do que um sonho. A experiência do homem no mundo serve para dar-lhe a oportunidade de emergir desse redemoinho.
(...)
Todas as coisas estão sempre á procura de liberdade, fugindo da escravidão.
 O sol, a lua, a terra, os planetas- todos procuram fugir da escravidão. As forças centrípetas e centrífugas são, de fato, típicas de nosso universo.
Para rompermos os liames que nos prendem ao mundo precisamos percorrê-lo devagar e com segurança. Existem alguns seres excepcionais, já mencionados, que conseguem afastar-se e abandonar o mundo, como a serpente que troca de pele, põe-se de lado e olha  a pele abandonada. Há sem dúvida, esses seres extraordinários, mas a maioria do gênero humano tem de caminhar vagarosamente pelo mundo da ação.
(...)
O que diz a karma Yoga?
Aja sem parar, mas abandone  o apego pela ação exercida. Não se identifique com coisa alguma. Mantenha a mente livre.
 Tudo o que você vê-  as dores e o pesar- são requisitos indispensáveis desse mundo. Pobreza, riqueza e felicidade, são passageiras. Não pertencem à nossa natureza verdadeira, que está muito além do sofrimento e da felicidade, além dos objetos dos sentidos, além da imaginação.
(...)
A infelicidade provém do apego, não da ação.
Assim que nos identifcamos com o que estamos fazendo ficamos infelizes. Um homem não sofre quando um belo quandro de outra pessoa pega fogo. no entanto quando um de seus quadros pega fogo, ele sente a sua perda! Por que?
As duas pinturas eram lindas, talvez até fossem cópias da mesma pintura original,porém a perda de um dos quadros foi muito mais sentida.
Isso acontece porque o homem estava identificado com um dos quadros e não com o outro.
" Eu e  meu" são a causa de todo padecimento. Com o sentimento de posse, surge o egoísmo,  o egoísmo causa sofrimento. Todo ato ou pensamento egoísta prende-nos a alguma coisa ou a alguém  imediatamente somos escravizados.
Por isso Karma Yoga nos ensina a desfrutar de todas as belas pinturas e paisagens do mundo, sem identificar-nos com nenhuma delas. Nunca diga " meu, minha", pois o sofrimento virá imediatamente. nem mesmo diga," meu filho" em sua mente pois se disser, a dor virá. Não diga minha casa ,não diga meu corpo. Nisso reside toda a dificuldade.
(...)
Eis aqui dois caminhos para renunciar a todo apego.
Um destina-se a quem não acredita em Deus ou em qualquer socorro externo e que conta com seus próprios recursos. Basta que acionem a vontade, os poderes da mente e seu discernimento, dizendo: "Não devo apegar-me".
Para os que acreditam em Deus, há um outro caminho, muito menos difícil.
 Entregam os frutos de seu trabalho ao Senhor. eles agem e nunca se apegam aos resultados.Tudo o que vêem, ouvem, sentem ou fazem é para Ele. Não esperemos nenhum elogio ou benefício por nossas ações. Elas pertencem ao Senhor, ofereça-Lhe os frutos.
Permaneçamos a uma certa distância como servos obedientes do Senhor, nosso Mestre, e consideremos que cada  impulso que recebemos para agir vem dele, a cada momento.
Estejamos em paz, em perfeita paz, entregando nosso corpo, mente, tudo, em perene oferenda ao Senhor.
Ao invés do sacrifício de derramar oferendas no fogo, faça, dia  e noite, este único grande sacrifício: a imolação de seu pequeno eu.
(...)
Dia e noite renunciemos a nosso aparente self, até que se torne um hábito fazê-lo, até que esta ideia de renúncia se torne parte de nosso sangue, sistema nervoso, intelecto, até que todo nosso corpo obedeça a ela incessantemente.
Vá para o centro do campo de batalha, no meio do estrondo dos canhões e do fragor da guerra,e você descobrirá que é livre e está em paz.
(...)
Renuncie a todos os frutos da ação, faça o bem pelo bem. Só então virá o perfeito desapego. "
Vivekananda

« Última modificação: 30 de Março de 2013, 18:47 by Susana Fe »
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Offline Anton Kiudero

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Re: Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação
« Responder #1 em: 31 de Março de 2013, 19:41 »
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Citação de: Susana Fe em 30 de Março de 2013, 16:14
"Eu e  meu" são a causa de todo padecimento. Com o sentimento de posse, surge o egoísmo,  o egoísmo causa sofrimento. Todo ato ou pensamento egoísta prende-nos a alguma coisa ou a alguém  imediatamente somos escravizados.

Por isso Karma Yoga nos ensina a desfrutar de todas as belas pinturas e paisagens do mundo, sem identificar-nos com nenhuma delas. Nunca diga " meu, minha", pois o sofrimento virá imediatamente. nem mesmo diga," meu filho" em sua mente pois se disser, a dor virá. Não diga minha casa ,não diga meu corpo. Nisso reside toda a dificuldade.

Vou me atrever a comentar este pequeno trecho.

Realmente o apego é o nosso pior inimigo que se oculta continuamente sob inumeras e inusitadas formas, tornando-se muitas vezes quase impossivel discerni-lo e evitá-lo. Os apegos podem ser classificados em tres grupos: os apegos materiais (é meu, eu tenho), os apegos sentimentais (eu amo, eu não amo) e os apegos morais (eu sei).

O primeiro, o apego material é o mais facilmente identificavel mas nem por isto descartável. A mente cria miriades de historias que justificam a posse de 'algo' em algum instante.

Por exemplo: 'Eu não me apego as coisas, mas preciso de uma casa minha para dar segurança a minha familia' , historinha criada pela mente para continuar apegado a um monte de pedras e tijolos... E justificando este apego pelo segundo, o apego sentimental, 'a minha familia'...

O segundo grupo, dos apegos sentimentais é muito mais dificil de ser superado, pois o ser não admite sequer que haja apego. Ele apenas 'ama' ou 'não ama' a alguem. Mas como pode-se amar uma pessoa em detrimento de todas as demais? O amor não é universal e não somos todos irmãos, vestindo trajes diferentes apenas para passar por vivencias e provações especificas? Mas o apego moral, aquele que 'sabe' conta a historinha dele onde diz que o amor filial é santificado como tambem é santificado o não amar aos inimigos... 

Recordo de uma ocasião em que uma mãe com quem estavamos estudando isto deu de repente um estalo e proclamou: 'É isso, meu filho não é meu filho, é filho de Deus e meu irmão universal e por isto o amo como aos demais'... E mesmo assim ficou presa aos apegos, porque utilizou-se de um conceito (o eu sei, eu aprendi) e o apego apenas mudou de patamar...

E por fim há ainda o terceiro grupo de apegos, que é o mais dificil de ser identificado e erradicado, pois é a mente que nos diz que ela, a mente, sabe de algo e que portanto o que diz é sempre verdadeiro. O 'eu sei', 'me parece que', eu diria que', 'em miha opinião' e diversas outras historinhas que enganam o espirito durante todo o tempo.

E o que acontece quando o espírito se deixa envolver pelos apegos? Ele apaixona-se por eles. Dirige toda a sua atenção aos objetos, pessoas ou conceitos que não são seus e fica perdidamente apaixonado por eles. E consequentemente sempre sofre pois sempre algo será quebrado, furtado, afastado, esquecido ou alterado de tempos em tempos.

O Livro dos Espíritos refere-se a isto na questão 132 quando nos informa que o objeto da encarnação é passar por expiações e define o que é expiação. Consiste em passar pelas vicissitudes da vida. E o que são as vicissitudes? São os altos e baixos, a impermanencia e a alteração constante das circunstancias e das coisas que fazem o espírito refletir e desapaixonar-se de tudo o que o prende a ilusão da vida que não existe mas é apenas um conjunto de provas...

Então, após passar por vicissitudes de toda ordem, ganhar e perder, coisas, pessoas e conceitos, o espírito pode libertar-se ou não de todos os apegos e optar por um dos caminhos:

Ou continua apegado e neste caso ao 'morrer', continuará tão humanamente apegado como enquanto 'vivo' e permanecerá algum tempo junto a outros como ele até a proxima tentativa atraves da reencarnação. Isto é narrado extensivamente em toda a literatura dita 'espírita'.

Ou desapega-se de todos os apegos, quando nada e ninguem pode alterar-lhe a felicidade de viver em equanimidade fazendo sempre a vontade do Pai.

A escolha é pessoal e intransferivel...



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Offline Zé Ninguém

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Re: Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação
« Responder #2 em: 31 de Março de 2013, 20:49 »
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Citação de: Anton Kiudero em 31 de Março de 2013, 19:41

O segundo grupo, dos apegos sentimentais é muito mais dificil de ser superado, pois o ser não admite sequer que haja apego. Ele apenas 'ama' ou 'não ama' a alguem. Mas como pode-se amar uma pessoa em detrimento de todas as demais? O amor não é universal e não somos todos irmãos, vestindo trajes diferentes apenas para passar por vivencias e provações especificas? Mas o apego moral, aquele que 'sabe' conta a historinha dele onde diz que o amor filial é santificado como tambem é santificado o não amar aos inimigos... 


Obrigada Anton pela brilhante exposição.
Estes dias estava refletindo justamente isso. Com frequência ouço coisas do tipo: "amo tanto meu filho que faria tudo por ele", ou " não sei o que faria se algo acontecesse com meu filho", " meu filho é tudo na minha vida", etc.
Mas não ouço as pessoas falarem de Deus do mesmo modo.

Talvez haja uma confusão generalizada de apego com amor. Se sou muito ligado em algo e não consigo suportar a dor de perdê-lo então isso só poder ser amor...será?
Qual é a linha que separa o apego do amor?

Estes dias fiz uma reflexão que me bateu muito forte: será que realmente amamos Deus acima de todas as coisas( incluindo filhos, amores, amigos), ou apenas acreditamos em Deus?


Diante da suas palavras, deixo para meditação outros textos de Vivekananda:

" Querer é não poder viver sem o que queremos. Queremos ar, alimentos, roupas, sem os quais não podemos viver. Quando um homem ama um a mulher, há ocasiões em que ele tem a sensação de que não se pode viver sem ela, embora isso seja um equívoco."

" O essencial é querer Deus. Só quando nos fartamos de tudo nessa vida procuramos abastecimento mais além. Pare, o quanto antes, com essa brincadeira infantil que você chama de mundo,e  então sentirá necessidade de algo que seja superior"

" São três os requisitos para o estudante que almeja o sucesso.
Primeiro: renuncie a toda ideia de prazer neste mundo e no próximo; importe-se somente com Deus e a Verdade.
Estamos aqui para conhecer a verdade, não o prazer.
Segundo: anseie por conhecer Deus e a Verdade com a mesma intensidade que o homem que está se afogando deseja respirar.
Terceiro: refreie a mente para que não se volte para o mundo exterior. Restrinja os sentidos. Interiorize a mente. Aguente tudo sem queixar-se. fixe a mente em uma só ideia."
Sem essas disciplinas nenhum resultado será obtido. Podemos ter a consciência de Deus, mas será impossível expressá-la. Devemos transcender os limites dos sentidos e ir além da razão."

" Bhakti Yoga é a busca verdadeira e sincera por Deus, uma busca que começa, prossegue e culmina no amor.
A loucura de um único momento de extremado amor por Deus é capaz de nos trazer liberdade eterna."

" Um homem começa a amar uma mulher; de pois de algum tempo, apaixona-se por outra e abandona a primeira, que sai de sua mente com suavidade, gentilmente sem que ele sinta a menor falta dela. Uma mulher ama um homem; então se apaixona por outro e o primeiro sai de sua mente com bastante naturalidade. Um homem ama sua cidade natal começa então a amar seu país e o intenso amor á sua cidadezinha suave  e naturalmente desaparece de sua mente. Um homem aprende  amara o mundo inteiro; o amor por seu país, seu intenso e fanático patriotismo acaba desaparecendo, sem causar-lhe dano, sem que haja qualquer manifestação de violência.
Um homem inculto ama intensamente os prazeres do sentido; á medida que se instrui, começa a mara os prazeres intelectuais e gradativamente seus prazeres sensoriais diminuem.
Nenhum homem pode saborear uma refeição com o mesmo prazer de um cão ou um lobo; mas dos prazeres  derivados de experiências e conquistas intelectuais o cão nunca poderá desfrutar.
Quando um homem ultrapassa o plano do intelecto, do pensamento, quando se eleva ao plano da espiritualidade e da divina inspiração descobre que há um estado de extrema felicidade, comparados ao qual  prazeres sensoriais e mesmo os intelectuais nada significam.
Quando a lua brilha intensamente, todas as estrelas empalidecem e quando o sol brilha a própria lua empalidece. A renúncia necessária para se alcançar bhakti não se atinge pela aniquilação de algo, mas acontece naturalmente como, quando em presença de um aluz mais forte, as luzes menos intensas vão gradativamente perdendo sua luminosidade até se pagarem por completo.
Assim, o amor aos prazeres dos sentidos e do intelecto diminui, é posto à margem e relegado á sombra, pelo amor a Deus.
O amor a Deus aumenta e assume a forma denominada devoção suprema. As formas desaparecem, os rituais voam para longe, o livros são postos de lado; as imagens, templos, igrejas, religiões, seitas, países e nacionalidades -  todas estas pequenas limitações e liames caem por si, para aquele que conhece esse amor a Deus. "

"O bhatki  não tem de suprimir uma só de suas emoções; mas empenha-se em intensificá-las e dirigi-las a Deus.
Vemos o amor presente em toda natureza. Tudo que é bom, grande e sublime na sociedade é resultado dese amor; tudo o que é ruim, funesto, diabólico é o resultado dessa emoção do amor mal dirigida.
O poderoso e infinito amor de Deus penetra em seu coração e não deixa espaço para nenhum outro amor viver ali. Como poderia ser diferente? Digamos que a renúncia do bhatka é o desapego de tudo que não seja Deus, que resulta de seu grande apego a Deus.
Ao atingirmos estados ainda mais elevados desse amor , todas as pequeninas diferenças entre as coisas do mundo deixam de existir. O homem não é mais percebido como homem, mas como Deus, o animal não é mais visto como animal mas como Deus, até um tigre não é mais um tigre, mas uma manifestação de Deus. Assim, nesse intenso estado de bhakti, a adoração é oferecida a todos- a cada vida e a cada ser.
Como resultado deste amor intenso, que a tudo absorve, surge o sentimento de perfeita auto-entrega, a convicção de que nada que acontece, acontece contra nós. Quando a dor chega, a alma amorosa está pronta para lhe dizer: " Bem-vinda!" Quando  a aflição chega ela também dirá" Bem-vinda! Vocês também são mensageiras do meu Bem-Amado".
Se a serpente aparecer dirá: " Bem-vinda!" Se a morte vier, o bhakta  receberá com um sorriso " Sou abençoado, pois todos vem a mim; são todos bem vindos".
nesse estado de perfeita resignação, nascida de seu intenso amor a Deus e a tudo que a Ele pertence, o bhakta já não faz distinção entre prazer e dor, uma vez que não o afetam."

"O Bhakta declara que deveríamos considera-nos completamente mortos para as coisas mundanas; essa é a verdadeira auto-entrega.
Deixe que as coisas aconteçam como devem acontecer. Esse é o significado de " Seja feita  a Tua vontade".

"Nesse estado sublime de resignação, todo apego desaparece por inteiro, exceto o amor intenso, a total absorção no amor a Deus, em que tudo vive, se move e tem o seu único ser.
O apego a Deus é, com certeza, o único que não aprisiona a alma, ao contrário, desata, efetivamente, todos os seus laços."

" Homem, ó homem! Você fala de amor divino e, ao mesmo tempo é capaz de entregar-se a todas as vaidades do mundo. Você é sincero?"






« Última modificação: 31 de Março de 2013, 23:39 by Susana Fe »
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Offline Anton Kiudero

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Re: Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação
« Responder #3 em: 01 de Abril de 2013, 01:15 »
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Citação de: Susana Fe em 31 de Março de 2013, 20:49
Estes dias estava refletindo justamente isso. Com frequência ouço coisas do tipo: "amo tanto meu filho que faria tudo por ele", ou " não sei o que faria se algo acontecesse com meu filho", " meu filho é tudo na minha vida", etc.
Mas não ouço as pessoas falarem de Deus do mesmo modo.

Talvez haja uma confusão generalizada de apego com amor. Se sou muito ligado em algo e não consigo suportar a dor de perdê-lo então isso só poder ser amor...será?
Qual é a linha que separa o apego do amor?

Estes dias fiz uma reflexão que me bateu muito forte: será que realmente amamos Deus acima de todas as coisas( incluindo filhos, amores, amigos), ou apenas acreditamos em Deus?

Amar é dar, doar, entregar-se, permitir que o outro faça o que deseja da mesma forma que gostariamos que nos deixassem fazer o que desejamos. O amor que prende, que quer para sí não é amor, é posse ou seja apego puro e simples. A paixão, tão comumente confundida com amor é apenas uma expressão do egoismo para qual a mente nos conta uma historinha qualquer....

O 'amor de mãe' que pretende formar o filho e decidir o seu futuro e, se possivel, atuar neste futuro (o simbolo da 'sogra') é puro apego egoista. Esquece-se de que todos os espíritos são filhos de Deus e que é somente Deus que decide o que cada um irá pensar, fazer e vivenciar pois é Ele quem cria todas as provas. O papel da mãe deveria se calcar na mãe passarinho. Quando o filhote já esta emplumado e fica na beira do ninho começando a bater as asas ela o empurra delicadamente e ele vai a sua luta individual. E, acredite-me, isto não é falta de amor, é apenas o reconhecimento de nossa infinita pequenez frente ao Pai.

O ser humano não ama a Deus e em sua maioria nem mesmo acredita nele. Mas é um pidão. Cada vez que algum desejo seu fica insatisfeito, pede, roga, reza a Deus para satisfazer-lhe os desejos. E isto nada tem a ver com amor, esta mais para sem-vergonhice...

São poucos os que dizem com a alma:

Pai seja feito em mim segundo a tua vontade. Nada sou, nada sei, nada possuo. Graças por tudo que me das. Graças pelo teto que me proves, graças pelas paredes que nos permitem um pouco de privacidade, graças pelo alimento que pões em nosso prato. Graças pela agua que bebemos e pela agua do banho, graças por todas as companias que encontramos dia a dia. Graças por tudo o que nos ensinas diariamente atraves de tantas vozes. Graças por todo o bem e por todo o mal que recebemos hoje.



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Re: Lições de Vivekanada- Parte 1: Apego e Libertação
« Responder #4 em: 01 de Abril de 2013, 05:00 »
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Desde criança me vejo apegado as coisas e as pessoas de forma muito diferente,  com uma certeza absoluta de que conseguiria  prazeres "ilusões" que para mim hoje não vejo como necessárias. Ainda criança, quando voltava para casa depois de brincar com meus amigos um ninja ficava me esperando na esquina, eu muito assustado corria sempre em direção a minha casa com muito medo.
Depois disso aconteceram várias situações  e prova da proteção do mesmo na minha vida, e sempre através de mim pessoas foram encaminhadas em suas vidas profissionais, como se eu  pudesse penetrar em qualquer ambiente, como se fosse um camaleão mesmo. Eu sempre me senti um pessoa diferente, pois consigo sentir vibrações, consigo enxergar e sentir a energia das pessoas, mas sempre como o mesmo intuito ajudar e com muito carinho.  Minha vida, sempre foi como se fosse uma balança com dois pesos iguais: filho de pai rico e mãe pobre, amigos ricos e grandes amigos humildes cada um com seu enorme valor e por ai vai... É como se as coisas elas tivesses valores e cores diferentes, eu enxergo o EGO como um dos maiores inimigo do homem mas se faz necessário para a evolução, vejo as religiões como uma coisa um fundamento só, que  no final todas tem o mesmo proposito preencher e servir como um porto seguro para os que a seguem.
Tenho a impressão que o nosso EGO é como se fosse uma balança que de um lado fica ilusão e de outro lado a realidade, onde através desta balança devemos construir  um amadurecimento pessoal e com isso dar um passo para frente no lado espiritual.
Um abraço a todos! :)

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