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  • Parábolas do Mestre

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Autor Tópico: Parábolas do Mestre  (Lida 21218 vezes)

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andreia

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Re: Parábolas do Mestre - Parábola do Bom Samaritano
« Responder #15 em: 05 de Março de 2006, 19:03 »
Parábola do Bom Samaritano

Certa vez, estando Jesus a ensinar, "eis que se levantou um doutor da lei e lhe disse, para o experimentar: - Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: - Que está escrito na lei? Como é que lês? Tornou aquele: - "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de toda a tua mente; e a teu próximo como a ti mesmo". - Respondeste bem, disse-lhe Jesus . Faze isto, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou ainda: - E quem é o meu próximo? Ao que Jesus tomou a palavra e disse: Um homem descia de Jerusalém a Jerico e caiu nas mãos dos ladrões que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, retiraram-se, deixando-o meio morto. Casualmente, descia um sacerdote pelo mesmo caminho; viu-o e passou para o outro lado. Igualmente, chegou ao lugar um levita; viu-o e também passou de largo. Mas, um samaritano, que ia seu caminho, chegou perto dele e, quando o viu, se moveu à compaixão. Aproximou-se, deitou-lhe óleo e vinho nas chagas e ligou-as; em seguida, fê-lo montar em sua cavalgadura, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: Toma cuidado dele, e o que gastares a mais, pagar-te-ei na volta. Qual destes três se houve como próximo daquele que caíra nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o doutor: - Aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo" ( Lucas, X, 25-37 ).


Qual o ensinamento que o Mestre aí nos dá? O de que para entrarmos na posse da vida eterna não basta memorizarmos textos da Sagrada Escritura. O que é preciso, o que é essencial, para a consecução desse objetivo, é pormos em prática, é vivermos a lei de amor e de fraternidade que ele nos veio revelar e exemplificar.

Haja vista que o seu interpelante, no episódio em tela, é um doutor em teologia, que provou ser versado em religião, visto que repetiu de cor, sem pestanejar, palavra por palavra, o conteúdo dos dois principais mandamentos divinos.

Mas, conquanto fosse um mestre religioso e nessa condição conhecesse muito bem a lei e os profetas, não estava tranqüilo com a própria consciência; sentia, lá no íntimo da alma, que algo ainda lhe faltava . Daí a sua pergunta: "Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna”.

Não o martirizasse uma dúvida atroz sobre se seriam suficientes os seus conhecimentos teológicos e os privilégios de sua crença para ganhar o reino do céu, e não se teria ele dirigido ao Mestre da forma como o fez.

Notemos agora que - o isso é de suma importância -, em sua resposta, Jesus não disse, absolutamente, que havia uma "predestinação eterna", isto é, "uma providência especial”, que assegura aos eleitos graças eficazes para lhes fazer alcançar, infalivelmente, a glória eterna"; também não falou que havia uma "salvação pela graça, mediante a fé; nem tampouco indicou como processo salvacionista à filiação a esta ou àquela igreja; assim como não cogitou de saber qual a idéia que o outro fazia dele, se o considerava Deus ou não.

Ante a citação feita pelo doutor da lei, daqueles dois mandamentos áureos que sintetizam todos os deveres religiosos, disse-lhe apenas: "Faze isso, e vivereis", o que equivale a dizer: aplica toda a tua força moral, intelectual e afetiva na produção do BEM, em favor de ti mesmo e do próximo, e ganharás a vida eterna!

O tal, porém, nem sequer sabia quem era o seu próximo! Como, pois, poderia amá-lo como a si mesmo, a fim de se tornar digno do Reino?

Jesus, então, extraordinário pedagogo que era, serenamente, sem impacientar-se, conta-lhe a parábola do "bom samaritano", através da qual elucida o assunto, fazendo-o compreender que ser próximo de alguém é assisti-lo em suas aflições, é socorrê-lo em suas necessidades, sem indagar de sua crença ou nacionalidade. E após argüi-lo, vendo que ele entendera a lição, conclui, apontando-lhe o caminho do céu em meia dúzia de palavras:

"Pois vai e faze o mesmo!".

Se a salvação dos homens dependesse realmente de "opiniões teológicas" ou de "sacramentos" desta ou daquela espécie, como querem fazer crer os atuais doutores da lei, não seria essa a ocasião azada, oportuna, propícia, para que Jesus o afirmasse peremptoriamente?

Mas não! Sua doutrinação é completamente diferente disso tudo: Toma um homem desprezível aos olhos dos judeus ortodoxos, tido e havido por eles como herege - um samaritano - e, incrível! Aponta-o como "modelo", como "padrão", aos que desejem penetrar nos tabernáculos eternos!

E' que aquele renegado sabia praticar boas obras, sabia amar os se s semelhantes, e, para Jesus, o que importa, o que vale, o que pesa, não são os "credos" nem os "formalismos litúrgicos", mas os "bons sentimentos", porque são eles que modelam idéias e dinamizam ações, caracterizando os verdadeiros súditos do Reino Celestial.

(autor: Rodolfo Calligaris)


Beijinhos :-*  :-*

Andreia

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andreia

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Re: Parábolas do Mestre - Parábola do Amigo Importuno
« Responder #16 em: 12 de Março de 2006, 18:49 »

Parábola do Amigo Importuno

"Qualquer de vós que tenha um amigo e vá procurá-lo à meia noite e lhe diga: - Empresta-me três pães, porque um amigo meu acaba de chegar a minha casa de uma viagem e nada tenho para lhe oferecer; se do interior o outro lhe responder: não me incomodes, a porta já está fechada, eu e meus filhos estamos deitados, não posso levantar-me para tos dar; Se perseverar em bater, embora ele não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos por causa da importunação se levantará e lhe dará quantos pães precisar. Portanto eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Qual de vós é o pai, que, se o filho pedir um peixe, lhe dará em vez de peixe uma serpente? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais ò vosso Pai celestial dará um bom espírito aos que lho pedirem?" (Lucas, 11:5-13).


Confortadora parábola! O caráter amoroso e paternal de Deus é aí retratado por Jesus, de forma eloqüente, num contraste gritante com as concepções de até então, em que a divindade mais se parecia a um déspota cruel, irritadiço, sempre disposto a castigar e a destruir.

Principia fazendo-nos compreender que, aqui mesmo na Terra, se recorrermos a um amigo quando tenhamos necessidade de um favor, haveremos de o conseguir. Pode esse amigo não nos valer imediatamente, de boa vontade, pode até relutar em atender à nossa solicitação, mas, se instarmos com ele, ainda que seja para ver-se livre de nossa importunação, acabará cedendo. Pois se desconhecidos, ou mesmo adversários, quando pedem com tato e insistência, muitas e muitas vezes são atendidos, como não o seriam aqueles que gozam da simpatia e amizade do solicitado?

Se em vez de apelarmos para um amigo, o fizermos para o nosso pai, maior ainda será a certeza do atendimento. Sim, ainda que seja um filho mau e ingrato, cometa erros sobre erros, envergonhe a família com seus desvarios, ou abandone a casa para entregar-se mais livremente às suas perversões, nem por isso o pai deixará de correr ao seu encontro, tão logo 0 saiba arrependido e em sofrimento, para lhe dar tudo o de que necessite, antes mesmo que ele exponha sua miséria .

Ora, segundo o ensino claro e insofismável da parábola, Deus é infinitamente mais solicito para com Suas criaturas do que o melhor dos amigos e o mais afeiçoado dos progenitores; assim, pois, qualquer que seja o grau de nossa imperfeição, de nossa indigência moral, se Lhe dirigirmos o nosso apelo, em prece sincera e quente, quando precisados de Seu auxílio, podemos estar certíssimos de que o socorro da Providência não nos faltará.

Não se suponha, entretanto, que basta pedir seja o que for, para que Deus aceda prontamente. Não. Ele sabe, melhor do que nós, aquilo que nos convém, o que é necessário ao nosso progresso espiritual, e é em função desse interesse mais alto que atende ou deixa de atender às nossas súplicas.

Tal qual um pai sensato que recusa ao filho o que possa prejudicá-lo, ou um cirurgião que deixa o doente sofrer as dores de uma operação que lhe trará a cura, assim Deus nos deixará sofrer, sempre que o sofrimento seja de proveito para a nossa felicidade futura. O que Ele nunca deixa de conceder, quando lhe pedimos, é a coragem, a paciência e a resignação para bem suportarmos os transes mais difíceis da existência, o que já não é pouco, pois nossas dores, então, doerão menos; é o amparo e a proteção dos nossos anjos de guarda a fim de sustentar-nos, e boas resoluções e preservar-nos de novas quedas, se de fato estivermos desejosos de volver ao caminho reto.

Essa parábola encerra, ainda, um solene desmentido aos que doutrinam que somente os demônios, ou espíritos imundos, é que podem manifestar-se aos homens, no Espiritismo ou fora dele, com poderes de simular o bem para melhor seduzi-los, pervertê-los e levá-los à perdição.

Em contraposição aos que afirmam tal heresia, admitindo que Deus só permita intervenções demoníacas, vedando ao mesmo tempo toda e qualquer manifestação de entidade bondosas, numa clamorosa parcialidade em proveito do mal, aí estão as palavras do Mestre, a esclarecer-nos que se um pai é incapaz de dar uma serpente ao filho que lhe peça um peixe, Deus, nosso Pai celestial, não poderia trair nossa fé e confiança n'Ele, dando-nos um espírito maligno quando lhe pedimos a assistência de um espírito bom.

(autor: Rodolfo Calligaris)


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Re: Parábolas do Mestre - Parábola do Avarento
« Responder #17 em: 26 de Março de 2006, 15:48 »
Parábola do Avarento

"As terras de um homem rico produziram abundantemente. Ele, então, discorria consigo: Que hei de fazer, pois não tenho onde recolher os meus frutos? Finalmente disse: farei isto: derrubarei os meus celeiros, construirei outros maiores, e neles guardarei toda a colheita e os meus bens. E direi à minha alma: tens muitos bens em depósito para largos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Deus, porém, disse a esse homem: Insensato, nesta noite mesmo virão demandar tua alma; e as coisas que ajuntaste, para quem serão? Assim acontece àquele que entesoura para si, e não é rico em Deus” (Lucas, 12:16-21).


E' determinação divina que o homem deva conquistar o pão com o suor do próprio rosto. Isso equivale a dizer que, para atender às necessidades da vida física, ele é obrigado a trabalhar, pois a natureza não lhe oferece, de mão beijada, quanto baste para saciar-lhe à fome e a sede, nem tampouco os recursos com que se proteger contra as intempéries.

Através dessa luta pela existência, que é uma bênção (e não maldição, como alguns erroneamente supõem), o homem vai-se desenvolvendo em todos os sentido: ganha ciência, aptidão e sensibilidade, resultando daí sua evolução e o progresso do meio em que exerce suas atividades.

Infelizmente, porém, muitos se preocupam em demasia com esse problema, em detrimento das questões de ordem espiritual, deixando-se levar pela ambição, pelo desejo insaciável de acumular bens de fortuna, o que não raro se transforma em verdadeira obsessão.

A avareza, a sórdida e feroz avareza, passa a comandar-lhes as ações, sufocando todo e qualquer sentimento nobre e altruísta que se contraponha à idéia fixa de aumentar, aumentar continuamente, esses tesouros. . .

Esquecem-se de que, quando menos o esperarem serão arrebatados pela morte, tendo que deixar aqui toda a fortuna que labutaram por acumular durante a vida, para que outros a desfrutem ou esbanjem a seu bel-prazer.

Sê se compenetrassem dessa verdade, certamente não poriam tanto empenho em ajuntar riquezas para uma vida efêmera, cuja duração não vai além de uns poucos anos. Buscariam, antes, tornar-se ricos em Deus, pela prática constante da caridade, do amor ao próximo, e pelo esforço diuturno no sentido de libertar-se daquilo que mais os amesquinha e mais fortemente os agrilhoa à prisão terrestre: a cupidez, a usura, o apego às coisas materiais.

"Ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não penetram nem roubam" dissera o Mestre de outra feita.

Esses tesouros são as virtudes cristãs, são as boas qualidades do coração, que devemos cultivar, se quisermos de fato assegurar-nos a vida eterna nos páramos celestiais.

As obras de benemerência e os esforços que se façam para formar um caráter reto e puro constituem a grande colheita da vida.

Todo ato nosso em benefício de outrem, assim como todo cuidado em vencer nossas imperfeições, suscita um impulso para cima, equivalente a um depósito de tesouro no céu.

Busquemos, pois, no Evangelho de N. Senhor Jesus Cristo, a inspiração sobre como gerir os "talentos" que nos tenham sido concedidos temporariamente, lembrando-nos sempre do avarento da parábola, cuja alma, na mesma noite em que fazia planos para "o futuro", foi chamada pelo Senhor...

(autor: Rodolfo Calligaris)


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Re: Parábolas do Mestre - Parábola do Servo Vigilante
« Responder #18 em: 02 de Abril de 2006, 16:08 »

Parábola do Servo Vigilante


Lê-se em Lucas, 12:35 a 48: "Estejam cingidos os vossos lombos e tende nas mãos tochas acesas; sede semelhante aos servos que esperam a seu Senhor, ao voltar das bodas, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aqueles servos a quem o Senhor achar vigiando quando vier; na verdade vos digo que ele se cingirá, e os fará sentar à mesa, e, passando por entre eles, os servirá. E se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e assim os achar, bem-aventurados são os tais servos. Mas, sabei isto: se o pai de família soubesse a hora em que viria o ladrão, vigiaria, sem dúvida, e não deixaria minar a sua casa. Vós outros, pois, estai apercebidos, porque à hora que não cuidais, virá o Filho do homem. Disse-lhe então Pedro: Senhor, tu propões esta parábola para a nós outros, ou também a todos? E Jesus lhe disse: Quem crês que é o despenseiro fiel e prudente que o Senhor pôs sobre a sua família, para dar a cada um há seu tempo à ração de trigo? Bem – aventurado é aquele servo que quando o Senhor vier, o achar assim obrando. Verdadeiramente vos digo, que ele o constituirá administrador de tudo quanto possui. Porém, se disser o tal servo no seu coração: - Meu Senhor tarda em vir, e começar a espancar os servos e as criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o Senhor daquele servo no dia em que ele o não espera, e na hora em que ele não cuida, e o removerá, pondo-o à parte com os infiéis. Porque àquele servo que soube a vontade de seu Senhor, e não se apercebeu, e não obrou conforme a sua vontade, dar-se-lhe-ão muitas açoites; mas aquele que não o soube, e fez coisa: dignas de castigo levará poucos açoites. A todo aquele a quem muito foi dado, muito lhe será pedido; e ao que muito confiaram, mais conta lhe tomarão".


Este trecho do Sermão Profético, proferido pelo Mestre quase ao final de sua missão entre os terrícolas, é uma exortação ao trabalho e à vigilância.

Recomenda, Ele, nos mantenhamos firmes na execução das tarefas que nos cabe realizar, em benefício de nosso progresso espiritual e no de nossos semelhantes, pois, cristãos que pretendemos ser, estamos neste mundo na: situação de despenseiros, cumprindo-nos assistir a família do Senhor - a Humanidade, conforme sejam as necessidades de cada um.

Se assim fizermos, se estivermos sempre prontos, com a cinta cingida e a candeia acesa, em condições de servir e de iluminar os que de nós se acercar, a fim de lhes ensinar o caminho que conduz a Deus, estaremos sendo bons servos, conquistaremos com isso a confiança do Senhor, e Ele nos tomará como Seus prepostos, constituindo-nos administradores de Seu patrimônio, o que equivale a dizer, obreiros da Providência Divina.

Sabemos, através do Evangelho, qual é "à vontade do Senhor", como Ele quer que ajamos. Aí estão, por toda a parte, os famintos, os maltrapilhos, os desajustados, precisando de nosso amparo, auxilio e proteção; os ignorantes e transviados, reclamando nosso esclarecimento, orientação e estimulo para o bem; os sofredores de todos os matizes, carecidos de nossos exemplos de fé, de esperança, de paciência e de resignação, a fim de suportarem melhor as vicissitudes terrenas .

Cumpre-nos dar boa conta dos compromissos que assumimos perante o Cristo, cuidando com dedicação e zelo daqueles que ele nos haja confiado.

Quão felizes haveremos de ser, no outro lado da Vida, se a "morte" nos surpreender assim obrando!

Mas, se desprezarmos a advertência do Mestre; se, levianamente, acreditarmos que "o Senhor tarda em vir", e nos entregarmos às paixões, aos vícios, aos gozos mundanos, e, de candeia apagada, mergulharmo-nos comodamente no sono do esquecimento, deixando de fazer aquilo que nossa consciência nos aponta como deveres impostergáveis, tão inesperadamente quanto o ladrão nos assalta a residência, receberemos a visita da "ceifeira", e então...

Transferidos para as trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes, iremos sofrer as conseqüências de nossa incúria e desídia, sofrimento esse que será proporcional ao maior ou menor grau de compreensão evangélica que tivermos, pois "a quem muito foi dado muito será pedido, e maiores contas serão tomadas a quem muito foi confiado”.

Amigos, irmãos; não sabemos a que horas o Senhor nos baterá à porta, se na segunda, se na terceira vigília, o que significa: se na mocidade, ou na velhice.

Portanto, estejamos apercebidos!

(autor: Rodolfo Calligaris)


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andreia

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Re: Parábolas do Mestre - Parábola da Figueira Estéril
« Responder #19 em: 09 de Abril de 2006, 12:56 »

Parábola da Figueira Estéril


"Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi buscar fruto nela, mas não o achou. Disse então ao que cultivava a vinha: - Olha, faz já três anos que venho buscar fruto a esta figueira e não o acho; corta-a, pois, pelo pé; para que está ela ainda ocupando a terra? Mas o outro, respondendo, lhe disse: Senhor, deixa-a ainda este ano, enquanto eu a escavo em roda, e lhe lanço esterco; se com isto der fruto, bem está, e se não, virás a cortá-la depois" (Lucas, 13 :6-9).



Esta parábola encerra mais 'uma das extraordinárias alegorias com que o Mestre retrata a situação moral da Humanidade terrena e, ao mesmo tempo, adverte-a sobre a sorte que a aguarda, caso não tome melhores rumos.

Há muitos e muitos séculos o Senhor da fazenda, que é Deus, vem esperando pacientemente que esta nossa infeliz Humanidade, simbolizada pela figueira, produza bons frutos, ou seja, alcance a maturidade espiritual, implantando na Terra o reinado do Amor, da Justiça e da lídima Fraternidade.

Jesus, representado na parábola pelo abnegado e diligente vinhateiro, tem-na agraciado com sucessivas revelações, cada qual mais perfeita, visando a despertar-lhe a consciência, fazê-la compreender os seus deveres para com Deus, para consigo mesma e para com o próximo; lamentavelmente, porém, ela não os tem levado a sério, continua presa às suas ilusões e fantasias, persiste em viver apenas para si, para a satisfação de seus gozos turvos, nada realizando no campo do Altruísmo.

Como derradeira ajuda no sentido de salvá-la da esterilidade a que se abandonou, Jesus houve por bem lhe enviar o Espiritismo, para mostrar ao vivo, com o testemunho das próprias almas trespassadas, a felicidade reservada aos bons, aos que procuram ser úteis, aos que obram com misericórdia, aos justos, aos humildes, aos pacíficos e pacificadores, aos limpos de coração, aos que se consagram ao bem-estar da coletividade, e, por outro lado, os sofrimentos por que passam os infrutuosos, os vingativos, os avarentos, os depravados, os orgulhosos, os opressores, os déspotas, os fazedores de guerras, os que se dão, por interesses vis, a toda a sorte de especulações, levando as massas populares à aflição e ao desespero.

Se com isto os homens se regenerarem, e aprenderem a viver em paz, vinculados pelo amor, dando cada um a contribuição de seu melhor esforço para uma nova civilização, em que desapareçam as conquistas, as sujeições de um povo a outro povo, os privilégios, os desníveis sociais, etc., bem está; caso contrário, todos quantos se mostrem recalcitrantes, insensíveis ou indiferentes a esse despertamento espiritual, serão transferidos para outros planos inferiores, a fim de que não continuem ocupando lugar neste planeta, do qual se terão tornado indignos, eis que, no correr do terceiro milênio, a Terra se irá transformando em um mundo regenerador, com melhores condições físicas e morais, propiciando a seus futuros habitantes uma existência incomparavelmente mais tranqüila e mais feliz .

Precatem-se, portanto, os homens e as instituições humanas!

Os tempos são chegados, e o Senhor virá, em breve, buscar os frutos esperados.

Desta vez, se não os achar, o machado entrará em ação, pondo abaixo toda galhada infrutífera.

(autor: Rodolfo Calligaris)


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Re: Parábolas do Mestre - Parábola dos Primeiros Lugares
« Responder #20 em: 15 de Abril de 2006, 12:11 »

Parábola dos Primeiros Lugares


Tendo Jesus entrado em casa de um dos principais fariseus a fim de ali tomar sua refeição, ao notar como os convidados escolhiam os primeiros assentos à mesa, propôs-lhes uma parábola, dizendo: "Quando fores por alguém convidado para um casamento, não te sentes no primeiro lugar, para não suceder que seja por ele convidada uma pessoa mais considerada do que tu e, vindo o que convidara a ti e a ele, te diga: dá o lugar a este; e então, vás envergonhado ocupar o último lugar. Em vez disso, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: amigo, senta-te mais para cima; então isto será para ti uma honra diante de todos os demais convivas. Pois todo o que se exalta, será humilhado; e todo o que se humilha, será exaltado" (Lucas, 14:7-11).


Com tal parábola, Jesus aconselha que cultivemos a humildade e o desprendimento, virtudes que, reiteradas vezes, apresentou como características essenciais do verdadeiro cristão.

Adquiri-las, entretanto, não é nada fácil, pois requer o sacrifício de nosso personalismo e os terrícolas, salvo raras exceções, estamos vivendo ainda uma fase da Evolução em que predomina o "egoísmo", ou seja, o amor exagerado a nós próprios, cada qual procurando garantir sua felicidade, sem preocupar-se com os outros, havendo alguns, mais atrasados, que pensam obtê-la conduzindo-se abertamente contra os outros.

A felicidade real e duradoura, todavia, só será conhecida pelos homens à medida que se libertem de seus pensamentos e desejos egoístas; quando vivam, não apenas para si mesmos, mas para o bem de todos, transformando-se em instrumentos conscientes das forças superiores que trabalham pela redenção da Humanidade.

"Sabeis - dissera o Mestre de outra feita - que os príncipes das gentes dominam os seus vassalos e que os maiores, exercitam o seu poder sobre eles. Não será assim entre e vós outros ; pelo contrário, o que quiser ser o maior entre vos, esse seja o que vos sirva, e o que quiser ser o primeiro, esse seja o vosso servo, assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos" (Mateus, 20:25-28).

Espiritualmente falando, não há, pois, para os discípulos do Cristo, outro privilégio senão o de servir, e servir por amor, com dedicação e altruísmo, pois o que se faça por interesse pessoal ou por vanglória não produz nenhum resultado superior.

Servir, no sentido cristão é esquecer de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado.

O Espiritismo nos mostra, através das vidas sucessivas, outra aplicação dessa parábola. Os que, em uma encarnação, ocupem as mais altas posições na sociedade, mas se deixam dominar pela ambição, pelo orgulho e pela vaidade, colocando-se arrogantemente acima dos outros, poderão descer, na encarnação seguinte, às mais ínfimas condições. Por outro lado, os que suportem com paciência e resignação o infortúnio de uma existência de pobreza e de humilhações, receberão, a seu tempo, a devida recompensa .

Não disputemos, pois, os lugares de destaque, nem aspiremos a ser dos primeiros entre os que rendem culto às fatuidades mundanas, nem nos afadiguemos na conquista da fortuna, para forçar o acatamento e as honras do conglomerado social a que pertencemos. Seja a nossa luta no sentido de eliminar as diferenças abismais que separam, uns dos outros, os filhos de Deus; seja o nosso ideal formar ao lado daqueles que dão o melhor de suas energias e capacidades para melhorar os homens e aperfeiçoar-lhe as intuições; e seja o nosso maior empenho aproveitarmos as muitas oportunidades que se nos apresentam, diariamente, de sermos úteis e prestativos aos nossos semelhantes.

Sobretudo, guardemo-nos de fazer alarde de nossos méritos pessoais, consideremo-nos sempre servos inúteis, atribuindo a Deus as boas coisas que possamos realizar, porquanto, "todo o que se exalta, será humilhado; e todo o que se humilha, será exaltado".

(autor: Rodolfo Calligaris)


Beijinhos  :-*  :-*

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andreia

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Re: Parábolas do Mestre - Parábola Acerca da Previdência
« Responder #21 em: 07 de Maio de 2006, 12:11 »

Parábola Acerca da Previdência

"Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se põe primeiro a fazer conta dos gastos que são necessários, para ver se tem com que acabá-la? Com isso evita expor-se a que, depois de haver assentado os alicerces, e não a podendo terminar, todos os que a virem comecem a fazer zombaria dele, dizendo: Este homem principiou o edifício, mas não o pôde concluir. Ou que rei há que, estando para sair em campanha contra outro rei, não tome primeiro muito pensadamente as suas medidas, a ver se com dez mil homens poderia ir a encontrar-se com o que traz contra ele vinte mil? De outra maneira, ainda quando o outro está longe, enviando sua embaixada, pede-lhe tratados de paz. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto possua, não pode ser meu discípulo. O sal é bom, porém, se o sal perder a força, com que outra coisa se há de temperar? Ficará sem servir, nem para a terra nem para o monturo, mas lançar-se-á fora. O que tiver ouvidos de ouvir, ouça"( Lucas, 14:28-35).


Esta parábola encerra uma advertência muito séria a todos quantos pretendam iniciar-se no discipulado de Jesus.

A finalidade de sua estada entre nós, e pela qual continua ainda a trabalhar, é a redenção humana, é o estabelecimento do "reino de Deus" em cada coração.

Malgrado, porém, a sublimidade de seu ministério, sua vida terrena foi uma sucessão de acerbos sofrimentos físicos e morais. Suportou contínuas perseguições daqueles cujos interesses mesquinhos sua doutrina contrariava; recebeu insultos, açoites e flagelações; padeceu a humilhação de carregar a própria cruz em que seria pregado entre malfeitores; e, mais que isso, sofreu a incredulidade de seus parentes, que não confiavam nele; a pusilanimidade de seus seguidores, que fugiram, espavoridos, quando a oposição se fez mais furiosa; a traição de Judas; a negação de Pedro e a rejeição daquele mesmo povo que, uma semana antes, o aclamara festivamente, querendo fazê-lo seu rei!

Quem se disponha, em nossos dias, a coadjuvá-lo nesse trabalho e colocar-se a serviço do ideal cristão, tem que arrostar, a seu turno, provas igualmente muito difíceis: a risota escarninha dos indiferentes, a incompreensão da família. os ataques dos que se arvoram em senhores da Religião, e, acima disso tudo, o fascínio das posses materiais e as mil e uma formas de convite para deixar o caminho árduo e estreito da honradez, da virtude, da moralidade enfim, para tomar a estrada larga e deleitosa da corrupção e dos prazeres mundanos.

Destarte, os principais requisitos a serem adquiridos por aqueles que aspiram a esse apostolado são a caridade no sentido mais amplo e a disposição de servir à Humanidade, tal qual ' ela é, com suas misérias e torpezas, sem se deixar envolver pelas seduções do mundo.

Achamo-nos muito longe, porém, de tal qualificação; portanto, não nos imponhamos sacrifícios superiores às nossas forças, nem assumamos compromissos que não possamos cumprir. Procuremos, antes realizar apenas as tarefas que possamos levar a cabo com êxito. Se, superestimando nossas possibilidades, metermos ombros a missões elevadas, e falharmos, desmoralizamo-nos e de servimos o Mestre, pois nosso fracasso fará que aumente a desconfiança e o pessimismo no mundo.

"Renunciar a tudo quanto se possua", condição sem a qual não se pode ser verdadeiro discípulo de Jesus, não significa, certamente, pôr fora os nossos bens, porquanto, se assim o fizéssemos, teríamos que recorrer à ajuda de outrem; o que isso quer dizer é que não devemos ter por eles um apego tal que nos impeça de dar-lhes a justa aplicação para que nos foram confiados.

Os que se devotam à evangelização dos povos, procuram praticar o bem e se empenham em proporcionar alívio a todos os que sofrem são "o sal da terra" (Mateus, 5:13); todavia, se se deixarem contaminar pelo meio ambiente, e passarem a cuidar apenas de si mesmos e de seus interesses pessoais, assemelhar-se-ão ao sal que perde a força, tornando-se insípido, e para nada mais se aproveita.

Impossível servir a dois senhores. . .

(autor: Rodolfo Calligaris)


Beijinhos  :-*  :-*

Andreia

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Re: Parábolas do Mestre
« Responder #22 em: 31 de Agosto de 2010, 15:59 »
Olá boa tarde! Gostei imenso das parábulas apesar de já conhecer algumas. bem aja.
Um abraço fraterno

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