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Autor Tópico: Há Espíritos?  (Lida 17622 vezes)

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Offline Jean Reno

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Re: Há Espíritos?
« Responder #45 em: 23 de Maio de 2015, 07:14 »
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Muitas pessoas não sabem a distinção entre provas e evidências. Dizem que a ciência trabalha com evidências, mas muitos ficam indignados quando eu digo que a ciência não prova coisa alguma. Muitos não entendem um argumento que já virou clichê dos ateus, mas que tem inegável correção: não se pode pedir evidências de inexistência, apenas de existência. Enquanto muitos teístas acham que essa afirmação está equivocada, clamam que possuem evidências da existência de Deus. Eles possuem evidências ou provas? A ciência prova alguma coisa? É possível uma evidência de Deus? É possível provar ou evidenciar inexistência? Para responder isso é preciso entender a distinção entre uma coisa e outra.

Uma prova é uma demonstração de que o contrário de uma certa afirmação é logicamente impossível, quer seja por ela ser absurda, quer seja por ela ser contraditória. Uma prova jamais pode ser derrubada ou refutada, uma vez que uma conclusão contrária a dela é algo logicamente absurdo. As provas também são independentes das experiências. Quando algo está provado, não é necessário experiências a fim de fortalecer a prova. Nesse sentido, apenas a matemática e a lógica podem fornecer provas. Por outro lado, uma evidência é a apreensão sensível de um dado objeto. Outros preferem dizer que é a manifestação do objeto, mas acho essa definição demasiado objetiva e arrogante. Prefiro dizer que as evidências se limitam a percepção de algo, quer ele exista ou não. Desta forma, uma evidência não é uma prova de algo, uma vez que ela não é capaz de demonstrar que seu contrário é impossível. Se vejo uma pedra, por exemplo, tenho uma evidência, mas ela não prova que a pedra existe, pois seu contrário, ou seja, que a pedra não existe, não é logicamente impossível. Não é impossível que não exista nenhuma pedra diante de mim e que eu esteja apenas delirando, portanto, evidências não servem como provas. A única coisa que a evidência prova é ela mesma: é impossível que eu não esteja vendo uma pedra no momento em que esteja a vê-la. Mas disso não posso concluir pela existência de algo que vai além da minha experiência. Só posso concluir a existência da experiência, não do objeto dela.

Isso não quer dizer que as evidências sejam algo desprezível, irrelevantes ou indignas da ciência e da filosofia. As evidências são os melhores guias que dispomos no cotidiano, e ignorá-la quase sempre resulta em eventos um tanto desagradáveis. Se elas são capazes de fundamentar o conhecimento é algo discutível (eu, por exemplo, defendo que não), mas que, na vida prática, não dispomos de um melhor critério de ação, disso não tenho dúvidas. A ciência, bem como o senso comum, trabalha apenas com evidências. Não importa se o que se experimenta faz ou não faz sentido, o cientista sempre deve dar razão a experiência. No entanto, para não cair nos erros ingênuos do senso comum, a ciência estipula uma série de evidências “intermediárias” entre um evento e outro. Não basta observar que uma certa planta cura uma certa doença, como faz o senso comum. É preciso colher evidências que liguem uma coisa à outra. Talvez por isso Bertrand Russell chamava a ciência de “senso comum refinado”. O conjunto de evidências que formam o corpo de uma teoria científica jamais será prova de coisa alguma, uma vez que nada garante que o futuro será como o passado (o que Hume chamava de “Princípio de Uniformidade da Natureza”), que amanhã a velocidade da luz não mude, por exemplo. Mas a lógica e a matemática não são muito úteis na nossa vida diária, daí surge a grande importância da experiência e das evidências como critério de ação cotidiana. Daí também surge a importância da ciência e sua superioridade em relação ao senso comum, à magia e à superstição, que não têm a preocupação de reunir evidências que interliguem os eventos e que expliquem suas relações. Por conta disso, a ciência não prova, mas evidencia e/ou comprova.

Todavia, já vi muitas pessoas repetirem esse clichê erroneamente, dizendo que não se pode provar inexistência. Bem, isso é um erro. Aqui já é diferente. Estamos falando de provas, não de evidências. Provas não exigem que o ser supostamente inexistente apareça ou se manifeste. Inexistência pode sim ser provada, embora não possa ser evidenciada. Não obstante, não são todas as coisas, em todas as circunstâncias, que podem ter sua inexistência provada. É possível provar, por exemplo, que não existe um triângulo de quatro lados, uma vez que triângulos sempre tem três lados, por definição, e uma figura de quatro lados não pode ser um triângulo. Todavia, não posso provar que não existe um triângulo no centro do Sol, uma vez que isso não encerra nenhuma contradição lógica nem um erro de definição. Com isso não quero dizer que o universo tem que seguir um padrão lógico, que ele seja onto-lógico, apenas que podemos comprovar a inexistência de certas coisas se o que se atribui a ela for o contrário da sua definição. Mesmo que seja logicamente impossível algo ser e não ser X, isso não é uma prova de sua inexistência se X não representar sua definição. É muito difícil para nós lidarmos com contradições desse tipo, mas isso se dá porque estamos acostumados a pensar que o mundo é lógico, e algo que é ilógico simplesmente não existe. Essa é uma crença metafísica que, na minha opinião, deve ser abandonada. É verdade que não podemos entender o ilógico e o irracional, mas não podemos excluir a possibilidade da existência deles.

O postulado onto-lógico do mundo é uma crença metafísica, e a ciência não lida com ela. Isso porque não se pode obter evidências de que ela esteja correta (ou errada). Não é possível observar a lógica do mundo – só é possível observar o mundo. Dizer, pelas observações feitas, que o mundo é lógico é um salto indutivo muito grande e uma conclusão muito forte para um argumento. Seria melhor sermos mais modestos e dizer apenas que todos os fenômenos observados obedecem a princípios lógicos. Assim como a lógica não pode ser experimentada, Deus, na maneira como é comumente representado no Ocidente, também não pode sê-lo. Assim sendo, quando alguém diz que tem evidências de deus, está mentindo ou enganado. Como podemos ter evidências de algo que não se manifesta empiricamente? Essa é uma contradição lógica que vale a pena ser observada. Tenho evidências de uma pedra se vejo ou toco uma pedra. O que seria ter evidências de Deus? Vê-lo? Mas ele é invisível. Ouvi-lo? É pouco provável que ele fale uma língua parecida com a nossa e, mesmo assim, como saber se se trata mesmo de Deus? Além do mais, evidências, no sentido científico, são públicas, e não privadas. Alguém que afirme ter evidências de Deus provavelmente está dizendo que ela é acessível às demais pessoas, caso contrário, sequer deveria utilizar esse termo.

Da mesma forma, as evidências científicas não servem como prova de fenômenos e eventos. Uma evidência prova apenas a si mesma, não a existência de algo que lhe é exterior, mas do qual ela supostamente dependa. Uma vez que as evidências são eventos subjetivos, é possível que não correspondam a nada que lhes seja exterior ou diverso, embora elas sempre sejam nosso melhor guia de ação. Compreender isso é compreender o sentido do verdadeiro ceticismo.

         
                                                                                           Igor Roosevelt


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