1- Estou lendo um livro no momento que explica um pouco sobre isso que você tá falando, mais precisamente sobre o EGO. O nome é "Um Novo Mundo - O Despertar de Uma Nova Consciência" de Eckhart Tolle. Ele fala um pouco que as pessoas buscam a felicidade no futuro e esquecem do presente com pensamento do tipo : "Quando eu arrumar uma namorada serei feliz", "Quando eu ser médico tudo estará resolvido", "Quando eu comprar meu carro estarei em paz". Isso tudo alimento para o ego. E depois que conseguimos essas coisas vimos que isso só trás felicidade momentanea e logo aquele vazio volta.

2- Mas voltando ao que você falou, você não acha que a pessoa tem um papel pra desempenhar aqui na Terra ? E encontrando seu verdadeiro lugar ela irá conseguir desempenhar sua função e assim irá progredir espiritualmente. Eu estou meio perdido, não sei qual caminho seguir. Estou fazendo um trabalho com um grupo Espírita pois acho que aqueles 'nós transparentes que vejo em movimento' seja algum espírito me perturbando. Aliás não tenho dúvida disso. Pois quando não vejo essa imagem me sinto leve, com uma disposição incrível e feliz da vida.

Olá fcg,

1- Essa é uma idéia criada pelo ego: ele imagina que, tendo isso ou aquilo, exercendo essa ou aquela profissão, conseguirá ser feliz. É um engodo isso. A própria Doutrina deixa muito claro que somente se eleva na escala espírita aquele que compreende por antecipação a vida espiritual:


918 Por que sinais pode-se reconhecer num homem o progresso real que deve elevar seu Espírito na hierarquia espírita?

– O Espírito prova sua elevação quando todos os atos de sua vida são a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.


Veja essa "palestra" de Pai Joaquim

Pai Joaquim e sua evolução espiritual

Ficou reencarnando na Terra durante 5 mil anos, e quando se reencarnou como escravo, saiu da roda das reencarnações, porque, estando submetido à extrema pobreza e absoluto domínio, não resta nada ao Espírito senão buscar sua própria evolução, não resta mais nada senão amar a Deus.

A pobreza extrema - diz Pai Joaquim - é a demonstração do Amor Absoluto de Deus, porque o indivíduo já não tem mais nenhum tipo de sonhos, já não alimenta nenhum tipo de ilusões. Assim, tanto faz ser homem ou mulher, feio ou bonito, isso ou aquilo.

Os romances espíritas como os de André Luiz, Manoel P. de Miranda, e principalmente os de Victor Hugo retratam como essas expiações muitas vezes aparementemente dolorosas - dolorosas para o corpo -, como a lepra, a pobreza, muitas vezes em uma única reencarnação desperta o Espírito para a realidade. Porque, pense bem: o que resta de ilusão no mundo para uma pessoa que foi renegada socialmente?? Nesse caso a meditação se dá, digamos, de uma forma natural. Este é o significado do felizes os que choram, porque serão consolados. É o Espírito mesmo que, ao enxergar as ilusões mundanas, se desapega do mundo, e encontra dentro se si uma paz indescritível.

2- A pessoa não tem nenhum "papel" aqui na Terra. Ela tem provas a cumprir. Para isso, o Espírito, que é o ator, anima uma personagem que tem um papel fictício específico: ser mãe, filho, esposo, esposa, médico, engenheiro, pobre, rico, político, atleta, doente, tudo isso são papéis representados pelo ego ou ser humanizado, e o Espírito está assistindo a tudo, como se a sua existência fosse um filme.

Qual é a nossa prova?? ==> Não acreditar que somos o personagem. Deus é o diretor do filme; a Terra (mundo de provas e expiações) é o cenário onde terá lugar o filme; o Espírito é o ator, que pede a Deus (o diretor) para animar este ou aquele personagem (o ser humano). É por isso que nós não devemos acreditar em nada no mundo material; em nada que o ego nos diz. O ego diz que você está sofrendo; que lhe falta isso ou aquilo para ser feliz; que aconteceu uma desgraça porque fulana te abandonou; que o seu negócio foi para tráz e você fracassou. Isso é tudo ilusão. O que é a ilusão? Acreditar que isso está acontecendo ao Espírito. O Espírito está vendo tudo isso acontecer, e se não acredita no ego, vê todas essas coisas como pequeninas e mesquinhas, e é então que triunfa da sua prova.
 
Novamente o exemplo do esposo abandonado: o papel dele é ser esposo, mas a prova consiste nele não acreditar que ele é "esposo" e a mulher "uma traídora", mas que ser abandonado é precisamente a sua prova e aquela mulher deve ser amada como Espírito e não como mulher, porque ela foi o instrumento divino para que ele pudesse cumprir aquela prova.

Abçs,

Renato