T�pico: Responsabilidade Espiritual (Lida 2767 vezes)

MarcoALSilva · « **em:** 11 de Abril de 2009, 01:22 »

O Universo, e � a F�sica quem o assevera firmemente, � um imenso oceano de vibra��es. � um todo de manifesta��es ondulat�rias que v�m e v�o, cruzando-se, interagindo, literalmente convivendo em meio ao corpo universal de que, afinal, elas pr�prias s�o elementos estruturais.
Um espiritualista, independentemente de sua religi�o ou aus�ncia de religi�o, bem sabe que as vibra��es nos circundam, trespassam, conosco ressoam. Nem sempre tal interatividade resulta favor�vel ao nosso equil�brio geral. Pessoas sens�veis sentem-se mau t�o-s� ao adentrarem determinados ambientes, muitas vezes de insuspeitada nocividade. H� tamb�m sensitivos que se revigoram ao conv�vio daqueles cuja alma vibra em paz, espargindo harmonia.
J� as pessoas bem menos sens�veis, aquelas imersas integralmente no padr�o denso das vibra��es mais graves, terminam percebendo que t�m algo diferente da maioria. S�o os que n�o sentem nada ruim em ambiente algum, mesmo que outros apontem aquele local como desagrad�vel ou at� insuport�vel.
A grande maioria de n�s est� no meio-termos entre os muito sens�veis e os quase insens�veis. N�o cabe aqui nenhuma cr�tica, � bom que se esclare�a. Pessoas isentas de sensibilidade �s vibra��es baixas de um local, ou de algu�m, nem por isso ser�o necessariamente menos evolu�das no geral. Da mesma forma, pessoas com grande sensibilidade nem sempre cultuar�o o requinte de uma conduta moralmente elevada.
O que se pretende discutir, nessas parcas linhas, � a dificuldade que temos de identificar o que h� de influ�ncia imaterial em uma dada situa��o perturbadora que o homem experimente.
A magia dos verbetes t�cnicos da psiquiatria ou da psicologia n�o nos esclarece, com seus diagn�sticos emoldurados de cientificismo, a ess�ncia dos males que perturba o ser, seja no estamento da mera perturba��o, seja na desestrutura��o de sua personalidade. Mas ainda que nos mantiv�ssemos nos muros da ortodoxia catedr�tica, no m�nimo ter�amos o desconforto dos dep�sitos de psicopatas que se arrastam ou divagam em manic�mios. R�tulos de diagnose e tratamento in�meras vezes s�o quimeras sofisticadas incapazes de levar �quelas almas qualquer lenitivo.
Nos anais da neurologia bastas patologias deixam assente que o c�rebro sofre ataques ou degenera��o, o que comprova a efetiva exist�ncia de desarranjos essencialmente materiais para os males do tipo a que nos atemos aqui.
Existem psicopatas sem nenhum dano no c�rebro. Existem infelizes que perdem a no��o de si mesmos por degenera��o das c�lulas cerebrais.
A coisa toda se complica ainda mais se considerarmos que, num ou noutro caso, pode ou n�o haver a influ�ncia de causas espirituais. Como em tudo na vida, n�o podemos utilizar a sedu��o reducionista de taxar as perturba��es como �sempre espirituais�. Quase ningu�m ignora que o estresse pode levar � deteriora��o tanto f�sica como emocional. Basta que o homem enfrente um ambiente hostil por tempo suficiente, tendo que se adaptar continuamente � hostilidade percebida, dia ap�s dia, para que seu sistema imunol�gico baixe, sua auto-estima regrida, numa sucess�o fenom�nica que poder� lev�-lo a um colapso, qui�� fatal. Se estivesse na vida selvagem, fugiria ou lutaria pela sobreviv�ncia. Mas no mundo civilizado, no interior de um escrit�rio de trabalho com extremos de competitividade e, por isso mesmo, quase sempre sob muita agressividade, o ser tem que ambientar os impulsos no teatro da vida.
Existem, pois, perturba��es essencialmente psicog�nicas.
Nessas fases de desequil�brio emocional o homem, salvo poucas exce��es, n�o costuma cultivar os melhores pensamentos acerca de tudo � sua volta. Abre todas as comportas da irascibilidade no rec�ndito de sua mente, insciente de que nada � mais ilus�rio do que a privacidade de um pensamento.
� nessas oportunidades que fica mais vulner�vel � influ�ncia de outras ondas mentais de igual teor. Quando o padr�o vibrat�rio assume oitavas mais graves, agitando-se nessa seara de ondula��es energ�ticas, recebe por resson�ncia o aditamento dos harm�nicos com que se irmana. O diapas�o da alma vibra por si e se realimenta com a vibra��o semelhante que lhe chega em harmoniza��o. Cada um recebe o que cultua. Cada homem se afina com os pensamentos que merece.
Portanto, mesmo as perturba��es essencialmente psicog�nicas s�o, no m�nimo, um campo muito f�rtil para a erva daninha da perturba��o espiritual.
Muitas vezes ficamos sem saber o que fazer quando a b�n��o da medicina tradicional n�o resulta eficaz e nos frustra o ideal de cura. Mesmo os espiritualistas convictos, com os quais formo, sofrem intensamente a dor de conhecer a causa subjacente a todo e qualquer mal: a inc�ria.
O grande pecado que cometemos contra n�s mesmos � a inc�ria, a aus�ncia do �orai e vigiai�. Se o erro � a falsa no��o da realidade e o pecado � a no��o do car�ter il�cito da atitude que tomamos, a iniq�idade � a contum�cia no cometimento dos pecados.
Pecamos, e muito, em pensamento.
Quem n�o tem os seus pensamentos inconfess�veis?
Cultivamos a iniq�idade que nos aprisiona nos limites de nossa inc�ria. Recebemos os harm�nicos dos tons perturbados que conosco se afinam. E o pior de tudo: colaboramos para que outrem recebam os nossos harm�nicos de dor e desatino.
� hora de nos ajustarmos. Tarda. Somos integralmente respons�veis por tudo o que fazemos ou deixamos de fazer. Somos integralmente respons�veis por cada nesga de pensamento que lan�amos no seio da Cria��o.

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