Notem os amigos, o tradutor da obra foi Julio de Abreu Filho, um Espírita de quatro costados.
Logo, deveria ele saber a diferença entre os vocábulos.
ele mesmo dá uma explicação sobre o porque de ter usado o termo Espiritismo, porém é com esta que eu não concordo tendo por base não oq ue o Julio, achava, mas sim o que o codificador idisse sobreo termo.
mas o tema aqui nãop é a obra, mas sim a questão inicial: "O que existe no mundo dos espíritos segundo os espíritas?"
Ora para esta só existe uma resposta: Aquilo sob o cal fundarem-pse as crenças de cada um que pensa sobre o assunto.
Se corretas ou não isso já é outra estória.
abraços,
Moura

Concordo Moura,

Traduzir  The History of Spiritualism como A História do Espiritismo não foi uma atitude acertada. Conan Doyle conhecia o Espiritismo e sabia da diferença entre os dois termos estabelecida de modo muito claro por Kardec na introdução de O livro dos Espíritos. Se optou por utilizar Spiritualism é porque viu no termo melhor adequação a seus propósitos literários. O próprio kardec só aparece no capítulo 21 do livro e mesmo assim (se entendi corretamente) como o representante de uma vertente.

Cap. 21
Espiritismo francês, alemão e italiano
O ESPIRITISMO na França e nas raças latinas concentra-se em torno de Allan Kardec, que prefere o termo Espiritismo, e sua feição predominante é a crença na reencarnação.
[...]
Kardec achava que os vocábulos espiritual e espiritualista, como espiritualismo já possuíam uma significação definida. Assim os substituiu por espiritismo e espírita ou espiritista. A filosofia espírita se distingue por sua crença em nosso progresso espiritual, que é realizado através de uma série de reencarnações.
[...]
Os espíritas ingleses não chegaram a uma conclusão  no que se refere à reencarnação.
Alguns a aceitam, outros não. A atitude geral é que, como  doutrina não pode ser provada, o melhor seria excluí-la da política ativa do Espiritismo. Explanando essa atitude, Miss Anna Blackwell sugere que, sendo a mente continental mais receptiva de teorias, aceitou Allan Kardec, enquanto a mente inglêsa, geralmente declina de considerar qualquer  teoria enquanto não se tiver certificado dos fatos admitidos por tal.
[…]

Em relação ao último parágrafo da citação, pergunto: Espíritas que não aceitam o princípio da reencarnação como um fato apenas porque não se pode “prová-lo” podem ser chamados de Espíritas?

Abraço,

Oi Ham,

"Devido esta obscuridade que existe por trás do título, não sabemos se Arthur Connan Doyle usou do título para se referir ao Espiritismo ou ao Espiritualismo"

Não consigo perceber nenhuma obscuridade. No titulo em seu idioma nativo é spiritualism ou seja espiritualismo e não spiritism ou spiritist. O problema não está com Conanm está na intenção ou falta de atenção de quem traduziu o original em ingles. Ai é um post longo para tratar de questões envolvendo a tradução de um idioma para outro e estaremos mais ainda nos afastando do topico.

Olá, Marcos

O que eu quis dizer sobre o título ser obscuro - e somente o título - foi porque não é possível saber o que Conna Doyle queria passar através do título sem ler a obra completa, porque naquela época, em vários países, a palavra spiritualism não tinha o mesmo significado que damos hoje; era usada para definir tanto o espiritismo como as suas derivações.

Só podemos saber quais foram as intenções de Connan Doyle, lendo a obra completa, porque se você notar, o que acontece é uma História Cronológica do Espiritismo, que começa com Swedenborg, o pioneiro do Espiritismo, até os últimos capítulos, que trata do Espiritismo. Foi por essa razão que não fez o gosto de alguns, porque Kardec aparece muito pouco.


O tradutor em nota explicou que mudou o título por causa que a palavra spiritualism era empregada naquela época com um sentido mais amplo, incluindo a Doutrina espírita. O que o tradutor fez foi atualizar o título, e somente o título, para a nossa época, porque o livro, queiram ou não queiram, trata exatamente da História do Espiritismo. Basta ler e tirar as próprias conclusões.

Fiz uma pesquisa pela palavra espiritismo e espiritualismo dentro da obra e existe 253 instâncias à palavra espiritismo e apenas 4 à palavra espiritualismo.



Veja o ÍNDECE:


A História do Espiritismo - A História de Swedenborg

Edward Irving: os Shakers

O Profeta da Nova Revelação

O Episódio de Hydesville

A Carreira das Irmãs Fox

Primeiras Manifestações na América

A Aurora na Inglaterra

Progressos Contínuos na Inglaterra

A Carreira de D. D. Home

Os Irmãos Davenport

As Pesquisas de Sir William Crookes ,de 1870 até o Ano de 1874

Os Irmãos Eddy e os Holmes

Henry Slade e o Doutor Monck

Investigações Coletivas sobre o Espiritismo

A Carreira de Eusápia Palladino

Grandes Médiuns de 1870 a 1900: Charles H. Foster, Madame d’Esperance, William Eglinton, Stainton Moses

A Sociedade de Pesquisas Psíquicas

Ectoplasma

Fotografia Espírita

Vozes Mediúnicas e Moldagens

Espiritismo Francês, Alemão e Italiano

Grandes Médiuns Modernos

O Espiritismo e a Guerra

Aspecto Religioso do Espiritismo

O Depois-da-Morte Visto pelos Espíritas

Apêndice 1
Notas ao Capítulo 4 – Prova da Assombração mda Casa de Hydesville antes de ser habitada pela Família Fox

Apêndice 2
Notas ao Capítulo 6 – Bico de Pena do Lago Harris por Laurence Oliphant

Apêndice 3
Notas ao Capítulo 7 – Testemunho adicional do Professor e da Senhora de Morgan

Apêndice 4
Notas ao Capítulo 10 – Os Davenports eram Jograis ou Espíritas?

Apêndice 5
Notas ao Capítulo 16 – A Mediunidadedo Reverendo Stainton Moses

Apêndice 6
Notas ao Capítulo 25 – Escrita Automática de Mr. Wales

Não li o livro mas se o conteundo está coerente com o titulo em ingles espero encontrar a historia de varias doutrinas espiritualistas e seus percusores, incluido a doutrina espirita e não como tema central a doutrina espirita ou espiritismo, não deixando de fazer correlações com outras doutrinas espiritualistas.

Isso você não irá encontrar, Marcos, porque não trata de outras doutrinas, apenas do Espiritismo. Quando se fala de outras doutrinas, ou de fenômenos físicos considerados de ordem espiritualista, tendo sempre em vista a defesa do Espiritismo.

Aliás, se você ler a obra completa verá que Connan Doyle deixa claro que ele é Espírita, e que aproveitou alguns momentos para defender o Espiritismo contra o sincretismo religioso, inclusive demonstra muita preocupação em separar o Espiritismo do Espiritualismo; o que não deveria acontecer em uma obra de teor Histórico.



Um abraço
Hamlacerda

Oi Ham

Encontrei uma publicação no The Lancet de 29 de setembro 1900 sobre o 4º Congresso Internacional de Psicologia em Paris no qual participaram vários pesquisadores interessados no estudo dos fenômenos espirituais, muitos destes eram da Alemanha.

Sobre o Congresso, diz que "Uma das características mais interessantes deste Congresso foi a competição que surgiu em várias ocasiões entre as escolas materialistas e espiritualistas. Este último não deve ser confundido com aquilo que na Inglaterra é impropriamente chamado "espiritualismo" em vez de "espiritismo"."

"One of the most interesting features of this Congress was the contest that arose on several occassions between the materialist and spiritualist schools. The latter must not be confused with what in England is improperly called "spiritualism" instead of "spiritism"." (texto em inglês)

Ao que parece não existia um consenso na terminologia. Espiritualismo era mais empregando na Inglaterra e nos outros países do continente europeu adotava espiritismo.

Também notei isso quando abaixei em PDF 'The History Of Spiritualism" e encontrei em uma nota, que faz referencia, em um paragrafo, um breve comentário do professor Angelo Brofferio sobre Croockes e a publicação da pesquisa sobre a materialização de Katie King. A referencia diz em alemão "Fur den Spiritismus, Leipzig, 1894, p.319." ou seja "Para o espiritismo". Se fosse espiritualismo seria "spiritualismus".

"O tradutor em nota explicou que mudou o título por causa que a palavra spiritualism era empregada naquela época com um sentido mais amplo, incluindo a Doutrina espírita."

Possivelmente para os ingleses tinha um sentido não somente amplo mais que era a unica terminologia, o que poderia não agradar espiritualistas de outros países europeus que preferia usar espiritismo. No capitulo VII no segundo volume da obra,em inglês, nota-se claramente uma analise comparativa com a visão espiritualista dos ingleses demonstrando que tinham diferença conceituais e que atribuía a reencarnação adotada pelo espiritismo como uma crença e um dogma falso. Parece que não agradava muito os espiritualistas ingleses o trabalho de Kardec.

"Fiz uma pesquisa pela palavra espiritismo e espiritualismo dentro da obra e existe 253 instâncias à palavra espiritismo e apenas 4 à palavra espiritualismo."

Na obra em dois volumes em inglês a palavra espiritismo (spiritism) no volume I existe 1 citação (em alemão) e espiritualismo (spiritualism) existem 112 citações, no volume II a palavra espiritualismo exitem 117 citações e espiritismo existem 15 citações (a maioria no capitulo VII - Espiritualismo Francês, Alemão e Italiano). No total são 229 para espiritualismo e 16 para espiritismo. 


Seria mais interessante um versão para o titulo: A historia do Movimento Espiritualista. Como Conan se refere ao seu trabalho no prefacio:

"This work has grown from small disconnected chapters into a narrative which covers in a way the whole history of the Spiritualistic movement."

"Este trabalho tem crescido de pequenos capítulos desconectados em uma narrativa
que de certo modo aborda toda a história do movimento espiritualista."


"Aliás, se você ler a obra completa verá que Connan Doyle deixa claro que ele é Espírita, e que aproveitou alguns momentos para defender o Espiritismo contra o sincretismo religioso, inclusive demonstra muita preocupação em separar o Espiritismo do Espiritualismo; o que não deveria acontecer em uma obra de teor Histórico."

Em minhas ferias que se aproxima vou ler o livro e analisar principalmente o capitulo VII.
Depois repasso meus comentários.


Abraço fraterno

Marcos Borges

Oi Ham

[...]


Em minhas ferias que se aproxima vou ler o livro e analisar principalmente o capitulo VII.
Depois repasso meus comentários.


Abraço fraterno

Marcos Borges

Olá, Marcos,

Interessante essa pesquisa.
Estamos aguardando a sua analise.

Mas vamos focar no tópico, pois o significado da palavra tem pouca importância para esta discussão. O importante está nos relatos das comunicações de existência dessas cidades, em diversas partes do mundo. Se os médios eram espiritualistas ou espiritas, não diminui o valor das comunicações, porque naquela época, como já disse, as palavras mal tinham se espalhado pelo mundo, como a palavra espiritismo.