Eu nunca gostei deste r�tulo agora...�ndigo,cristal...parece um monte de ET.
O rapazinho citado tem intelig�ncia super dotada.Nada de novo.

Esp�ritos de uma ordem pouco mais elevada �bviamente est�o se aproximando at� pelo fato de estarmos em transi��o, mas isso agora parece moda, essa nomeclaturas.

Igual crian�a desobediente, agora chama hiperativa.
Fulano n�o fica mais triste,� depress�o.
N�o quer sair de casa?Ah,� p�nico.

Povo adora um r�tulo.

N�s n�o estamos falando de crian�a birrenta ou rotulada estamos falando de algu�m que est� encarnado e com 07 anos realizou uma cirurgia.

Atc,

Shirley Almeida

  Recebi esta reportagem e acho que pode ajudar sobre esta quest�o:

    Crian�as com aura azul e crian�as cristais, duas novidades . Como a pedagogia esp�rita v� essa quest�o?
        Uma das novidades dessa primeira d�cada do terceiro mil�nio � o an�ncio de uma gera��o de crian�as chamadas "�ndigo". H� ainda uma outra classifica��o, a das crian�as "cristal". A onda veio dos Estados Unidos a partir de um livro de Lee Carroll e Jan Tober The �ndigo Children, the new kids have arr�ved, publicado no Brasil, pela Editora Butterfly, sob o titulo deCrian�as �ndigo.
          Entre tantas, � uma tem�tica inclu�da nessa corrente h�brida de pensamento chamada New Age (Nova Era), que mistura orientalismos, misticismos v�rios, espiritualismo ocidental, psicologismos vagos, e, �s vezes, Espiritismo, na sua forma norte-americana de spiritualism. O que caracteriza o pensamento New Age � justamente o an�ncio de novos tempos para a humanidade, de maior espiritualidade, de au�mento de consci�ncia, de ilumina��o coletiva.
          Como n�o existe uma filosofia consistente e unificadora para esse movimento, nele se abrigam todos os tipos de reflex�es e propos�tas, desde algumas razoavelmente sensatas e certas m�sicas bonitas e relaxantes, at� ideias m�sticas, mesmo supersticiosas. O que falta � justamente um eixo de racionalidade e o que sobra, para atrapalhar, � o mercado em torno do tema.


A identifica��o de poss�veis crian�as especiais suscita discrimina��es e proporcionam um est�mulo � vaidade
            Temos hoje uma ind�stria de espirituali�dade light, que vende em p�lulas de livros de auto-ajuda, um conforto inconsistente, uma religiosidade descomprometida, porque muito superficial e feita para consumo r�pido e des�cart�vel. Essa tend�ncia se tornou de tal forma predominante - porque d� dinheiro - que ela contagia inclusive as grandes religi�es e afeta em cheio o mercado editorial esp�rita.
            O leitor-consumidor quer leituras r�pidas, f�ceis, que possam dar receitas prontas e flex��veis para dar al�vio �s suas m�ltiplas ang�stias. Nada que comprometa muito, nada que o fa�a raciocinar em demasia, nada que o obrigue a to�mar atitudes �ticas mais firmes. A espiritualidade tamb�m se tornou produto de mercado.
            A quest�o das crian�as �ndigo se insere nesse contexto. Segundo os autores que trabalham o tema, h� crian�as especiais nas�cendo no mundo para preparar a Nova Era, suas auras azuis justificam o nome de crian�as �ndigo. S�o questionadoras, contestadoras, corajosas para construir um novo mundo. Mas h� tamb�m as crian�as cristais, essas mais evolu�das ainda, que s�o introspectivas, sens�veis, iluminadas.
           Segundo os autores, esses seres precisam de aten��o especial, de uma nova educa��o e de espa�o para se desenvolverem livremente.
           Meias-verdades e equ�vocos
           A quest�o, tanto com o movimento da Nova Era quanto com esse tema espec�fico das crian��as �ndigos, � que h� algumas verdades intu�das em meio a uma grande confus�o de conceitos e incoer�ncias perigosas.
          J� no s�culo 19 o Espiritismo anunciava novos tempos para a humanidade e dizia que a mudan�a se daria, sobretudo, pela encarna��o de Esp�ritos mais conscientes, que j� viriam aptos a construir e a vivenciar um novo mundo.
         H� tamb�m um postulado adotado por Allan Kardec que, conforme se d� o progresso dos mundos, o per�odo de inf�ncia vai ficando mais curto e os Esp�ritos reencarnam cada vez mais l�cidos e rapidamente amadurecem dentro dos prop�sitos que os trouxeram � nova exist�ncia.
         Entretanto, uma das caracter�sticas do pensamento esp�rita � o despojamento de toda e qualquer linguagem m�stica e m�tica, uma certa racionaliza��o da espiritualidade, dentro de um entendimento l�gico do mundo e da vida. Se uma nova gera��o est� surgindo - e certamente est�, pois basta conviver com as crian�as atuais, para observar a sua vivacidade, a sua capacidade de desenvolvimento e a sua sensibilidade - � um fato natural, faz parte da lei do progresso coletivo e � inclusive parcialmente explic�vel pela maior quantidade de est�mulos que as crian�as recebem hoje desde cedo.
         O perigo de classificarmos essas crian�as � consider�-las seres privilegiados - pois o pior � que apenas algumas crian�as s�o tidas como �ndi�go ou cristais-, criando castas, de que os pais de orgulham e sobre as quais projetam seus desejos de grandeza. A identifica��o de poss�veis crian�as especiais � altamente problem�tica e mesmo prejudicial, porque suscita discrimina��es, clas�sifica��es desvantajosas para outras, que n�o sejam assim consideradas, e para elas pr�prias, proporcionando um est�mulo � vaidade.
          Na obra de Lee Carrol e Jan Tober, h� pro�blemas ainda maiores. � que a identifica��o de tais crian�as baseia-se em crit�rios muito subjetivos e mesmo err�neos. Vemos crian�as consideradas �ndigo estopendo o rosto da m�e sendo prepotentes, humilhando e agredindo ou�tras pessoas, inclusive seus pais. Ora, segundo qualquer avalia��o sensata, tais tend�ncias n�o revelam um esp�rito superior. Pode ser at� um ser desenvolvido intelectualmente, mas o orgulho e a arrog�ncia mostram um d�ficit moral, que os pais t�m a responsabilidade de ajudar a corrigir, com amor e di�logo, � claro, sem repress�es e puni��es.
          Todas as crian�as s�o �nicas, cada uma tem seu hist�rico reencarnatorio, traz seus talentos espec�ficos a serem trabalhados na presente exist�ncia, est� num degrau diferente de evolu��o espiritual
          Outros crit�rios apontados - como os citados por Tereza Guerra, no livro dela: Crian�as �ndigo - Uma gera��o de ponte com outras dimens�es, publicado pela Editora Madras, carecem completamente de qualquer cientificidade e de qualquer possibilidade de comprova��o. S�o pseudocient�ficos. Vejamos tr�s desses crit�rios. Diz a autora, Tereza: "Esses indiv�duos s�o, simplesmente, novas express�es com caracter�sticas que voc�s n�o possuem:

1. Uma vibra��o mais elevada;
2. Uma organiza��o que invalida certos atribu�tos provenientes dos astros que, habitualmente, afetam os humanos;
3. Um dispositivo biol�gico espec�fico, que lhes permite manejannelhor as impurezas fabricadas p�los pr�prios humanos do planeta"
        J� conseguiram algum meio de medir a eleva���o da vibra��o de cada um? E que organiza��o e dispositivo biol�gico s�o esses? Alguma muta��o gen�tica; comprovada? Estamos diante de uma gera��o de mutantes; superiores a n�s? Como se v�, s�o afirmativas gratuitas, inconsistentes e problem�ticas.


O que diz a Pedagogia Esp�rita ?


           Essa discuss�o mostra muito bem por que insistimos em falarem uma Pedagogia Esp�rita, termo criado por J. Herculano Pires, e n�o em uma Pedagogia Espiritualista ou Nova Pedagogia ou Pedagogia do Amor-como algumas pessoas sugerem no sentido de descaracteriz�-la de um suposto aspecto sect�rio. Quem compreende bem o Espiritismo sabe que ele tem um car�ter universalista e n�o se fecha em fanatismo e sectarismo. E o que faz parte principalmente de sua proposta � o m�todo de abordagem da realidade, de maneira cient�fica, racional, sem abdicar da vis�o espiritual. Ou seja, Kardec nos indica crit�rios de tocar o real, de maneira a termos mais seguran�a em nosso modo de conhecer.
         Assim, a pedagogia esp�rita � uma pedagogia que assume a reencarna��o, a espiritualidade como dimens�o real e necess�ria do ser huma�no, mas n�o abandona o eixo de racionalidade cient�fica, desenvolvido na hist�ria do Ocidente, desde a civiliza��o grega. N�o podemos nos lan�ar a um misticismo medieval, deixando de lado as �ncoras da pesquisa e da raz�o.
          Portanto, dentro dessa abordagem, pode�mos afirmar que a pedagogia esp�rita trabalha com um crit�rio democr�tico, racional, de con�siderar todas as crian�as iguais e, ao mesmo tempo, singulares, rejeitando classifica��es restritivas ou discriminat�rias.
         Todas as crian�as s�o iguais, essencial�mente divinas, esp�ritos em evolu��o, com infinitas potencialidades a serem desenvolvidas. Todas precisam de amor, di�logo, educa��o libertadora, que permita seu pleno desabro�char. Todas devem ser respeitadas e ajudadas a cumprir seu destino evolutivo.
          Todas as crian�as s�o �nicas, cada uma tem seu hist�rico reencarnatorio, cada uma traz talentos espec�ficos a serem trabalhados na presente exist�ncia, cada uma est� num degrau diferente de evolu��o espiritual - que � dif�cil avaliar, pois n�o h� m�todos de me�dir evolu��o espiritual a n�o ser observar o exemplo de um ser humano ao longo de sua exist�ncia e, ainda assim, muitos se enganam nessa avalia��o, tomando falsos profetas por mission�rios.
          Cabe-nos observar atentamente cada indiv�duo, conhecer de perto suas tend�ncias e jamais abdicar da fun��o de educar, o que n�o significa modelar de fora, mas ajudar o ser a se autoconstruir.

Dora Incontri
Revista Universo Esp�rita (n. 40) - 2007 - P�g. 58




Nas lutas habituais, n�o exija a educa��o do companheiro.
Demonstre a sua.
Nas tarefas do bem n�o aguarde colabora��o.
Colabore, por sua vez, antes de tudo.
As suas l�grimas n�o substituem o suor que voc� deve verter em benef�cio da sua pr�pria felicidade." (Andr� Luiz)