T�pico: Fugas pela culpa (Lida 2669 vezes)

macili · « **em:** 14 de Maio de 2014, 23:38 »

Fugas pela culpa

Comumente ouve-se justificativa para algu�m escusar-se ao servi�o de socorro ao pr�ximo, como, por exemplo, a alega��o de que n�o � perfeito e, portanto, n�o possui as condi��es exig�veis para o exerc�cio das a��es de enobrecimento.

Muitos indiv�duos alegam que carregam muitas culpas conscientes quanto inconscientes de gravames que foram perpetrados e que os atiraram no po�o da amargura, tomando-os indignos de realiza��es elevadas.

Seria de indagar-se, quais as qualidades exig�veis para a pr�tica do amor nas suas m�ltiplas express�es sob a inspira��o do anjo da caridade?

Oferecer-se um copo com �gua fria ao sedento, doar-se uma c�dea de p�o ao esfaimado, um vaso de leite ao enfermo, modesta moeda ao necessitado, um gesto de compaix�o, uma palavra gentil, um aperto de m�o, s�o t�o espont�neos fen�menos humanos, que n�o exigem elevados sentimentos morais, bastando somente o desejar-se auxiliar...

S�o tantas as formas de exteriorizar gentileza e bondade, que n�o se toma indispens�vel uma situa��o espiritual superior para apresent�-las.

Atrav�s da a��o fraterna e natural adquirem-se os t�tulos de enobrecimento moral, superando-se as tend�ncias perniciosas que escravizam o indiv�duo, mantendo-o nas paix�es dissolventes, e que passam a diluir-se, quando ocorrem os atos de amor, cedendo os espa�os m�rbidos � benefic�ncia.

Certamente, a culpa � algoz impiedoso que se esculpe na consci�ncia e, � semelhan�a do �cido corroi as vibras emocionais da sua v�tima, enquanto � conservada.

Por essa raz�o, deve ser racionalizada de maneira tranquila e dilu�da mediante as aplica��es dos valiosos dissolventes do amor em forma de edifica��o de outras vidas.

Quando algu�m se escusa a ajudar, n�o est� sendo impedido pela culpa, mas pelo ego�smo, esse genitor insens�vel da indiferen�a pelo sofrimento dos outros, distanciando-se, na desdita em que se compraz, dos recursos eficientes para a aquisi��o da paz interior.

Todos os seres humanos, de uma ou de outra forma, carregam algumas culpas, inclusive aquelas que lhes foram impostas pelas tradi��es religiosas absurdas, que se compraziam em condenar ao inv�s de orientar a maneira eficiente de liberta��o dos equ�vocos em que se tombava.

Dessa forma, existem marcas psicol�gicas ancestrais que afligem, mas podem ser anuladas mediante o conhecimento da realidade e dos leg�timos valores morais que s�o as regras de bem viver, exaradas no Evangelho de Jesus, e sintetizadas no Seu conceito sublime, que � n�o desejar nem fazer a outrem o que n�o se gostaria que lhe fosse feito.

A aceita��o honesta do fen�meno culpa pela consci�ncia constitui excelente aquisi��o emocional para o trabalho de dilui��o dos fatores que a geraram.

Uma an�lise sincera do acontecimento produz compreens�o em torno da ocorr�ncia do fato infeliz, levando-se em considera��o as circunst�ncias do momento, o estado emocional em que se encontrava o indiv�duo, a sombra predominante...

O erro � sempre resultado do n�vel de responsabilidade imposta pela consci�ncia. Quando se trata de algo planejado com objetivos perniciosos, certamente os danos produzidos s�o muito mais graves, transformando-se em conflito psicol�gico de a��o demorada. No entanto, quando outros fatores imprevistos desencadeiam a atitude mal�fica, � compreens�vel que a responsabilidade se apresente menor.

Em face disso, afirmou o Mestre de Nazar�: Mais se pedir� �quele que mais recebeu, estabelecendo que o conhecimento � fator predominante em rela��o � responsabilidade dos atos humanos.

A quest�o da culpa � t�o relevante que, analisando o drama da mulher surpreendida em adult�rio, Jesus exarou o surpreendente conceito: ... E aquele que estiver sem culpa, que lhe atire a primeira pedra.

� compreens�vel que, seja qual for a forma como se deu a instala��o da culpa, � sempre resultado da longa aprendizagem a que o Esp�rito se encontra submetido no compromisso da autoilumina��o, transformando ignor�ncia em conhecimento, instinto em discernimento l�gico e em raz�o, primarismo em sabedoria...

J� constitui um passo significativo a sua identifica��o, que significa o come�o da sua supera��o.

Nenhum recurso mais eficiente para a sua elimina��o do que todo o bem que se pode fazer, porquanto, o aux�lio ao pr�ximo, � comunidade, a contribui��o ao bem estar geral, proporcionam recupera��o do equ�voco de maneira judiciosa e edificante, resultando em fator de progresso geral. Isto porque, sempre que algu�m cai, que se compromete, a sociedade com ele tomba, sendo natural que, ao elevar-se algu�m, com ele a sociedade se erga.

O aux�lio fraternal, portanto, � valioso contributo psicoterap�utico para a liberta��o de quaisquer transtornos emocionais, ao tempo em que constitui eficiente m�todo pedag�gico para a aquisi��o da harmonia interna com a consequente aprendizagem em torno dos objetivos relevantes da vida.

Sacrifica, pois, a comodidade disfar�ada de conflito de culpa ou equivalente, e faze a tua parte no concerto terrestre, modificando as estruturas atuais do comportamento social e criando novas condi��es para o progresso geral.

A felicidade somente se instalar� na Terra quando as criaturas humanas compreenderem que o aux�lio rec�proco � recurso precioso para o equil�brio entre todos.

Enquanto houver segrega��o, discrimina��o, mis�ria de uns e excesso de outros, exorbit�ncia de poder ou de fortuna em poucas m�os com a escassez na multid�o, o sofrimento permanecer� como l�tego sobre o seu dorso, at� o despertamento consciente e a mudan�a inevit�vel de conduta.

Aquele que disp�e dos recursos superiores da exist�ncia como sa�de, beleza, fortuna, lar feliz, intelig�ncia e conhecimento, n�o havendo feito o uso dignificante, retorna ao prosc�nio terrestre, em situa��o de car�ncia, a fim de aprender aplica��o de valores e solidariedade.

Nunca desconsideres o poder dos pequenos gestos de bondade e de amor que fazem muita falta entre os seres humanos.

Por mais insignificantes que pare�am, constituem notas musicais da grande sinfonia da vida vibrando no universo.

Toma parte na extraordin�ria orquestra do bem, contribuindo com o que possuas.

Joanna de �ngelis
P�gina psicografada pelo m�dium Divaldo Pereira Franco,
na tarde de 29 de maio de 2009, no G19, em Zurique, Su��a.

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