T�pico: N�s e a Par�bola do Semeador (Lida 3771 vezes)

macili · « **em:** 18 de Maio de 2011, 04:20 »

Amigos, Amigas e Visitantes

Que Jesus os cubra com seu manto de amor!!!

N�s e a Par�bola do Semeador.

A viv�ncia crist� tem suas ra�zes mais profundas na Par�bola do Semeador, conhecida como a �par�bola das par�bolas�. � claro que em todas elas encontramos os elementos das nossas aulas e motivos para a reforma �ntima, mas estamos nos referindo ao campo mais amplo do qual ela fala, que � o trabalho crist�o, fruto da harmonia entre o mundo �ntimo e o mundo exterior, ou ainda da nossa rela��o de amor incondicional com mundo �ntimo dos nossos semelhantes. Nessa par�bola podemos compreender a verdadeira dimens�o da Doutrina Esp�rita porque ela mostra as fases ou graus de aprendizagem que os adeptos percorrem at� atingirem a condi��o de Esp�rita, que n�o � um �t�tulo� nem muito menos o simples reconhecimento formal dado pelos centros esp�ritas, atrav�s de livros, cursos e prele��es; estes s�o apenas meios e n�o fins.

Tanto na interpreta��o simplificada de Cairbar Schutel quanto na interpreta��o sofisticada de Huberto Rohden identificamos os tr�s terrenos humanos que impedem que a semente frutifique. �, portanto, a par�bola que trata exclusivamente da nossa responsabilidade individual, no que diz respeito a nossa �salva��o� ou �perdi��o�. Nos esclarece Rohden:

�A par�bola do Semeador trata n�o da agronomia f�sica, mas da agronomia metaf�sica, trata do terreno imprevis�vel do livre-arb�trio humano, onde nenhum semeador, nem mesmo o pr�prio Cristo, pode saber do resultado da sua semeadura. Se assim fosse, por que teria Jesus escolhido Judas Isacriotes para seu ap�stolo, sabendo da sua esterilidade espiritual?�

Para Cairbar Schutel a par�bola do Semeador sintetiza os caracteres predominantes em todas as almas, ao mesmo tempo que nos ensina a distingui-las pela boa vontade com que recebem as novas espirituais:

O Semeador : � Jesus e seus seguidores; os que falam em seu nome, e pregam a Palavra de Deus com a autoridade da moral que o Cristo ensinou. Na Escola de Aprendizes � todo o grupo: o Dirigente e o Expositor e tamb�m os alunos, pois todos n�s, de certa forma, conhecendo a semente, passamos tamb�m a semear, com bons ou maus exemplos.

�Nem todos os pregoeiros da Palavra a apregoam tal como ela �, em sua simplicidade e despida de formas enganosas. Uns revestem-nas de tantos mist�rios, de tantos dogmas, de tanta ret�rica; ornamentam-nas com tantas flores que, embora a �palavra permane�a�, fica obscurecida, enclausurada na forma, sem que se lhe possa ver o fundo, a ess�ncia! Muitos pregam por interesse, como �o mercen�rio que semeia�; outros por vangl�ria, e, grande parte, por ego�smo. Nestes casos n�o dissipam as trevas, mas aumentam-nas; n�o abrandam os cora��es, mas endurece-os; n�o anunciam a Palavra, mas dela fazem um instrumento para receber ouro e gl�rias.�

A Semente: � a palavra de Deus, os ensinamentos sobre as Leis Universais.

�A semente � uma s�, � sempre a mesma que tem sido apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condi��es de receb�-la. E se ela n�o atua com a mesma efic�cia em todos, deriva esse fato da variedade e das desigualdades de Esp�ritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, � caridade, � liberalidade, � fraternidade; outros propensos ao mal, ao ego�smo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, �s divers�es passageiras.�

Na viv�ncia social crist� e no centro esp�rita � a proposta de Reforma �ntima, atrav�s das oportunidades de trabalho. Para pregar (difundir) e ouvir (vivenciar) a Palavra, � preciso que n�o a rebaixemos, mas a coloquemos acima de n�s mesmos; porque aquele que despreza a Palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu Instituidor, e, como disse Ele: �Quem me despreza e n�o recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a Palavra que falei, esta o julgar� no �ltimo dia.�

Caiu � beira do Caminho: �� quando por n�s passam todas as id�ias grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhumas delas.�

Na Escola � a condi��o de Aprendizes, uma grande maioria que recebe os ensinamentos, que est�o sendo chamados, por�m ainda n�o podem ser escolhidos porque est�o �sonolentos�, como crian�as, muito influenciados pelo mundo exterior.

Caiu sobre a Pedra: � quando estamos com o cora��o endurecido, �como pedras impenetr�veis �s novas id�ias, aos conhecimentos liberais�, isto �, abertos para conhecer �s novas experi�ncias, que podem quebrar a nossa rotina e o sentido med�ocre das nossas vidas; recebemos a proposta de mudan�a, mas n�o permitimos que se opere a modifica��o em nosso �ntimo; racionalizamos tudo, ligamos nossas defesas e nos tornamos refrat�rios.

Na Escola de Aprendizes e no campo de trabalho que abra�amos � a condi��o em que se encontra os Servidores. Aceitamos os ensinamentos e as tarefas com parcialidade e condicionamentos, isto �, escolhemos somente aquilo que nos conv�m. Disso resultam os melindres, as decep��es, as diverg�ncias pessoais com os companheiros e finalmente o desejo de desist�ncia.

Caiu no meio dos Espinhos: � quando permanecemos invigilantes e permitimos que os espinhos (as nossas imperfei��es e a dos outros) sufoquem o crescimento de todas as verdades que estamos aprendendo, �como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas suas proximidades.�

Na viv�ncia social � o tempo no qual sofremos todos os tipos de testes para avaliarmos se, realmente, estamos dispostos a ser o �sal da terra� e a �luz do mundo�. Pequenas provas ainda s�o para n�s mostras dos grandes espinhos e obst�culos que teremos que remover durante a vida atual e as vidas futuras.

Caiu na Boa Terra: � quando conservamos a boa vontade, no mantemos abertos; isso nos d� coragem e disposi��o para remover todos os obst�culos que aparecem; a boa vontade elimina o medo e afasta o sentimentos defensivos e a rea��es instintivas. Isso nos torna mais humildes porque n�o temos pena de n�s mesmos, porque n�o nos fazemos de v�timas; a boa vontade mant�m acordada a nossa consci�ncia e , por isso, vigilantes, podemos distinguir em n�s o que � tenta��o e o que � m� inclina��o . A ora��o e o aux�lio, por n�s e pelos outros � uma demonstra��o de boa vontade. A Boa Terra � o mundo, � discipulado de Jesus.

ANEXO:

�Afluindo uma grande multid�o e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em par�bola:�Saiu um Semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu � beira do caminho; foi pisada, e as aves do C�u a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque n�o havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.� Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ou�a.

Os seus disc�pulos perguntaram-lhe o que significava esta par�bola. Respondeu-lhes Jesus: A v�s � dado conhecer os mist�rios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em par�bolas, para que vendo n�o vejam; e ouvindo n�o entendam.

A semente � a palavra de Deus. Os que est�o � beira do caminho s�o os que t�m ouvido; ent�o vem o diabo e tira a Palavra, para que n�o suceda que , crendo, sejam salvos. Os que est�o sobre a pedra s�o os que, depois de ouvirem, recebem a palavra com gozo; estes n�o t�m raiz e cr�em por algum tempo, mas na hora da prova��o voltam atr�s. A parte que caiu entre os espinhos, estes s�o os que ouviram, e, indo seu caminho, s�o sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida e o seu fruto n�o amadurece. E a que caiu na boa terra, estes s�o os que, tendo ouvido a palavra com cora��o reto e bom, a ret�m e d�o frutos com perseveran�a.� (Marcos, IV, 1-9)

*Dalmo Duque dos Santos nasceu em 23 de agosto 1961, paulista de Porto Tibiri�� (atual Presidente Epit�cio). Iniciou seus estudos superiores na Universidade Cat�lica de Santos, em 1984, e bacharelou-se em Hist�ria na PUC de S�o Paulo, em 1990. Graduou-se tamb�m em Pedagogia, em 1993, na Faculdade de Filosofia, Ci�ncias e Letras de Presidente Venceslau. P�s-graduou-se em 2002 como Mestre em Comunica��o, pela Universidade Paulista- UNIP. � professor universit�rio, trabalhou como educador e gestor em escolas particulares e p�blicas; foi jornalista, editor e redator publicit�rio.Na �rea liter�ria criou e adaptou a cole��o de bolso �Allan Kardec Dia- a- Dia� � uma combina��o de textos do Evangelho com o Livros dos Esp�ritos e escreveu os ensaios �A Intelig�ncia Espiritual� , sobre a revolu��o pedag�gica das Escolas de Aprendizes do Evangelho (inserido na introdu��o deste livro) e �Voc� em Busca de Voc� Mesmo�, sobre a crise e as transforma��es do ser humano neste in�cio do 3� mil�nio. � tamb�m autor de uma nova hist�ria do Espiritismo como o t�tulo de � O Demolidor de Dogmas � Allan Kardec e a Reconstru��o da F� no Ocidente�.

Por *Dalmo Duque dos Santos

Refer�ncias no texto:
(Mateus, XIII, 1-9 � Marcos, IV,1-9 � Lucas, VIII, 4-15)

Bibliografia: �Par�bolas e Ensinos de Jesus� � Cairbar Schutel e �Sabedoria das Par�bolas� � Humberto Rohden.

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