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  • Alvorada Cristã - Neio Lucio 📘

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Autor Tópico: Alvorada Cristã - Neio Lucio 📘  (Lida 11401 vezes)

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Offline Edna☼

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A arma infalível
« Responder #15 em: 27 de Novembro de 2018, 11:15 »
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12  -  A arma infalível

"Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber por quê.  Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.

Foi a vez do subchefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.  Tão-só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável.  Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou. Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista da enorme débito em dinheiro que seria compelida e aceitar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.

O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.

Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.

O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde. Chegou e descarregou sobre ela, toda a ira de que era portador.

— Estou farto! — bradou — a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!…

Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:

— Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!… Tudo passa na Terra.  Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou…

Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!

O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.

A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor."




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Offline Edna☼

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O servidor negligente
« Responder #16 em: 30 de Novembro de 2018, 12:27 »
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13 -  O servidor negligente


"À porta de grande carpintaria, chegou um rapaz, de caixa às costas, à procura de emprego.

Parecia humilde e educado.

O diretor da instituição compareceu, atencioso, para atendê-lo.

— Tem serviço com que me possa favorecer? — indagou o jovem, respeitoso, depois das saudações habituais.

— As tarefas são muitas — elucidou o chefe.

— Oh! por favor! — tornou o interessado — meus velhos pais necessitam de amparo. Tenho batido, em vão, à porta de várias oficinas. Ninguém me socorre. Contentar-me-ei com salário reduzido e aceitarei o horário que desejar.

O diretor, muito calmo, acentuou:

— Trabalho não falta…

E, enquanto o candidato mostrava um sorriso de esperança, acrescentou:

— Traz suas ferramentas em ordem?

— Perfeitamente — respondeu o interpelado.

— Vejamo-las.

O moço abriu a caixa que trazia. Metia pena reparar-lhe os instrumentos.

A enxó se achava deformada pela ferrugem grossa.

O serrote mostrava vários dentes quebrados. O martelo tinha cabo incompleto.

O alicate estava francamente desconjuntado.

Diversos formões não atenderiam a qualquer apelo de serviço, tal a imperfeição que apresentavam seus gumes.

Poeira espessa recobria todos os objetos.

O dirigente da oficina observou… observou… e disse, desencantado:

— Para o senhor, não temos qualquer trabalho.

— Oh! por quê? — interrogou o rapaz, em tom de súplica.

O diretor esclareceu, sem azedume:

— Se o senhor não tem cuidado com as ferramentas que lhe pertencem, como preservará nossas máquinas? Se é indiferente naquilo em que deve sentir-se honrado, chegará a ser útil aos interesses alheios? Quem não zela atentamente no “pouco” de que dispõe, não é digno de receber o “muito”. Aprenda a cuidar das coisas aparentemente sem importância. Pelas amostras, grandes negócios se realizam neste mundo e o menosprezo para consigo é indesejável mostruário de sua indiferença perniciosa. Aproveite a experiência e volte mais tarde.

Não valeram petitórios do moço necessitado. Foi compelido a retirar-se, em grande abatimento, guardando a dura lição.

Assim também acontece no caminho comum.

Quem deseja o corpo iluminado e glorioso na espiritualidade, além da morte, cuide respeitosamente do corpo físico.

Quem aspira à companhia dos anjos, mostre boas maneiras, boas palavras e boas ações aos vizinhos.

Quem espera a colheita de alegrias no futuro, aproveite a hora presente, na sementeira do bem.

E quantos sonharem com o Céu tratem de fazer um caminho de elevação na Terra mesma."
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O descuido impensado
« Responder #17 em: 02 de Dezembro de 2018, 12:46 »
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14  -  O descuido impensado

"No orfanato em que trabalhava, Irmã Clara era o ídolo de toda gente pelas virtudes que lhe adornavam o caráter.

Era meiga, devotada, diligente.

Daquela boca educada não saíam más palavras.

Se alguém comentava faltas alheias, vinha solícita, aconselhando:

— Tenhamos compaixão…

Inclinava a conversa em favor da benevolência e da paz.

Insuflava em quantos a ouviam o bom ânimo e o amor ao dever.

Além do mais, estimulava, acima de tudo, em todos os circunstantes a boa vontade de trabalhar e servir para o bem.

— Irmã Clara — dizia uma educadora —, tenho necessidade do vestido para o sábado próximo.

Ela, que era a costureira dedicada de todos, respondia, contente:

— Trabalharemos até mais tarde. A peça ficará pronta.

— Irmã — intervinha uma das criadas —, e o avental?

— Amanhã será entregue — dizia Clara, sorrindo.

Em todas as atividades, mostrava-se a desvelada criatura qual anjo de bondade e paciência.

Invariavelmente rodeada de novelos de linha, respirava entre a agulha e a máquina, de costurar.

Nas horas da prece, demorava-se longamente contrita na oração.

Com a passagem do tempo, tornava-se cada vez mais respeitada. Seus pareceres eram procurados com interesse.

Transformara-se em admirável autoridade da vida cristã.

Em verdade, porém, fazia por merecer as considerações de que era cercada.

Amparava sem alarde.

Auxiliava sem preocupação de recompensa.

Sabia ser bondosa, sem humilhar a ninguém com demonstrações de superioridade.

Rolaram os anos, como sempre, e chegou o dia em que a morte a conduziu para a vida espiritual.

Na Terra, o corpo da inesquecível benfeitora foi rodeado de flores e bênçãos, homenagens e cânticos e sua alma subiu, gloriosamente, para o Céu.

Um anjo recebeu-a, carinhoso e alegre, à entrada. Cumprimentou-a. Reportou-se aos bens que ela espalhara, todavia, sob impressão de assombro, Irmã Clara ouviu-o informar:

— Lastimo não possa demorar-se conosco senão por três semanas.

— Oh! por quê? — interrogou a valorosa missionária.

— Será compelida a voltar, tomando novo corpo de carne no mundo — esclareceu o mensageiro.

— Como assim?

O anjo fitou-a, bondoso, e respondeu:

— A Irmã foi extremamente virtuosa; entretanto, na posição espiritual em que se encontrava não poderia cometer tão grande descuido. Desperdiçou uma enormidade de fios de linha, impensadamente. Os novelos que perdeu, por alhear-se à noção de aproveitamento, davam para costurar alguns milhares de vestidos para crianças desamparadas.

— Oh! Oh! Deus me perdoe! — exclamou a santa desencarnada — e como resgatarei a dívida?

O anjo abraçou-a, carinhoso, e reconfortou-a dizendo:

— Não tema. Todos nós a ajudaremos, mas a querida irmã recomeçará sua tarefa no mundo, plantando um algodoal."

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O poder da gentileza
« Responder #18 em: 08 de Dezembro de 2018, 20:02 »
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15  -  O poder da gentileza

"Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro pobre, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:

— A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.

— Mas, doutor, não dispomos de recursos… — considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.

— Que fazer?

— De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.

O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escarninho e acrescentou:

— O senhor não pode intervir na administração.

O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando…

Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.

Ia comentando, na oração silenciosa:

— Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?

Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.

O movimento era enorme.

Muitas compras. Muita gente.

Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:

— Meu velho, venha cá.

O professor acompanhou-a, sem vacilar.

À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:

— Traga-me esta encomenda.

Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.

Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onda senhora voltou a solicitar:

— Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?

— Perfeitamente — respondeu o interpelado —, dê suas ordena.

Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.

Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.

10 Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.

Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.

— Não pense nisto — respondeu com sinceridade —, tive muito prazer em ser-lhe útil.

No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.

Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam na alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.

A bondade dele vencera os impedimentos legais.

O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.

A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder."
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« Última modificação: 09 de Dezembro de 2018, 12:07 by Edna☼ »
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A trilogia bendita
« Responder #19 em: 08 de Dezembro de 2018, 20:12 »
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16  -  A trilogia bendita

"Em tempos remotos, o Senhor vinha ao mundo frequentes vezes entender-se com as criaturas.

Certa vez, encontrou um homem irado e mau, que outra coisa não fazia senão atormentar os semelhantes. Perseguia, feria e matava sem piedade. Quando esse Espírito selvagem viu o Senhor, aproximou-se atraído pela luz d’Ele, a chorar de arrependimento.

O Cristo, bondoso, dirigiu-lhe a palavra:

— Meu filho, por que te entregaste assim à perversidade? Não temes a justiça do Pai? Não acreditas no Celeste Poder? A vida exige fraternidade e compreensão.

O malfeitor, que se mantinha prisioneiro da ignorância, respondeu em lágrimas:

— Senhor, de hoje em diante serei um homem bom.

Alguns anos passaram e Jesus voltou ao mesmo sítio. Lembrou-se do infeliz a quem havia aconselhado e buscou-o. Depois de certa procura, foi achá-lo oculto numa choça, extremamente abatido. Interpelado quanto à causa de tão lamentável transformação, o mísero respondeu:

— Ai de mim, Senhor! Depois que passei a ser bom, ninguém me respeitou! Fiz-me escárnio da rua… Tenho usado a compaixão e a generosidade, segundo me ensinaste, mas em troca recebo apenas o ridículo, a pedrada e a dilaceração…

O Mestre, porém, abençoou-o e falou:

— O teu lucro na eternidade não será pequeno com o sacrifício. Entretanto, não basta reter a bondade. É necessário saber distribuí-la.  Para bem ajudar, é preciso discernir. Realmente é possível auxiliar a todos. Contudo, se a muita gente devemos ternura fraterna, a numerosos companheiros de jornada devemos esclarecimento enérgico.  Estimularemos os bons a serem melhores e cooperaremos, a benefício dos maus, para que se retifiquem.  Nunca observaste o pomicultor? Algumas árvores recebem dele irrigação e adubo; outras, no entanto, sofrerão a poda, a fim de serem convenientemente amparadas.

O Senhor retirou-se e o aprendiz retomou a luta para conquistar o conhecimento.

Peregrinou através de muitos livros, observou demoradamente os quadros da vida e recebeu a palma da ciência.

Os anos correram apressados, quando o Cristo regressou e procurou-o, novamente.

Dessa vez, encontrou-o no leito, enfermo e sem forças.

Replicando ao Divino Amigo, explicou-se:

— Ai de mim, Senhor! Fui bom e recebi injustiças, entesourei a ciência e minhas dificuldades cresceram de vulto.  Aprendi a amar e desejar em sã consciência, a idealizar com o plano superior, mas vejo a ingratidão e a discórdia, a dureza e a indiferença com mais clareza. Sei aquilo que muita gente ignora e, por isto mesmo, a vida tornou-se-me um fardo insuportável…

O Mestre, porém, sorriu e considerou:

— A tua preparação para a felicidade ainda não se acha completa. Agora, é preciso ser forte. Acreditas que a árvore respeitável conseguiria viver e produzir, caso não soubesse tolerar a tempestade?  A firmeza interior, diante das experiências da vida, conferir-te-á o equilíbrio indispensável. Aprende a dizer adeus a tudo o que te prejudica na caminhada em direção da luz divina e distribuirás a bondade, sem preocupações de recompensa, guardando o conhecimento sem surpresas amargas. Sê inquebrantável em tua fé e segue adiante!

O aprendiz reergueu-se e nunca mais experimentou a desarmonia, compreendendo, enfim, que a bondade, o conhecimento e a fortaleza são a trilogia bendita da felicidade e da paz."
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A conta da vida
« Responder #20 em: 08 de Dezembro de 2018, 20:30 »
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17  -  A conta da vida

"Quando Levindo completou vinte e um anos, a mãezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria.

No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada.

O filho, até à maioridade, não tolerava qualquer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.

Recusava bons conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício.

Nessa noite, todavia, a abnegada mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida jovem.

As orações da devotada criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão.

Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa de semelhante visita.

O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu:

— Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.

Enquanto o moço arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:

— Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam. Em troca, que fizeste de útil? Não restituíste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação? Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a ociosidade te paralise o coração e desfigure o Espírito!…

O moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou…

Amanhecera.

O Sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.

Levindo escapou da cama, correu até à genitora e exclamou:

— Mãezinha, arranje-me serviço! Arranje-me serviço!…

— Oh! meu filho — disse a senhora num transporte de júbilo —, que alegria! Como estou contente!… Que aconteceu?

E o rapaz, preocupado, informou:

— Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.

Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil."
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A amizade real
« Responder #21 em: 08 de Dezembro de 2018, 20:53 »
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18  -  A amizade real

"Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela vida.

Sentindo-se mais velho, chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.

Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.

O jovem seguiu-lhe as instruções.

Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando-lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.

O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva, e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.

Reparando a tranquilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.

— Para quê? — confabulava consigo mesmo — aquele homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.

De volta, explicou ao velho pai, particularizadamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora emissário.

O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:

— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.

— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de pessoa em posição miserável. Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.

— Folgo bastante com a notícia — exclamou o velho.

E, imprimindo terna censura à voz conselheiral, acrescentou:

— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou.  Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica.  Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil.  Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão. Toda gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer isto.  Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.

Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real."
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O ensinamento vivo
« Responder #22 em: 09 de Dezembro de 2018, 11:32 »
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19  - O ensinamento vivo


"Em observando qualquer edificação ou serviço, Maria Cármen não faltava à crítica.

Ante um vestido das amigas, exclamava sem-cerimônia:

— O conjunto é tolerável, mas as particularidades deixam muito a desejar. A gola foi extremamente malfeita e as mangas estão defeituosas.

Perante um móvel qualquer, rematava as observações irônicas com a frase:

— Não poderiam fazer coisa melhor?

E, à frente de qualquer obra de arte, encontrava traços e ângulos para condenar.

A mãezinha, preocupada, estudou recursos de dar-lhe proveitoso ensinamento.

Foi assim que, certa manhã, convidou a filha a visitar, em sua companhia, a construção de um edifício de vastas linhas. A jovem, que não podia adivinhar-lhe o plano, seguiu-a, surpreendida.

Percorreram algumas ruas e pararam diante do arranha-céu a levantar-se.

A senhora pediu a colaboração do engenheiro-chefe e passou a mostrar à filha os vários departamentos. Enquanto muitos servidores abriam acomodações para os alicerces, no chão duro, manobrando picaretas, veículos pesados transportavam terra daqui para ali, com rapidez e segurança. Pedreiros começavam a erguer paredes, suarentos e ágeis, sob a atenciosa vigilância dos técnicos que orientavam os trabalhos. Caminhões e carroças traziam material de mais longe. Carregadores corriam na execução do dever.

O diretor das obras, convidado pela matrona a pronunciar-se sobre a edificação, esclareceu, gentil:

— Seremos obrigados a inverter volumoso capital para resgatar as despesas. Requisitaremos, ainda, a colaboração de centenas de trabalhadores especializados. Carpinteiros, estucadores, vidraceiros, pintores, bombeiros e eletricistas virão completar-nos o serviço. Qualquer construção reclama toda uma falange de servos dedicados.

A menina, revelando-se impressionada, respondeu:

— Quanta gente a pensar, a cooperar e servir!…

— Sim — considerou o chefe, sorrindo expressivamente —, edificar é sempre muito difícil.

Logo após, mãe e filha apresentaram as despedidas, encaminhando-se, agora, para velho bairro.

Vararam algumas travessas e praças menos agradáveis e chegaram à frente de antiga casa em demolição. Viam-se-lhe as linhas nobres, no estilo colonial, através das alas que ainda se achavam de pé. Um homem, apenas, ali se encontrava, usando martelo de tamanho gigantesco, abatendo alvenaria e madeirame. Ante a queda das paredes a ruírem com estrondo, de minuto a minuto, a jovem observou:

— Como é terrível arruinar, deste modo, o esforço de tantos!

A mãezinha serena interveio, então, e falou, conselheiralmente:

— Chegamos, filha, ao fim do ensinamento vivo que buscamos. Toda a realização útil na Terra exige a paciência e o suor, o trabalho e o sacrifício de muita gente. Edificar é muito difícil. Mas destruir e eliminar é sempre muito fácil. Bastará uma pessoa de martelo à mão para prejudicar a obra de milhares. A crítica destrutiva é um martelo que usamos criminosamente, ante o respeitável esforço alheio. Compreendeu?

A jovem fez um sinal afirmativo com a cabeça e, daí em diante, procurou ajudar a todos ao invés de macular, desencorajar e ferir."
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O elogio da abelha
« Responder #23 em: 09 de Dezembro de 2018, 11:37 »
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20  -  O elogio da abelha


"Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as asas douradas pelo sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar pequena provisão de recursos para elaborar o mel.

A mosca arrogante aproximou-se e falou, vaidosa:

— Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável? Teu aguilhão é terrível.

— Sim — disse a abelha com desapontamento —, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também a minha morte.

— Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? — tornou a mosca — por que ferretoar, a torto e a direito?

— Não, minha amiga — esclareceu a interlocutora —, não é bem assim. Não sinto prazer em perturbar. Vivo tão somente para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral. E, quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a própria vida.

— Creio, porém, que se tivesses modos diferentes… se polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te vestisses em cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém. Pessoa alguma te recearia a intromissão.

— Ah! não posso despender muito tempo em tal assunto — alegou a abelha criteriosa. — O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões. A produção de mel indispensável ao sustento de nossa colmeia, e necessária a muita gente, não me oferece ensejo a excessivos cuidados comigo mesma.

— Repara! — disse-lhe a mosca, desdenhosa — tuas patas estão em lastimável estado…

— Encontro-me em serviço — explicou-se a operária humildemente.

— Não! não! — protestou a outra — isto é monturo e relaxamento.

E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.

Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:

— Cuidado! cuidado com a abelha! Fere sem piedade!.

A pequenina trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e a mosca soberba passou a exibir-se, voando despreocupada.

— Que maravilha! — exclamou uma das senhoras.

— Parece uma joia! — disse a outra.

A mosca preguiçosa planou… planou… e, encaminhando-se para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte. Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente ferida.

Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda a família. A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e enfermidade por onde passara.

Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?

Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todos; e há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas as larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento."
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O carneiro revoltado
« Responder #24 em: 09 de Dezembro de 2018, 11:45 »
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21  -  O carneiro revoltado


"Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.

— Se era tão precioso — pensava —, por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme? Experimentava intenso frio, de tempos a tempos, e, despreocupado das ricas rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que supunha sofrer.

Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador, exclamando:

— Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento… Modifica-me, Senhor!…

O Todo-Poderoso indagou, com bondade: — Que desejas que eu faça?

Vaidosamente, o carneiro respondeu:

— Quero que a minha lã seja toda de ouro.

A rogativa foi satisfeita. Contudo, assim que o orgulhoso ovino se mostrou cheio de pelos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em chagas.

O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou:

— Meu Pai, muda-me novamente! não posso exibir lã dourada… encontraria sempre salteadores sem compaixão.

O Sábio dos Sábios perguntou:

— Que queres que eu faça?

O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou:

— Quero que a minha lã seja lavrada em porcelana primorosa.

Assim foi feito. Entretanto, logo que tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania, que lhe quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne.

Regressou, aflito, ao Todo-Misericordioso e queixou-se:

— Pai, renova-me!… A porcelana não resiste ao vento… estou exausto…

Disse-lhe o Senhor:

— Que desejas que eu faça?

— A fim de não provocar os ladrões e nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel.

O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais corresse campo a fora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados.

O mísero voltou ao Altíssimo e implorou:

— Pai, modifica-me… as moscas deixaram-me em sangue!

O Senhor indagou, de novo, com inexaurível paciência:

— Que queres que eu faça?

Dessa vez, o carneiro pensou mais tempo e considerou:

— Suponho que seria mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface.

O Todo-Bondoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade e o carneiro voltou à planície, na caprichosa alegria de parecer diferente. No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os equinos prenderam-no com os dentes e, depois de lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo.

O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lágrimas, gemeu, humilde:

— Meu Pai, não suporto mais!…

Como soluçasse longamente, o Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:

— Reanima-te, meu filho! que pedes agora?

O infeliz replicou, em pranto:

— Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus verdadeiros amigos. Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber, carinhosamente… Quero ser simples e útil, qual me fizeste, Senhor!…

O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou:

— Volta e segue teu caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos. Cada criatura está colocada, por minha Lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar.

Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros e daí por diante foi muito feliz."
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O pior inimigo
« Responder #25 em: 12 de Dezembro de 2018, 18:44 »
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22  -  O pior inimigo

"Um homem, admirável pelas qualidades de trabalho e pelas formosas virtudes do caráter, foi visto pelos inimigos da Humanidade que conhecemos por Ignorância, Calúnia, Maldade, Discórdia, Vaidade, Preguiça e Desânimo, os quais tramaram, entre si, agir contra ele, conduzindo-o à derrota.

O honrado trabalhador vivia feliz, entre familiares e companheiros, cultivando o campo e rendendo graças ao Senhor Supremo pelas alegrias que desfrutava no contentamento de ser útil.

A Ignorância começou a cogitar da perseguição, apresentando-o ao povo como mau observador das obrigações religiosas. Insulava-se no trato da terra, cheio de ambições desmedidas para enriquecer à custa do alheio suor. Não tinha fé, nem respeitava os bons costumes.

O lavrador ativo recebeu as notícias do adversário que operava, de longe, sorriu calmo e falou com sinceridade:

— A Ignorância está desculpada.

Surgiu, então, a Calúnia e denunciou-o às autoridades por espião de interesses estranhos. Aquele homem vivia, quase sozinho, para melhor comunicar-se com vasta quadrilha de ladrões. O serviço policial tratou de minuciosas averiguações e, ao término do inquérito vexatório, a vítima afirmou sem ódio:

— A Calúnia estava enganada.

E trabalhou com dobrado valor moral.

 Logo após, veio a Maldade, que o atacou de mais perto. Principiou a ofensiva, incendiando-lhe o campo. Destruiu-lhe milharais enormes, prejudicou-lhe a vinha, poluiu-lhe as fontes. Todavia, o operário incansável, reconstruindo para o futuro, respondeu, sereno:

— Contra as sombras do mal, tenho a luz do bem.

Reconhecendo os perseguidores que haviam encontrado um Espírito robusto na fé, instruíram a Discórdia que passou a assediá-lo dentro da própria casa. Provocações cercaram-no de todos os lados e, a breve tempo, irmãos e amigos da véspera relegaram-no ao abandono.

O servo diligente, dessa vez, sofreu bastante, mas ergueu os olhos para o Céu e falou:

— Meu Deus e meu Senhor, estou só, no entanto, continuarei agindo e servindo em Teu Nome. A Discórdia será por mim esquecida.

Apareceu, então, a Vaidade que o procurou nos aposentos particulares, afirmando-lhe:

— És um grande herói… Venceste aflições e batalhas! Serás apontado à multidão na auréola dos justos e dos santos!…

O trabalhador sincero repeliu-a, imperturbável:

— Sou apenas um átomo que respira. Toda glória pertence a Deus!

Ausentando-se a Vaidade com desapontamento, entrou a Preguiça e, acariciando-lhe a fronte com mãos traiçoeiras, afiançou:

— Teus sacrifícios são excessivos… Vamos ao repouso! Já perdeste as melhores forças!…

Vigilante, contudo, o interpelado replicou sem hesitar:

— Meu dever é o de servir em benefício de todos, até ao fim da luta.

Afastando-se a Preguiça vencida, o Desânimo compareceu. Não atacou de longe, nem de perto. Não se sentou na poltrona para conversar, nem lhe cochichou aos ouvidos. Entrou no coração do operoso lavrador e, depois de instalar-se lá dentro, começou a perguntar-lhe:

— Esforçar-se para quê? servir por quê? Não vê que o mundo está repleto de colaboradores mais competentes? que razão justifica tamanha luta? quem o mandou nascer neste corpo? não foi a determinação do próprio Deus? não será melhor deixar tudo por conta de Deus mesmo? que espera? sabe, acaso, o objetivo da vida? tudo é inútil… não se lembra de que a morte destruirá tudo?

O homem forte e valoroso, que triunfara de muitos combates, começou a ouvir as interrogações do Desânimo, deitou-se e passou cem anos sem levantar-se…"
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A decisão sábia
« Responder #26 em: 15 de Dezembro de 2018, 18:49 »
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23  -  A decisão sábia


"Em tempos recuados, existiu um rei poderoso e bom, que se fizera notado pela sabedoria.

Convidado a verificar, solenemente, a invenção de um súdito, cuja cabeça era um prodígio na matemática, compareceu em trajes de honra à festa em que o novo aparelho seria apresentado.

O calculista, orgulhoso, mostrou a obra que havia criado pacientemente. Tratava-se de largo tabuleiro forrado de veludo negro, cercado de pequenas cavidades, sustentando regular coleção de bolas de madeira colorida. Acionadas por longos tacos de marfim, essas bolas rolavam na direção das cavidades naturais, dando ensejo a um jogo de grande interesse pela expectação que provocava.

Revestiu-se a festa de brilho indisfarçável. Contendores variados disputaram partidas de vulto.

Dia inteiro, grande massa popular rodeou o invento, comendo e bebericando.

O próprio monarca seguiu a alegria geral, dando mostras de evidente satisfação. Serviu-se, ao almoço, junto às grandes bandejas de carne, pão e frutos, em companhia dos amigos, e aplaudia, contente, quando esse ou aquele participante do novo e inocente jogo conseguia posição invejável perante os companheiros.

À tardinha, encerrada a curiosidade geral, o inventor aguardou o parecer do soberano, com inexcedível orgulho. Aglomerou-se o povo, igualmente, a fim de ouvi-lo.

Não se cansava o público de admirar o jogo efetuado, através de cálculos divertidos.

Despedindo-se, o rei levantou-se, fez-se visto de todos e falou ao vassalo inteligente:

— Genial matemático: a autoridade de minha coroa determina que sua obra de raciocínio seja premiada com cem peças de ouro que os cofres reais levarão ao seu crédito, ainda hoje, em homenagem à sua paciência e habilidade. Essa remuneração, todavia, não lhe visa somente o valor pessoal, mas também certos benefícios que a sua máquina vem trazer a muitos homens e mulheres de meu reino, menos afeitos às virtudes construtivas que todos devemos respeitar neste mundo.  Enquanto jogarem suas bolas de madeira, possivelmente muitos indivíduos, cujos instintos criminosos ainda se acham adormecidos, se desviarão do delito provável e muitos caçadores ociosos deixarão em paz os animais amigos de nossas florestas.

O monarca fez comprida pausa e a multidão prorrompeu em aplausos delirantes.

Via-se o inventor cercado de abraços, quando o soberano recomeçou:

— Devo acrescentar, porém, que a sabedoria de meu cetro ordena que o senhor seja punido com cinquenta dias de prisão forçada, a fim de que aprenda a utilizar sua capacidade intelectual em benefício de todos.  A inteligência humana é uma luz cuja claridade deve ser consagrada à cooperação com o Supremo Senhor, na Terra. Sua invenção não melhora o campo, nem cria trabalho sério; não ajuda as sementes, nem ampara os animais; não protege fontes, nem conserva estradas; não colabora com a educação, nem serve aos ideais do bem. Além disto, arrasta centenas de pessoas, qual se verificou neste dia, conosco, a perderem valioso tempo na expectativa inútil.  Volte aos seus abençoados afazeres mentais, mesmo no cárcere, e dedique sua inteligência à criação de serviço e utilidades em proveito de todos, porque, se o meu poder o recompensa, a minha experiência o corrige.

Quando o rei concluiu e desceu da tribuna, o inventor se fizera muito pálido, o povo não bateu palmas; entretanto, toda gente aprendeu, na decisão sábia do grande soberano, que ninguém deve menosprezar os tesouros da inteligência e do tempo sobre a Terra."
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O aprendiz desapontado
« Responder #27 em: 15 de Dezembro de 2018, 18:58 »
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24  -  O aprendiz desapontado

"Um menino que desejava ardentemente residir no Céu, numa bonita manhã, quando se encontrava no campo, em companhia de um burro, recebeu a visita de um anjo.

Reconheceu, depressa, o emissário de Cima, pelo sorriso bondoso e pela veste resplandecente.

Alucinado de júbilo, o rapazelho gritou:

— Mensageiro de Jesus, quero o paraíso! Que fazer para chegar até lá?!

O anjo respondeu com gentileza:

— O primeiro caminho para o Céu é a obediência e, o segundo, é o trabalho.

O pequeno, que não parecia muito diligente, ficou pensativo.

O enviado de Deus então disse:

— Venho a este campo, a fim de auxiliar a Natureza que tanto nos dá.

Fixou o olhar mais docemente na criança e rogou:

— Queres ajudar-me a limpar o chão, carregando estas pedras para o fosso vizinho?

O menino respondeu:

— Não posso.

Todavia, quando o emissário celeste se dirigiu ao burro, o animal prontificou-se a transportar os calhaus, pacientemente, deixando a terra livre e agradável.

Em seguida, o anjo passou a dar ordens de serviço em voz alta, mas o menino recusava-se a contribuir, enquanto o burro ia obedecendo.

No instante de mover o arado, o rapazinho desfez-se em palavras feias, fugindo à colaboração. O muar disciplinado, contudo, ajudou, quanto pôde, em silêncio.

No momento de preparar a sementeira, verificou-se o mesmo quadro: o pequeno repousava e o burro trabalhava.

Em todas as medidas iniciais da lavoura, o pesado animal agia cuidadoso, colaborando eficientemente com o lavrador celeste; entretanto, o jovem, cheio de saúde e leveza, permaneceu amuado, a um canto, choramingando sem saber por que e acusando não se sabe a quem.

No fim do dia, o campo estava lindo.

Canteiros bem desenhados surgiam ao centro, ladeados por fios de água benfeitora.

As árvores, em derredor, pareciam orgulhosas de protegê-los. O vento deslizava tão manso que mais se assemelhava a um sopro divino cantando nas campânulas do matagal.

A Lua apareceu espalhando intensa claridade.

O anjo abraçou o obediente animal, agradecendo-lhe a contribuição. Vendo o menino que o mensageiro se punha de volta, gritou, ansioso:

— Anjo querido, quero seguir contigo, quero ir para o Céu!…

O emissário divino respondeu, porém:

— O paraíso não foi feito para gente preguiçosa. Se desejas encontrá-lo, aprende primeiramente a obedecer com o burro que soube receber a bênção da disciplina e o valor da educação.

E assim esclarecendo subiu para as estrelas, deixando o rapazinho desapontado, mas disposto a mudar de vida."
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A falsa mendiga
« Responder #28 em: 15 de Dezembro de 2018, 19:06 »
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25  -  A falsa mendiga

"Zezélia pedia esmolas, havia muitos anos.

Não era tão doente que não pudesse trabalhar, produzindo algo de útil, mas não se animava a enfrentar qualquer disciplina de serviço.

— Esmola pelo amor de Deus! — clamava o dia inteiro, dirigindo-se aos transeuntes, sentada à porta de imundo telheiro.

De quando em quando, pessoas amigas, depois de lhe darem um níquel, aconselhavam:

— Zezélia, você não poderia plantar algum milho?

— Não posso… — respondia logo.

— Zezélia, quem sabe poderia você beneficiar alguns quilos de café?

— Quem sou eu, meu filho? não tenho forças…

— Não desejaria lavar roupa e ganhar algum dinheiro? — indagavam damas bondosas.

— Nem pensar nisto. Não aguento…

— Zezélia, vamos vender flores! — convidavam algumas jovens que se compadeciam dela.

— Não posso andar, minhas filhas!… — exclamava, suspirando.

— E o bordado, Zezélia? — interrogava a vizinha, prestativa — você tem as mãos livres. A agulha é uma boa companheira. Quem sabe poderá ajudar-nos? Receberá compensadora remuneração.

— Não tenho os dedos seguros — informava, teimosa — e falta-me suficiente energia… Não posso, minha senhora..

E, assim, Zezélia vivia prostrada, sem ânimo, sem alegria. Afirmava sentir dores por toda parte do corpo. Dava notícias da tosse, da tonteira e do resfriado com longas palavras que raras pessoas dispunham de tempo para ouvir. Além das lamentações contínuas, clamava que não bebia café por falta de açúcar, que não almoçara por não dispor de alimentação.

Tanto pediu, chorou e se queixou Zezélia que, em certa manhã, foi encontrada morta e a caridade pública enterrou-lhe o corpo com muita piedade.

Todos os vizinhos e conhecidos julgaram que a alma de Zezélia fora diretamente para o Céu; entretanto, não foi assim.

Ela acordou em meio dum campo muito escuro e muito frio.

Achava-se sem ninguém e gritou, aflita, pelo socorro de Deus.

Depois de muito tempo, um anjo apareceu e disse-lhe, bondoso:

— Zezélia, que deseja você?

— Ah! — observou, muito vaidosa — já sou conhecida na Casa Celestial?

— Há muito tempo — informou o emissário, compadecido.

A velha começou a chorar e rogou em pranto:

— Tenho sofrido muito!… quero o amparo do Alto!…

— Mas, ouça! — esclareceu o mensageiro o auxílio divino é para quem trabalha. Quem não planta, nada tem a colher. Você não cavou a terra, não cuidou de plantas, não ajudou os animais, não fiou o algodão, não teceu fios, no costurou o pano, não amparou crianças, não fez pão, não lavou roupa, não varreu a casa, não cuidou de flores, não tratou nem mesmo de sua saúde e de seu corpo… Como pretende receber as bênçãos de Cima?

A infeliz observou, então:

— Nada podia fazer… eu era mendiga…

O anjo, contudo, replicou:

— Não, Zezélia! — você não era mendiga. Você foi simplesmente preguiçosa. Quando aprender a trabalhar, chame por nós e receberá o socorro celeste.

Cerrou-se-lhe aos olhos o horizonte de luz e, às escuras, Zezélia voltou para a Terra, a fim de renovar-se."
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O grito de cólera
« Responder #29 em: 15 de Dezembro de 2018, 19:18 »
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26  -  O grito de cólera

"Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?

Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.

Ah! meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!…

A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.

As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.

Em razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.

Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.

Quem o visse, ereto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as consequências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.

Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.

A mãezinha piorou e o médico foi chamado. Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.

Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.

Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.

Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.

Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.

O golpe do machado derruba a árvore de vez.

A ventania destrói um ninho de momento para outro.

A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.

O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.

Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?

Ajude em vez de reclamar.

A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.

A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro."
.

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