"Dia de consternação, por rememorar aqueles que findaram a existência terrena. Mas o que finda?    Para os materialistas a morte do corpo representa o fim de tudo. Para os Espiritualistas morre apenas o corpo perecível, mas a alma sobrevive para toda a Eternidade.

O corpo é levado para as necrópoles, onde se desintegra, mas a alma imortal evola para o infinito, liberta do cárcere que a mantinha jungida ao ambiente terreno.

A morte do corpo representa a libertação de uma prisão de alguns anos, ou de algumas dezenas de anos, no decorrer dos quais o Espírito muito sofreu, mas muito aprendeu (ou estacionou); cumpriu a tarefa que lhe foi confiada (ou malbaratou os seus talentos). Por isso, após a libertação, ele pode desfrutar da companhia dos Bons Espíritos (ou pode também engrossar a fileira dos Espíritos malfazejos). Aqueles que souberam cumprir os seus deveres, na Terra, podem descortinar novos horizontes, percorrer o Universo, gozar das benesses espirituais reservadas aos bons obreiros.

Aqueles que não souberam aproveitar a dádiva generosa de uma nova existência terrena, que semearam mazelas e praticaram maldades, poderão permanecer apegados ao ambiente do mundo. Tudo isso, no entanto, será uma consequência direta do bom ou mau uso que fizeram do seu livre-arbítrio. Algumas religiões sustentam que, aquele que foi bom, vai para o Céu, conviver com Deus, com os anjos e com os santos, e ali ficará eternamente, em estado de contemplação beatífica. O mau vai para o Inferno, onde se tornará presa dos demônios, no utópico reino inferior de Satanás.

A Doutrina Espírita, por sua vez, ensina que o Espírito que, na Terra, executou a vontade de Deus, após a morte de seu corpo, passará a ter ocupações definidas, desvelando-se na prática do amor, da caridade e de outras virtudes, aprimorando as suas qualidades e buscando progredir mais, a fim de diminuir a distância que o separa de Deus. Para isso, encarnará muitas vezes, na Terra, com o fito de enxugar lágrimas e minorar sofrimentos. Aquele, porém, que permaneceu mergulhado nos vícios e nas paixões terrenas, praticando o mal e prejudicando o seu próximo, terá como retribuição as trevas e o remorso, bem como experimentará as agruras consequentes de uma vida mal-vivida. Não irá para o Inferno, porque o Inferno não existe, mas viverá uma situação verdadeiramente infernal, até que novas reencarnações possam aprimorar as suas qualidades morais e espirituais. Foi por isso que Jesus Cristo sentenciou: A cada um será dado segundo as suas obras.

Allan Kardec, no O Livro dos Espíritos, formulou várias indagações aos Espíritos, e estes responderam que ficam sensibilizados, quando alguém ora por eles, à beira do túmulo ou no recôndito dos lares. Também disseram que os laços familiares não se rompem com a morte, pois, com fundamento na Doutrina das reencarnações, esses laços se tornam cada vez mais estreitos, porquanto os Espíritos simpáticos renascem quase sempre no meio da mesma família.

Escreveu, ainda, o Codificador: "O túmulo é o ponto de encontro de todos os homens. Aí, terminam, impiedosamente, todas as distinções humanas. Em vão, quererá o rico perpetuar a sua memória por monumentos suntuosos. O tempo os destruirá, como destruiu o seu corpo. Assim o quer a Natureza. A lembrança das boas e das más ações será menos perecível de que o seu túmulo. A pompa dos funerais não o lavará de suas torpezas e não o fará subir um só grau na hierarquia espiritual."

A morte tem sido sempre revestida com lágrimas e dores pungentes. O ambiente do velório é adornado com objetos lúgubres: crepe, velas, coroas, lutos e outras coisas que angustiam ainda mais os familiares do desencarnado. Mas a morte não representa uma separação eterna. Ela é apenas uma transição necessária para a renovação de um corpo velho e desgastado, que se tornou ineficiente para o Espírito dar prosseguimento à sua escalada evolutiva.

Se o morto for criança ou jovem, é porque, ou terminou a sua tarefa na Terra, ou veio apenas para completar uma encarnação interrompida, que exigiu complementação, ou ainda, como uma expiação para os pais. Aqui cumpre acrescentar que a Terra não é o único Planeta habitado. Jesus foi bem claro quando disse que na Casa do Pai existem muitas moradas.

A Lei da Reencarnação é altamente consoladora, porquanto, por meio dela, o Espírito obtém novas oportunidades, em novas vidas, nas quais terá a oportunidade de resgatar os erros cometidos, de reajustar-se perante a Justiça Divina, passando, então, a encetar uma nova caminhada, rumo à conquista de sua redenção espiritual.

Dentre os velhos hábitos que se encontram entre os homens, por ocasião da morte de um membro da família, cataloga-se aquele do uso do luto, ou vestes de cores definidas. Entre os profitentes de uma das tradicionais religiões cristãs, convencionou-se usar a cor preta como sinal de luto, de dor, pela separação de um ente querido. Algumas pessoas menos apegadas às tradições usam essas vestimentas durante uma semana, um mês, 40 dias, alguns meses, outras, porém, como existem muitos casos, prolongam o seu uso por toda a vida.

Será que esse hábito representa, realmente, alguma forma de agradar ao Espírito desencarnado, demonstrando que a sua recordação permanece indelével nos sentimentos íntimos daqueles que ficaram?   De um modo bastante generalizado, os Espíritos desencarnados dão pouco ou nenhum apreço a essa maneira de demonstrar consternação ou simpatia. Muitos deles, comunicando-se com os encarnados, têm até solicitado que seus parentes abandonem tais vestimentas, passando a usar roupas de cores mais alegres.

O formalismo do luto, evidentemente, não é uma forma de demonstrar lembrança, respeito ou sentimento por uma separação que muitos julgam ser definitiva, que o Espiritismo prova e comprova ser apenas transitória. Tudo isso é manifestado somente pela recordação que se guarda no recesso dos corações, fazendo preces, o que, aliás, é a única forma de realmente agradar aos Espíritos que já deixaram o mundo terráqueo e partiram para o mundo espiritual. E essas preces não precisam, necessariamente, ser feitas á beira dos túmulos; podem ser feitas no recesso do lar, com recolhimento, uma vez que o Espírito desencarnado não fica retido nos cemitérios.

As contingências dos dias atuais têm feito com que o uso do luto, em sua forma tradicional do uso da cor preta, tenha decrescido sensivelmente. Enquanto, no passado, a maior parte trajava-se com vestes pretas, da cabeça aos pés, em autêntico luto fechado, outros, menos afeitos ao uso generalizado dessa cor, preferiam usar apenas uma tarja num dos braços, uma gravata, uma blusa ou um lenço preto. Ultimamente, tem-se observado que nem essa prática tem uso muito dilatado.

As preces feitas com fervor, para as almas que já deixaram a Terra, constituem a maior e melhor demonstração de saudade e respeito, pois elas vibram no espaço e fazem com que as almas se sintam mais reconfortadas pela certeza de que não foram esquecidas, de que permanecem, indelevelmente, na lembrança daqueles que as amam.

O Espiritismo, doutrina libertadora que é, repele quaisquer formas de ritualismos, encenações ou observância de vãs tradições como consequência da separação de entes queridos. Não se pode mesmo ser adepto de uma religião que vem revolver, revolucionar velhos costumes arraigados no meio dos povos, se isso não significar o abandono de preconceitos, de superstições e de costumes obsoletos e inócuos, que, até agora, vinham fazendo parte integrante dos hábitos humanos.


Fonte: O Evangelho por Dentro, Paulo A. Godoy. Ed. Feesp.

Compartilhado parte do texto para fins de estudo.

"Como é horrível a ideia do nada!  Como são dignos de lástima os que pensam que a voz do amigo que chora  o seu amigo se perde no vácuo, sem encontrar o menor sinal de resposta! Eles jamais conheceram as afeições puras e santas. Como conhecer, se pensam que tudo morre com o corpo; que o gênio, depois de iluminar o mundo com a sua poderosa inteligência, extingue-se como um sopro, no apagar de um simples jogo de forças materiais; que do ser mais querido, como o pai, a mãe, um filho adorado, não resta mais do que um punhado de poeira, que o vento inevitavelmente dispersará? Como pode um homem sensível indiferente a essa ideia?  Como não o gela de horror a ideia de um aniquilamento absoluto, e não o faz pelo menos desejar que assim não seja? 

Se até a razão não foi suficiente para dissipar as suas dúvidas, eis que o Espiritismo o vem fazer, através das provas materiais de sobrevivência que nos proporciona, e consequentemente da existência dos seres de além túmulo. Justamente por isso, essas provas são acolhidas por toda parte com satisfação. E a confiança renasce, pois o homem sabe, de agora em diante,que a vida terrena é apenas uma rápida passagem,que conduz a uma vida melhor. Seus trabalhos neste mundo não ficam mais perdidos para ele, e as suas mais santas afeições não são rompidas sem qualquer esperança." (Caps.. IV, nº 18 e V, nº 21)

"Pai!... Ao longo da vida fui devolvendo à Ti muitos daqueles que amei...

Um a um, às vezes os mais idosos, às vezes, os mais jovens, foram retornando para casa, deixando para trás saudades que até hoje me é difícil suportar; flores que trocastes de jardim, deixando em seu lugar o silêncio e a solidão...

Hoje quero pedir por eles, a todos que de uma forma outra estiveram ligados à mim nesta encarnação, para que os abençoe e guarde, a fim de encontrem paz e serenidade no mundo espiritual.

Muitos deles, Senhor, não obstante o coração generoso, afastaram-se do corpo através de enfermidades dolorosas e incuráveis que lhes minaram as forças até o final, deixando na memória de todos o exemplo da coragem e da fé em Teus desígnios, sem esmorecimento...

Outros, desiludidos com a provas que lhes cabiam na derradeira existência, não suportaram e sucumbiram, afastando-se da carne pelo suicídio ou pelas drogas, arcando assim com o agravamento dos débitos que lhes diziam respeito e por isso mesmo infinitamente mais infelizes que antes...

Outros, Pai, deixaram para trás os mais belos e santos laços desencarnando em pleno vigor juvenil, desfazendo-se assim de pesados grilhões passados e retornando com a leveza das aves para os ninhos Superiores, para descansar e prosseguir...

Outros ainda, Senhor, deixaram o corpo como quem abandona fardo inútil após cumprida a tarefa, enveredando-se pelos caminhos da felicidade engalanados de luzes e valores, conquistados pelo trabalho santo a que se dedicaram na Terra, em favor de todos os seus semelhantes...

Representaram muito para mim... Para alguns eu pude dizer "te amo", para outros não... No entanto, pela importância que tiveram em minha vida, o meu amor há de lhes ser carinho constante no além, porque acredito que nada se desfaz com a morte do corpo, pelo contrário, se fortalece...

Que hoje, eu possa levar a todos eles o meu pensamento de ternura e gratidão, para que saibam, estejam onde estiverem, que não estão esquecidos na Terra, habitando em minha lembrança e em meu coração com a mesma força e a mesma sinceridade de antes!

Assim seja!"


Fonte: Psicografia recebida no Instituto André Luiz em 03.02.2003/Revista em 02.11.2011 (Com registro BNB) — em img Instituto André Luiz.

"Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no Plano Físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível mas não de todo ausente.

Os que rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação, também lutam e amam, sofrem e se renovam.

Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranquilizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.

Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.

Compadece-te dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação.

Chora, quando não possas evitar o pranto  que se te derrama da alma; no entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus."

Espírito Emmanuel