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Autor Tópico: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?  (Lida 25853 vezes)

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Offline HelenaBeatriz

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Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« em: 02 de Abril de 2009, 15:58 »
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Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?

Benjamin Teixeira
pelo espírito Roberto.

10% das populações são gays.
Quantas pessoas você conhece?
Quantas se declaram ou evidenciam ser homossexuais? Pois é… provavelmente, bem menos que 10%…

Logo, muitas das que você tem como hétero são homoafetivas – talvez muito próximas de você – e não se sentem à vontade para se apresentar como são, tamanha a perseguição a que se vêem submetidas, desde sempre e em toda parte. Você contribui para isso?

Pode ser a pessoa mais amada, seu pai, sua mãe, seu filho, sua filha, o maior ídolo, o líder religioso ou a grande mestra… Você é dado a piadas de mau gosto, na frente de gays, possivelmente… Não por acaso 1/3 dos homossexuais tenta (disse “tenta”, e não “pensa em”) suicídio.

Você diz que a homossexualidade é contra as leis de Deus? Por quê? Por estar na Bíblia? A Bíblia manda que mulheres fiquem caladas nas igrejas e obedeçam aos maridos, e determina matemos os hereges, os que não sejam judeus, como eu e você. Você concorda com isso? Devemos cometer suicídio em massa, para seguir a Palavra de Deus? Por que não? Por que a situação mudou de figura? Só porque você está no meio desta nova classificação dos condenados pela Bíblia? Hum… A Bíblia está errada, então? Eu acho que não – vou ajudá-lo: acho que o problema está na interpretação, que precisa ser modificada, não devendo ser literal, nesta parte do escrito sagrado, para que não persigamos inocentes. E por que pode ser alterada num ponto e não em outros? Por que devemos preservar a caça aos gays? O que foi que eles fizeram mesmo?

Diz você que se põe contra a expressão gay, para proteger o patrimônio da família. E por que homossexuais nascem de lares heterossexuais? Não há nenhum indício científico de contágio gay… E se há contágio de tendências sexuais, por que os heterossexuais não contaminam os gays, que são minoria?

Você acredita que é um vício ou uma depravação… Mas a ciência já coleta evidências numerosas de que o cérebro dos homossexuais é diferente dos heterossexuais, e que a inclinação homoerótica é-lhes instintiva, fisiológica, como igualmente acontece em animais.

Ah… então você afirma que o que é natural não deve ser seguido, que precisamos domar a natureza. Creio que isso também queira dizer que o sexo heterossexual, que também é instintivo e natural, deve ser freado, quando não servir à reprodução da espécie? Digamos que alguém só pode fazer três vezes sexo durante toda a vida, o bastante para conceber três filhos, e que toda cópula adicional seria uma entrega injustificável aos apelos da Natureza. Ah… mas então você quer dizer que quase sempre coito heterossexual não é reprodutivo, mas mesmo assim não é pecaminoso. E por que mesmo este predicado condena a cópula gay?

Estou um pouco confuso… Qual é mesmo o seu argumento contra os gays? Creio que você não seja tão estúpido para dizer algo como: “Não gosto”, “Tenho nojo”, ou “Sempre foi assim”, ou “Me disseram desde a infância que era assim”. Você não seria assim tão desprovido de cérebro, seria?

Ah… você não gosta do espalhafato da parada gay… E mesmo assim ela é necessária, para chamar a atenção para a existência e direito de um décimo de toda a espécie humana, sem contar os bissexuais, que podem constituir a maioria de todos os componentes de nossa espécie… E… por falar em espalhafato… o que você acha dos desfiles de carnaval das escolas de samba, ou das praias brasileiras, abarrotadas de gente seminua, nos dias de fim de semana e feriado, com casais heterossexuais aos montes, confiados a toques sensuais e beijos de língua diante de crianças? Chamaríamos tudo isso de orgia heterossexual e deveríamos prender todos os infratores ou repudiar cada casal adolescente que trocasse saliva em público? Eu particularmente considero horrível e de mau gosto qualquer demonstração de afetividade sexual em público, seja hétero ou homossexual. Você só repudia uma delas? Por quê?

Você os vê promíscuos? Tente proibir heterossexuais, desde o berço, de demonstrarem quem são, diga-os aberrações diante de Deus, vergonha familiar e ridículo social, e lance-os em guetos (isso quando conseguem descobrir um reduto onde possam se manifestar). No correr de anos, assim sendo tratada, como ficam a maior parte dos seres humanos submetidos a esta ordem contínua de opressão de suas almas contra suas manifestações de liberdade e seus sentimentos e identidade psicológica?

Oh… sim… você diz que não é contra os homoeróticos, mas não quer que seus filhos sejam componentes dessa comunidade, com a justificativa de que sofrerão discriminação… Então, você começa por pressioná-los e discriminá-los em casa? Não seria seu dever fazer exatamente o contrário? Você não deveria oferecer um apoio duplamente maior a seu filho, caso seja gay, já que uma parcela expressiva da sociedade não o apoiará, como o faria, se fosse heterossexual?

Teme que as pessoas se afastem dele ou de você? Ah… você quer ser aprovado e admirado pelas qualidades de seus filhos, e não que eles sejam felizes e se realizem – é isso mesmo? Quer que eles se submetam a seus caprichos ou de indivíduos perversos e ignorantes que só valorizam o que a massa valoriza? Se você não se enquadra neste perfil, responda-me, então: quem mesmo se afastará de você e de seu círculo familiar, caso surja homossexualidade em sua família? Gente preconceituosa e dada a perseguir minorias? Meu Deus! Que presente dos Céus! Sendo assim, em tendo descoberto inclinação gay em alguns de seus parentes ou mesmo em si, fale logo a todo mundo, para que as pessoas que realmente “não prestam” – os preconceituosos e caçadores de bruxas, hipócritas e mesquinhos, caluniadores e desocupados de má índole – se afastem de você, de seus filhos, de sua família e de seu ambiente social. Principalmente, porque os componentes desta – escusem-me o palavreado, mas falo por milhões de inocentes atormentados injustamente – corja homofóbica, todos mentirosos e dissimulados, querem, atacando os gays de fora de suas casas, esconder os que têm dentro (eles mesmos talvez – já se viu algum heterossexual resolvido ter problema com gays?), visto que, como constituem um décimo da população, os homossexuais estão tão em torno daqueles, como em torno de você!…

Desculpe-me, assim, a franqueza, mas, para qualquer pessoa instruída, hoje, ser homofóbico representa ou interpretação hipócrita e retrógrada de textos religiosos, ou desinformação sobre os últimos avanços da ciência, para não falar de imaturidade e inclinação mesquinha a condenar os diferentes de seu modo de ser – uma vergonha para qualquer cidadão que se diga educado, lúcido e justo.

Ah… você discorda? Pois é: mas precisa contra-argumentar à altura… e… amigo, só tenho visto histeria neo-nazista de fundamentalistas genocidas a rebaterem nossas argumentações. Mas, ainda que escolha este caminho horrendo e sem respaldo algum nos meios cultos e maduros da Terra, por favor, se não quiser cometer o maior dos erros, tire Deus desta história, porque, camarada, a ciência já revelou que a homossexualidade está na Natureza (com 450 espécies de mamíferos a apresentarem-na, além da espécie humana), e se você julga errada a natureza, estará atacando o Seu Autor.


(Texto recebido em 2 de abril de 2009.)

Observação:

Roberto, que foi gay em sua última encarnação e preservou esta feição psicológica ao desencarnar, tomou a perspectiva de um encarnado, que dialoga com outro encarnado, para dar força a seu já poderoso senso persuasivo. É interessante ser induzido a “ouvir sem ouvir” os rebates do interlocutor invisível, o homofóbico hipotético que reúne a maior parte dos argumentos dos que deploram os gays, atualmente.

O estimado orientador desencarnado apareceu, mais uma vez, como um ancião severo de cabelos nevados, talvez para dar mais peso a suas palavras. Impactante. Distribua com seus amigos, envie a ONG’s e comunidades que defendam os direitos homossexuais, bem como estude em casa, na escola, na faculdade, com alunos, com professores, com religiosos, com correligionários políticos, colegas de trabalhos, chefes e funcionários… Faça barulho! Este silêncio cheio de ataque injusto e cruel, século sobre século, não pode continuar!…

A propósito do tema e por falar em gays e séculos… veja o vídeo que Cesar Maciel produziu com o texto “Gays e Séculos”, de autoria espiritual de Temístocles, um dos mais brilhantes mestres desencarnados de nossa Escola de Pensamento Espiritual-Cristão, e que está agora disponível no blog de nossa organização, clicando no canto superior direito, no ícone indicado.

(Nota do Médium)


« Última modificação: 02 de Abril de 2009, 21:35 by HelenaBeatriz »
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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #1 em: 02 de Abril de 2009, 20:48 »
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Atenção a essa mensagem, recebida hoje mesmo, amigos.

Vale a pena lê-la!

Muita paz!

Mário

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #2 em: 02 de Abril de 2009, 21:34 »
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Boa noite, Mário!!
Sim, vale a pena lê-la e divulgá-la, amigo. Esta mensagem é atualizadíssima, recebida hoje!
O preconceito é o verdadeiro flagelo anti-Cristo.
Paz, luz e força!
Helena Beatriz


« Última modificação: 02 de Abril de 2009, 21:36 by HelenaBeatriz »
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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #3 em: 03 de Abril de 2009, 01:11 »
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Muito obrigado por ter postado essa mensagem, amiga!

Deus te ilumine sempre!

Grande abraço,

~Dhan

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #4 em: 03 de Abril de 2009, 11:52 »
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Dhan, não me agradeça, amigo!!
Considero o preconceito uma demonstração de franca covardia, uma chaga moral.
Muita luz, força e paz!
Helena Beatriz


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"O homem que considera sua razão infalível, está bem próximo do erro". Allan Kardec (LE)

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #5 em: 03 de Abril de 2009, 12:19 »
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Preconceito - O Flagelo Anti-Cristo.
Benjamin Teixeira
pelo espíritoEugênia.

O Apocalipse, o profundo, sibilino e quase ininteligível livro da Bíblia, que encerra a coletânea basilar sagrada da cristandade, alude ao "anti-Cristo" como uma figura personificada; entretanto, numa perspectiva simbólica, numa leitura mais adequada para a complexidade e profundidade do texto reputado a João Evangelista, pode representar mais um estado de consciência ou um padrão de comportamento que propriamente uma pessoa de fato.
Em passado recente, mulheres que se perfumavam e se maquiavam, bem como usavam roupas alegres e tinham conduta expansiva, eram imediatamente taxadas de mulheres de vida vulgar, niveladas a prostitutas e cortesãs. Por aquele tempo era ainda comum deixarem-se mulheres analfabetas, sob pretexto de que seria propiciar confidências com amantes, à distância, por cartas de amor, o saberem ler e escrever. E não raras desceram a óbito desnecessariamente, por ser considerado impudico serem examinadas por médicos homens. Porque, é claro, mulheres não tinham acesso ao meio acadêmico, contando-se nos dedos das mãos as figuras femininas que ostentaram o título de médicas antes do século XIX.
Há pouco mais de oito decênios, nenhuma nação da Terra, por mais civilizada, oferecia direito a voto aos componentes do sexo feminino da espécie, e é bem recente a idéia generalizada de que homens e mulheres têm o mesmo valor como ser humano, embora salários sejam desnivelados entre os dois gêneros, até a data presente, em praticamente toda parte, além de oportunidades de trabalho e ascensão social e política.
Cinquenta anos atrás, aproximadamente, mulheres decididas e profissionais de sucesso eram observadas como portadoras de distúrbios psicológicos e sexuais, assim como homossexuais, ainda agora, em expressivas fatias das sociedades humanas, são vistos como elementos perturbados e perturbadores do tecido social.
Há quatro décadas, nos Estados Unidos da América, a mais poderosa nação do planeta, negros eram formalmente considerados cidadãos de segunda categoria, segregados em medonhos sistemas de discriminação social. Até a segunda metade do século XIX, na pátria de Washington, bem como no Brasil, os afro-descendentes eram reduzidos a alimárias comuns, vendidos em mercados de escravos, como matéria de consumo e de uso pessoal ou comercial.
Até os anos 80 do século transato, aproximadamente, em quase todo o território brasileiro (excetuando-se as metrópoles maiores), era tido como artigo de decência e nobreza feminina, praticamente obrigatório, o casar-se virgem, o que, atualmente, representa uma condição vista como imatura e mesmo irresponsável, já que implica estabelecer-se compromisso público e grave de enlace existencial com alguém para a intimidade conjugal, sem se conhecer a pessoa. Hoje é o absurdo dos absurdos, receber na sua própria intimidade um estranho, de hábitos e condutas sexuais totalmente desconhecidos!

E que dizer da sombra "moral" que sobrepairava ao divórcio, que só surgiu como possibilidade legal na pátria brasileira em 1977? "Desquitadas", como eram chamadas as separadas antes da "era do divórcio", eram niveladas quase a "mulheres de programa", e mesmo os "desquitados" eram repudiados pelas "moças de família", para não trazer o estigma da marginalidade social para o clã a que pertenciam. Como pode haver a idéia de um contrato sem distrato? O que é extremamente óbvio e considerado completamente normal nos dias atuais (até demais: os excessos no âmbito das separações por nada e por tudo bem revelam isto) era quase um fantasma inaceitável para qualquer personalidade ou grupo que se prezassem.
No Brasil, nordestinos são considerados quase uma sub-raça no sudeste e no sul do país, ao passo que os próprios sulistas e "sudestinos", apesar do desdém com que muitos olham para seus irmãos do norte, são tidos, na Europa nórdica e nos EUA, como seres humanos inferiores, por serem latinos e sul-americanos.
Recentemente, homossexuais eram avaliados à conta de criminosos. No século XIX, somente as legislações da França, Itália e Brasil não cominavam como ilegais práticas gays. Freud conseguiu descriminalizar, com argumentos acadêmicos, as condutas sexuais de pessoas homo-eróticas, dizendo-as "pervertidas" da libido e não do caráter, sugerindo-lhes tratamento e não cadeia. E somente em 1973, a "Associação Psiquiátrica Americana" chegou à conclusão científica de que a homossexualidade não constitui distúrbio de nenhuma natureza, nem mesmo emocional, quanto mais mental ou moral. Até hoje, todavia, homossexuais são quase que apenas tolerados em ambientes cultos e rechaçados entre pessoas ignorantes dos países mais avançados do orbe, condenados, inclusive por religiosos de todos os gêneros, como aberrações da natureza e da espiritualidade, já que a religião é o mais reacionário setor da cultura humana.
Do outro lado do globo, radicais do Islã sustentam despudoradamente a "jihad"(*), lançando-se contra a vida de inocentes de outros povos e ideologias relígio-filosóficas diferentes, com a justificativa de os considerarem heréticos. Evangélicos e católicos radicais em nosso pacífico e dócil país, com a mesma falta de escrúpulo, publicamente atacam o caráter de gente decente e nobre, por pertencerem a partidos de crença diversos dos seus, sobremaneira o espírita. Em ambos os grupos, xiitas islâmicos e cristãos fundamentalistas brasileiros, o mesmo lastreamento blasfemo e sacrílego de buscarem trechos do Alcorão e da Bíblia, respectivamente, para pretextarem sua atitude mesquinha e injustificável.

A prostituta é discriminada por vender explicitamente o sexo por algum tempo. A "dama" da sociedade que se casa com um homem por sua posição financeira ou social é avaliada como digna e honesta. Só que esta última vende não só o sexo, mas seu útero, sua alma, seus sonhos, sua vida inteira, para trazer o sobrenome, a conta bancária e as influências do homem eleito como marido apto, para sua própria pessoa. Quem seria mais imoral? Jesus dá a resposta. Quando a adúltera é pega em flagrante traindo seu esposo, em pessoa vai defender a "pecadora" e diz sua famosa máxima: "Quem estiver sem pecado atire a primeira pedra", após o que saem todos os circunstantes ao evento do quase apedrejamento, um a um, a começar dos mais velhos. E Jesus, por fim, "perdoa-a" e lhe sugere: "Vai e não peques mais". Como o estudo etimológico da palavra "pecado" revela que seu significado é "errar o alvo", podemos entender que o Cristo queria dizer, em verdade, algo como: "Você, que não faz sexo com o homem com quem foi casada pela decisão de seus pais e não do seu coração, e que resolve entregar seu corpo e sua alma apenas a quem ama, está agindo muito à frente do seu tempo, mas deve confrontar menos seus coevos, para que não seja punida por não ser compreendida, a ponto de perder a vida física.



(continua abaixo)





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"O homem que considera sua razão infalível, está bem próximo do erro". Allan Kardec (LE)

Offline HelenaBeatriz

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #6 em: 03 de Abril de 2009, 12:40 »
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CONTINUAÇÃO...

Jesus convivia com ladrões, prostitutas, adúlteros, doentes de todos os gêneros, inclusive os altamente estigmatizados hansenianos (leprosos), gente simples, pobre e ignorante; e acusava de hipócritas muitos dos homens mais prestigiados e admirados de seu tempo, a começar pela cúpula religiosa e política de Israel, sendo, para pasmo dos indignados "idealistas" de seu tempo, compreensivo e tolerante com o domínio imperialista de Roma, tão malvisto pelas classes cultas e pela elite política da Judéia. A questão é que Jesus preferia respeitar o pragmatismo declarado de Roma ao idealismo falso de Israel, assim como preferia a autenticidade de prostitutas e cobradores de impostos à dissimulação de pseudo-religiosos. De fato, o Império Romano, que respeitava cultura, idioma e religião de cada povo colonizado, estava muito à frente do primitivismo de seus dias, tendo uma função civilizatória sobre as nações dominadas reconhecida unanimemente por historiadores.

Allan Kardec, assessorado pelos espíritos superiores, por sua vez, defendeu a igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como a de indivíduos pertencentes a etnias diversas, o que causou verdadeiro frisson, para não dizer "escândalo", entre seus contemporâneos, muitos contados entre componentes das camadas mais ilustradas da população fina de Paris, meca cultural do planeta por aqueles dias.

O que é ser cristão? O que é ser espírita? Para simplificar em um único paradigma, poderíamos dizer: é ser anti-preconceituoso em todos os sentidos; é amar não só o diferente, mas até o que nos ataca e nos faz mal, não no sentido de acolhê-lo na intimidade (o que nem Ele fez), mas de não desejar o mal e até fazer o bem, quando e quanto possível, ao irmão desorientado que nos assesta sua sanha agressiva.

O preconceito é o signo máximo do pensamento anticristão, antiespiritual, anti-humano. Discriminar alguém por ser pobre, doente, feio, velho, inculto, estúpido, obeso, deficiente físico ou mental, ou mesmo " desafio dos desafios " pervertido ou malevolente, constitui sempre um índice de inferioridade moral e dissonância com os ideais crísticos.

Podemos ser firmes, diretos e até severos (para proteger pessoas), sem, todavia, marginalizar quem não condiga com nossas melhores impressões do que seja bom e louvável. Claro que não devemos compactuar com o abuso e a tirania de nenhuma forma. Contudo, frequentemente, teses indefensáveis se travestem de proteção a direitos constituídos, como no caso dos egrégios analistas sócio-econômicos do século XIX que, na América do Norte e do Sul, interpretavam como um desatino genocida a abolição do regime escravocrata de organização social, sob o argumento de que haveria um colapso das economias americanas, com a alforria em massa dos contingentes demográficos de cativos negros.

Atualmente, para dar um exemplo grosseiro da presença do preconceito nas relações humanas, gente estúpida ou ignorante é tratada aos empurrões, como se ser menos dotado de inteligência fosse culpa de alguém ou não ter tido acesso a boas oportunidades de educação idem. Não percebem os surtados desta ordem curiosa e particular (patética) de preconceito que exigir atos brilhantes de quem é menos provido de potenciais intelectivos é um dos maiores atestados de pouca inteligência,  no mínimo emocional.

Além do universo das relações interpessoais, o "especismo", conceito criado por pensador moderno, para designar "preconceito de espécie", assim como o "racismo" e o "sexismo" indicam, respectivamente, a discriminação por raça e sexo, tem levado à devastação de ecossistemas e a maus tratos de animais, com risco de sobrevivência para a biosfera do planeta, como um todo (incluindo, obviamente, a própria humanidade), pelo pressuposto de superioridade e supremacia do ser humano sobre os demais seres vivos, com isto querendo dizer, em verdade, abuso e violação completa das outras espécies, em função de não só necessidades, mas também de caprichos de seres humanos nem sempre lúcidos, maduros e conscienciosos no uso dos recursos naturais à sua disposição.

O preconceito se revela em toda parte, bem mais do que imaginamos, por constituir, digamos, uma espécie de efeito colateral do funcionamento mental humano, que, para simplificar padrões e otimizar processamento de dados, cria certas matrizes paradigmáticas, esquemas condicionados de idéia e sentimento que mecanizam, abreviam e facilitam os trâmites do pensamento, que, entretanto, se tornam, em verdade, pressuposições teóricas de validade, a dizer por baixo, questionável. Assim, o "pre-conceito", em seu estado puro, é invisível para quem lhe padece a influência, porque é como uma espécie de lentes de contato sobre os olhos da psique, que nunca são vistas diretamente, mas que filtram toda a percepção de mundo de um indivíduo. � por isto que até o meio científico apresenta inúmeras de suas manifestações. Cientistas revolucionários e celebérrimos foram perseguidos por idéias pre-concebidas de seus contemporâneos, até mesmo por correligionários de profissão, como Pasteur, Galileu (que quase foi sentenciado à pena capital), Graham Bell e Thomas Edison (no início de suas carreiras), para citar apenas alguns poucos casos. Lamentável e mesmo deplorável, porque, como já denunciamos neste parágrafo, uma "pre-concepção" é uma idéia apriorística, uma crença prévia a filtrar a realidade, o que de modo algum se coaduna com o ideal de isenção que rege a legítima pesquisa científica, que colima colher dados, retratar fatos e entender fenômenos, com a máxima fidedignidade possível, e não corroborar impressões íntimas dos observadores.

E o mais grave, dentro desta temática melindrosa e de implicações amplas e devastadoras: todo ser humano, na civilização terrena, porta expressões mais ou menos elaboradas destas fixações paradigmáticas, algumas com traços mesquinhos e malevolentes, sobremaneira quando apresentando inclinações ao fanatismo religioso, pela aura de verdade absoluta e de "inquestionabilidade" com que as pressuposições de ordem espiritual costumam ser revestidas, por líderes inescrupulosos e/ou pouco sábios.


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Offline HelenaBeatriz

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #7 em: 03 de Abril de 2009, 12:55 »
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Final...

Assim, Jesus foi morto por preconceito, mas os juízes de Joana d'Arc não se deram conta de que também estavam agindo preconceituosamente ao condená-la à fogueira, repetindo o gesto da elite judaica que levou o Messias à morte. Somente mais tarde, bem mais tarde, sob efeito de remorsos candentes, deram-se conta da barbaria e injustiça a que se confiaram. Sentiam-se homens santos, fazendo um bem à humanidade, ao executar Joana d'Arc, sem se precatarem da postura extremista e, por isto mesmo, injusta, que a "caça às bruxas" constituía. Hoje, muitas pessoas se inflamam e se dedicam a aviltar o nome alheio. Estariam, alegoricamente, matando os vanguardistas do seu tempo? Têm, é claro, seus motivos para se sentirem com razão, como os julgadores da grande "Pucela de Orleans", a santa francesa que é " heroína nacional" até os dias de hoje. Teriam  razão como os juízes e executores da santa guerreira Joana d'Arc?



Estaria você, amigo, matando alguém agora, aos poucos e sutilmente, em nome do bem e da moral? Onde está o Cristo que você crucifica? Acha que somente o Jesus histórico apregoado à cruz era o Cristo sendo crucificado? Mães martirizadas e artistas incompreendidos, amigos desprezados e gente considerada de "má vida" ... apenas por não compartilhar de seu código de ética e valores (sempre relativos a época, cultura e personalidade em foco, e não absolutos, como o emocional humano gosta de sentir suas premissas de verdade).

Os preconceitos continuam correndo soltos, e nós, do Plano Maior de Vida, podemos vislumbrar, com mais clareza, o que, do plano físico, soa obscuro e mesmo distorcido, com as piores racionalizações da falsa moral e da pseudofidelidade a causas nobres.

Chico Xavier foi perseguido por líderes do movimento esprita, em sua juventude, apupado como vaidoso e obsediado, quando publicou seus primeiros livros, por apresentarem um mundo espiritual incompreensível para os figurões espiritistas da época; Bill Gates foi visto como garoto lunático e visionário megalomaníaco, por asseverar que poria um computador em cada residência da América e do mundo; e Alfred Kinsey, o cientista pioneiro do estudo da sexualidade humana, que liberou milhões de almas de titânicas angústias do universo afetivo, foi publicamente vituperado, como pervertido e charlatão.

O que no presente é visto como indecente ou impudico e amanhã será tratado com enorme naturalidade, no espaço de cinquenta ou cem anos? Há quem só tenha olhos para o hoje, como foram os medíocres de todos os tempos e culturas, sem lograr divisar além dos estreitos limites das convenções e pressupostos de verdade de sua época e educação.

Assim, Jesus continua a ser crucificado na pessoa de grandes profissionais incompreendidos, de almas nobres sacrificadas na forja do lar pelo amor aos seus entes queridos, na pessoa de religiosos vanguardistas, de líderes científicos e culturais revolucionários. São hoje atacados; amanhã, serão aclamados.

Claro que há a perversão que recebe a alcunha de vanguarda e a perfídia que é apresentada como sinonímia de avanço. Porém, de todo coração e de plena consciência, amigo, sobretudo quando você foi ferido em seus interesses ou expectativas pessoais, como poderá você se sentir suficientemente isento para distinguir uma de outra categoria, no caso que você julga apropriado à acusação? A acusação, intrinsecamente, é um ato já tão delicado, que merece, previamente, suspeição e critérios redobrados.

Nesta era, por sinal, de profundo respeito pela diferença e pelas minorias, de tolerância à pluralidade e multiplicidade de elementos culturais, como poderá você discernir moral profunda de moralismo superficial? Tem você altura psicológica, intelectual e, principalmente, moral e espiritual, para produzir introvisões suficientemente seguras que o respaldem no expender bravatas condenatórias? Será que o lastro que põe para seus vilipêndios não passa de pura artimanha do inconsciente para abolir rivais ou adversários de suas ilusões de estabilidade e confiança, num universo previamente conhecido e entendido como melhor? É por isto que Jesus disse: "Não julgueis, para não serdes julgado". E ainda: "Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos".



E você, companheiro, que distende seu indicador em riste, acusando alguém do que supõe um crime, tem os demais três dedos opositores ao polegar apontando para si mesmo, em função de crimes talvez muito maiores perpetrados por você próprio, enquanto aquele que voc� assinala como abjeto pode, muito bem, ser uma alma nobre, muito mais desenvolvida, acima de suas condições de compreensão, com quem você assume pesado débito, por tentar destruir o trabalho que não é dela, mas da Divina Providência, que a enviou ao mundo físico para semear progresso intelectual e transformação social e humana.



Fuja de toda postura discriminatória e intolerante. Viver em busca de culpados para os próprios problemas, confiar-se à paixão da perseguição a bodes expiatórios, permanecer magoado e sentindo-se vítima por atos ou omissões de outras pessoas são bem posturas íntimas e condutas típicas do preconceituoso em seu estado puro. Somente o amor e o espírito cordato de convívio pacífico com todos os tipos humanos constituem plenamente a moral cristã.



Cuidado com aqueles que ladram, como cães bravios, sustentando seus pontos de vista, à custa de achincalharem os valores alheios. Qualquer pessoa esclarecida e relativamente sensata logo flagra, em tais ervas daninhas da floresta humana, personalidades e caracteres perigosos de quem se deve evitar contato íntimo, e por quem apenas se deve orar, assim como fez o próprio Cristo, que pediu a Deus perdão por seus crucificadores, sem trocar uma única palavra com eles.


(*) "Guerra santa".


Sugestão: Pelo caráter seriíssimo e importantíssimo deste artigo, enviado do plano superior de consciência, e pelo bem imensurável que pode fazer a inúmeras almas sofredoras e desnorteadas nos dias de incerteza e caos que vivemos, sugeriríamos ao(a) prezado(a) leitor(a) o especial obséquio e caridade de remetê-lo a todos os e-mails de seu arquivo, ou para todos os amigos de suas "redes sociais" da internet de que faça parte, como o "orkut"; e que, quando enviasse, incluísse este aviso, para que eles, por sua vez, repassem para outras pessoas


« Última modificação: 03 de Abril de 2009, 14:14 by HelenaBeatriz »
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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #8 em: 20 de Abril de 2009, 13:38 »
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Reflexões sobre a Homossexualidade.

por Aline Rangel.

A questão da homossexualidade tem sido abordada pelos mentores do Salto Quântico em diferentes mensagens, que trazem, cada uma delas, aspectos diversos, sutilezas, complexidades, a fim de que ampliemos nossa concepção do humano, compreendendo  de forma mais acurada uma de suas manifestações que é o campo da sexualidade. Ao discutirmos este tema, portanto, estamos fazendo mais do que defender uma causa, ou uma minoria: estamos refinando o conhecimento que temos de nós mesmos, sejamos heterossexuais, homossexuais, bissexuais… Não nos definimos, exclusivamente, pela orientação sexual, assim como não o fazemos pela profissão, pela raça, pelo corpo feminino ou masculino com que estejamos vivendo esta experiência atual. É absolutamente incompreensível que um ser humano seja discriminado, maltratado, agredido verbal e fisicamente, ameaçado, repudiado por conta do interesse sexual que sinta e manifeste por pessoas do mesmo sexo, ou pela necessidade que tenha de modificar o próprio corpo por não se identificar com o mesmo. Não há, como brilhantemente expôs o espírito Roberto, em recente mensagem publicada neste site (1), nada que justifique a homofobia. O alerta gravíssimo é que qualquer um de nós, por mais abertos ou esclarecidos que sejamos, podemos ser vítimas ou autores de comportamentos homofóbicos em pleno século vinte e um…

Em Psicologia Junguiana, tem-se procurado adotar uma postura cuidadosa, especialmente com o que foi publicado antes de importantes descobertas no campo da sexualidade humana, a fim de que não sejam adotadas posturas que atribuam patologia ou mesmo imaturidade sexual à vivência homossexual. Segundo Hopcke (2), a situação moderna a respeito da homossexualidade difere bastante da que era vigente na época de Jung, graças ao movimento de liberação Gay com sua análise política e social deste fenômeno. Sendo assim, cabe o cuidado de, ao falarmos das teorias junguianas, considerarmos que o pensamento clínico em grande parte teve de passar por uma revisão de conceitos e propostas. Em suas palavras: “Apoiando-se cada vez mais em pesquisas empíricas cada vez melhores, psicólogos progressistas e militantes da liberação gay somaram esforços para demonstrar que atitudes sociais negativas, em particular o ódio e o medo da homossexualidade – a homofobia -, são muito mais responsáveis pela incidência de doenças mentais entre os homossexuais do que qualquer fator inerente à própria homossexualidade.”(3)

O autor discorre, em seu estudo do tema a partir das obras completas de Jung, a respeito das teorias propostas pelo genial psiquiatra suíço, ressaltando que a homossexualidade em si, enquanto fenômeno natural, nunca foi condenada por ele. Já naquela época, Jung chegou a propor que a orientação homossexual seria determinada por fatores genéticos ou biológicos, posição que, embora adversa à base da psicologia clínica, que é a possibilidade de mudança, foi bem aceita pelos homossexuais, especialmente no período anterior aos movimentos da década de sessenta. A teoria mais citada e que se poderia, segundo Hopcke, ser chamada de teoria junguiana de homossexualidade (embora o objetivo nos textos junguianos não tenha sido de estabelecer e consolidar uma teoria sobre o assunto) é de que a homossexualidade é quase sempre uma conseqüência do relacionamento particular com o feminino. Seja como for, vale destacar que textos mais recentes procuram desmistificar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando-as não só normais como saudáveis, passíveis das dificuldades e entraves comuns a qualquer convivência na intimidade.

Estas breves e despretensiosas linhas têm como objetivos estimular a curiosidade do leitor acerca das contribuições da psicologia junguiana a respeito do tema em foco e provocar a reflexão de como realmente estamos lidando com este tema, presente na vida de cada um de nós. É preciso dar mais visibilidade a esta que deve ser uma luta de todos: o combate a toda forma de preconceito. A homofobia é uma atitude de desrespeito à pessoa humana, não somente aos homossexuais. O conhecimento existe para nos libertar, para nos ajudar a tirar as vendas que nos foram colocadas nos olhos…  Não podemos nos esconder de nós mesmos, muito menos nos acovardar. É nosso dever, é nossa responsabilidade defender o direito humano de existir e expressar a própria afetividade. Que tipo de contribuição estamos oferecendo à vida?


(1) “Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a vergonha?” – Benjamin Teixeira pelo espírito Roberto.

(2) Robert H. Hopcke, psicoterapeuta junguiano e teólogo, dirige o Centro de Estudos Simbólicos, uma instituição de formação em psicanálise e psicoterapia de orientação Junguiana. Vive em Berkeley, na Califórnia.

(3) HOPCKE, Robert H. Jung, junguianos e homossexualidade. São Paulo: Siciliano, 1993. p. 69.


Postado por Delano em: Aline


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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #9 em: 23 de Abril de 2009, 18:25 »
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Harvey Milk, os Guerreiros d’Outras Eras e o Curioso Fenômeno da Saúde Frágil dos Médiuns mais Célebres.
Benjamin Teixeira, em diálogo
com o espírito Eugênia.

(Eugênia) – Gostaria que você travasse um diálogo comigo, a respeito de temática que seja de seu agrado. Pode-me sugerir algum assunto, que discorrerei sobre ele.

(Benjamin) – Preferiria que você mesma escolhesse o tema – isso é possível?

(E) – Sim. O que você comentou, recentemente, sobre Harvey Milk.

(B) – Ah… de ser ele um missionário e de representar um equivalente gay ao que foi Mather King Jr. para o movimento de liberação da comunidade negra?

(E) – Sim. Sua tese não foi tese, mas uma constatação. Não se justifica o silêncio de décadas sobre a morte do mártir da causa gay internacional, sobremaneira porque foi ele executado por motivos semelhantes aos do grande líder negro – por constituir o representante vivo de um movimento que inspirava o ódio discriminatório e desumano de milhões de criaturas. Foi apropriada também a intuição que você aditou: de ter sido ele rodeado, entre seus correligionários de militância a favor da dignidade homossexual, no seio das comunidades humanas terrenas, de alguns soldados gregos antigos reencarnados, dado o extraordinário destemor com que enfrentavam a fúria homofóbica de policiais, das autoridades constituídas, do próprio inconsciente coletivo – complementando, todavia, que não se tratava tão-somente de soldados audazes que estiveram em campos de batalha da Grécia Antiga ou a serviço dela, mas, igualmente, de guerreiros intimoratos, de outros tempos e nacionalidades, que foram recrutados, no domínio extrafísico de vida, para ladearem o grande general reencarnado em missão, o próprio Milk.
(B) – Obrigado, Eugênia. Posso mudar de assunto?

(E) – Esteja inteiramente à vontade.

(B) – É comum que médiuns de responsabilidades com extensão coletiva, qual Chico Xavier – o exemplo máximo –, adoeçam com freqüência, e, amiúde, gravemente, não sendo raro que muitos, como o próprio Chico, vivam na corda bamba, entre a vida e a morte, em vários momentos de suas reencarnações. Tem algo a dizer sobre isso?

(E) – Toda personalidade guindada a um patamar de compromissos com as massas populares sofre, inexoravelmente, de sobrecargas psicológicas, energéticas e espirituais, pelas solicitações intensas, complexas, variadas e simultâneas que lhe são assestadas, dia e noite, ano sobre ano. Quando, então, pensamos em médiuns elevados a esta ordem de deveres para com o bem comum, detectamos verdadeiros mártires, visto que se expõem muito mais às energias e emanações mentais desencontradas, díspares e volumosas, lançadas em sua direção, continuamente, bombardeando-lhes os psiquismos sensíveis. Paranormais-místicos, canais da Espiritualidade Sublime na Terra, além de precisarem de enormes quotas de disciplina, determinação, idealismo e até espírito de sacrifício, devem, por outro lado, ser cuidados com zelo, por parte daqueles que os assistem, assemelhados que são a máquinas preciosas mas mui delicadas, que podem romper as engrenagens, a qualquer tempo, perdendo as funções de valor inapreciável para o bem geral. É por isso que só muito raramente encontramos destas criaturas, e, quando as identificamos, facilmente percebemos que ou desencarnam cedo ou se desviam de sua rota original, em descaminhos morais lamentáveis, ou mesmo desistem da tarefa de medida coletiva que lhes foi confiada, esmagados pela incúria e desvario de muitos em torno de si, alucinando-os de angústia e esgotamento. Chico Xavier, em considerando o nível altíssimo de sua sensibilidade, bem como a dimensão mastodôntica do alcance de sua influência, como líder espiritual de milhões de encarnados e desencarnados, por se ter mantido tantas décadas (75 anos) em serviço ininterrupto ante o vulgo, com sua mediunidade, em inalterável espetáculo de estóica virtude, dando de si a todo tempo, sem nada esperar em troca, ofereceu um atestado inequívoco de santidade. O seu padrão psicomoral, porém, apesar de constituir diamantino modelo, um ideal a ser atingido, não deve ser considerado regra, porque somente almas esmerilhadas, em milênios sucessivos de encarnações gloriosamente conclusas, podem apresentar o diapasão de grandeza espiritual ostentado pelo famigerado médium de Emmanuel. Ainda assim, note-se: vivia enfermo do corpo, sofrendo, física, quanto emocional e espiritualmente, dores indescritíveis, quase que continuamente, no transcurso dos 92 anos em que esteve ele materialmente presente, no orbe terreno, em sua última encarnação.


(Diálogo travado em 19 de abril de 2009. Revisão de Delano Mothé.)


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Tudo que sei é... o que é que era mesmo?


   
 
 
     


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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #10 em: 24 de Abril de 2009, 08:37 »
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Tomo a liberdade de citar aos irmãos deste tópico, com toda humildade, que ninguem poderia ser condenado por aquilo que não escolheu ser. O homossexualisto se funda no amor e quem ama um ser do mesmo sexo sofre horrivelmente por ser taxado, discriminado e principalmente porque sua única escolha é ser leal consigo e aceitar-se. Gostaria de citar, do livro  No mundo Maior, ditato pelo espírito André Luiz ao médium Chico Xaiveir:
"Lembremos aos corações desalentados que tal é o sexo em face do amor, quais são os olhos para a visão e o cérebro para o pensamento: não mais que aparelhamento de exteriorização. ERRO LAMENTÁVEL É SUPOR QUE SÓ A PERFEITA NORMALIDADE SEXUAL, CONSOANTE AS RESPEITÁVEIS CONVEÇÕES HUMANAS, possa servir de templo às manifestações afetivas. O campo do amor é infinito em sua essencia e manifestação. Insta fugir das aberrações e aos excessos: contudo é inegável que TODOS OS SERES DO UNIVERSO NASCERAM PARA AMAR E SEREM AMADOS. Por fezes vigoram para muitos deles, temporariamente, os imperativos da prova benéfica, os deveres do estatudo expiatório, as exigencias do serviço especializado, em que estudantes, devedores e misionários se obrigam a longos períodos de fome e sede do coração. Isso poré não significa obstáclo ao amor."
Também Emammanuel, no livro Vida e Sexo, ditado a Chico Xaivier, assim se pronuncia:
Observadasas tendências homossexuais do companheiros encarnados nessa faixa de prova ou experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequando, TANTO QUANTO SE ADMINISTRA INSTRUÇÃO À MAIORIA HETEROSSEXUAL. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto à frenta da vida eterna, OS ERROS E ACERTOS DOS IRMÃOS DE QUALQUER PROCEDÊNCIA, NOS DOMÍNIOS DO SEXO E DO AMOR são analiszados pelo MESMO ELEVADO GABARIDO DE JUSTIÇA E MISERICORDIA. Isso proque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na INTIMIDADE DA CONSCIENCIA DE CADA UM."
Que Deus abençoe a todos e procuremos não nos julgarmos. O amor é a força maior do mundo e as sua formas de expressão hão de ser sagradas e abençoadas por aquele que nos criou. A provação a que se refere André Luiz, muito provavelmente se refere ao despreso, ambiguidade e falta de compreenção com a qual somos tratados por uma sociedade que parece não saber ainda que os expíritos não possuem sexo tal qual o conhecemos e quando o amor une seres morfologicamene iguais não há de ser crime u merecer julgamentos e despreso de nossos irmãos. Que Deus abençoe-nos a todos e que junto possamos crescer
sendo úteis uns aos outros. Somente que vive estes dilemas pode aquilatar as angustias que decorrem daquilo que não escolhemos ser, apemas somos. Fiquem com o Amor do Cristo no coração.

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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #11 em: 27 de Abril de 2009, 00:47 »
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Gostei dessa frase HelenaBeatriz: "O preconceito é o verdadeiro flagelo anti-Cristo"  8
Que textos muito bons amigos!
O espiritismo é que devia ser OBRIGATÓRIO na educação (já desde o primeiro ano de escola até faculdade) neste mundo presente, ou melhor, não necessariamente o espiritismo que nos trouxe Kardec, mas sim os princípios, os valores de igualdade, humildade, respeito, caridade, assim como a prática...
Ajudaria com certeza com que quase toda a população estivesse mais conscientizada, mais esclarecida, e se corrigissem mais rapidamente.
Isso aposto que faz parte do sonho de muitos de nós :)

Abraços a todos e um Feliz início de semana !  :)


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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #12 em: 13 de Julho de 2009, 19:42 »
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O mais interessante é que citados vários Espíritos em suas comunicações, ninguém citou ao Espírito A Verdade, ou a Erasto ou a Fènelon, ou a Santo Agostinho... Por que?
Porque nenhum dos citados, ou melhor nenhum dos da plêiade de Espíritos Reveladores, emitiu nenhum comentário sobre o tema homossexualismo.
Por que?
Ora, vou tentar explicar sumariamente: Porque Deus, Soberanamente Justo e Soberanamente Bom, ao crear, fez Adão e Eva... Não consta em nenhuma instrução que Ele tenha creado Adão e Ivo pois sim?
Não me interpretem mal.  Se vamos falar falemos em termos doutrinários afinal aqui nmão estamos para dar nossas opiniões descuradas da doutrina. O ponto é o seguinte: se as damos divorciadas do cerne doutrinário, as opiniões ficam apenas no âmbito de nossas crenças e como não somos senão Espíritos em estágio inicial de progresso (a terra é mundo de provas e expiações e relativamente aos outros mundos um dos mais atrasados diz a doutrina).
Desse modo, meus amigos, não estaremos senão a falar o que e do que gostamos, sem, contudo, entendermos o que a doutrina  diz.
Nada tenho contra gays, lésbicas ou simpatizantes, tenho e abro minha casa a muitos que partilham desses grupos, logo, aduzir-se homofobia ou ter-se como preconceituosa a qualquer pessoa já que o falar é generalizado em qualquer das mensagens, é pregar-se um falso contra os que assim não agem.
Preconceito ou homofobia são atitudes que devam ser reprochadas sempre.
Fiquem bem.
Moura


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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #13 em: 17 de Setembro de 2009, 22:07 »
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Defesa ou Panegírico Gay?

Várias Opiniões sobre Homossexualidade.
(Nova Assembleia – 05.)

Benjamin Teixeira,
por diversos espíritos.



Há  um percentual observável em cada contingente demográfico, de indivíduos homossexuais, seja na própria espécie humana, seja nas diversas espécies de mamíferos. Logo, existe uma razão evolucional para tanto. Na medida em que estamos com grave e perigoso boom populacional, que põe em risco a saúde e sobrevivência do ecossistema da Terra, fica claro que aqueles que se candidatam à esterilidade introduzem-se, por isso só, na classe que soluciona o problema da salvação da civilização humana no orbe, por não estarem produzindo mais dispendiosos (para a Natureza) corpos consumidores de recursos naturais – os filhos que os heterossexuais costumam fazer questão de ter. Os héteros é que devem procurar reproduzir a posição menos reprodutiva dos gays, e não estes, os gays, ser condenados por se fazerem reprodutores menos hábeis da espécie: isso não é uma falha, na circunstância pré-apocalipse ecológico, mas uma grande virtude, talvez a maior de todas, porque implica a sobrevivência de todo o gênero humano no planeta.

Temístocles.


Jesus disse que o homem deveria deixar sua casa e seus pais (que o ser humano abdicasse do que é conveniente, convencional e tradicional), para unir-se a sua mulher (para se integrar à sua vocação de completude psicossexual, o pólo oposto que o complementa), a fim de, então, serem “não mais dois, mas uma só carne” (ou seja: um único corpo psíquico, uma única personalidade integrada e completa). E, dentro desta tarefa complexíssima de nos tornamos plenos, na androginia dos anjos, que são tão femininos quão masculinos, a homossexualidade, sem dúvida, é das mais facilitadoras experiências humanas neste sentido.

Brígida.




Pallas Athena se tornou símbolo da sabedoria e da combatividade construtiva, para o Ocidente, e era gay. Tanto que seu nome, originalmente apenas Athena, tornou-se Pallas (nome de sua tão amada consorte), a pedido dela mesma (depois da morte de Pallas) a seu pai, Zeus, que era seu modelo de psique ideal, de modo a que, depois do decesso de sua companheira, trouxesse-a dentro de si, para sempre…

Os grandes filósofos da Antiguidade Clássica entretinham relações homossexuais, como é notório. Gênios inesquecíveis, como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Adam Smith, Isaac Newton e Rimbaud, eram homossexuais, ao lado de Shakespeare, Napoleão Bonaparte, Alexandre, o Grande, Immanuel Kant e Francis Bacon… Entre os maiores nomes do generalato e patriciado de Roma Antiga, no ápice da glória do Império Romano (um nível civilizacional que, por mais de mil anos de Idade Média homofóbica, não se conseguiria igualar, quanto mais superar), a homossexualidade era tão comum, que surgiu a instituição da adoção, para dar cobertura civil e material aos amantes mais jovens de homens de prestígio e poder.

Pelo que a história nos revela, numa leitura fria e imparcial (só  da parte publicável, porque há registros de parcerias misteriosas, aos magotes incontáveis, que se não podem afirmar homossexuais, de modo certo, para que não se seja leviano), talvez possamos especular que a homossexualidade seja uma condição humana que propicia a genialidade, a grandeza de realizações ou a glória da benemerência…

Seria preconceito às avessas o que faço? Se for tendenciosa esta minha opinião, como explicar o percentual impressionante de gays ilustres entre os maiores nomes das Artes, da Filosofia, da Ciência e do Estadismo (mesmo considerando o problema em se desvelar a intimidade de muitos deles, com biógrafos preocupados em ocultar-lhes a “fraqueza vergonhosa da carne”)?

Talvez devamos rever os conceitos da homofobia, revertendo-a. E, assim como campeonatos olímpicos progressivamente deixam clara a superioridade orgânica de negros sobre brancos (quando os quesitos força, velocidade e resistência estão em jogo), eu, como protetora da causa gay, afirmo, sem qualquer pudor, que vejo os homossexuais como uma classe de seres humanos que está entre a humanidade comum e aqueloutra, composta de gênios e anjos.

Eugênia(foi reencarnação de Pallas Athena


O Self constela todas as possibilidades da psique. Indubitavelmente, a homossexualidade constitui oportunidade de a personalidade se aproximar da totalidade, já que a preferência sexual é muito mais do que tão-somente o sexo da pessoa com quem se copula, portando intrincadas e profundas implicações, no campo das aptidões psíquicas, relacionadas aos dois pólos psicossexuais.

Ser gay, destarte, é uma experiência riquíssima para o processo da individuação, porquanto se é compelido a viver a contradição ou a complementação, a dúvida ou a completude, o conflito ou a inteireza do ser.

Sendo heterossexual, uma série de vivências psicológicas importantes para o amadurecimento emocional ficam dificultadas, porque se tende a ver o outro gênero exatamente assim: como “um outro” (o que cria significativas barreiras a se assimilarem os valores concernentes a este “outro”), conceito-qualificação este que é bem mais fácil se diluir, por razões óbvias de empatia, para os que transitam na interfusão dos dois pares de opostos piscossexuais: masculino e feminino.

Demétrius.


Defesa em causa própria – muitos o dizem, quando veem um homossexual defendendo a causa gay, como se isso fosse o padrão, como se fosse fácil empreender qualquer ordem de militância em favor de minorias desfavorecidas, como se conhecer a tragédia de perto (e melhor seria não conhecê-la, para os que a vivem pessoalmente desde o berço) fosse algo que desautorizasse, em vez de autorizar mais ainda, alguém a falar sobre o assunto que o aflige.

Neste mundo de hipocrisias e de acomodação às conveniências, por sinal, o normal é não haver autenticidade nas criaturas, e não só não se defende a própria causa, como também – consequência bem natural da frustração e da inautenticidade – se perseguem aqueles que advogam o direito de se manifestarem qual realmente são e não como se espera que sejam.

É curioso, por outro lado, no quesito da homofobia, que os mais furibundos detratores do movimento de concessão de liberdades civis a homossexuais revelam (conforme qualquer psicólogo de almanaque afirmaria, sem pestanejar) sérios problemas na área da definição sexual, o que os propele a tentar converter o mundo à heterossexualidade (como se isso fosse necessário, já que é tão natural como a homossexualidade – e, para eles, mais natural ainda que esta), porque… não estão muito seguros do que são. Ou seja: os homófobos constituem uma das classes mais contraditórias de ser humano que se podem conceber.

O que um heterossexual pode temer de gays? Parece ridículo, mas vou dizer o óbvio: não somos concorrentes dos heterossexuais! Somente bissexuais podem ser postulados como matéria de disputa entre os dois grupos (risos), mas não vamos incluí-los neste debate, para não problematizar um assunto já tido como tão complexo – inobstante me ria demais, de algo tão natural ser visto como um “monstro de sete cabeças”. Isso mesmo: natural, porque a Ciência afirma que, seja por predisposições psicológicas ou por programação genética, ninguém se torna ou é induzido a se tornar homossexual.

Não havendo contágio gay (porque, se houvesse, não haveria gays na Terra, já que todos somos paridos por heterossexuais), a liberação homossexual apenas trabalha para aplacar, por exemplo, o vergonhoso cinismo de “pais de família” clientes de travestis profissionais do sexo, que trazem DST’s para as esposas e outras dissimulações patéticas, todas filhas diretíssimas da homofobia.

É isso que se consegue condenando-se 10% da humanidade à clandestinidade: os gays continuarão gays (porque não se modifica algo que é estrutural e não conjuntural na psique humana, como a preferência sexual), mas não sofrem sozinhos a perseguição doentia, incompreensível e injusta que padecem – levam consigo oceanos de esposas, maridos, prostitutos e crianças frustrados e doentes com o desequilíbrio de lares disfuncionais (de tanta infelicidade e tormento dos pais), no carreiro da insensibilidade que os menos fortes psicologicamente e maduros moralmente devolvem (o que é muito bem empregado) à sociedade homofóbica e hipócrita, em retribuição a seu ataque desumano ao segmento gay que a constitui.

Roberto Daniel.



Quando é que a blasfêmia abominável de se confundir homossexualidade com vocação sacerdotal vai ser suspensa? Eu mesmo respondo: quando os heterossexuais que querem santos a seu serviço, e não homens e mulheres normais que fazem sua parte no campo do bem e indicam aos semelhantes o seu próprio caminho de autorredenção, pararem de esperar que os outros se sacrifiquem por seus interesses pessoais. Isto é: a morbidez da dissimulação em assunto tão sério, antes de chegar ao gay, que enlouqueceu na perseguição em casa, no colégio e na própria igreja, sendo visto como vergonha e motivo de escárnio em toda parte, tem início nas próprias comunidades que assim tratam e veem os homossexuais.

Vocação religiosa é algo deveras grave e sagrado. Há muitos religiosos sinceros que são gays. Mas, embora fosse isso mais comum no passado, expressiva parcela dos que se candidatam à “vida religiosa”, ainda hoje, fazem-no no desespero de ocultar, sob as vestes da respeitabilidade social, sua condição de desinteresse sexual pelo sexo oposto, disfarçando-o de celibato para fins nobres, espirituais.

Entre os desequilíbrios decorrentes desta violência que se perpetra contra si, há a celebérrima questão dos padres pedófilos, tão numerosos, que existem, há décadas, clínicas nos EUA especializadas exclusivamente em tratá-los, conquanto não se deva confundir pedofilia com homossexualidade reprimida, mesmo porque o maior percentual de abuso infantil continua sendo o que é levado a cabo por padrastos e pais biológicos contra enteadas e filhas indefesas, numa perfeita heterossexualidade desgovernada na lamentável e devastadora patologia sexual.

Homossexual é homossexual. Sacerdote é sacerdote. Sejamos autênticos, para que nos façamos coerentes.

Padre Gustavo Henrique.



Há  um ditado popular muito propalado pelo país, com variantes pequenas, que se configura mais ou menos nestes termos: “Pimenta nos olhos dos outros é colírio”. Um princípio psicológico acertadíssimo. A dor alheia costuma ser menoscabada, na mesma medida em que a própria é supervalorizada, por efeito da parcialidade inerente às funções do ego, sempre inclinado a se autopromover e a subestimar o valor do outro.

Assim, é comum que homens julguem não haver tanto machismo, como as mulheres o afirmam. O mesmo sentem brancos, em relação a negros que postulam por seus direitos, numa sociedade que visivelmente desfavorece, praticamente em todos os sentidos, os portadores de maior concentração de melanina na pele. Na modernidade, embora mais timidamente, em comparação com os dois exemplos típicos do vício do “não é bem assim: você está exagerando, porque tem um problema na área” (pelo óbvio do desacerto da assertiva neste caso), defensores da causa gay são vistos como cultores da hipérbole… até que apareça, a quem assim nos julga, um filho gay em casa, ou que a própria pessoa se veja desenvolvendo (seria mais correto, psicologicamente, dizer-se: descobrindo) tendências homossexuais em si. Logo, então, entram as racionalizações, as fugas e as projeções, para outros temas, do assunto que é, apenas e tão-somente: homofobia, pura e crua, abjeta e “descarada”.

Na trilha desta luta por criar uma realidade paralela que justifique o injustificável, o filho de 17 anos, envolvendo-se em namoro com um colega de 20, é tido como “menor abusado” – o que jamais se diria se o par se formasse por sexos opostos, ainda que a diferença de idade entre ambos fosse o dobro ou o triplo da aqui considerada.

Igualmente acontece com pessoas de destaque social ou proeminência de qualquer ordem, como professores, empresários abastados, homens públicos e psicólogos, que são apontados como “sedutores e aproveitadores de mentes mais influenciáveis ou de gente necessitada e fragilizada”, nesta mesma rota de argumentação hipócrita, quando se trata de homossexuais. Se a figura pública ou “de poder” se envolvesse com indivíduo do sexo oposto, a “vítima” seria imediatamente exalçada à categoria de “sortuda”, e os familiares “do(a) pobre coitado(a)”, que se mostravam revoltados e indignados com o “aliciamento” de seu ente “querido”, estariam orgulhosos e felizes de terem uma personalidade de destaque sendo agregada à família, por meio da relação HETEROSSEXUAL.

A mentira que se prega a si mesmo é a pior de todas. É disso que padece a maior parte dos homófobos da atualidade. Poucos são os que assumem abertamente sua ignorância e atraso, porque é exatamente isso que revela quem, com transparência e honestidade, em meios medianamente esclarecidos, condena a homossexualidade. Enquanto isso, os disfarces mal-ajambrados da homofobia continuam sendo utilizados, como se fosse possível esconder de qualquer criatura relativamente informada, hoje, algo tão óbvio como a homofobia.

Lidiane.


(Textos recebidos em 14 de setembro de 2009.)



« Última modificação: 17 de Setembro de 2009, 22:11 by Haga »
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Re: Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?
« Responder #14 em: 29 de Março de 2011, 22:39 »
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Gostei muito do texto, obrigada

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