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Autor Tópico: Lendas ...  (Lida 77231 vezes)

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Offline HelenaBeatriz

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Re: Lendas ...
« Responder #60 em: 10 de Julho de 2011, 00:49 »
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Lenda Sufi

Diz a lenda Sufi que o Senhor, após criar o homem e não tendo nada sólido
para construir a mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como a timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza, e assim a fez, entregando-a ao homem como sua companheira.
Após uma semana, o homem voltou e disse:
Senhor, a criatura que me deu faz minha vida infeliz. Ela fala sem parar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro
e, assim, minhas horas são desperdiçadas.
Ela chora por qualquer motivo, fica facilmente emburrada e, às vezes, perde muito tempo com bobagens. Vim devolvê-la porque não posso viver com ela.
Depois de uma semana, o homem voltou ao Criador e disse:
Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta!
Sempre penso nela, em como ela dançava, cantava.
Penso em como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se
achegava a mim. Ela era agradável de ver e de acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, gostaria que a devolvesse para o meu convívio.
Está bem!  disse o criador e a devolveu.
Mas três dias depois, o homem voltou e disse:
Senhor, eu não sei. Não consigo explicar, mas depois de toda a minha experiência como essa criatura cheguei à conclusão de que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe recebê-la de volta, de novo! Não consigo viver com ela!
O Criador respondeu:
Mas também não sabe viver sem ela.  E virou-se de costas para o homem e continuou Seu trabalho.
O homem, desesperado, disse:
Como é que vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela!
Aí arrematou o Criador:
Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto. Amor é um sentimento a ser aprendido. É tensão e satisfação.
É desejo e hostilidade. É alegria e dor. Um não existe sem o outro. A felicidade é apenas uma parte integrante do amor.

Isso é o que deve ser aprendido. O sofrimento também pertence ao amor.
Este é o grande mistério do amor: Sua própria beleza é seu próprio fardo!
Em todo esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso que consideremos sempre, a doação e o sacrifício, que caminham lado a lado com a satisfação e a alegria.

Maktub


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"O homem que considera sua razão infalível, está bem próximo do erro". Allan Kardec (LE)

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Re: Lendas ...
« Responder #61 em: 10 de Julho de 2011, 15:58 »
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A Lenda do Urutau


Uma das mais belas lendas do folclore brasileiro é a do Urutau.
O Urutau é um pássaro solitário e de hábitos nocturnos que dificilmente se deixa ver.
Este pássaro habita na região norte e nordeste da Argentina, nas matas do Paraguai, no Norte do Uruguai e do Brasil, onde lhe são atribuídos vários nomes: Jurutaui na região amazónica; Ibijouguaçú entre os Tupis e Mãe-da-Lua entre os mineiros. Estas designações correspondem a diversas regiões linguísticas: à dos tupis e guaranis e à do idioma quichua.

Pousado na ponta de um galho seco, fitando a lua e estremecendo a calada da noite, emite um canto bruxuleante que mais parece um lamento humano. Tem uma cabeça chata, olhos grandes e muito vivos, a boca rasgada de tal forma que os seus ângulos alcançam a região posterior dos olhos. A sua cor parda em tons de canela com riscas transversais e escuras permite-lhe adaptar-se perfeitamente ao galho da árvore, passando completamente despercebida. Este seu disfarce associado a uma perfeita imobilidade protegem-na dos seus predadores e permitem-lhe caçar as suas presas (besouros e borboletas) com uma grande facilidade.

O seu grito é, provavelmente, o mais pavoroso de quantos se conhecem no mundo das aves.

Em forma de "hu-hu-hu", que se faz ouvir após o anoitecer, procura, a solidão mais espessa dos bosques, de onde faz desprender a sua voz cheia de lamentos. Para muitos, a sua voz é semelhante ao clamoroso lamento de uma mulher que termina com amortecidos "ais". O seu canto provoca, portanto, espanto e piedade aos que possam ouvi-lo e é também fantasmagórico. "Meu filho foi, foi, foi" - interpreta o povo.

A par da voz queixosa e plangente, uma quase invisibilidade, confere-lhe o carácter de um ente misterioso. Muitos não o tomam por uma verdadeira ave, mas sim por um ser fantástico, inacessível à mão e aos olhos humanos. Já outros, porém, não duvidam de sua existência, mas consideram-no como um ente enigmático e superior, dotado de muitas qualidades fora das leis naturais, entre elas, o preservar das seduções e a pureza das jovens moças.

Conta-se que antigamente, matavam para esse fim uma dessas aves e tirava-se a pele que era, posteriormente, seca ao sol. Esta servia para os pais sentarem as suas filhas, nos três primeiros dias a partir do início da puberdade. No términus desse tempo, as jovens saíam "curadas", isto é, invulneráveis às tentações das paixões desonestas que as pudessem atrair. As qualidades sobrenaturais deste pássaro destacam-se nas crendices populares. As penas e a pele do urutau são para muitas pessoas bastante milagrosas. Assim, se para muitos o Urutau é, muitas vezes, associado a maus presságios, para outros e, segundo a mitologia Tupi-Guarani, trata-se de uma ave benfeitora (abençoada).

Conta a lenda que Nheambiú, uma bela moça, filha do Tuxaua da nação Guarani, se apaixonou profundamente por um bravo guerreiro Tupi chamado Cuimbaé, que havia sido feito prisioneiro pelos Guaranis.

Nheambiú pediu aos seus pais que consentissem no seu casamento com Cuimbaé. Porém, esse e os posteriores pedidos foram terminantemente negados, com a alegação de que Cuimbaé era um Tupi, ou seja, um inimigo mortal dos Guaranis.

Não suportando mais o sofrimento, Nheambiú desapareceu da Taba, causando um enorme alvoroço.

O velho cacique mobilizou então todos os seus guerreiros para que procurassem, por todo o lado, a sua preciosa filha.
Após uma longa busca, a jovem foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, como uma estátua de pedra. Ao vê-la, o pai sacudiu-a, mas ela não deu nenhum sinal de vida.

Então, o seu pai mandou chamar o feiticeiro da tribo, que a examinou dizendo o seguinte ao cacique: - Nheambiú perdeu a fala para sempre; só uma grande dor poderá fazer Nheambiú voltar ao que era.

Então começaram por informar a jovem índia de todas as notícias mais tristes possíveis: a morte do seu pai e a de todos os seus amigos.

No entanto, nada surtiu efeito. A jovem continuou inabalável e intacta.
Então o pajé da tribo aproximou-se e disse: - Cuimbaé acaba de ser morto.
Nesse mesmo instante, o corpo da jovem moça estremeceu todo e ela, soltando repetidos lamentos acabando por desaparecer da mata.

Todos os que ali se encontravam, cheios de dor, acabaram transformados em árvores secas, enquanto Nheambiú se transformou num Urutau ficando a voar, noite após noite, pelos galhos daquelas árvores amigas, chorando a perda do seu grande amor.

Dizem que foi dessa lenda que se originaram algumas superstições populares relativamente ao Urutau.

Uma dessas lendas, fala-nos de Jouma, um cacique dos Mocovies (Guaranis) que , surpreende a Marramac, nos braços de um estrangeiro e o mata com flechas. Porém, perde posteriormente a razão e transforma-se num Urutau.

Segundo uma outra versão, o Urutau é um menino, órfão de pai e mãe, que passa a vida muito triste, chorando a perda dos seus progenitores. Fita o Sol e a Lua e, quando os astros desaparecem, não faz mais do que lamentar-se.

Contava uma lenda também, que o urutau foi uma pessoa que não quis visitar o Menino Jesus, e por isso hoje chora arrependido de Novembro a Janeiro.
Outra lenda diz que "carta de amor escrita com pena de Urutau tem sempre resposta favorável".

Já outra diz que a pele dessa ave preserva as donzelas dos deslizes e as protege contra os alheios de intenções menos honestas.

Devido à sua existência misteriosa, o Urutau além das lendas era objecto de práticas supersticiosas. Os Guaranis acreditavam que partindo-se as asas e as pernas do pássaro durante a noite, no dia seguinte ele amanhecia perfeito. Segundo algumas crendices indígenas, esta ave nocturna revestia-se de atribuições que são inerentes ao Cupido. As penas do Urutau eram eficazes talismãs de amor. Assim sendo, aquele que conduzir uma de suas penas, atrai a simpatia e o desejo do outro sexo; que se consegue qualquer pretensão com a escrita com uma de suas penas. Acreditava-se ainda, que as suas penas e as suas cinzas eram remédios contra doenças.

Há também quem diga que, na Amazónia, há o costume de varrer o chão, sob o véu das noivas, com as penas da cauda do Jurutauí (designação pela qual o Urutau é conhecido nesta região), a fim de se garantir para as futuras esposas todas as virtudes do mundo.
Outra das crenças mais curiosas no poder sobrenatural do Urutau é a que faz referências àsua posição face ao ciclo solar. Quando o sol nasce o pássaro volta a sua cabeça para ele e acompanha-o no seu percurso. Quando o astro caminha para o Poente, começa então a entoar o canto dolorido "U - ru - tau". Conta-se também que, Couto de Magalhães elevou o Urutau à categoria dos deuses, reservando-lhe o segundo lugar da sua teogonia Tupi. Todas essas considerações, entretanto, levam-nos a classificar o Urutau como um pássaro feérico (mágico), que existe por direito próprio. O Urutau é um pássaro que pertence à Ordem dos Caprimulgiformes, família dos Nyctibiidae. No Brasil, ocorrem as seguintes espécies: Nyctibius grandis (Urutau, Mãe-da-Lua Gigante); Nyctibius griseus (Urutau) e Nyctibius aethereus (Mãe-da-Lua Parda).
Veja também: (Clique aqui)
Crenças populares para atrair a boa sorte
As mais belas lendas do Brasil
Superstições: a sorte e o azar no mundo animal
Amuletos brasileiros
Fantasias e fantasmas


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Re: Lendas ...
« Responder #62 em: 12 de Julho de 2011, 17:54 »
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A Lenda de Ulisses



Ulisses (também chamado de Odisseu) sabia antes de ir a Tróia que decorreriam vinte anos para o seu retorno à sua ilha rochosa de Ítaca, seu filho Telêmaco e sua esposa Penélope. Permaneceu em Tróia por dez anos e por outros dez singrou os oceanos, naufragou, acabando por ficar desprovido de todos os seus companheiros, freqüentemente com a vida por um fio, até que no vigésimo ano chegou mais uma vez às praias de sua ilha natal.


O Ciclope




Ao deixar Tróia, Ulisses e seus companheiros primeiramente encontraram os Cicônios, cuja cidade eles saquearam, mas em cujas mãos sofreram pesadas baixas. Estiveram em perigo de perder mais elementos para os Comedores de Loto, hedonistas que nada faziam além de ficarem sentados e comendo as saborosas frutas que os faziam esquecer todos os cuidados e responsabilidades. Ulisses teve que arrastar a força de volta ao navio aqueles que, entre os seus homens, provaram o loto. Mal tinham se recobrado da aventura quando enfrentaram a seguinte, o encontro com o Ciclope Polifemo.

Os ciclopes eram uma raça de fortes gigantes de um só olho, que ocupavam uma fértil região onde o solo gerava abundantes plantações por conta própria, fornecendo um pasto farto para as gordas ovelhas e bodes. Ansioso para encontrar os habitantes de tal terra, Ulisses direcionou um navio para o porto e, desembarcando, se dirigiu juntamente com a tripulação à caverna do Ciclope Polifemo, um filho de Posídon. Polifemo estava fora cuidando de suas ovelhas, assim Ulisses e a tripulação ficaram à vontade, até que ele retornou com o seu rebanho ao crepúsculo. O Ciclope era forte. Monstruoso e terrível e após algumas poucas perguntas sobre a origem e o que desejavam seus hóspedes inesperados, agarrou dois deles e fez seus miolos saltarem ao chão antes de devorá-los. A seguir o Ciclope sentiu-se sonolento; Ulisses considerou esfaqueá-lo até a morte, mas desistiu da idéia quando percebeu que a fuga seria impossível, pois a entrada da caverna tinha sido bloqueada com uma grande rocha, a qual o Ciclope podia erguer com uma só mão, mas seria impossível de mover mesmo com a força combinada de Ulisses e seus companheiros. O Ciclope comeu mais dois homens de Ulisses como refeição matinal e então saiu, tomando o cuidado de recolocar a grande pedra na entrada da caverna. O inteligente Ulisses não demorou a montar um plano de ação. Ele aguçou a ponta de uma grande estaca de madeira que havia no chão da caverna e endureceu sua ponta ao fogo.

Ao cair da tarde quando Polifemo retornou à caverna, Ulisses ofereceu-lhe uma tigela de forte vinho para acompanhar sua ração de marinheiros gregos. O Ciclope bebeu o vinho com entusiasmo e pediu para que a tigela fosse reenchida três vezes. Então, num estupor de embriaguez, deitou-se para dormir. Antes de dormir, perguntou o nome de seu hóspede, e Ulisses respondeu que era "Outis", ou seja, "Ninguém" em grego; o Ciclope prometeu que em retribuição pelo vinho comeria "Ninguém" por último. Assim que o monstro dormiu, Ulisses aqueceu a ponta da estaca ao fogo; quando ela ficou em brasa ele e quatro de seus melhores homens enterraram a ponta no olho único do Ciclope. O olho emitiu um chiado, semelhante "ao alto silvo que sai de um grande machado ou enxó, quando o ferreiro coloca a peça dentro da água para conferir-lhes têmpera e dar força ao ferro". O Ciclope, rudemente acordado pela dor terrível, urrou e rugiu, chamando seus vizinhos, os outros Ciclopes, para que viessem ajudá-lo. Mas quando estes se agruparam do lado de fora de sua caverna e perguntaram quem o estava incomodando, quem o tinha ferido, sua única resposta foi que Ninguém o incomodava e Ninguém o estava ferindo; assim eles acabaram perdendo o interesse e se retiraram.

Ao amanhecer, Ulisses e seus homens se preparam para fugir da caverna; cada homem foi amarrado embaixo de três grandes ovelhas, enquanto Ulisses alojou-se sob o líder do rebanho, um grande carneiro com magnífica lã. O Ciclope cego afastou a pedra e sentou-se à entrada da caverna, tentando agarrar a tripulação de Ulisses que estava saindo juntamente com as ovelhas, mas estes passaram a salvo por suas mãos, Ulisses por último. Guiando as ovelhas para o seu navio, eles trataram de zarpar rapidamente, apesar que Ulisses não resistiu zombar do Ciclope, que respondeu atirando pedaços de penhascos na direção de sua voz, alguns chegando a cair muito próximos do barco. Assim, Ulisses reuniu-se ao restante da esquadra e, enquanto os marinheiros pranteavam os companheiros perdidos, consolaram-se com as próprias ovelhas que tinham auxiliado sua fuga da caverna.


Eólia




Da ilha do Ciclope, Ulisses velejou até que chegou à ilha flutuante de Eólia, cujo rei, Éolo, tinha recebido de Zeus o poder sobre todos os ventos. Éolo e sua grande família receberam Ulisses e sua tripulação de maneira hospitaleira, e, ao chegar a hora da partida, Éolo deu a Ulisses uma bolsa de couro na qual tinha aprisionado todos os ventos tempestuosos; a seguir, invocou uma boa brisa para o oeste que levaria os navios a salvo para casa, em Ítaca. Eles velejaram no curso por dez dias e estavam à vista de Ítaca quando o desastre os atingiu. Ulisses, que tinha ficado acordado toda a jornada segurando o leme do barco, caiu num sono exausto, e sua tripulação, não sabendo o que havia na bolsa de couro, começou a suspeitar que continha um valioso tesouro que Éolo teria dado a Ulisses. Ficaram enciumados, sentindo que tinham enfrentado as situações difíceis com Ulisses, devendo também compartilhar suas recompensas: acabaram por abrir a bolsa e acidentalmente libertaram os ventos. Ulisses acordou no meio de uma medonha tempestade, que soprou o navio de volta a Eólia. Desta vez a recepção dada a Ulisses e a seus companheiros foi bastante diferente. Eles pediram que Éolo lhes desse uma nova chance, mas, este declarando que Ulisses devia ser um homem odiado pelos deuses, negou-se terminantemente a ajudá-los, mandando embora Ulisses e seus companheiros.

Circe

Na sua seguinte chegada à terra, Lestrigônia, todos os navios, com exceção o de Ulisses, foram perdidos num calamitoso encontro com os monstruosos habitantes; assim foi num estado considerável de pesar e depressão que Ulisses e seus camaradas sobreviventes viram-se na ilha de Aca. Desembarcando, permaneceram deitados dois dias e duas noites na praia, completamente exaustos pelos seus esforços e desmoralizados pelos horrores que tinham passado. No terceiro dia, Ulisses levantou-se para explorar a ilha, e a partir de um outeiro percebeu fumaça saindo de uma habitação na floresta. Decidindo prudentemente a não fazer um reconhecimento imediato, retornou ao barco para contar a novidade aos companheiros. Previsivelmente ficaram amedrontados, lembrando dos Lestrigões e do Ciclope, mas, como Ulisses estava determinado a explorar, dividiu sua companhia em dois grupos, um comandado por ele próprio e o outro por um homem chamado Euríloco. Os dois grupos tinham a sorte e a tarefa da exploração recaiu em Euríloco, enquanto Ulisses permaneceu no navio.....................................................



Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/ulisses.htm#ixzz1RuZGQiI1

« Última modificação: 12 de Julho de 2011, 18:03 by HelenaBeatriz »
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Re: Lendas ...
« Responder #63 em: 25 de Novembro de 2011, 14:32 »
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A Moça Tecelã
Por Marina Colasanti


Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos  do algodão  mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.




— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins.  Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta.  Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.


Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis.
Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei, mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em amor, Contos de amor rasgados, Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Esse amor de todos nós, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, também, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

Texto extraído do livro “Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento”, Global Editora , Rio de Janeiro, 2000, uma colaboração da amiga Janaina Pietroluongo, da longínqua Oxford.


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Re: Lendas ...
« Responder #64 em: 01 de Janeiro de 2012, 23:52 »
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Duplo Silêncio
(Lenda Judaica)


Dois amigos cultivavam o mesmo campo de trigo, trabalhando arduamente a terra com amor e dedicação, numa luta estafante, às vezes inglória, à espera de um resultado compensador.
Passam-se anos de pouco ou nenhum retorno. Até que um dia, chegou a grande colheita. Perfeita, abundante, magnífica, satisfazendo os dois agricultores que a repartiram igualmente, eufóricos.
Cada um seguiu o seu rumo.
À noite, já no leito, cansado da brava lida daqueles últimos dias, um deles pensou:
"Eu sou casado, tenho filhos fortes e bons, uma companheira fiel e cúmplice. Eles me ajudarão no fim da minha vida.
O meu amigo é sozinho, não se casou, nunca terá um braço forte a apoiá-lo. Com certeza, vai precisar muito mais do dinheiro da colheita do que eu".
Levantou-se silencioso para não acordar ninguém, colocou metade dos sacos de trigo recolhidos na carroça e saiu.


Ao mesmo tempo, em sua casa, o outro não conciliava o sono, questionando:
"Para que preciso de tanto dinheiro se não tenho ninguém para sustentar, já estou idoso para ter filhos e não penso mais em me casar. As minhas necessidades são muito menores do que as do meu sócio, com uma família numerosa para manter".
Não teve dúvidas, pulou da cama, encheu a sua carroça com a metade do produto da boa terra e saiu pela madrugada fria, dirigindo-se à casa do outro. O entusiasmo era tanto que não dava para esperar o amanhecer.
Na estrada escura e nebulosa daquela noite de inverno, os dois amigos encontraram-se frente a frente.
Olharam-se espantados. Mas não foram necessárias as palavras para que entendessem a mútua intenção.
Amigo é aquele que no seu silêncio escuta o silêncio do outro.


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Re: Lendas ...
« Responder #65 em: 26 de Maio de 2012, 22:57 »
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Iguaçu, as Cataratas que Surgiram do Amor

Distribuída em várias aldeias, às margens do sereno Rio Iguaçu, a tribo dos Caiangangs formava uma poderosa Nação Indígena.
 Tinham como deuses Tupã, O Deus do Bem e M’Boy, seu filho rebelde, o Deus do Mal.
 Era este o causador das doenças, tempestades, das pragas nas plantações, além dos ataques de animais ferozes e das demais tribos inimigas.
A fim de se protegerem do Deus do Mal, em todas as primaveras, os Caiangangs a ele ofereciam uma bela jovem como esposa, ficando esta impedida para sempre de amar alguém.
 Apesar do sacrifício, esta escolha deveria ser para ela um privilégio, motivo de honra e orgulho. Naípi, filha de um grande cacique, conhecida em todos os cantos por sua beleza, foi desta vez a eleita.

Feliz, aguardava com ansiedade o dia de tornar-se esposa do temido Deus.
 Iniciaram-se assim os preparativos da grande festa.
 Convidados chegavam de todas as aldeias para conhecê-la. Entre eles estava Tarobá, valentes guerreiros, famosos e respeitados por suas vitórias.
 Ocorreu que, talvez pela vontade do bom Deus Tupã, Tarobá e Naípi vieram a se apaixonar, passando a manter encontros secretos às margens do rio.

Sem ser notado, M’Boy acompanhava os acontecimentos, aumentando a sua fúria a cada dia. Na véspera da consagração, os jovens encontraram-se novamente às margens do rio. Tarobá preparou uma canoa para fugirem no dia seguinte, enquanto todos adormeciam, fatigados com as danças e festejos e sob efeito das bebidas fermentadas.

Iniciaram a fuga e, já à boa distância do local M’Boy concretizou sua vingança. Lançou seu poderoso corpo no espaço em forma de uma enorme serpente, mergulhando violentamente nas tranqüilas águas e abrindo uma cratera no fundo do rio Iguaçu. Formaram-se assim as cataratas, que tragaram a frágil canoa.
Tarobá foi transformado em uma palmeira no alto das quedas e Naípi em uma pedra nas profundezas de suas águas.
Do alto, o jovem apaixonado contempla sua amada, sem poder tocá-la. Restando-lhe apenas murmurar seu amor quando a brisa lhe sacode a fronde.

Em todas as primaveras lança suas flores para Naípi, através das águas, como prova de seu amor.
A jovem está sempre banhada por um véu de águas claras e frescas, que lhe amenizam o calor de seus sentimentos.
Ainda hoje, M’Boy permanece escondido numa gruta escura, vigiando atentamente os jovens apaixonados. Ouve-se dizer que, quando o arco-íris une a palmeira à pedra, pode-se vislumbrar uma luz que dá forma aos dois amantes, podendo-se ouvir murmúrios de amor e lamento.
As Cataratas do Iguaçu são atualmente uma das 7 maravilhas da Natureza.

Lenda Indígena – Sem Autor


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Re: Lendas ...
« Responder #66 em: 26 de Maio de 2012, 23:01 »
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A lenda do Japim mágico

Diz a Lenda, que em certa época uma doença terrível atacou os índios, provocando a morte de muitos deles. Os índios que restaram pediram a ajuda de Tupã.

Tupã então passou a observar os índios e notou que eles estavam tão tristes pela morte de suas famílias que não caçavam, pescavam, plantavam e nem dançavam mais.
 Comovido com os índios Tupã envia o seu protegido Japim, um pássaro de canto mágico, para alegrar e curar os índios.

E o Japim então pousou em cima de uma oca no centro da aldeia e cantou suas melodias mágicas. A beleza e variedade do canto entraram pelos ouvidos dos índios enchendo seus corações de alegrias, curando os doentes e afastando a tristeza.

Assim, os índios voltaram a fazer suas atividades diárias como caçar, pescar, dançar....
 Tupã então chama o Japim de volta, mas os índios pedem a Tupã que deixe o Japim junto deles para alegrar suas vidas todos os dias.
Tupã concorda e deixa o Japim.

O Japim cantava todos os dias e os índios estavam felizes.
Assim o Japim passou a ser venerado como um santo. Era tanta a bajulação em cima do Japim que ele ficou convencido e passou a se sentir um rei.
Até o ponto que já não mais cantava na aldeia, vivia pelas matas passeando e imitando os outros pássaros, mas como o seu canto era mágico ele sempre cantava melhor do que os que ele imitava.

O Japim sentia-se superior a todos os outros pássaros por ser o protegido de Tupã, por ser o seu canto o mais bonito de todos e não se misturava com os outros a não ser para desprezá-los.

Tanto fez o Japim que um dia Tupã ficou muito zangado e o castigou retirando a sua proteção e seu canto mágico, agora ele só permite que o Japim imite o canto dos outros pássaros, porém sem perfeição.

Quando as outras aves perceberam o que tinha ocorrido, passaram a rir e a atacar o Japim desmanchando seus ninhos e quebrando seus ovos, obrigando ao Japim fazer o seu ninho sempre próximo aos vespeiros e com isso sempre tomar ferroadas.

 E é por isso que o Japim só imita outras aves e faz seus ninhos muito próximos de colméias de vespas e abelhas.


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Re: Lendas ...
« Responder #67 em: 26 de Maio de 2012, 23:26 »
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Bogorotire, o Homem Chuva

Begorotire era um índio feliz.
Certo dia, porém, havendo sido injustiçado na divisão da caça, ficou furioso, decidindo que sairia à procura de outro lugar para viver.
Cortou os cabelos da esposa e da filha, pintando toda a família com uma tintura preta que havia retirado do fruto do jenipapo.
Pegou um pedaço de madeira pesada e resistente, fazendo a primeira borduna Caiapó, com o cabo trançado em preto e a ponta tingida com sangue da caça.
Chegou então ao alto de uma montanha, levando sua arma, e começou a gritar.
Seus gritos soaram como fortes trovões.
 Girou fortemente a borduna no ar e de suas pontas saíram relâmpagos.
Em meio ao barulho e às luzes, Begorotire subiu aos céus.
Os índios assustados atiraram suas flechas, mas nada conseguiu impedir que o índio desaparecesse no firmamento.

As nuvens, também assustadas, derramaram chuva.
Por isso Begorotire tornou-se o homem chuva.
Tempos depois, levou toda a família para o céu, onde nada lhes faltava, e de lá muito fez para ajudar os que na terra ficaram.
Juntou sementes de suas fartas roças, secou-as sobre o girau, entregando-as a uma filha para trazê-las.
A índia desceu dentro de uma cabaça enorme amarrada a uma longa corda, tecida com as próprias ramas do vegetal. Caminhando pela floresta, um jovem encontrou a cabaça, amarrou-a com os cipós e pedaços de madeira e, com ajuda dos amigos levou-a para a aldeia.
A mãe, abrindo a cabaça, encontrou a índia, a filha da chuva, que estava magra e com longos cabelos, por lá haver permanecido muito tempo.

A jovem foi retirada e alimentada, e teve seus cabelos aparados. Ao ser indagada, a filha da chuva explicou por que viera, entregando-lhes as sementes enviadas por seu pai e deixando a todos muito felizes.
 O jovem que encontrou a cabaça casou-se com a moça, passando esta a morar novamente na terra.
Com o tempo, resolveu visitar os pais. Pediu ao esposo vergasse um pé de Pindaíba, trazendo a copa até o chão.
Sentou-se sobre ela e, ao soltarem a árvore, a índia foi lançada ao céu.
Ao retornar, trouxe consigo toda a família e cestos repletos de bananas e outros frutos silvestres.

Begorotire ensinou a todos como cultivar as sementes e cuidar das roças, regressando depois ao seu novo lar.
 Até hoje, quando as plantas necessitam de água, o homem chuva provoca trovões, fazendo-a cair sobre as roças para mantê-las sempre verdes e fartas.

Lenda Indígena – Sem Autor


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« Responder #68 em: 10 de Junho de 2012, 14:30 »
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A Lenda do Céu

Andorinha… andorinha… andorinha voou…
Andorinha caiu… curumim carregou.

- Piá, não me maltrata não, que eu levo você pro mato, enxergar bichos tamanhos e correr com os guanubis.
O menino brincava… andorinha sofria…
De um lado pra outro atordoada gemia.
- Piá, não me maltrata não, que eu levo você pro mar, ver as ondas, ver as praias, ver os peixinhos do mar.

O menino malvado machucava e já morre morrendo, a coitada falou:
- Piá… não me maltrata não, que eu levo você pro céu e nunca ninguém não cansa de ver as coisas no céu, é um sítio bonito mesmo, beradiando o trem de ferro, lá você acha a sua gente, que faz muito que morreu, assegura em minhas penas, vamos embora com Deus.

Andorinha… andorinha… foi voando pro céu… curumim carregou.
- Assegura bem menino, não tem saudade do mundo, que o mundo é só perdição.
Avoou… avoou… afinal se chegou.
Andorinha desceu, curumim apeou, abriu os olhos e viu, era o céu…
Ô boniteza… tinha espingarda, gangorra… estilingue, tanta surpresas que era mesmo um desperdício.
- Olha o cachorro jaguar… olha a ave siriema… olha as 3 Marias… da gente bolear andus, era que nem um pomar, com tanta fruta aromando que o ar ficava… que ficava… bonzinho de respirar.

O menino caminhava pelos postes da linha e lá pelo varjão se ouvia, de uma fordeca xispada, um abôio, tão chorado… que acuava no corpo doce, o sono do brasileirinho.

Tinha mandioca e açaí, mate, cana, arroz, muita banana e feijão, milho, cacau, tinha até pra lá do cercado novo, cheio de taperebas um rancho do nosso povo com seu mastro de São João e no galpão um homem comprido de uma quente morenês, com a pele bem sapecada pelo sol desse país, tocava uma sanfona, uma mazurca tão linda que se parava um bocado o ouvido cantava ainda.
O menino olhou pro homem e disse:

- Bastarde tio…

- Meu sobrinho… entra no rancho, nossa gente já está lá.

E o menino se rindo, matava a saudade do coração… tomava a bênção da mãe… do pai… abraçava o irmão…
Afinal topou com o primo que era unha e carne com ele e comovidos os dois se deram as mãos e foram brincar pra sempre pelos pagos abençoados do meio-dia do céu.

No céu, é sempre meio-dia, não tem noite, não tem doença e nem outra malvadez; a gente vive brincando e não se morre outra vez.

Mário de Andrade

*Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9/10/1893 — São Paulo, 25/2/1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil. Andrade foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna, em 1922, que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil, tendo sido um dos integrantes do "Grupo dos Cinco". As idéias por trás da Semana seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas.

« Última modificação: 10 de Junho de 2012, 14:35 by HelenaBeatriz »
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Re: Lendas ...
« Responder #69 em: 14 de Setembro de 2012, 21:39 »
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* 200161244-0011.jpg (258.64 Kb - transferido 1560 vezes.)
Por que os galos cantam pela manhã?

A deusa Afrodite era casada com o deus ferreiro Hefestos e amante do deus Marte, com quem se encontrava no mesmo leito em que dormia com o esposo.
Hefestos trabalhava em sua forja no interior da Terra e voltava para casa de manhã.
Marte, para evitar um confronto com Hefestos, colocou na porta da casa onde se encontrava com a deusa do amor, um jovem chamado Elektrion, dizendo que o avisasse todas as vezes em que o sol despontasse e o marido aparecesse.
Um dia, porém, o vigia dormiu e Hefestos voltou, pegando os dois amantes em flagrante.
Foi o que se poderia chamar de um escândalo olímpico!
Marte, por castigo, disse ao jovem que, daquele dia em diante, todas as vezes que o sol nascesse ele seria forçado a dar um aviso. Elektrion, em grego, é galo.


Mitos Gregos
José Carlos Leal
Professor universitário de Literatura greco-romana, escritor e palestrante


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Re: Lendas ...
« Responder #70 em: 24 de Setembro de 2012, 14:09 »
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* 419436_4579595409518_1685418219_n.jpg (847.13 Kb - transferido 1608 vezes.)
SAMAÚMA

 É uma árvore frondosa, considerada sagrada para o antigo povo “maia” e os que habitam às florestas. Pertence às famílias bombacáceas. (Ceiba Pentandra Gaertn).

Consta que é nativa da América do Sul e África, onde atinge a desproporcional altura de setenta metros. Sem dúvida compondo, em conjunto, as mais altas de todas as árvores.

É comum que se destaque no meio das demais, como as castanheiras, atingindo 35 a 45 m. Sua copa ocupa uma enorme extensão porque seus ramos horizontais são longos e abundantes.

A SAMAÚMA é tida como a "Mãe da Floresta". Para muitos considerada uma raínha ou simplesmente uma princesa, pela sua enorme altivez e pelo que se constitui. Chamam-na também de barriguda; sumaúma; samaumeira ou sumaumeira.

É muito admirada por sua beleza natural, pelos mistérios que a cercam e pelas propriedades medicinais inexploradas.

Sempre é ligada às coisas da natureza. Na Amazônia, onde se encontra em extinção, é nome de cinco ilhas fluviais: no Tocantins, no Tapajós, no Uaupés, a do Cuminá e a do Curuá.

É o nome de dois lagos. Um à margem do Amazonas e outro do Mamuru. E de duas cachoeiras, uma no rio Tiquié e outra, no Catrinâmi. É o nome de um barco que faz ininterrupta comunicação, entre as famílias relacionadas às diversas "samaúmas" dessa extensa região.

De gênero muito variado chega a possuir mais de um cento de espécies.

Típica de várzea, de pantanais e matas alagadas, talvez, por isso, conhecida por algumas singularidades, como o armazenamento de água em seu tronco.

Influenciada pelas as fases da lua, há ocasiões que a água existente no interior da Samaúma desloca-se para a copa ou raízes.

O movimento das águas no seu interior produz ruídos, que o caboclo chama de "estrondos", podendo se ouvir ao longe na floresta. Os povos das grandes matas costumam utilizar sua água quando estão com sede e longe de outros mananciais.

Consta que é milenar e de enorme tradição. Apresenta uma peculiaridade com relação aos pequenos animais escandentes como sagüis, bicho preguiça e outros que, ao perceberem que estão expostos aos ataques de aves predadoras, procuram a proteção das frondes das samaúmas.

Essa árvore gera uma paina sedosa e macia, extremamente, leve e espessa que envolve as sementes. Elas se mantêm intimamente agregadas como se para resguardá-las e ao estarem prestes a germinar, a paina tangida pelo vento, arrasta-as para longe, espalhando-as, semeando-as, por uma área de raio muito amplo e, em contato com a terra brotarão para o engrandecimento e a perpetuação da espécie.

A fibra é industrializada para enchimento de colchões, almofadas e coletes salva-vidas, isolante térmico e acústico para câmaras frigoríficas e aviões.

A madeira considerada leve e fácil de manusear é explorada para industrialização de compensado, de polpa de papel, de embarcações fluviais, para a fabricação de brinquedos e maquetas.

Como o estimado Dr. Otavio Castello de Campos Pereira, médico, na capital paulista, já nos perguntaram se a Samaúma tem significado na Maçonaria? E respondemos que não. A questão que se levanta está ligada ao sítio, que mantemos na WEB há dezesseis anos (estamos em 2012 ) – pois esta árvore, é para nós, o símbolo mais autêntico da Internet - www.samauma.biz - também dedicado a Maçonaria Regular Brasileira.

Conforme esse amigo, devemos acrescentar, neste trabalho: -

"Sei que a Samaúma por reter água, no seu tronco se serve para comunicação entre os povos moradores da floresta: porque quando se bate com pancadas ritmadas, no seu tronco, produzem se ribombos ouvidos a grande distância.

De acordo com a medicina popular aprendemos que a água da Samaúma ou o chá da sua casca é um remédio muito poderoso. Capaz de fazer mulheres engravidarem.

Recentemente, ouvi a palestra de um ex-seringueiro - Sr. Florêncio Siqueira de Carvalho que destaca o seguinte:
- "Existem igarapés-mirins mantidos pela Samaúma, na época da seca".
Segundo ele, suas raízes de tão profundas, atingem o lençol freático. Dessa forma, capta água no interior da terra e a espalha pela superfície, tal como uma bomba, preservando esses charcos e essas fontes perenes. Realmente, as raízes superficiais cobrem um raio de mais de trezentos metros tendo por centro o seu tronco e quando ela estronda libera a água do caule para o solo regando as plantas que estão ao seu alcance durante a estiagem."

SAMAÚMA, para muitos, simboliza a imortalidade. Na prática, além de dar guarida e proteger pequenos animais, ela é o traço de união, de correspondência, de contato de ligação, de aproximação e de harmonia entre muitos entes das selvas que se sentem bem sob sua fronde. Ela tem um destaque de nobreza e uma grandeza própria dos seres raros e majestosos da natureza.

Tibério Sá Maia
http://www.samauma.biz/site/samauma/tsm1228samaumaoquesignifica.htm


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Re: Lendas ...
« Responder #71 em: 11 de Novembro de 2012, 15:39 »
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Falando sobre o Egito antigo.

Na mitologia egípcia, Hórus é o deus dos céus. Ele tinha cabeça de falcão e os
olhos que representavam o sol e a lua. Nesta edição vamos ler um poema antigo que nos revela um pouco desta estória.
Após derrotar Seth (Segundo a mitologia este era associado à violência e à negatividade), Hórus tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando
com Seth, que foi substituído por um amuleto de serpente (que os faraós passaram a usar na frente das coroas), e pelo o Olho de Hórus (que simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas). Depois da recuperação, Hórus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth (Simbolizando o mal).
Como vemos queridos irmãos, esta luta entre o bem e o mal já existe há tempos. Todos nós temos um pouquinho de Hórus e um pouquinho de Seth dentro de nós, temos que saber como agimos para deixar que o bem vença sempre.
O Olho que Hórus feriu (o olho esquerdo/ o olho da intuição) é o Olho da Lua, o outro (o direito) é o Olho do Sol. Esta é uma explicação dos egípcios para as fases da lua, que representariam o olho ferido de Hórus e também as diversas fases pelas quais passamos em nosso processo intuitivo.
Alguns detalhes do personagem foram alterados ou mesclados com outros personagens ao longo das várias dinastias, seitas e religiões egípcias. Por exemplo, quando Hórus (Heru) se funde com Ra (O deus Sol), ele se torna Ra-Horakhty. O Olho de Horus egípcio tornou-se um importante símbolo de poder chamado de Wedjat, que além de proporcionar poder afastava o mau-olhado, pois segundo os egípcios os olhos eram os espelhos da alma.
Lenda sobre a concepção de Hórus.
De acordo com uma lenda difundida no Antigo Egito, Hórus foi concebido por Ísis, quando Osíris, que era seu pai, já estava morto. A lenda sugere que a fecundação ocorreu quando Isis, na forma de um pássaro, pousou sobre a múmia do esposo, que estava em um tipo de sofá.
Uma estela datada de 1400 a.C. (hoje guardada no Museu do Louvre), contém este hino sobre o tema:
Oh benevolente Ísis
        que protegeu o seu irmão Osiris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
        Ela, que lhe proporcionou sombra com suas asas
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o desesperançado, estava morto,
        que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...

O olho de Hórus na Medicina

Existem várias explicações para a origem do símbolo RX uma delas é de que o símbolo deriva do "Olho de Horus" ou "Olho Sagrado", um símbolo mitológico do Egito antigo que significa proteção, restabelecimento da saúde, intuição e visão. Os egípcios usavam o símbolo para afastar o perigo, a doença e má sorte, sendo muito parecido com a abreviação "Rx". O símbolo originou da lenda do deus egípcio Hórus (ou Harpócrates). Numa das disputas do bem contra o mal, Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus (a lua), mas foram curados e sua visão restaurada, quando Toth (deus da sabedoria) uniu as partes e derramou leite de gazela. Finalmente, após 80 anos, Hórus, com sua visão restaurada, derrotou Seth e tomou o trono do Egito, reunindo-o novamente.
O símbolo une um olho humano com as marcas de um falcão, ou cicatrizes da restauração, pois Hórus tinha a cabeça de falcão e tem sido usado por séculos, representando saúde e proteção.
Nos tempos em que os médicos precisavam prescrever a fórmula do medicamento, e misturando e compondo seus ingredientes, a abreviação "Rx" era completada por uma afirmação como "fiat mistura" que significa "que a mistura seja feita".

Hórus e o cristianismo

Ao lado, uma estátua de Ísis - a esposa e irmã de Osíris, cuidando de seu filho, Hórus – datada da dinastia egípcia Ptolomaica. “A iconografia de Hórus ou influenciou ou foi justamente apropriada na arte cristã primitiva”.

Podemos pesquisar o tema através da internet em links encontrados com a referência “Jesus nas  comparações mitológicas”. Fazendo um breve resumo temos as seguintes informações:  Hórus é segunda pessoa da "Tríade" egípcia, composta por Osíris, o pai, Hórus, o filho e Ísis, a mãe. São citados fatos, como a concepção por ato divino e também a ressurreição após o terceiro dia. Particularmente como humilde estudioso, acredito que nas histórias dos avatares (Buda, Moisés, Lao Tsé,etc) sempre encontraremos pontos em comum, não por
serem inventados, mas porque de fato existe um burilar comum (em algum momento) para todos que trazem esta missão.

* 118360296427544778_XbmzryEO_b.jpg (289.51 Kb - transferido 1643 vezes.)
O cérebro humano e a terceira visão (intuição).


Segundo uma lenda, o Olho Esquerdo de Hórus simbolizava a lua e o Olho Direito, o sol. Depois da recuperação de sua saúde após uma batalha onde se feriu, o mesmo passou a usar este amuleto.
Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além. É interessante observar também o quanto o desenho do Olho de Hórus se parece com a anatomia interna do cérebro humano.
O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.
O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada
pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro,
para os sentimentos e a intuição.
Os egípcios também utilizavam o Olho de Hórus, em fragmentos, como parte de seu sistema numérico. As partes do olho representavam frações. Cada parte com seu valor.

O uso do Olho de Hórus

O Olho de Hórus ou 'Udyat'
também  é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa proteção, coragem e poder, Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no
Egito em todas as épocas. Hoje em dia, o Olho de Hórus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a ideia de trazer proteção, vigor e saúde.
O Olho de Hórus e a serpente simbolizavam poder real, tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usar serpentes esculpidas na coroa. Os antigos acreditavam que este símbolo de ndestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma. Este símbolo aparece no reverso do Grande selo dos Estados Unidos da América, sendo também um símbolo frequentemente usado e relacionado à Maçonaria.


Fonte: Pesquisas na Internet.


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"O homem que considera sua razão infalível, está bem próximo do erro". Allan Kardec (LE)


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