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Autor Tópico: Quarta Terça-Feira  (Lida 2245 vezes)

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Offline Diana

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Quarta Terça-Feira
« em: 28 de Setembro de 2007, 13:01 »
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Quarta Terça-Feira Falamos de Morte

 Comecemos com esta idéia - disse Morrie. - Todo mundo sabe que vai morrer, mas ninguém acredita.
(...)
- Todo mundo sabe que vai morrer - repetiu Morrie -, mas ninguém acredita. Se acreditássemos, mudaríamos nosso comportamento.
- De maneira que nos iludimos a respeito da morte - sugeri.
— Isso. Mas há uma abordagem melhor. Saber que se vai morrer e preparar-se para receber a morte a qualquer momento. Assim é melhor. Assim, podemos ficar mais envolvidos com a vida enquanto vivemos.
— Como podemos nos preparar para morrer? — perguntei.
- Fazendo como os budistas. No começo de cada dia ter um passarinho pousado no ombro, que pergunta: “É hoje que vou morrer? Estou preparado? Estou fazendo tudo que preciso fazer? Estou sendo a pessoa que quero ser?”
Virou a cabeça para o ombro, como se o passarinho estivesse lá.
— É hoje que vou morrer? — repetiu.
Morrie extraía ensinamentos de todas as religiões. Nasceu judeu, mas tornou-se agnóstico na adolescência, em parte por causa de tudo que lhe acontecera quando criança. Apreciava alguns ensinamentos do budismo e do cristianismo, e culturalmente ainda se sentia à vontade no judaísmo. Era simplório em matéria de religião, o que fez dele um espírito ainda mais aberto para todos os alunos que teve. E o que dizia nos derradeiros meses de sua vida na terra transcendia as diversidades religiosas. A morte consegue fazer isso.
- Na verdade, Mitch, é que, quando se aprende a morrer, aprende-se a viver. Concordei.
 Vou repetir — continuou. — Quando se aprende a morrer, aprende-se a viver - sorriu, e percebi o objetivo dele. Ele queria ter certeza de que eu absorvera esse ponto, sem me atrapalhar com perguntas. Foi esse método que, entre outras coisas, fez dele um bom professor.
- Você pensava muito na morte antes de ficar doente?
- Não — Morrie sorriu. — Eu era como todo mundo. Uma vez, eu disse a um amigo, num momento de entusiasmo, que ia ser o velho mais sadio do mundo!
- Que idade você tinha?
- Sessenta e poucos.
- Então, era optimista.
- E por que não? Como disse, ninguém acredita que vai morrer.
- Mas todo mundo conhece alguém que morreu. Por que é tão difícil pensar na morte?
- Ah, a maioria de nós anda em círculos, como sonâmbulos. Não experimentamos a vida em sua plenitude, porque vivemos semi-adormecidos, praticando actos que automaticamente achamos que precisamos praticar.
- E encarar a morte muda tudo?
- Claro que muda. A pessoa descarta toda essa tralha e se concentra no que é essencial. Quando se descobre que se vai morrer, vê-se o mundo de maneira bem diferente - ele suspirou. - Como eu disse, aprenda a morrer e aprenderá a viver.
Notei que ele agora tremia quando mexia as mãos. Os óculos estavam pendurados no pescoço, e quando ele os pegou para pôr nos olhos eles escorregaram, como se Morrie tivesse querido colocá-los em outra pessoa no escuro. Estiquei-me para ajudá-lo.
- Obrigado - ele sussurrou. Sorriu quando minha mão tocou-lhe a cabeça. O mais leve contacto humano o alegrava.


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Offline Diana

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Re: Quarta Terça-Feira
« Responder #1 em: 28 de Setembro de 2007, 13:02 »
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(continuaçao)

— Posso lhe dizer uma coisa, Mitch?
- Claro, ora.
— Você pode não gostar.
- Por que não?
— Bem. a verdade é que. se você escutar mesmo o passarinho no seu ombro, se aceitar a idéia de que pode morrer a qualquer momento, então talvez você deixe de ser tão ambicioso.
Forcei um sorriso chocho.
- As coisas a que você dedica tanto tempo, todo esse trabalho que você faz, não parecerão tão importantes. Você poderá sentir a necessidade de abrir espaço para coisas mais espirituais.
- Coisas espirituais?
- Existe essa palavra, não existe? Espiritual. Você acha que é coisa de maricas.
- Bem ...
Ele tentou piscar, não conseguiu, e eu não pude conter uma gargalhada.
- Mitch - disse ele rindo também -, nem eu mesmo sei o que significa ao certo “’crescimento espiritual”. Mas sei que somos deficientes em certo sentido. Vivemos muito enfronhados em coisas materialistas e elas não nos satisfazem. As relações afectivas que temos, o universo que nos cerca, tudo isso nos parece natural e óbvio. — Indicou com a cabeça a janela, por onde entrava o sol. - Por exemplo, você pode ir lá fora. a qualquer momento. Pode correr em volta do quarteirão até ficar tonto. Não posso fazer nada disso. Não posso sair. Não posso correr. Não posso estar lá fora sem sentir receio de ficar doente.  Sabe de uma coisa? Aprecio esta janela mais do que você a aprecia.
- Aprecia a janela?
- Sim. Olho através dela todos os dias, noto à mudança nas árvores, vejo a força do vento. É como se eu visse o tempo literalmente passando na vidraça. E, como sei que o meu tempo está quase no fim, a natureza me atrai como se eu a estivesse vendo pela primeira vez.
Ele se calou e por um momento ficamos os dois só olhando a janela. Esforcei-me por ver o que ele via. Esforcei-me por ver o tempo, as estações do ano. a minha vida passando em câmara lenta. Morrie abaixou um pouco a cabeça e pendeu-a para o ombro.
- É hoje, passarinho? É hoje? - perguntou.
Depois das entrevistas no ’’Nightline” começaram a chover cartas do mundo inteiro para Morrie. Quando se sentia disposto, ele sentava-se e ditava as respostas, que eram anotadas por amigos ou por pessoas da família, reunidos ali para as sessões de responder cartas.
Um domingo, quando os filhos Rob e Jon estavam em casa todos se reuniram na sala de estar. Morrie ficava em sua cadeira de rodas, as pernas franzinas sob um cobertor. Quando sentia frio, alguém cobria-lhe os ombros com uma japona de náilon.
- Qual é a primeira carta? - pediu Morrie.
Um colega leu a mensagem de uma senhora chamada Nancy, cuja mãe morrera de esclerose lateral amiotrópica. Ela dizia o quanto a mãe sofrera com a perda e como podia imaginar o que Morrie devia estar sofrendo.
Terminada a leitura da carta, Morrie fechou os olhos. -
Vamos começar assim: “Prezada Nancy, o caso de sua mãe me comoveu muito. E posso imaginar perfeitamente tudo o que você deve ter passado. Há tristeza e sofrimento de ambos os lados. Sofrer tem sido bom para mim e espero que tenha sido bom para você também.”
— Talvez convenha mudar as últimas palavras — sugeriu Rob.
Morrie pensou por um instante, depois disse: - Você tem razão. O que acha de “Espero que você descubra que o sofrimento tem poder de curar”. Fica melhor?
Rob concordou.
- Acrescente “Muito obrigado. Morrie” - disse.
foi lida outra carta, essa de uma senhora chamada Jane, agradecendo-o pela inspiração que ele passara no “Nightline”. Referia-se a ele como profeta.
- É um elogio e tanto - disse um colega. - Profeta. Morrie fez uma careta. Era evidente que ele não tinha gostado da comparação. - Vamos agradecer pelo elogio. E dizer fico contente por terem as minhas palavras significado alguma coisa para ela. E não esqueça de acrescentar “Obrigado. Morrie”.
Havia uma carta de um inglês que perdera a mãe e pedia a Morrie que o ajudasse a entrar em contato espiritual com ela. Um casal escrevera dizendo que pretendia ir a Boston de carro para conhecê-lo. Numa carta comprida, uma moça portadora de diploma universitário contava a sua vida depois de formada e falava em assassinato-suicídio e três partos com natimortos. Falava de uma mãe que morrera de esclerose lateral. Ela, a filha, tinha medo de contrair a mesma doença. E por aí afora. Quatro páginas.
Morrie escutou a longa e triste história. Quando a leitura chegou ao fim, ele perguntou: — Como é que vamos responder?
O grupo ficou em silêncio. Por fim, Rob disse: - Que tal “Obrigado por sua longa carta”?
Todos riram. Morrie olhou para o filho e seu rosto se iluminou.


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Offline Ana Ang

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Re: Quarta Terça-Feira
« Responder #2 em: 28 de Setembro de 2007, 17:40 »
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Olá Diana :)

Especialmente interessante esta consideração: quando se aprende a morrer, aprende-se a viver...

Convivo com algumas pessoas que não possuem uma crença definida quanto ao futuro do Ser após a morte do corpo físico e sinto que sofrem pela incerteza, pelo medo do que encontrarão, se encontrarão, do lado de lá da Vida. Vida e sempre Vida para nós, no entanto, deve ser muito complicado reconhecer-se indeciso quanto a esta verdade... refiro-me àquelas pessoas que refletem de coração aberto sobre o problema, muito embora, para mim, coração aberto signifique fé... e a fé na continuidade do viver ajuda muito a tentar viver bem e em paz :)

Gostei muito de conhecer os encontros entre aluno e professor :)

Abraço carinhoso!


« Última modificação: 28 de Setembro de 2007, 17:43 by Anapl »
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