T�pico: Pensamento m�gico e pensamento l�gico (Lida 652 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 30 de Dezembro de 2020, 03:47 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Pensamento m�gico e pensamento l�gico

Encontram-se, ainda, em nosso movimento esp�rita, confrades excessivamente cr�dulos, ing�nuos, que aceitam qualquer informa��o, sem ajuizar quanto � possibilidade l�gica do fato ou do argumento. Algo estranh�vel em uma doutrina que teve seus alicerces fundados na raz�o e no bom senso.

Como entender isso? O que falta a essas pessoas, que n�o s�o pessoas m�s, mas que acabam assumindo uma postura inadequada, pois obviamente fantasiosa, m�stica, supersticiosa?

O tema nos leva a examinar o pr�prio desenvolvimento da qualidade do discernimento, do pensar racional e do senso l�gico.

Steven Pinker, psic�logo de Harvard, em seu �ltimo livro, O novo iluminismo, examina o assunto a partir do seguinte questionamento: por que uma esp�cie dita inteligente � facilmente conduzida � insensatez?

Pinker relaciona ao pensamento m�gico tr�s fatores:

Primeiro, nossos c�rebros s�o limitados em sua capacidade de processar informa��es e evolu�ram em um mundo sem ci�ncia e outras formas de checagem de fatos. Nossa preocupa��o era simplesmente a sobreviv�ncia e tudo aquilo que n�o se relacionava a ela n�o tinha import�ncia. N�o �treinamos� cognitivamente o discernimento.

Segundo, a ignor�ncia ainda prevalece em grande parte da popula��o. Falta-nos informa��es precisas que nos ajudem a desenvolver um racioc�nio l�gico.

E, finalmente, um terceiro fator, nossa lealdade a uma subcultura da qual fazemos parte. Todos n�s nos identificamos com tribos ou subculturas particulares, e cada uma delas abra�a um credo sobre assuntos diversos. Essa cren�a pode se tornar a pedra de toque, uma senha, um lema, uma marca distintiva, um valor sagrado ou um juramento de fidelidade a uma dessas tribos. O pastor, o padre, o m�dium poderoso pensam assim e garantem que � assim. Por fidelidade a eles, abdico da faculdade do racioc�nio, e penso assim, tamb�m.

Fica claro, pelo exposto, que lideran�as (talvez fique melhor falar-se em �pseudolideran�as�) autorit�rias de direita e esquerda n�o se incomodam com isso. Quanto menos pensamento cr�tico, mais submetidos estar�o todos aos seus comandos.

O caminho para a constru��o de um pensamento l�gico, segundo o psic�logo de Harvard, n�o pode ser outro sen�o a educa��o progressista e o esclarecimento libertador, trabalhando junto �s consci�ncias, o mais precocemente poss�vel, no desenvolvimento da habilidade do pensar racional.

Allan Kardec, tamb�m, pensava assim: s� a educa��o pode melhorar o homem. Curiosamente, Kardec faz refer�ncia indireta ao tema, quando examina a estat�stica dos esp�ritas, em artigo na Revista Esp�rita de janeiro de 1869. Procurando entender quanto ao fato de existir significativa maioria masculina nas reuni�es esp�ritas, em sua �poca (70% eram homens), Kardec relaciona a dificuldade de grande parte das mulheres em assimilar o pensamento esp�rita � menor escolaridade delas, o que limita o desenvolvimento do pensamento racional.

Escreveu Kardec:

N�o � menos constante que, em todas as reuni�es esp�ritas, os homens estejam em maioria. �, pois, injustamente que a cr�tica pretendeu que a Doutrina � recrutada principalmente entre as mulheres, em virtude de sua inclina��o para o maravilhoso. � precisamente o contr�rio: essa inclina��o para o maravilhoso e para o misticismo em geral as torna mais refrat�rias que os homens; essa predisposi��o faz que aceitem mais facilmente a f� cega, que dispensa qualquer exame, ao passo que o Espiritismo, n�o admitindo sen�o a f� raciocinada, exige reflex�o e dedu��o filos�fica para ser bem compreendido, para o que a educa��o estreita dada �s mulheres as torna menos aptas que os homens.

Parece bem definido no pensamento de Kardec a rela��o estabelecida entre educa��o estreita e pensamento m�gico, advertindo que a aquisi��o de fun��es cognitivas que levam a um pensar racional passa por um processo educacional apropriado.

Com a palavra os educadores!

Ricardo Baesso de Oliveira

PAZ, MUITA PAZ!

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