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  • Assim Falava Zaratustra: auto-conhecimento em Friedrich Nietzsche

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Autor Tópico: Assim Falava Zaratustra: auto-conhecimento em Friedrich Nietzsche  (Lida 5822 vezes)

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Offline Aldebaran

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Assim Falava Zaratustra: auto-conhecimento em Friedrich Nietzsche
« em: 27 de Outubro de 2009, 00:51 »
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OLÁ PESSOAL. O OBJETIVO DESTE TÓPICO É DISCUTIR OS CANTOS DE "ASSIM FALAVA ZARATUSTRA", A PARTIR DO ENTENDIMENTO NIETZSCHEANO DA BOA-NOVA DE JESUS, CUJA TEMÁTICA É O AUTO-CONHECIMENTO E A AUTO-TRANSCENDÊNCIA. SERÁ POSTADO UM CAPÍTULO DA OBRA REFERIDA EM CASA OCASIÃO, E SERÁ COMENTADA NUMA OUTRA, INCLUINDO DÚVIDAS E CONTRIBUIÇÕES SOBRE O CAPÍTULO EM QUESTÃO. ESPERO QUE GOSTEM.


Capítulo de hoje:

Dos Compassivos

“Meus amigos, aos ouvidos do vosso amigo chegaram palavras zombeteiras: “Olhem para Zaratustra! Então não passa por entre nós como por entre animais?”

Mais valeria dizer: “Aquele que pensa passa pelo meio dos homens como por entre animais”.

O que pensa chama ao homem animal de faces vermelhas. E por que é isto? Não será por que teve que se envergonhar demasiadas vezes?

Ó! meus amigos! Assim fala o pensador: Vergonha, vergonha! é esta a história do homem;!

E por isso o homem nobre impõe a si mesmo o dever de não envergonhar; quer ter recato perante todo o que sofre.

Em verdade, não me agradam os misericordiosos, os que se comprazem na sua piedade; são demasiado faltos de pudor.

Se hei de ser compassivo, não quero ao menos que se diga que o sou; e quando o for, que o seja só à distância.

Agrada-me também ocultar a cara e fugir antes de ser reconhecido. Meus amigos, convido-vos a fazer o mesmo.

Depare-me sempre o meu destino, no caminho que percorro, aqueles que, como vós, não sofrem, e aqueles com quem posso repartir esperanças, comidas e o mel.

Em verdade, tenho feito isto e aquilo pelos que sofrem; mas sempre me pareceu melhor quando aprendia a divertir-me mais.

Desde que há homens, o homem tem-se divertido muito pouco: é esse, meus irmãos, o único pecado original.

E quando aprendemos melhor a divertir-nos, esquecemo-nos melhor de fazer mal aos outros e de inventar dores.

Por isso lavo a mão que auxiliou o que sofre. Por isso ainda agora restrinjo a alma.

Envergonho-me de ter visto sofrer o que sofre, por causa da vergonha dele; e quando acudi em seu auxílio, feri-lhe rudemente o orgulho.

Grandes favores não tornam ninguém agradecido, mas apenas vingativo; e mesmo o pequeno benefício, não sendo esquecido, torna-se um verme roedor.

Sede pertinazes em obter! E distingui ao aceitar! Aconselho isto aos que não têm que oferecer.

Eu, porém, sou dos que dão: agrada-me dar, como amigo, aos amigos. Colham, todavia, os estranhos e os pobres, por si sós, o fruto da minha árvore: é menos humilhante para eles.

Dever-se-iam, porém, suprimir totalmente os mendigos. Na verdade, desgosta-se uma pessoa por lhes dar; e desgosta-se por lhes não dar.

Assim sucede com os pecadores e com as consciência manchadas! Crede-me, meus amigos: os remorsos impelem a morder.

O pior de tudo, no entanto, são os pensamentos mesquinhos. Vale mais fazer mal do que pensar ruimente.

De certo que vós dizeis: “O prazer das pequenas maldades poupa-nos mais de uma ação má”. Mas nisso não se deveria querer economizar.

A má ação é como uma úlcera: desgasta, irrita e faz erupção: fala lealmente.

“Vede: sou uma enfermidade”. Assim fala a má ação: isto é nobreza.

O pensamento mesquinho, porém, é como a lama: arrasta-se, agacha-se, e não quer estar em parte nenhuma, até que as pequenas excrescências apodrecem e abatem o corpo todo.

Pois eu digo estas palavras ao ouvido do que está em poder do demônio: “Ainda vale mais que deixes crescer o teu demônio! Para ti também existe ainda um caminho da grandeza!”

Ai, meus irmãos! Sabemos demais uns dos outros! E há quem chegue a ser transparente para nós, mas isso não basta, nem com muito, para o podermos penetrar.

É difícil viver com os homens, uma vez que é tão difícil guardar silêncio.

E aquele com quem somos mais injustos não é o que nos é antipático, mas aquele com quem nos não importamos.

Se tens, contudo, um amigo que sofre, sê um asilo para o seu sofrimento, mas até certo ponto um leito muito duro, um leito de campanha; assim ser-lhes-ás mais útil.

E se um amigo te faz mal, diz-lhe: “Perdoo-te o mal que me fizeste; mas se o houvesses feito a ti, como poderia eu perdoar-to?”

Assim fala todo o amor grande: sobrepuja até o perdão e a piedade.

É preciso conter o coração: porque, se o deixamos livre, depressa perdemos a cabeça!

Ai! Onde se fizeram mais loucuras na terra do que entre os que têm dó, e que haverá que mais dano fizesse na terra do que a loucura dos que têm dó?

Pobres dos que amam sem estar acima da sua piedade!

O diabo disse-me assim um dia.: “Deus também tem o seu inferno: é o seu amor pelos homens”.

E ultimamente ouvi-lhe dizer estas palavras: “Deus morreu; foi a sua piedade pelos homens que o matou”.

Livrai-vos, pois, da piedade: por causa dela paira sobre ele uma densa nuvem!

Eu conheço os sinais do tempo.

Relembrai também estas palavras: todo o grande amor está ainda superior à piedade, porque aquele que ama quer também... criá-lo.

“Ofereço-me ao meu amor, e ao meu próximo como a mim mesmo”. Assim se exprimem todos os criadores.

Contudo, “todos os criadores são cruéis”.

Assim falava Zaratustra.


« Última modificação: 27 de Outubro de 2009, 00:57 by Aldebaran »
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Offline Aldebaran

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Re: Assim Falava Zaratustra: auto-conhecimento em Friedrich Nietzsche
« Responder #1 em: 27 de Outubro de 2009, 23:26 »
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Das Cátedras de Virtude

DAS CÁTEDRAS DA VIRTUDE
Elogiaram a Zaratustra um sábio que falava doutamente do sono e da virtude; por isso se via cumulado de honrarias e recompensas, e todos os mancebos acorriam à sua cátedra. Zaratustra foi ter com ele, e, como todos os mancebos, sentou-se diante da sua cátedra. E o sábio falou assim:

“Honrai o sono e respeitai-o! É isso o principal. E fugi de todos os que dormem mal e estão acordados de noite.

O próprio ladrão se envergonha em presença do sono. Sempre vagueia silencioso durante a noite: mas o relento é insolente.

Não é pouco saber dormir; para isso é preciso aprontar-se durante o dia.

Dez vezes ao dia deves saber vencer-te a ti mesmo; isto cria uma fadiga considerável, e esta é a dormideira da alma.

Dez vezes deves reconciliar-te contigo mesmo, porque é amargo, vencermo-nos, e o que não está reconciliado dorme mal.

Dez verdades hás de encontrar durante o dia; se assim não for, ainda procurarás verdades durante a noite e a tua alma estará faminta.

Dez vezes ao dia precisas rir e estar alegre, senão incomodar-te-á de noite o estômago, esse pai da aflição.

Ainda que poucas pessoas o saibam, é preciso ter todas as virtudes para dormir bem.

Levanto falsos testemunhos? Cometi adultério?

Cobiço a serva do próximo? Tudo isto se combina mal com um bom sono.

E se se tivessem as virtudes, seria preciso saber fazer coisa: adormecer a tempo todas as virtudes.

É mister que estas lindas mulheres se não desavenham! E por tua causa, infeliz!

Paz com Deus e com o próximo: assim o quer o bom sono. E também paz com o diabo do próximo, senão, atormentar-te-á de noite.

Honra e obediência à autoridade, mesmo à autoridade que claudique! Assim o exige o bom sono! Acaso tem uma pessoa culpa do poder gostar de andar com pernas coxas?

Aquele que conduz as suas ovelhas ao prado mais viçoso, para mim será melhor pastor: isto é conveniente ao bom sono.

Não quero muitas honras nem grandes tesouros; isto exacerba a bilis. Dorme-se mal, porém, sem uma boa reputação e um pequeno tesouro.

Prefiro pouca ou má companhia; mas é mister que venha e se vá embora no momento oportuno. É isto o que convém ao bom sono.

Também me agradam muito os pobres de espírito: apressam o sono. São bem-aventurados, mormente quando se lhes dá sempre razão.

Assim passam o dia os virtuosos. Quando chega a noite, livro-me bem de chamar o sono. O sono, que é o rei das virtudes, não quer ser chamado.

Somente penso no que fiz e pensei durante o dia. Ruminando, interrogo-me pacientemente como uma vaca. Então, quais foram as tuas dez vitórias sobre ti mesmo?

E quais foram as dez reconciliações, e as dez verdades, e os dez risos, com que se alegrou o meu coração?

Maquinando nestas coisas e acalentado por quarenta pensamentos, o sono, que eu não chamei, logo me surpreende.

O sono dá-me nos olhos, e sinto-os pesados. O sono aflora à minha boca, e a boca fica aberta.

Sutilmente se introduz em mim o ladrão predileto e rouba-me os pensamentos. Estou de pé, feito um tronco; mas ainda há pouco de pé, logo me estendo”.

Ouvindo falar o sábio, Zaratustra riu-se consigo mesmo.

“Parece-me doido este sábio com os seus quarenta pensamentos, mas creio que compreende bem o sono.

Bem-aventurado o que habite ao pé deste sábio! Um sono assim é contagioso, mesmo através de uma parede espessa.

Na sua cátedra mesmo há um feitiço. E não era debalde que os mancebos estavam sentados ao pé do pregador da virtude.

Diz a sua sabedoria: “Velar para dormir bem”. E, na verdade, se a vida faltasse senso e eu tivesse que eleger um contra-senso, esse contra-senso parecer-me-ia o mais digno de eleição.

Agora compreendo o que se procurava primeiro que tudo em nossos dias, quando se procurava mestres de virtude. O que se procurava era um bom sono, e para isso virtudes coroadas de dormideiras.

Para todos estes sábios catedráticos, tão ponderados, a sabedoria era dormir sem sonhar: não conheciam melhor sentido da vida.

Hoje ainda há alguns como este pregador da virtude, e nem sempre tão honestos como ele; mas o seu tempo já passou.

E ainda bem não estão em pé, já se estendem.

Bem-aventurados tais dormentes porque não tardarão a dormir de todo”.

Assim falava Zaratustra.


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Offline PeterGast

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Re: Assim Falava Zaratustra: auto-conhecimento em Friedrich Nietzsche
« Responder #2 em: 06 de Abril de 2010, 07:43 »
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