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Autor Tópico: Podemos repreender o próximo?  (Lida 6070 vezes)

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andreia

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Podemos repreender o próximo?
« em: 15 de Março de 2006, 19:21 »
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Sim, nem só podemos repreender o próximo, como em alguns casos, trata-se de um verdadeiro dever fazê-lo. Essa delicada questão foi colocada pelos espíritos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" no capítulo X, itens 19, 20 e 21, e deve ser estudada pelos que se propõem a avaliar as coisas que os cercam estabelecendo novas diretrizes administrativas.
A interpretação errônea do que seria a caridade e a humildade levou o movimento espírita a situação de ociosidade político-doutrinária, de onde dificilmente sairá. Fundamentados no deixa ficar assim que o Alto se encarregará de dar jeito, os seguidores de Allan Kardec colocaram-se na cômoda posição de aceitar tudo o que se passa ao seu redor de maneira passiva, sem usar o pensamento para edificar o futuro. Com isso, hoje fermentam problemas. Desculpam-se evocando constantemente a figura de Jesus Cristo, nosso Senhor, dizendo que Ele era um cordeiro em pessoa. Sim, o Mestre era humilde, mas nunca se posicionou como uma criatura servil. Agia com justiça e com energia nos momentos necessários. É um modelo que deve ser seguido, incondicionalmente.

O argueiro - Narram os Evangelhos que no Sermão do Monte, Jesus afirmou categoricamente que não devemos julgar o próximo, para que não sejamos por nossa vez, julgados. Que temos o hábito de enxergar pequenos ciscos nos olhos alheios e não vemos um galho nos nossos. Que tiremos primeiro o galho deles e depois nos preocupemos com os outros. Essas palavras porém, como afirmou Allan Kardec reiteradas vezes, não devem ser levadas ao pé da letra. Embora espíritas, temos forte tendência a caminharmos na direção do radicalismo. Foi agindo assim que caimos nessa inércia onde a ausência da crítica predomina.

Elementos perniciosos à prática do Espiritismo instalaram-se nos centros e ali estão há anos, porque ninguém se encoraja a repreendê-los. Práticas, idéias, costumes e pessoas sistemáticas têm feito grande mal à propagação do Espiritismo. Há quem tenha percebido isso, mas poucos se dispõem a combatê-los. Tolerância, bradam! Mas, onde é o limite entre a tolerância e a responsabilidade de se combater o mal? Trata-se de uma questão a ser analisada, pois reformar significa lutar contra o erro. Vejamos como o Evangelho Espírita pode nos ajudar a entender as coisas. É ainda o espírito São Luiz, no capítulo já citado, que responde uma questão dirigida a ele nos seguintes termos:

"Ninguém sendo perfeito, não se segue que ninguém tem o direito de repreender o próximo?". Respondeu, que temos o direito de repreender o próximo, pois é dever trabalhar-se para o progresso de todos, principalmente daqueles que estão sob nossa tutela. Isso vale dizer filhos, esposa, marido, empregados e trabalhadores de centros. Recomenda a entidade, no entanto, que a repreensão seja feita em termos de bom senso, sem o prazer de denegrir as pessoas envolvidas. Orientando segundo a doutrina de Jesus Cristo, afirma ainda que não devemos nos esquecer da obrigação primeira, de examinar a nós mesmos, buscando ver se não somos portadores dos defeitos de que falamos.

Não se deve ver só o bem - No mesmo capítulo, temos uma afirmativa de São Luís de que não devemos ter o hábito de ver o bem por toda a parte como pretendem alguns. É uma ilusão que prejudicaria o progresso, diz o Espírito. A idéia de que o mal não merece comentário em tempo algum, citada por André Luiz em psicografia de Francisco Cândido Xavier, cultivada em sua forma radical, gerou malefícios graves no movimento. Tomando a opinião de um Espírito pela da Espiritualidade, interpretando-a a seu bel-prazer, as pessoas passaram a acobertar o mal com um suposto bem. Acreditaram cegamente na citação de Pedro em sua primeira epístola, capítulo 4, versículo 8, onde se afirma que o amor cobre a multidão de pecados. Esta é uma pratica comum entre nós. O bem que faço compensa o mal de que não consigo me livrar, crêem. Enganam-se. O Mestre, quando censurou os escribas e os fariseus, fez referência aos "túmulos caiados", segundo narra Mateus 23:27. Eram justamente os que vestiam-se de um bem exterior, enquanto no interior, o pecado corroía-lhes as entranhas.

Lamentavelmente os Espíritos inferiores, usando a caridade como escudo, submeteram nosso povo ao silêncio todos esses anos. Sufocando o processo crítico, fizeram com que fermentasse nos centros a distorção das práticas, dos princípios espíritas e geraram a improdutividade.
São Luís foi sensato ao dizer que não é pernicioso comentar o mal, mas que tudo depende da intenção. Se você observa o mal alheio e procura racionalmente orientá-lo, não há nenhum pecado. Se, ao contrário, isentarmo-nos de qualquer comentários frente às injustiças, estaremos alimentando a maldade e sendo coniventes com ela.

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", é Luís que responde a uma inquietante pergunta que costuma incomodar puritanos: "Há casos em que seja útil descobrir o mal alheio?". A questão é delicada, afirma. Temos que recorrer à caridade bem compreendida. Quando uma pessoa está fazendo mal a si mesma, devemos procurar esclarecê-la. Se não nos ouvir, deixemo-la entregue às forças da vida. Se, no entanto, o mal que faz afeta um grande número de criaturas, é preferível vê-la cair do que deixar crescer a sua nefasta influência. Desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever do cidadão espírita. É o que diz em sua mensagem.

A imprensa e o mal - A imprensa em todos os tempos foi formada por indivíduos que possuiam uma visão mais ampla dos problemas humanos. São os jornalistas. Através da informação e da influência de opinião, deve o jornalismo regular a relação entre os homens públicos e a sociedade contribuindo para o progresso de tudo. Só cumprirá esse papel se, além de ser noticiosa e informativa, tiver um lado crítico e opinativo.
A imprensa espírita no país, embora tenha mais de um século de existência, vive fora da realidade. É alimentada pelo mesmo espírito de isenção, citado acima, e acabou no simples papel de publicar indefinidamente o que já foi dito e agradar a elite diretiva do movimento.

Uma associação de jornalistas surgiu em São Paulo, denominada Associação dos Jornalistas e Escritores Espíritas, AJE. Sua finalidade era a de mudar este estado primitivo de coisas. Programou cursos, eventos e reuniões que, como quase tudo no movimento, acabou em nada.
Acompanhados pela mentalidade beatífica, cultivada por todos os lados, caminhamos de ano em ano. Tudo parece bem, enquanto na verdade vai mal. Os jornais, que deveriam avaliar politicamente o certo e o errado, faltaram com seu compromisso, tornando-se desinteressantes e cansativos. A penúria financeira que vivem os periódicos deveria ser valiosa lição para demonstrar-lhes o desinteresse público. Mas não. Acabou servindo como símbolo de "lutas" dos poucos que, "com recursos minguados", fazem os jornais espíritas.

Há quem proponha que os males do movimento não sejam levados a público. Seria desagradável que uma doutrina maravilhosa, como a que professamos, abrigasse imperfeições e seus adeptos se desentendessem! Não se sabe em que se fundamentaram para dizer uma coisa dessas. A experiência humana, nestes séculos de história, demonstra que só a discussão pública dos problemas pode levar qualquer coisa ao progresso. A isso denominou-se "democracia" e é a mais alta conquista histórica da humanidade.

O céu da igreja - Um fenômeno que toma corpo no movimento espírita é o da igrejificação. A limitada cultura do povo e sua pouca visão crítica, fez com que tomasse como verdade, pequenos fragmentos dela, ditados por alguns médiuns e espíritos, estabelecendo limites no pensamento. Sabe-se que o Espiritismo, em seus aspectos práticos, destina-se a fazer do homem um cidadão de bem. Essa teoria, porém, à medida que foi sendo vivenciada, acabou criando uma dúbia situação: de um lado, a ausência da crítica deixa o homem como ele é. Raramente fala dos defeitos a serem trabalhados. Não comentar o mal foi a regra estabelecida.
Do outro, misturando conceitos distorcidos acerca da humildade, alguns seguidores de Kardec assumiram ares de santidade, uma beatitude que só encontra parâmetros na Igreja Católica. O quadro de que a caridade material é sinônimo de salvação, por exemplo, já se descortina entre nós com toda sua força. Distribuir o pão que alimenta a carne já é ocupação da maioria dos centros. Dizem que ninguém escuta o Evangelho de barriga vazia. Com isso, atraem nas casas espíritas uma multidão de famintos que ali só vão interessados na comida, causando todo tipo de transtornos.

Falar só no bem, não se referindo ao mal, é uma tentativa de sobreposição. Orientadores acreditam que enchendo a cabeça dos outros de coisas boas, o mal desaparecerá nos refolhos da mente. Este é um conceito falso utilizado por alguns psicólogos na valorização do ego. O mal, quando sofre acobertamento, não desaparece. Instala-se nas camadas baixas do inconsciente e corrói pouco a pouco o psiquismo do desajustado. É o mesmo que colocar terra boa em buraco onde há lixo. O terreno será perigoso. Mais tarde, qualquer construção feita nele vai enfrentar problemas. A única forma de acabar com o mal que está dentro de nós é a conscientização própria dos processos analíticos. Não há outro caminho.

O hábito de cobrir as coisas ruins com o bem é um dos responsáveis pela gênese dos espíritas imperfeitos que, mais tarde, não conseguirão compreender o motivo pelo qual seus trabalhos práticos dão pouco resultado ou porquê suas vidas seguem atormentadas, mesmo estando no caminho do Bem há anos.
Já existe uma repulsa contra tudo que não seja santo. O céu dos espíritas é muito parecido com o da Igreja. O nosso é só é um pouco mais movimentado.

O homem trabalhador - Na vida não há nada pior do que os homens indiferentes. O Espiritismo não veio ao mundo para produzir este tipo de mentalidade. Sua missão é esclarecer o homem mostrando o imenso patrimônio que se descortina à sua frente quando o transforma em filho de Deus. Faz dele, uma criatura corajosa que luta pelo ideal do bem, da justiça e da fraternidade. Dá vida a um homem guerreiro. No mundo terreno há uma miscelânea de espíritos encarnados. As forças do atraso predominam, pois a maioria das entidades são limitadas e pouco interessam-se pelas coisas espirituais. Não são maus. São ignorantes. Num lugar assim é difícil viver numa passividade beatífica. Ela causa danos em qualquer nível que se manifeste, pois frente ao mal, cala-se.

Temos que nos conscientizar de que a experiência da vida é dura, mas necessária à redenção dos nossos espíritos. Que, frente às injustiças no centro ou fora dele, não devemos nos calar, pois estaremos sendo coniventes com o erro. Os elementos perniciosos, que entravam o andamento das casas espíritas, devem ser repreendidos. Isso não é faltar com a caridade. Vejamos Jesus. Foi humilde e manso, mas nunca deixou de ser enérgico quando foi preciso. Chegou a ser deselegante quando uma companheira quis exaltá-lo dizendo que os "peitos em que Ele havia mamado" eram bem-aventurados. Respondeu que bem-aventurados eram, em verdade, os que realizavam a vontade de seu Pai. Essa passagem é útil aos escritores e oradores espíritas que se comprazem em elogiar-se publicamente. A verdadeira humildade não se resume na aparência de santo. A vida na terra e nos céus é conquistada por lutas, resignação, renúncia e ousadia.

 
Amigo sincero é aquele que mostra seus erros e ajuda a vencê-los.
Não aquele que os esconde somente para satisfazê-lo permitindo que você viva em mundo de mentiras

Autor: José Queid Tufaile Huaixan


Beijos com carinho  :D

Andreia


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