T�pico: Doutrina: Ouvir e Falar (Lida 3310 vezes)

Marianna · « **em:** 12 de Mar�o de 2011, 22:03 »

Ouvir e falar!

H� uma frase que no movimento esp�rita tornou-se extremamente conhecida, e que qualquer um de n�s, espiritistas, j� ouviu algu�m se referindo a ela em palestras, estudos ou outras atividades do movimento esp�rita, e que por isso mesmo o ouvinte imediatamente acrescenta ao seu conhecimento de Espiritismo e sai, por sua vez, a espalh�-la multiplicando velozmente seu conte�do.

Como n�o gosto de passar � frente algo referente � Doutrina Esp�rita de que n�o possa apresentar a fonte de onde se origina minha informa��o, procurei desesperadamente encontrar a conhecida frase, que se tornou t�o comum e que qualquer um, mesmo sem qualquer base doutrin�ria, hoje em dia se faz portador de sua mensagem passando � frente o Espiritismo, sem qualquer base em seus postulados divinamente codificados pelo digno seguidor do Mestre de Nazar�.

S� ent�o me pude dar o direito de tamb�m acrescenta-la em minhas modest�ssimas anota��es doutrin�rias, para ent�o poder tornar-me um divulgador de seu conte�do, n�o como sempre ouvi e li, nos diversos meios de comunica��o com que tive contato, bem como em palestras, semin�rios, livros, revistas, programas de r�dios etc., mas, sim, como em verdade ela nos foi transmitida por seu criador, o querido benfeitor Emmanuel.

A frase a que me refiro � esta: �a maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Esp�rita � a sua pr�pria divulga��o�. Ora, quem procurar essa frase nos livros de Espiritismo ditados por Emmanuel a Chico Xavier, n�o ser� bem sucedido em sua busca, pois a tal frase, t�o corriqueira no movimento esp�rita, n�o est� escrita dessa forma nem foi pronunciada pelo citado benfeitor dessa maneira.

A referida cita��o est� contida no livro �Estude e Viva�, ditado pelos Esp�ritos Emmanuel e Andr� Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, e consta do cap�tulo 40 da referida obra, intitulado Socorro Oportuno, o que nos mostra como as coisas s�o alteradas ou modificadas volunt�ria ou involuntariamente, quando passadas de um para outro interlocutor; sen�o vejamos como est� no livro: �

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Esp�rita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clar�o da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na a��o ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma esp�cie permanente de caridade � a caridade da sua pr�pria divulga��o�.

Em momento algum identifiquei no conte�do do par�grafo acima que a divulga��o do Espiritismo seja a maior caridade que podemos fazer pela doutrina esp�rita. Penso que a observ�ncia e viv�ncia correta dos seus postulados ainda � a grande finalidade da doutrina esp�rita ao seu sincero seguidor, pois, da forma como ela vem sendo difundida por grande parcela de �esp�ritas� que n�o conhecem seus postulados, n�o � verdadeiramente nenhuma forma positiva de caridade para com ela, e sim um enorme desservi�o prestado contra sua digna e elevada mensagem.

Isto porque o Espiritismo nos solicita que estudemos a codifica��o, que � a mensagem do Consolador Prometido por Jesus, t�o bem elaborada pelo fiel Disc�pulo do Mestre de Nazar�, para a viv�ncia da mensagem crist�, contida no evangelho ensinada e exemplificada por Jesus, para s� ent�o, sem que seja preciso fazer qualquer alarde, a espalhemos em forma de atitude, na a��o da caridade em favor do nosso semelhante, testemunhando com nosso pr�prio trabalho na planta��o da semente do bem para que possa germinar, crescer e dar bons frutos.

A refer�ncia de Emmanuel ao estudo das obras de Kardec n�o � citada, mesmo fazendo parte do mesmo pensamento no assunto enfocado, e que por essa raz�o n�o pode ser desprezado ou esquecido como se n�o tivesse sido pronunciado.

� por essa raz�o que a divulga��o da doutrina esp�rita segue sendo difundida sem qualquer cuidado com a fidelidade doutrin�ria, que todo e qualquer esp�rita consciente deve ter como meta primordial; essa � a raz�o de hoje em dia se aceitar verdadeiros absurdos como sendo obra esp�rita, quando n�o passam de rid�culas obras medi�nicas, e o pior, s�o aceitas at� mesmo por grande n�mero de �esp�ritas� que, sem conhecerem os fundamentos da doutrina que dizem professar, mas que n�o professam verdadeiramente, a elas se referem com entusiasmo, como se estivessem falando do conte�do da mensagem esp�rita codificada pelos Nobres Imortais sob a supervis�o do pr�prio Jesus.

Precisamos tomar cuidado com as frases corriqueiras, e prestarmos mais aten��o ao conte�do do que � forma, para que o mais importante das mensagens que nos cheguem ao conhecimento n�o seja simplesmente aceito sem uma an�lise mais apurada em todo o seu conjunto, e, sim, que seja devidamente apreciado e absorvido pelo crente sincero da doutrina esp�rita, e, se for portador de um bom conte�do, a� ent�o dele se utilizar� para sua correta divulga��o.

O esp�rita sincero deve ter por lema: �fora da caridade n�o h� salva��o�, mas deve observar que essa m�xima precisa ser devidamente compreendida para n�o ser interpretada ao bel prazer de quem quer que se ache t�o absolutamente dono da verdade, pois a caridade n�o dispensa o cuidado que todos devemos ter em observar que �f� inabal�vel s� o � a que pode encarar frente a frente a raz�o em todas as �pocas da humanidade�, e que por isso mesmo, n�o podemos nos deixar descuidar da raz�o e o bom senso.

A principal, a caridade que podemos fazer � a n�s mesmos, em primeiro lugar, estudar a mensagem crist� contida no evangelho, como nos alerta Emmanuel, seguindo Jesus atrav�s de Kardec, e efetuarmos nossa transforma��o moral-espiritual, para que, fundamentados no cristianismo redivivo que o Consolador nos veio trazer, possamos dar testemunhos como nos alerta o benfeitor: �seja no exemplo ou na atitude, na a��o ou na palavra�, de que seguimos Jesus, como fi�is disc�pulos respeit�veis divulgadores da sua sublime mensagem, sem achismos ou modismos conden�veis sob todos os aspectos.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontramos a bela mensagem que o Esp�rito de Verdade nos transmitiu e que transcrevemos a seguir: �Esp�ritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instru�-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; s�o de origem humana os erros que nele se enraizaram�.

Precisamos entender que o Cristianismo cont�m todas as orienta��es de que necessitamos para fazer crescer em n�s os valores morais que dormitam em nosso �ntimo, desde nossa cria��o, e que s� o estudo s�rio, constante e disciplinado da doutrina esp�rita dar-nos-� a necess�ria capacidade para melhor compreender as atitudes infelizes e os defeitos do nosso pr�ximo, ampliando nosso poder de discernir melhor para melhor agir, utilizando-nos dos recursos hauridos nos conhecimentos adquiridos nesses estudos, para vivenciar em nosso dia-a-dia as li��es com que os Esp�ritos Superiores nos instru�ram sobre a verdadeira caridade como a entendia Jesus: �Benevol�ncia para com todos, indulg�ncia para com as imperfei��es alheias e perd�o das ofensas�

� hora de tomar uma atitude de serenidade e seriedade em tudo o que pretendemos falar com rela��o � doutrina esp�rita, n�o mais agindo como simples repetidores do que ouvimos algu�m dizer, e, sim, procurarmos falar com responsabilidade apenas do que realmente conhecermos com seguran�a e que esteja contido nos postulados da codifica��o do Espiritismo.

Desconhe�o o autor.

Fontes:

O Livro dos Esp�ritos, FEB, 76� edi��o, pergunta 886.
O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106� edi��o, frontisp�cio.
O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106� edi��o, Cap. VI, item 5
O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106� edi��o, Cap. XV, item 10.
Estude e Viva � FEB 9� edi��o, cap. 40, pelos esp�ritos Emmanuel/Andr� Luiz, m�diuns: Chico Xavier/Waldo Vieira.

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Mourarego

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