AO LIVRE ARBÍTRIO

Respondendo a um a pergunta, se a corrupção e a razão era um designo dos céus, ou eram os astros que determinavam as tendências, responde Dante: A uma ordem superior, por ser divina, livres, vos sujeitais; e ela é que a mente criou em vós, à própria disciplina.
Capacitados então para escolhermos os nossos próprios caminhos, fomos por Deus dotados de inteligência para discernir, no jogo dos pares contrários que a vida nos apresenta.
Feitos a imagem e semelhança do Pai Criador somos a ele conectados eternamente pela centelha esplendorosa.  O sublime espírito santo!
Como filhos das estrelas, fomos a este orbe projetado, para cumprir uma missão simétrica. Carregamos em nosso imo, todo o conhecimento adquirido de vidas passadas, todas em missão de aprendizado.
Diz-nos Platão que ensinar é fazer recordar. Freud alega que o inconsciente é coletivo, assim a alma seria grupal. Entretanto, alem da nossa personalidade veículo de expressão da vontade divina, carrega a nossa individualidade, esta proveniente do espírito!
Construída em milhares de anos em trajetórias múltiplas, indo e vindo, de manifestação em manifestação, usando corpos, tantos quantos foram necessários, para se cumprir a vontade divina, efetivando a evolução das almas em progresso.
O espírito sendo uma centelha é imortal, transcendente, a alma plástica, entretanto, é o seu veículo de expressão.
A faculdade maior, a nos outorgada, pela consciência superior, é sem dúvida o livre arbítrio, com ele exercemos as nossas opções, construímos os nossos caminhos.
Entretanto, em cada nova jornada que empreendemos, bebemos a água do esquecimento, para melhor cumprirmos as nossas missões! Isto nos possibilitar o mérito das experiências, superadas através de colisões, atritos, dores, e incertezas.
Os corpos que usamos cascões físicos ou astrais foram meros carros de guerra, aríetes de impacto para romper os obstáculos, postos em nossa trajetória milenar.
O atual corpo que usamos, com o emocional que lhe acompanha, é uma jangada que construímos, visando atravessar o grande rio da evolução. Finda a jornada deveremos abandoná-la na praia.
Só serviu para cruzarmos o grande caudal.

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