Olá, Moura Rego

Não percebi uma coisa: onde está a SUA explicação? Apenas transcreveu o metodo proposto POR KARDEC.

Com todo o respeito por Allan Kardec, a parte do ESPIRITISMO que merece credito é  a das respostas dadas pelos Espiritos. Já quanto à opinião de allan Kardec, e proposta de metodo, é apenas OPINÃO individual de Allan Kardec - isto segundo o proprio metodo dele. Onde a voz concordante e universal dos Espiritos a apoiarem o CUEE? Apenas Kardec fala nela. Pode o amigo referir Espiritos que falem e apoiem o CUEE?


«Por grande, bela e justa que seja uma idéia, impossível é que desde o primeiro momento congregue todas as opiniões. Os conflitos que daí decorrem são conseqüência inevitável do movimento que se opera; eles são mesmo necessários para maior realce da verdade e convém se produzam desde logo, para que as idéias falsas prontamente sejam postas de lado.»


Pergunto eu: sabendo que os Espiritos não são iguais, nem em conhecimento, nem em moral, como é possivel UNIVERSALIDADE?

Numa coisa, concordo: qualquer mensagem será sempre e tão só isso: como ter certezas absolutas de ali estar a verdade? Nem mesmo pelo consenso de muitos, assim será. estaremos sempre perante a opinião individual, ou a opinião da maioria. Ou o que a maioria sabe. Infelizmente, sábios não se contam aos mil.

Fora do CUEE, assim é: nem aceitar tudo, nem rejeitar tudo. Qualquer extremo é sempre caminho errado. ESTUDAMOS, pois, usando o crivo da razão. Mas ESTUDAR não é DECORAR a codificação e pronto.

Queria concluir com um paralelismo assustador.
As palavras finais da Biblia (ou seja, finais do ultimo livro, Apocalipse de João) dizem o seguinte:

«E eu declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhe acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele os flagelos descritos neste livro; e se alguem tirar alguma palavra do livro desta profecia, Deus tirar-lhe-á a sua parte da Árvore da Vida.»

É isto que, na prática, faz o CUEE; fecha o ESPIRITISMO 150 anos atras.

A ciência espirita é dificil e requer estudo serio e persistente: mas fazer do CUEE o suprasumo, o decisivo criterio mágico é ilusório e prejudicial.

Tudo isto é apenas minha opinião individual, sem pretensão de sábias certezas.

Um abraço fraterno.

E.G.

Olá, amigo Moura Rego,

Fico feliz por vc só ter certezas. Mas isso não é o caminho certo para o erro?
Desde que alguém tenha opinião diferente da sua, é porque leu menos que vc? É porque não entende a doutrina tão bem como o amigo? Isso é o exemplo do bom Espírita?

Eu acompanho a algum tempo as suas colocações e penso que ler ou reler os dialogos de Sócrates na obra de Platão é proveitoso para qualquer de nós que quer aprender este principio: a vaidade é companheira de quem nunca tem dúvidas.

Saiba então que li a codificação tanto como o amigo, e que retive da tal introdução esta frase: «A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes. Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro. Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial. E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.»

Com pena minha, reparo que não respondeu a nada do que escrevi, onde está a sua aceitação do dialogo? Por isso que escrevi que o amigo foge ao dialogo, apenas coloca o que decorou. Isso não é estudo. Siga o exemplo das palavras de Kardec, introdução LE, ponto III: «Vamos tentar responder (...) examinando o valor dos motivos em que se apóiam, sem alimentarmos, todavia, a pretensão de convencer a todos, pois muitos há que crêem ter sido a luz feita exclusivamente para eles. Dirigimo-nos aos de boa-fé, aos que não trazem idéias preconcebidas ou decididamente firmadas contra tudo e todos, aos que sinceramente desejam instruir-se...»

Ainda da introdução ao LE, ponto VIII: «o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis.» Ponto VII: «O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro.»

Relembro ainda que o CUEE está desenvolvido no Evangelho segundo o Espiritismo, obra que o amigo nalguns posts comentou não considerar das obras principais da Codificação, mas ainda na introdução do ESE, nas palavras de Kardec, e não como resposta ou ensino dos Espiritos. Logo é opinião individual de Kardec.

E para responder a este ultimo post, tb não fala do CUEE o Prolegómeno citado pelo amigo.
É a introdução de Kardec que fala dele, tanto no LE, como no ESE.

Se quiser dialogar, estarei disponivel, mas se apenas recorrer a argumentos como esse de me mandar com atitudes superiores ler o que acha que não li, ou que ninguém percebe tanto de Espiritismo quanto o amigo, não vejo o minimo interesse na troca desse tipo de posts.

Um abraço fraterno.

E.G.