Ótimo texto Márcia!!
Todos nós temos um pouquinho do Pai dentro da gente, o problema é que muitas vezes esquecemos disso. Por quê é tão difícil ter fé nisso? O dia que encararmos todos os nossos desafios corajosamente, pois sempre estamos acompanhados por Deus e o nosso destino é a vitória, já estaremos em um grau de evolução bem diferente.
Por enquanto estamos aqui, aprendendo cada dia mais um pouquinho...obrigada pela lição!

Use o poder da fé
      Márcia   (ref # inicial, 26.08.13)

      Vamos comentar o texto trazido pela amiga Marcia. Antes, peço me perdoe, que escrevi muito depressa e, por isso, o que escrevi poderá até parecer uma linguagem fria, até descortês. Mas, fique certa que a intenção minha é raciocinar, ou apresentar argumentos para que raciocinemos, para compreender.

      Texto:... E Jesus... disse: O geração incrédula e perversa!... E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e o menino sarou. Então os discípulos...: Por que não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus: Por causa de vossa pouca fé; porque... se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.”
Mateus 17:14-20

      Márcia pergunta: ... Você sabe o que é fé?... fé é crer naquilo que está invisível, naquilo que está dentro e não podemos ver...

      Conf: é isso! Fé é apenas crença, suposição que pode redundar em ilusão apenas; assim Paulo disse, mais ou menos isto: “fé é acreditar naquilo que não se vê”. Assim, acreditamos e podemos cair do cavalo e sofrer por isso; ou, então, não caímos do cavalo e passamos a vida acreditando e podemos não sofrer por isso, ou ainda, acreditamos e poderá ser verdade aquilo em que acreditamos! Fé não é certeza absoluta, nem convicção.

      Confiamos em certas experiências pelas quais pessoalmente passamos, ou em pessoas que passaram por certas experiências e nos comunicam, ou no que lemos ou ouvimos... apenas isso.

      A fé verdadeira, aquela que remove montanhas, vem da convicção e, mesmo passando pela experiência e, por isso, tendo convicção, podemos estar enganados. Nada é certo; tudo é incerto. Há para nós encarnados apenas duas certezas que, somos obrigados a dizer, “quase” absolutas; primeira: que a morte do corpo físico nos espreita num amanhã, e segunda: que não temos certeza de mais nada. Nem mesmo podemos dizer que temos certeza absoluta que estamos aqui, que vivemos no mundo, que existimos como espíritos que cremos que somos.

      Márcia:... Fé para mim é o firme fundamento das coisas que não podemos ver, contudo podemos sentir!

      Conf: isso! É a suposição que isso que está sentindo é realidade, pois pode não ser.

      Márcia:...Você crê que para você tudo é possível?

      Conf: quem crê que para si tudo é possível, certamente ainda não observou a vida e, portanto, não sabe o que ela é.

       Márcia:... Sua vida é envolvida cem por cento pelas coisas que você acredita, toda a sua realidade a sua volta é uma exata expressão de sua fé interior.

      Conf: exato, em que nós acreditamos e, portanto, tudo em que acreditamos, e que acreditamos que é a realidade a nossa volta, pode não ser o que acreditamos que é. A interpretação de o que é essa realidade para nós, pode estar equivocada.

      Márcia:... Jesus foi nosso maior exemplo de uma pessoa que realmente se posicionou na coisa da fé, ele teve em si o poder! Ele se deu o poder de Ser aquilo que era e toda a diferença entre ele e você resume-se em apenas uma: Jesus acreditou em si mesmo e você não acredita!

      Conf: ele não se deu o poder; o poder foi-lhe dado pelas experiências/lições que a vida, esta escola do bem e do mal, lhe proporcionou. E, é verdade, essa é a diferença: ele acreditou e nós ainda não; mas ele acreditou exatamente porq as experiências da vida o fizeram acreditar; nada de méritos; a vida o fez compreender e a compreensão lhe deu o poder.

      Márcia: Você separa Deus de você e Jesus não fazia isso, ele sempre dizia: Eu e o Pai somos Um!... Então já vou te dar uma dica útil: use essa frase de Jesus: EU e o Pai Somos Um!

      Conf: minha jovem, passemos a vida inteira repetindo essa frase que a repetição pode mesmo funcionar como um auto-hipnotismo, e, eventualmente, acabaremos acreditando que somos o Pai; mas crer que somos o Pai apenas nos trará outra suposição, outra crença, outra fé; apenas poderá fazer acreditar que somos “um com o pai”. Se o acreditar é que importa, tudo bem! Viva a ilusão!

      Abç.
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"Não te maravilhes de eu te dizer que vos importa nascer de novo"

"A cada um segundo as suas obras"

Essas, sim, duas afirmações do Mestre Jesus que merecem Fé!

Olá amigos

Ao meditar em torno do texto da amiga Márcia coloquei várias questões a mim mesmo, que agora aqui exponho.

Fé, é acreditar mesmo sem ver. Mas o que significa isso? - Significa que devemos acreditar no que toda a gente diz, sem critério? Não podemos estar a acreditar em mentiras?

A primeira coisa a fazer é separar a questão do optimismo da questão da fé. Um ateu materialista  pode ser um optimista e um espiritualista ou um religioso um pessimista. No meu entender o optimismo é essencialmente uma característica genética, mais próxima do corpo de carne do que do espírito. Os estudos sobre o desamparo adquirido, a causa da não orgânica da depressão, nos humanos, começaram no âmbito do estudo dos reflexos condicionados, em cães. Segundo Martin Seligman e outros estudiosos da psicologia positiva (aquela que estuda os saudáveis e não apenas os doentes), nós podemos aprender a explicar a realidade a nós mesmos de outra forma, o que tem a haver com o espírito, minimizando o impacto genético e/ou ambiental, de que nasce a nossa tendência mais pessimista ou optimista. Mas trata-se de algo em comum com os animais, de certa forma. Ser optimista é bom, é o ideal. Mas nem sempre somos como queremos.
 
Penso que Jesus estaria a falar de deixar fluir em nós a intuição, tentando ler em nós mesmos esse conhecimento milenar do nosso espírito imortal. Apesar que a dúvida, junto a uma pessoa como Jesus, não deve ser a mesma coisa do que a dúvida das pessoas comuns, que não tiveram esse privilegio, de conviver directamente com ele...

Todavia a fé, sem a razão, não chega. E vice-versa. Pois há tantas fantasias e aldrabices a circular por aí, que uma pessoa que não avalie racionalmente aquilo em que crê se sujeita a acreditar em disparates, bem como uma pessoa que apenas se baseie na razão fica sujeita a uma ferramenta demasiado limitada, para abranger a complexidade da vida.

E em que devemos acreditar? - que o futuro de uma pessoa com fé é isento de doenças e dificuldades? - Ao olhar para os apóstolos e para o próprio Jesus, verificamos que todos, parte deles, foram perseguidos, torturados, que tiverem mortes horríveis. A fé não os isentou das dificuldades e do sofrimento da vida material. Estavam a expiar? E Jesus, estava a expiar? - Não! A fé tem a haver com uma visão da vida, não é nenhum instrumento mágico que nos resolve todos os problemas materiais. Essa é a postura do supersticioso, não a do espiritualista, em meu entender.

Quem procura a fé para resolver apenas os problemas mundanos não compreende a palavra fé no sentido que Jesus a usava. Esta é a minha opinião. Mas também são os factos. Pessoas muito boas sofrem, pessoas com um comportamento altamente cruel têm saúde. A fé, para mim, é a crença de que somos espiritos imortais, provisoriamente associados a um corpo de carne. Compreendendo bem quem somos é normal que nos tentemos comportar de forma condizente com as nossas crenças. Podemos ter mais coragem, paciência e resignação (perante aquilo que não está mesmo na nossa mão alterar). Mas, na minha opinião, não podemos esperar que este mundo seja um mar de rosas. Basta pensar que temos de trabalhar a vida toda para sustentar um corpo de carne que não somos nós. Que vai necessariamente perecer. Se não morrermos novos, é natural que a velhice nos possa fazer a vida material mais complicada, mais lentidão, mais doenças, menos forças. Há pessoas que não passam tanto por isso, mas são excepções. E todos, sem excepção, têm de enfrentar a ansiedade da vida.   

Haverá aqueles que nos dizem que, pelo facto de uma pessoa nos parecer boa não quer dizer que o seja. Nisso tenho de concordar. Para avaliar as outras pessoas seria necessário colocar-se na pele delas. Só assim nós saberíamos, se, nas mesmas circunstâncias, com o mesmo corpo de carne e com a mesma história de vida na Terra, seriamos melhores ou piores.

haverá outros que nos dizem que, apesar de a pessoa já se ter corrigido, em relação a defeitos que a levaram a cometer crimes e acções cruéis em vidas passadas, ela tem de sofrer as consequências. Mas será que era o caso dos apóstolos? E o de Jesus, que teve uma morte da carne do mais horrível que possamos imaginar? Para mim isto é uma noção distorcida de justiça. A lei é a lei de causa-efeito. Cessada a causa, cessa o efeito...

Posso compreender que a reparação faça parte da lei de justiça, ou seja, ser colocado em condições que nos dêem oportunidade de reparar hoje, com o bem, o mal que fizemos a alguém ontem, em outra encarnação. Mas, para que essa justiça se cumpra, os nossos esforços têm de reverter a favor de alguém, talvez sobre aqueles que são a reencarnação daqueles a quem fizemos mal noutras encarnações.     

Assim, Deus queira que seja possível evitar a nós mesmos, e a toda a gente, sofrimentos, por termos fé. Mas não acredito que ela nos livre da precariedade da vida que implica estarmos associados a um corpo de carne, neste mundo.

bem hajam

      Brenno Stoklos


      "Não te maravilhes de eu te dizer que vos importa nascer de novo"

      "A cada um segundo as suas obras"

      Conf: Exato: todos, um dia, nascerão de novo; morre o "homem velho, e nasce o "novo homem".

      San - fer7   (ref #4, de 27.08.13)

      Conf: certamente que o que vale à pena ter é, como vc disse, "confiança absoluta e incondicional"; o mais, a simples fé, não passa de crença, suposição e pode não ser mais nada que ilusão e coisa falsa. A convicção só vem da experiencia pessoal (pode vir também, mas muito mais lentamente, da compreensão provocada por uma mente aberta, estudos, pesquisas, o que exige o abandono de todos os preconceitos que, em geral, nos impedem a compreensão, principalmente em relação aos assuntos da fé, religiões e doutrinas.
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