T�pico: Esquecimento tempor�rio (Lida 1493 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 29 de Abril de 2015, 09:58 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Esquecimento tempor�rio

Corria o ano de 2007, e aquela mulher ainda vivia no ano de 1967, �poca em que o marido a deixara para viver com outra. O ex-marido se casou, teve filhos, e ela lamentavelmente vivia 40 anos atr�s, pensando no que fizera de errado para perder o �amor de sua vida�.

Desde ent�o foram tempos de tristeza. N�o se casou, n�o mais namorou, e sequer fez novos amigos, tudo porque preferia ficar se machucando com um passado que deveria ser esquecido.

Ao tomar conhecimento dessa hist�ria compreendemos as raz�es do esquecimento tempor�rio que experimentamos ao reencarnar para as lides terrenas, sendo esse esquecimento um presente que a Provid�ncia Divina nos concede. Imagine o que ocorreria com a mulher da hist�ria acima se tivesse o conhecimento de todo o seu passado?

Kardec abordou essa quest�o em �O Livro dos Esp�ritos�, no Cap. �Esquecimento Tempor�rio�. O codificador questionou aos s�bios da espiritualidade:

P � 392 - Por que o Esp�rito encarnado perde a lembran�a de seu passado?

R - O homem n�o pode nem deve saber tudo. Deus em Sua sabedoria quer assim. Sem o v�u que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria deslumbrado, como aquele que passa sem transi��o do escuro para a luz. O esquecimento do passado o faz sentir-se mais senhor de si.

Resposta esclarecedora!

Com sangue novo, ou melhor, novo corpo, recome�ar sem as sombras do passado e as artimanhas do remorso, que muitas vezes nos fizeram cair, � ben�fico, porquanto, entre tantas circunst�ncias que se apresentam, o esquecimento tempor�rio dos fatos n�o tolhe nossa iniciativa, principalmente no campo do Bem ou na reconstru��o da pr�pria vida. Ou seja, estamos de certa forma momentaneamente livres para escolher novos caminhos, sem culpa ou olhares de reprova��o que nos embara�am.

E a esses olhares de reprova��o e coment�rios maldosos presenciamos sempre que algu�m procura modificar suas disposi��es �ntimas, em exclama��es do tipo:

- Nossa, mas ainda outro dia deleitava-se com o v�cio e agora pensa que � santo! Quanta hipocrisia!

� a velha tend�ncia humana de se prender ao passado, sem se atentar que as pessoas podem modificar suas disposi��es.

Mas complicado mesmo � quando a culpa come�a a senhorear nossa vida. Com frequ�ncia encontramos criaturas com doridas marcas provocadas pela culpa, e que n�o conseguem tomar iniciativas de reconstru��o porque querem se autopunir, considerando que a autopuni��o quita os d�bitos perante a pr�pria consci�ncia. Nada disso! O melhor caminho � trabalhar e servir para apaziguar a consci�ncia em chamas pelos equ�vocos cometidos.

Outra situa��o que comprova o benef�cio desse esquecimento tempor�rio � o relacionamento dentro do lar. N�o raro guarda-se a sete chaves, como um trunfo, uma suposta ofensa feita por um familiar, e espera-se apenas o momento oportuno para sacar a l�ngua e dizer:

- Ah, mas n�o me esque�o daquele dia que voc� fez isso, aquilo e aquilo outro...

� curioso notar que s�o situa��es j� ultrapassadas h� meses, quando n�o, anos. Sim, s�o situa��es ultrapassadas, mas n�o superadas pela velha imaturidade humana. Se n�o conseguimos por hora equacionar emo��es vivenciadas nesta exist�ncia, imagine o que ocorreria se tiv�ssemos conhecimento de fatos ocorridos h� mil�nios, e que foram motivos de muitas l�grimas por parte de todos os envolvidos. Se isso ocorresse, certamente nos perder�amos embaralhados em um turbilh�o de emo��es e sentimentos.

Por�m, Deus � a sabedoria suprema, conhece nossas virtudes e limita��es, e nos oferta o esquecimento tempor�rio como sublime oportunidade de recome�o para que aprendamos a viver a exist�ncia atual como a de maior import�ncia em nossa jornada, porquanto, o passado j� se foi, o futuro vir�, e o presente � para ser trabalhado, visando ao nosso progresso como Esp�ritos em evolu��o. Prender-se ao passado doloroso ou n�o, dessa ou de outra exist�ncia, para qu�? Para nos aborrecermos, desanimarmos ou nos envaidecermos em demasia por essa ou aquela posi��o que ocupamos no mundo? O melhor � privilegiar o presente, pois � ele que oferta nossas maiores possibilidades de felicidade, aqui ou acol�, nesta e em futura exist�ncia.

Wellington Balbo

PAZ, MUITA PAZ!

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