T�pico: Os n�meros na Natureza (Lida 1608 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 23 de Janeiro de 2012, 11:56 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Os n�meros na Natureza

At� que ponto os n�meros influem no destino das pessoas, � algo interessante a ser analisado, segundo a Doutrina Esp�rita. Quanto � Natureza, sabemos que tudo, desde o ser mais infinitamente pequeno ao mais extraordinariamente grande, � regido pelo n�mero. Camille Flammarion, na obra Deus na Natureza, destaca pontos importantes a respeito desse fato.

Vejamos: 1) Cada mol�cula � um modelo de simetria e representa um tipo geom�trico; 2) Todas as combina��es obedecem a regras geom�tricas; 3) Para exilar da Natureza o esp�rito, particularmente o esp�rito geom�trico, � preciso recusar � evid�ncia o papel representado pelo n�mero e obstinar-se a n�o ouvir a harmonia profundamente espalhada nas obras criadas.

E se assim � com a Natureza, n�o poderia ser tamb�m com os humanos? � uma pergunta que lan�amos aos estudiosos. Recorrendo mais uma vez a Flammarion, destacamos este belo trecho do livro Deus na Natureza:

�A Harmonia n�o � t�o-somente a fraseologia musical escrita em partituras e executada por instrumentos humanos; n�o consiste apenas nessas obras-primas a justo t�tulo admiradas e afloradas nos belos dias de inspira��o dos c�rebros dos Mozart e dos Beethoven. A harmonia enche o Universo com os seus acordes.

Assim como os sons derivam do n�mero de vibra��es sonoras, as cores derivam das vibra��es luminosas. O colorido de uma paisagem vale por uma esp�cie de m�sica. A verdura dos prados � formada pelo n�mero, qual o tema de uma melodia; a rosa que se desbotou � o centro de uma esfera de vibra��es luminosas, constituindo o matiz aparente, e o rouxinol, que trina em car�cias, projeta no ar as vibra��es sonoras caracter�sticas do seu t�nus. Todo movimento � n�mero e todo n�mero � harmonia.

Sons e cores estendem-se abaixo e acima dos limites de nossa organiza��o, igualmente subordinados a regras num�ricas. H� sons que o ouvido humano n�o pode captar, assim como h� cores que nos escapam � retina. O vento que suspira entre os cedros e pinheiros; o lamento das vagas na praia arenosa; o zumbido do inseto no �mbito dos bosques; todos os indefin�veis sons que animam a Natureza s�o vibra��es sonoras, pertinentes ao reinado do n�mero.

A planta integral encerra mais certos corpos determinados por sua natureza: o trigo cont�m o gl�ten azotado; a videira, cal; a batata, potassa; o ch�, magn�sio; o tabaco, salitre, etc.. A cada planta conv�m uns tantos elementos minerais e a pr�pria planta � que os sabe escolher.�

Na Revista Esp�rita de julho de 1868, Allan Kardec d� o seu parecer a respeito do assunto, no cap�tulo intitulado �A Ci�ncia da concord�ncia dos n�meros e a fatalidade�. Diz o Codificador que, embora tenha visto alguns casos singulares de concord�ncia entre as datas de certos acontecimentos, isto se deu em pequeno n�mero, para tirar uma conclus�o, mesmo aproximada. Acrescenta, por�m, que, por n�o se ver raz�o para determinada coisa, n�o � motivo para dizer que ela n�o exista.

Explica Allan Kardec que h� fatos sobre os quais tem uma opini�o pessoal, mas que, neste caso, n�o tem nenhuma. Contudo, se existir uma Lei que regule a concord�ncia dos acontecimentos, um dia ela ser� conhecida, pois o Espiritismo, que assimila todas as verdades, n�o ir� repelir mais esta. Tendo sido exposta a quest�o aos Esp�ritos, estes disseram haver, no conjunto dos fen�menos morais, como nos fen�menos f�sicos, rela��es baseadas em n�meros.

Dizem os Esp�ritos que a Lei da Concord�ncia das datas n�o � uma quimera. �, por�m, uma das coisas que ser�o reveladas mais tarde e nos dar�o a chave de muitos fatos que parecem anomalias. Em vista disto, Kardec levanta uma quest�o: se os acontecimentos que decidem a sorte da Humanidade, de uma na��o, de uma tribo, t�m vencimentos regulados por uma lei num�rica, n�o � a consagra��o de uma fatalidade, como fica, ent�o, o livre-arb�trio do homem?

O pr�prio Kardec responde que isto n�o entrava, de maneira alguma, o livre-arb�trio humano, pois todas as leis que regem o conjunto dos fen�menos da Natureza t�m consequ�ncias fatais, inevit�veis, fatalidade esta indispens�vel � manuten��o da harmonia universal. E explica que o homem que sofre estas consequ�ncias est� submetido � fatalidade, em tudo quanto n�o depende de sua livre iniciativa.

Assim, por exemplo, diz Allan Kardec: o homem deve morrer fatalmente. Mas se, voluntariamente, apressa a sua morte, pelo suic�dio ou pelos excessos, age em virtude de seu livre-arb�trio. Deve-se comer para viver: � a fatalidade; mas, se comer al�m do necess�rio, pratica um ato de sua livre vontade; numa cela, o prisioneiro � livre para mover-se � vontade, no espa�o que lhe � concedido. Mas as paredes, que ele n�o pode transpor, restringem-lhe a liberdade; a disciplina � para o soldado uma fatalidade. Mas ele n�o � livre em suas a��es pessoais.

Enfim, conclui Kardec, tendo o homem o livre-arb�trio, em nada entra a fatalidade em suas a��es individuais; quanto aos acontecimentos da vida privada, que muitas vezes parecem atingi-lo fatalmente, t�m duas fontes bem distintas: uns s�o a consequ�ncia direta de sua conduta na exist�ncia presente; ele n�o pode queixar-se sen�o de si mesmo e n�o da fatalidade, ou, como se diz, de sua m� estrela. Os outros s�o inteiramente independentes da vida presente e perecem, por isto mesmo, devidos a uma certa fatalidade.

Altamirando Carneiro

PAZ, MUITA PAZ!

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