T�pico: Da verdade, caridade e salva��o segundo Jesus (Lida 2344 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 14 de Novembro de 2012, 18:25 »

VIVA JESUS!

Boa-tarde! queridos irm�os.

Da verdade, caridade e salva��o segundo Jesus

�Ainda que eu falasse as l�nguas dos homens e as l�nguas dos pr�prios anjos, se eu n�o tiver caridade, serei como o bronze que soa e um c�mbalo que retine.� 1 � Assim iniciou Paulo de Tarso uma de suas mais coerentes e admir�veis cartas � comunidade de Corinto, na Gr�cia do seu tempo.

No tocante a essa virtude, o sacerd�cio organizado que tomou como sua a posse da verdade absoluta, desde o s�culo quarto, tem tamb�m escrito as suas cartas. Em uma de suas �ltimas cartas circulares pontif�cias, datada de sete de julho de 2009, a Caritas in Veritate (Caridade em Verdade), par�grafo 1.o, transparece a esdr�xula doutrina da �reden��o pelo sangue de Cristo�, que, de in�cio, afirma:

A caridade, na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com sua vida terrena e, sobretudo, com a sua morte e ressurrei��o, � a for�a propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira.

Verdade deles

Noutro trecho dessa enc�clica, no seu par�grafo 2.o, afirma-se ainda que �a caridade h� de ser compreendida e praticada sob a luz da verdade�. Quem ler examinando o desenrolar do texto, logo entender� que essa �verdade�, obviamente, � a do sacerd�cio organizado. Ou seja: quem n�o adere � verdade da salva��o pela f�, n�o pode se salvar. (A referida enc�clica encontra-se � disposi��o na Internet.)

A respeito do conceito de �salva��o�, o pr�prio Jesus jamais afirmou, sequer insinuou tamanho absurdo. Sua doutrina se resume no maior de todos os mandamentos2 e nada mais. Salvar-se, segundo Jesus, significa cumprir o mandamento da Lei Maior, o qual se resume no amor irrestrito a todas as criaturas, ao pr�ximo, aos mais pr�ximos.

Sem o magno compromisso moral que recomenda �amor a Deus sobre todas as coisas e ao pr�ximo como a si mesmo�, a criatura encarnada (e desencarnada!) nunca ter� em si o Reino de Deus. Lembremo-nos de que esse reino n�o pertence a este mundo nem possui forma exterior, sendo essencialmente um estado de paz, de consci�ncia tranquila. Tal sentimento de bem-estar, sublima-o o dever cumprido pela a��o generosa em proveito de algu�m ou de alguns, ou de muitos.

N�o passa de mentiroso

O bem ao pr�ximo, aos mais pr�ximos, enfim, a tudo o que cerca ou envolve os seres vivos, a natureza, d� esse estado de esp�rito e torna o benfeitor o mais feliz dos seres mesmo ante os mal-agradecidos, os invejosos, os caluniadores, ante todas as vicissitudes da exist�ncia. N�o � poss�vel! Se algu�m disser que traz consigo esse reino, e ao mesmo tempo desrespeita a cren�a dos outros, cria barreiras como a do preconceito, da m� vontade, julgando, condenando, denegrindo nomes e institui��es respeit�veis. N�o passa de um mentiroso.

O que mais a intoler�ncia e o preconceito religioso produziram foram injusti�as, crueldades. Os atos do Tribunal do Santo Of�cio, as Guerras Santas que o digam, em que pese Jesus ter deixado bem claro o segundo mandamento, al�m do amar a Deus de todo o cora��o, de toda a alma: �(...) Amar�s o teu pr�ximo como a ti mesmo� (Mateus, 13, 30-40).

No entanto, religi�es e seitas ditas crist�s valem-se do engano Paulino referente � caridade e � f�, antepondo esta �quela, a fim de manter o dogma da �gra�a e salva��o pela f�, em contraste com a moral do Evangelho. Por conta desse e de outros pontos de doutrina, estranhos ao pensamento do Mestre Nazareno, ainda por cima definiram a Igreja como a ��nica coluna e baluarte da verdade�, com base na primeira ep�stola do mesmo Ap�stolo (I a Tim�teo, 3,15).

� por essas e outras que esse Cristianismo sentencioso colide com �agora estas tr�s virtudes: a f�, a esperan�a e a caridade permanecem, sendo a mais excelente a caridade�, do pr�prio Paulo (Cor�ntios, 13, 13); com �assim tamb�m a f�, se n�o tiver obras, por si s� est� morta�, do Ap�stolo Tiago (Tiago, 2,17).

Caridade, e n�o verdade de a, de b ou de c

A caridade, como a entende Jesus, e confirmada pela Doutrina Esp�rita, � e sempre ser� o �nico meio de salva��o, e n�o segundo a verdade de a, de b ou de c. Por sinal, as modernas edi��es b�blicas astuciosamente substitu�ram o termo caridade pelo termo amor, ofuscando-lhe o brilho do sentido dado pelo Mestre. Por isso, segundo o Espiritismo, ela n�o se limita a t�o-somente favorecer os pobres com coisas materiais; sob o ponto de vista esp�rita, caridade vai desde o ato de doa��o de �uma moeda� at� o de se �perdoar o inimigo�. Perdoar o inimigo resume-se em caridade moral por ter como princ�pio a Humildade, a maior de todas as virtudes, da� Jesus coloc�-la no primeiro item das Bem-aventuran�as, durante o Serm�o do Monte (Mt., 5,3). 3

Salva��o, conforme a Doutrina, n�o se relaciona a �penas eternas� nem com a salva��o de supostas tenta��es de seres infernais, nem com inferno. O Paulo � n�o o da carta aos ef�sios (Ef., 2,8) ao escrever: �pela gra�a sois salvos mediante a f�, e sim o Paulo aos romanos (Rom., 2,6), �Deus retribuir� a cada um segundo as suas obras� � compreendeu que a salva��o s� acontece pela pr�tica do bem, por atos provenientes do sentimento caridoso. �Obras�, aqui no caso, � mesmo o que entendemos como caridade, ou seja, o conjunto de todas as virtudes da alma, porque dela resulta a benevol�ncia com todas as criaturas, e est� ao alcance de todos: do ignorante ao s�bio, do pobre ao rico, independente de qualquer cren�a particular. 4

Nenhuma filosofia, religi�o ou seita possui o privil�gio da verdade absoluta. Salva��o, quer dizer evolu��o; s� diz respeito a n�s mesmos; sem ela, estacionamos em erros e sofrimentos. Se n�o combatermos nossas m�s tend�ncias, se n�o superarmos v�cios e defeitos, jamais evoluiremos e, por conseguinte, tornar-se-� cada vez mais dif�cil o Reino do C�u em n�s, a bem-aventuran�a, ou felicidade perfeita. Esta, s� a conseguiremos � custa de uma profunda reforma de temperamento, e Jesus j� fez a Sua parte; Ele j� ensinou como bem faz�-la.

Fiquemos, portanto, com esta bel�ssima ila��o do Esp�rito Emmanuel:

(...) Salvar, em leg�tima significa��o, � �livrar de ru�na ou perigo�, �conservar�, �defender�, �abrigar�, e nenhum desses termos exime a pessoa da responsabilidade de se conduzir e melhorar-se. Navio salvo de risco iminente n�o est� exonerado de viagem, na qual enfrentar� naturalmente perigos novos. E doente salvo da morte n�o se forra ao imperativo de continuar nas tarefas da exist�ncia, sobrepujando percal�os e tenta��es. (...) Pedro, salvo da indecis�o, � impelido a sustentar-se em trabalho at� a senectude das for�as f�sicas. Paulo, salvo da crueldade, � constrangido a esfor�o m�ximo, na pr�pria renova��o, at� o �ltimo sacrif�cio. 5

Refer�ncias:

1 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradu��o Herculano Pires. 62. ed. S�o Paulo: Lake � Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 15, do item 1 ao 3, p. 197.

2 Idem, ibidem. Item 4 e 5, p. 199.

3 Idem, ibidem. Cap. 7.o, item 1 ao 13, p. 105.

4 Idem. O Livro dos Esp�ritos. Tradu��o Herculano Pires. 62. Ed. S�o Paulo: Lake � Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 11, quest�o 886, p. 292.

5 XAVIER, Francisco C. Palavras de Vida Eterna (Esp�rito Emmanuel). 13. ed. Rio de Janeiro: Federa��o Esp�rita Brasileira (FEB), 1989. Tema 153, p. 322.

Davilson Silva

PAZ, MUITA PAZ!

Da verdade, caridade e salva��o segundo Jesus

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