T�pico: Ci�ncia, Espiritualidade e Ci�ncia Esp�rita (Lida 2115 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 01 de Maio de 2012, 14:14 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Ci�ncia, Espiritualidade
e Ci�ncia Esp�rita

Em seus estudos sobre as rela��es poss�veis entre a Nova Ci�ncia e o campo da espiritualidade, Dalai Lama (1), autoridade m�xima do budismo em sua corrente tibetana, destaca o papel espiritual e profundamente humanista que deveria ser assumido pela Ci�ncia no mundo em que estamos de passagem.

Nesse sentido, a Ci�ncia como um campo de conquistas tecnol�gicas e intelectuais deveria se deixar orientar pelo exerc�cio indiscriminado da compaix�o, ou seja, se permitir conduzir pelo desejo acendrado de aliviar o sofrimento onde ele esteja instalado.

Para tanto, seria preciso que a Ci�ncia, falo aqui das ci�ncias ordin�rias em suas diversas ramifica��es, fosse afetada pela tem�tica espiritualidade e se visse provocada a abrir m�o do reducionismo materialista, cujo paradigma bem se encaixa aos interesses ego�stas que hegemonicamente ainda comandam o desenvolvimento cient�fico.

A crise ecol�gica se coloca � Ci�ncia como forte quest�o que problematiza a �tica que a tem orientado, ali�s, a �tica que tem sido assumida pelos homens e mulheres, no mundo, que pautam suas exist�ncias numa perspectiva materialista e imediatista que advoga pelo desejo, pela posse, pelo ego�smo, enfim.

Essa crise tamb�m denuncia o destino infausto que estamos produzindo para a nossa esp�cie � estabelecendo na din�mica de a��o e rea��o, que rege o cosmos, duros resgates coletivos �, pelo modo nada s�bio que temos agido para conosco, com os demais seres vivos e para com a M�e-Terra.

Como � f�cil perceber n�o � a Ci�ncia que � m�. Os adjetivos niilista, reducionista e materialista n�o se aplicam somente ao campo do saber cient�fico, pois, apesar de tanta oferta religiosa na sociedade, faltam-nos valores de espiritualidade que reorientem o nosso modo de ser e estar na realidade planet�ria, afinal, ainda nos deixamos conduzir por um paradigma empobrecido do ser humano.

Segundo Allan Kardec, o Espiritismo tem um importante papel a realizar, fazendo-se ponte entre a Ci�ncia e o campo espiritual, sobretudo por ser uma ci�ncia �tica que estuda um objeto ignorado pelas outras ci�ncias, cujos m�todos de investiga��o estabelecidos em bases materialistas s�o incapazes de sondar.

Escreve o pensador orientado pelo Esp�rito de Verdade que:

�O Espiritismo n�o descobriu, nem inventou este princ�pio [da uni�o do princ�pio espiritual para animar e organizar a mat�ria]; mas foi o primeiro a demonstrar-lhe, por provas inconcussas, a exist�ncia; estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a a��o. Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois princ�pios, as duas for�as vivas da Natureza. Pela uni�o indissol�vel deles, facilmente se explica uma multid�o de fatos at� ent�o inexplic�veis�. (2)

Verifiquemos que o Espiritismo encara sob o ponto de vista cient�fico uma quest�o at� ent�o centralizada pelas conjecturas metaf�sicas e que as religi�es tentaram tomar somente para si: o elemento espiritual.

Com Kardec, entendamos o elemento espiritual como um dos princ�pios constitutivos do universo, assim como a mat�ria e Deus, a Causa Primeira. Mas vale lembrar que �Individualizado, o elemento espiritual constitui os seres chamados Esp�ritos, como, individualizado, o elemento material constitui os diferentes corpos da Natureza, org�nicos e inorg�nicos�. (3)

Voltando � cr�tica do Dalai Lama � ci�ncia oficial, conforme podemos inferir de seus escritos, a Ci�ncia precisa descobrir a consci�ncia, a causa dos fen�menos subjetivos ou espirituais e, a partir desse ponto, reconfigurar seu direcionamento �tico para o altru�smo.

Nessa linha de an�lise precisar�amos de uma ci�ncia da consci�ncia, ou seja, uma ci�ncia que nos ensine a perceber a realidade espiritual e a prestarmos aten��o em nossa verdadeira natureza.

Essa � a proposta mesmo da Ci�ncia Esp�rita ao descortinar, baseada em evid�ncias cient�ficas acerca dos fen�menos medi�nicos recolhidas na metodologia kardequiana, a realidade do Esp�rito imortal.

Entretanto, a utilidade desse saber est� na raz�o direta de sua aplica��o por parte daqueles que dele tomam conhecimento. Logo, quando se fala numa ci�ncia da consci�ncia � oportuno n�o esquecermos que a consci�ncia n�o-localizada no corpo f�sico � o pr�prio Esp�rito (somos n�s), a individualidade incorp�rea dotada de intelig�ncia, pensamento e vontade.

Desse modo, � preciso que nos apropriemos de tal forma do saber exarado nas obras fundamentais da Doutrina dos Esp�ritos que, por consequ�ncia, nos fa�amos senhores de n�s mesmos, ou seja, emancipados intelectualmente da cegueira espiritual do materialismo, tanto quanto das supersti��es.

Estudando Kardec:

�Demonstrando a a��o do elemento espiritual sobre o mundo material, alarga o dom�nio da ci�ncia e, por isto mesmo, abre uma nova via ao progresso material. Ent�o ter� o homem uma base s�lida para o estabelecimento da ordem moral na Terra; compreender� melhor a solidariedade que existe entre os seres deste mundo, desde que esta se per�petue indefinidamente; a fraternidade deixa de ser palavra v�; ela mata o ego�smo, em vez de ser morta por ele e, muito na�turalmente, imbu�do destas ideias, o homem a elas conformar� as suas leis e suas institui��es sociais.� (4)

Refer�ncias:

(1) LAMA, Dalai. O universo em um �tomo: o encontro da ci�ncia com a espiritualidade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

(2) A G�nese segundo o Espiritismo, cap. I, item 18.

(3) A G�nese segundo o Espiritismo, Cap. XI, item, 6.

(4) Revista Esp�rita, novembro de 1864 � O Espiritismo � uma ci�ncia positiva.

Vinicius Lousada

PAZ, MUITA PAZ!

Ci�ncia, Espiritualidade e Ci�ncia Esp�rita

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