Forum Espirita

*
  • Moderadores
  • Regras
  • Sobre
  • FAQs
  • Contactos
Por favor Entre ou registe-se.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
  • Início
  • Pesquisa
  • Contato
  • Salas de Chat
  • Entrar
  • Registe-se
  • Forum Espirita »
  • GERAL »
  • Mensagens de Ânimo »
  • Acção do Dia »
  • Caim e Abel: procurando entender a alegoria

Aumentar pontos de Participação:  
O que pensa sobre esta mensagem?
Gostei Não gostei  
Comentar:

« anterior seguinte »
  • Imprimir
Páginas: [1]   Ir para o fundo

Autor Tópico: Caim e Abel: procurando entender a alegoria  (Lida 3856 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.

Offline dOM JORGE

  • Mundo Divino
  • *
  • Mensagens: 8480
  • Participação: 1643
  • dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!dOM JORGE is awe-inspiring!
  • Sexo: Masculino
  • VIVER É UM ESPETÁCULO
  • Relevância: +8033
Caim e Abel: procurando entender a alegoria
« em: 14 de Setembro de 2011, 15:01 »
+2Gostou?
                                          VIVA JESUS!


         Bom-dia! queridos irmãos.


                Caim e Abel: procurando entender a alegoria


Em artigo nosso, denominado Adão e Eva, publicado na edição de outubro de 2004 da Revista Internacional de Espiritismo, procuramos mostrar que o mito do casal primevo pode ser visto como uma alegoria onde o experimentar do fruto da árvore da ciência do bem e do mal e a conseqüente expulsão do paraíso representam o ingresso da alma no reino hominal, com a conquista da consciência plena, ao passo que o degredo de Caim para uma terra distante, onde se casa e constrói uma cidade, significa o alvorecer da civilização, possível com a chegada ao nosso orbe dos Espíritos que Kardec denominou em conjunto de raça Adâmica. No presente artigo, nos deteremos na história de Caim e Abel.

O mais curioso no relato bíblico é que ele não dá nenhuma pista sobre o porquê de Deus ter aceitado a oferta de Abel, fruto das “primícias do... rebanho” e “da gordura deste” e ter recusado a oferenda de Caim, proveniente “do fruto da terra”. Alguns estudiosos especulam que Caim não teria oferecido o melhor da sua colheita ou que teria feito sua oferta de má vontade, só por obrigação, sendo tal a causa da preferência de Deus. Daí parte para explicar que Caim teria matado Abel por ciúme e despeito. É importante, entretanto, enfatizar que nada disso consta do relato bíblico. Necessitamos, pois, de uma chave especial para decodificar o significado oculto. Usemos, pois, a chave que nos fornece a Doutrina Espírita.

A Doutrina Espírita nos ensina que a Justiça Divina é perfeita, não havendo nela, portanto, espaço para privilégios ou preferências. Por mais simples que seja a oferenda de alguém aos olhos dos homens, Deus sabe que esse alguém está oferecendo aquilo que sua condição e seu estado evolutivo lhe permitem. Que outra coisa poderia Caim oferecer que não o fruto da terra, o produto de seu trabalho? O que é avaliado por Deus é a nossa intenção e não o lado material da oferenda que temos a dar. Ora, se Deus não pode ter externado qualquer preferência a Abel sobre Caim, não resta qualquer razão para este ter matado aquele. Como poderemos, então, interpretar a história de Caim e Abel?

Propomos ao leitor um aprofundamento na questão, explorando as informações que são dadas sobre os dois irmãos. Estudar, estudar sempre e tudo submeter aos critérios da razão e do bom senso, eis o método que o Codificador nos ensinou. Como o relato bíblico diz que Abel era pastor de ovelhas e Caim, lavrador, iniciaremos estudando como se deu o surgimento do pastoreio e da agricultura. 

Ambos surgiram entre 10 e 12 mil anos atrás, em substituição ao modo de vida caçador-coletor, dos nossos ancestrais mais primitivos. O pastoreio foi uma suave evolução. A necessidade de deslocamento dos rebanhos em busca de água e pasto tornava a atividade, por um lado, cansativa e perigosa, mas, por outro, estável no tempo, sem a introdução de quaisquer novidades tecnológicas ou de comportamento social. Os pastores formavam comunidades pequenas, onde o trabalho e os conseqüentes ganhos eram compartilhados, havendo um mínimo de especialização e sendo desconhecida a estratificação social. Em função da necessidade de movimentação, havia poucas crianças nos grupos. A religiosidade era simples, sem templos nem sacerdócio organizado. A hierarquia, por fim, era reduzida, o mais das vezes, à existência de um único líder, geralmente o mais hábil em encontrar as soluções de que a comunidade necessitava.

Nesse modo de vida simples, que ainda pode ser conhecido em lugares remotos da Ásia e da África, não havia acumulação de riquezas, o que tornava a criminalidade pequena. Podendo tais comunidades deslocar-se livremente, sempre que as circunstâncias o exigissem, elas não eram fortemente sujeitas às variações climáticas, podendo buscar seu sustento onde quer que ele estivesse disponível. Assim sendo, pode-se dizer que elas desconheciam a escassez. 

A agricultura sedentária, surgida, como vimos, à mesma época que o pastoreio, representou, ao contrário daquele, uma ruptura radical com o modo de vida caçador-coletor, uma verdadeira revolução. O novo modo de vida apresentou inúmeras vantagens, fazendo surgir oportunidades jamais pensadas. As comunidades cresceram, se organizaram, se diversificaram as especializações, desenvolveram-se as ciências e as artes, riquezas se acumularam, surgiram as hierarquias sociais, as grandes obras, os governos, as religiões organizadas, os exércitos, as guerras e os impérios. Infelizmente, junto a um mundo de notáveis conquistas, vieram também as mazelas decorrentes, como a superpopulação, a insalubridade e as conseqüentes doenças, a violência e os abusos de poder, a religião se afastando cada vez mais do seu objetivo espiritual e tomando a mesma feição do poder temporal. Por ironia, quanto mais poderoso o homem, enquanto comunidade, se tornava, menos livre ele, enquanto indivíduo, se sentia, por muitas vezes, até os tempos de hoje, tendo expressado de vários modos sua profunda saudade do modo de vida simples que havia abandonado.

No início e por algum tempo após, houve convivência pacífica entre pastores e agricultores, com troca de mercadorias entre ambos. No entanto, aos poucos, o crescimento das áreas dedicadas à agricultura, o surgimento de soluções sedentárias para criação de animais e o estabelecimento de cidades, estados e impérios, foram fazendo com que as comunidades de pastoreio se afastassem para as terras mais remotas, onde podiam continuar seus livres deslocamentos sem se submeterem às regras das comunidades agrícolas largamente dominantes e ao poder de seus governantes. Com o tempo, a relação entre as comunidades nômades e as sedentárias degenerou o comércio proveitoso dando lugar ao pequeno furto, à rejeição mútua e ao preconceito.

Segundo a maioria dos estudiosos bíblicos, no Livro da Gênese co-existem duas versões, a Javista, escrita em Judá, cerca de 1.000 anos antes de Cristo e a Sacerdotal, escrita aproximadamente 500 anos mais tarde, durante o cativeiro dos judeus na Babilônia. Em ambas as épocas, a civilização já estava estabelecida naquela região e em vários outros cantos do mundo. Logo, as duas versões foram escritas por pessoas pertencentes a comunidades cujo modo de vida era baseado na agricultura sedentária e não no pastoreio. Como vimos, lavradores tinham muitos problemas, pastores não. Como, na religiosidade da época, problemas significavam que Deus não estava contente, parece-nos ficar clara, nesse estágio de nosso estudo, a representação alegórica em que Deus se diz contente com a oferta do pastor e descontente com a do lavrador.

Os pastores, nômades que eram, foram sendo afastados para locais remotos não só porque as comunidades sedentárias não mais deles precisavam, como por ser seu modo de vida incompatível com as regras sociais e as estruturas de poder que aqueles haviam estabelecido. Não havia, portanto, um ponto de reencontro entre os dois modos de vida. Assim, nos parece válido concluir ser esse o significado da alegoria que apresenta Caim, o lavrador, matando Abel, o pastor. Quando o ser humano deseja muito alguma coisa, mas sabe que jamais a irá conseguir, é normal que ele a “mate” em sua mente, pois pensar nela somente lhe trará angústia e sofrimento. Essa “morte”, entretanto, não precisa ser a eliminação física do objeto desejado, podendo, antes, ser a sua substituição por uma idealização, uma esperança, um mito, algo sabido impossível, mas ao qual se possa dar a aparência que se deseje. Foi assim, possivelmente, que a humanidade fez com o pastoreio. O que lhe dava saudade naquele modo de vida, do qual se havia afastado para sempre, era a liberdade que o mesmo propiciava, mas agora ele tinha as artes, a filosofia e os mitos das religiões à sua disposição. E foi nas expressões dessas conquistas do saber que ele encontrou o alívio que necessitava... como ocorreu quando o mito de Caim e Abel foi escrito.


Bibliografia:

COSTA, Renato. Adão e Eva. In: Revista Internacional de Espiritismo, Outubro de 2004.

PINTO, Hélio da Silveira. Já Estava Escrito. 2. ed. São Paulo: ARC Editora, 2003.

Agricultural Revolution. Student Module. Washington University. Obtido de http://www.wsu.edu/gened/learn-modules/top_agrev/agrev-index.html em 31 de julho de 2004.

A Bíblia Sagrada. Versão de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada. Obtido de http://www.bibliaonline.org em 22 de julho de 2004.

            Renato Costa



                                                          PAZ, MUITA PAZ
!

Registado
VIVA JESUS!

Offline Carmen.gbi

  • Mundo Feliz
  • *
  • Mensagens: 756
  • Participação: 101
  • Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!Carmen.gbi is awe-inspiring!
  • Relevância: +598
Re: Caim e Abel: procurando entender a alegoria
« Responder #1 em: 20 de Setembro de 2011, 13:50 »
+1Gostou?


Bom dia!


Trago mais alguma coisa para estudarmos essa simbologia CAIM e ABEL.


( Retirado do livro Exilados de Capela de Edgar Armond)


(...)

Compreendemos, afinal que Adão e Eva constituem uma lembrança dos espíritos degregados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel  são dois símbolos para a responsabilidade das criaturas.
Sim. Realmente, Adão representa a queda dos espíritos capelinos neste mundo de expiação que é a Terra, onde o esforço verte lágrimas e sangue, como também no sagrado texto está predito:
- "Maldita é a Terra por causa de ti - disse o Senhor; com dor comerás dela todos os dias de tua vida...
Com o suor do teu rosto, comerás o pão até que te tornes à Terra. " (Gn, 3:17-19)
Refere-se o texto aos capelinos , às sucessivas reencarnações que sofriam para resgate de suas culpas.

(...)

Mas, retomando a narrativa e no entendimento iniciático diremos que Caim e Abel - os dois primeiros filhos - são unicamente símbolos das tendências do caráter dessas legiões de emigrados, formadas, em parte, por espíritos rebeldes, violentos e orgulhosos e, em parte, por outros - ainda que criminosos - porém já mais pacificados, conformados e submissos à vontade do Senhor.

A corrente de Caim - mais numerosa - foi a que primeiro se encarnou, como já vimos, entre os povos da Terceira Raça; que mais depressa e mais facilmente vinculou-se com os Filhos da Terra - os habitantes primitivos - vindo a formar sem contestação a massa predominante dos habitantes do planeta, naquela época, e cujo caráter, dominador e violento, predomina até nossos dias, em muitos povos.

Como conta Moisés:
- "... e saiu Caim da face do Senhor e habitou a terra de Nod, da banda do Oriente do Éden. E conheceu Caim a sua mulher e ela concebeu e gerou Enoque; e ele edificou uma cidade..." (Gn,4:16-17)
É fácil de ver que se Caim e Abel realmente tivessem existido como filhos do primeiro casal humano, não teria Caim encontrado mulher para com ela se casar, porque a Terra seria, então, desabitada. É. pois, evidente que os capelinos, ao chegar, já encontraram o mundo habitado por outros homens.
O texto significa que as primeiras legiões de exilados, saindo da presença do Senhor, em Capela, vieram à Terra encarnando-se primeiramente no Oriente ( mesclando-se com as mulheres dos povos aí existentes), gerando descendentes e edificando cidades.

E quanto aos exilados da corrente de Abel, diz a Gênese na força do seu símbolo - que eles foram suprimidos logo no princípio - o que deixa a entender que sua permanencia na Terra foi curta.





Registado
SE DISCORDAS DE MIM, TU ME ENRIQUECES
( Dom Hélder Câmara)


  • Imprimir
Páginas: [1]   Ir para o topo
« anterior seguinte »
 

Comente no facebook

Assuntos relacionados

  Assunto / Iniciado por Respostas Última mensagem
Alegoria da Caverna, de Platão

Iniciado por x Mensagens de Ânimo

1 Respostas
7020 Visualizações
Última mensagem 13 de Dezembro de 2007, 09:40
by Jorge
Alegoria da Caverna aos quadradinhos

Iniciado por Gigii Pedagogia Espírita

4 Respostas
2749 Visualizações
Última mensagem 29 de Janeiro de 2009, 13:20
by Vox
ADÃO E EVA - ABEL E CAIM - PERSONAGENS POLÊMICOS

Iniciado por Esp Amizade

3 Respostas
8617 Visualizações
Última mensagem 05 de Novembro de 2009, 15:07
by Esp
Chico Xavier: Caim e Abel

Iniciado por Aprendiz_RS Áudio

0 Respostas
2598 Visualizações
Última mensagem 15 de Agosto de 2010, 20:33
by Aprendiz_RS
A vinda dos Capelinos / Adão, Eva, Caim e Abel

Iniciado por Emmanuelina Artigos Espíritas

0 Respostas
4521 Visualizações
Última mensagem 01 de Novembro de 2010, 00:52
by Emmanuelina

Clique aqui para receber diariamente novidades do Forum Espirita.


Estudos mensais

facebook-icontwitter-icon

O seu e-mail:


 
Receba no seu e-mail um resumo diário dos novos tópicos.

Pesquisar assunto



Pesquisa avançada
  • Mobile


    • Powered by SMF 2.0 RC3 | SMF © 2006–2009, Simple Machines LLC