T�pico: As v�rias mortes em uma vida (Lida 2311 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 06 de Maio de 2016, 00:01 »

VIVA JESUS!

Boa-noite! queridos irm�os.

As v�rias mortes em uma vida

"N�o h� mal que por bem n�o venha." (Ditado espanhol.)

O que � vida, sob o ponto de vista terreno?

Vida � tudo aquilo que acontece entre o nascer e o morrer do corpo f�sico: eventos f�sicos, sociais, ps�quicos ou espirituais que ocorrem ao longo de uma exist�ncia na Terra.

Tudo o que nos acontece de bom, ruim ou neutro tem, como objetivo principal, nossa evolu��o. (Recordando que muitas vezes aquilo que julgamos como mau �, em verdade, algo bom e vice-versa).

Diz a Lei que devemos nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre. Portanto, n�o existe a possibilidade de retrocedermos na caminhada, tampouco de desistirmos no caminho. N�o conseguimos nos destruir, n�o existe a possibilidade da inexist�ncia. Sobreviveremos a tudo. O que temos � o direito de decidir se sofreremos mais ou menos durante este rico e maravilhoso percurso.

E, dentro deste processo chamado vida, vamos presenciando um desfilar de mortes, em todas as fases vividas. Finaliza��es de etapas, de ciclos, perdas de entes queridos, mudan�as de cidades, de amizades, de trabalho, altera��es no corpo, na situa��o social, nos planos, na forma de ver o mundo, nos sonhos. Muitas mortes, muitas dores e lamentos.

A Lei da Imperman�ncia, mostrando-nos o inevit�vel, porque necess�rio.

Por�m, quando conseguimos reconhecer que os fechamentos n�o s�o para nos destruir, mas para nos fortalecer, automaticamente o sofrimento acaba, dando lugar � aceita��o e � gratid�o. Deixamos de lado as reclama��es, as revoltas, os muxoxos e nos focamos no que deve ser realizado por aqui.

Eis a maturidade que devemos buscar.

RENASCER PARA CRESCER EM ESP�RITO

Quando decidimos pela reencarna��o, morre temporariamente para n�s a realidade suprema e absoluta: nossa viv�ncia espiritual.

Somos Esp�ritos, portanto nossa dimens�o natural � a do mundo dos Esp�ritos. � l� que podemos ser o nosso eu real, desprovido de m�scaras ou necessidades materiais. Conseguimos nossa relativa liberdade, muitas vezes com magnifica amplia��o de consci�ncia, podendo focar nossa aten��o em fatos e situa��es realmente relevantes, al�m de nos dedicarmos a assuntos de maior necessidade.

Por certo n�o deve ser f�cil decidir pela reencarna��o, embora seja esta decis�o inevit�vel, quando precisamos aprender determinadas experi�ncias relacionais e planet�rias. Mas a verdade � que o medo do fracasso pode surgir no cen�rio, causando grande ang�stia ao Ser reencarnante.

Vemos, ainda, o luto com rela��o �quilo que deixaremos para tr�s - o que chamamos de luto antecipat�rio.

No livro Nosso Lar, do Esp�rito Andr� Luiz, psicografia de Francisco C�ndido Xavier, no cap�tulo 47, o m�dico carioca nos conta que Dona Laura, uma grande trabalhadora daquela cidade espiritual, na v�spera de retornar ao Plano F�sico, encontrava-se ansiosa, s�ria, acabrunhada. Sentia enorme receio de retornar, tendo em vista as possibilidades porvindouras. N�o que ela fosse viver um plano de enormes problemas, mas sabia das dificuldades que enfrentamos na Terra, do quanto precisamos batalhar para alcan�armos a paz necess�ria para atravessar as dificuldades que a vida se nos apresenta.

Foi quando Ministro Gen�sio, um dos convidados para a festa de despedida dela, em tom firme, falou ao seu cora��o preocupado:

"... precisamos confiar na Prote��o Divina e em n�s mesmos. O manancial da Provid�ncia � inesgot�vel. � preciso quebrar os �culos escuros que nos apresentam a paisagem f�sica como ex�lio amargurado. N�o pense em possibilidades de fracasso; mentalize, sim, as probabilidades de �xito�.

Podemos destacar aqui sobre a necessidade de mentalizar, de focar o positivo da experi�ncia. Do quanto precisamos confiar na din�mica da Vida, na prote��o e direcionamento positivo que ela proporciona, sempre. Quando nossas cren�as mais profundas ditam o fracasso, imposs�vel o sucesso. � preciso desenvolver uma vis�o real, consistente e coerente com a realidade da Vida, que traz o bem sempre, mesmo que sob o disfarce de algo mau.

Ap�s longo di�logo, Dona Laura encheu-se de coragem e for�a e tornou a se alegrar diante das oportunidades que surgiriam em sua empreitada na Terra.

O luto foi elaborado. Aceitou a necessidade de sua reencarna��o com tranquilidade e boa energia.

SER CRIAN�A PARA ABSORVER

Assim como ela, quando renascemos precisamos, inevitavelmente, obedecer a Leis Naturais, relativas ao desenvolvimento f�sico e psicol�gico, oriundo do mundo material. O corpo infantil vai crescendo e, com ele, os processos mentais v�o ficando cada vez mais complexos, muita vez carregados de imputs nem sempre positivos.

A perda relativa da mem�ria espiritual nos permite estar mais livres para as novas aprendizagens. Interferimos menos, questionamos menos, aprendemos mais. Por outro lado, este momento � de extrema delicadeza e vulnerabilidade. Se os adultos n�o se atentam para a psicologia infantil, se n�o observam as necessidades de aprendizagem positiva de uma crian�a, para al�m das quest�es intelectuais, acabam por contaminar o Esp�rito reencarnante com est�mulos delet�rios, capazes de comprometer toda a caminhada do Ser.

Com frequ�ncia pergunto �s pessoas se elas acreditam ser mais importante ter um filho ou dirigir um carro. Pergunta esta que certa vez fizeram para mim e que me encheu de estranheza. Ent�o me dizem: �Claro que � mais importante ter e educar um filho!�. Diante da �bvia resposta, torno a fazer nova pergunta: �Ent�o, por que ser� que para guiar um carro nos preparamos tanto, com leituras, aulas e testes, enquanto que, para ter um filho, a maior parte das pessoas somente realiza sexo?�

Leituras sobre a psicologia infantil, sobre formas de educar, sobre as variadas pedagogias dispon�veis s�o de suma import�ncia! Encontros, trocas e pesquisas, tamb�m!

Eu, como Psic�loga, ficaria imensamente feliz se um jovem casal me procurasse para discutir quest�es relacionadas a estes temas, antes do nascimento do primeiro filho. Esta seria uma medida inteligente. Mais que isso - uma a��o verdadeiramente amorosa, comprometida, respons�vel.

E, ainda dentro da tem�tica �morte", Ser crian�a � tamb�m ver morrer na alma, aos poucos, a leveza interior. Com o passar dos anos, os pequenos v�o tendo contato com dificuldades e desafios e aprendendo que os adultos nem sempre s�o confi�veis e corretos. Aprende com a mentira; existe mesmo no meio infantil que para ser amado � preciso bem mais que apenas ser um filho, mas que � preciso corresponder a muitas expectativas, nem sempre poss�veis para ela.

ADOLESC�NCIA: A PERDA DA INF�NCIA E O MEDO DO MUNDO ADULTO

Os anos v�o passando e, se ainda encarnados, vamos vivenciando mudan�as significativas. Das naturais, relativas ao f�sico, a perda do corpo infantil gera ang�stias no adolescente. O tamanho, as formas, tudo gera estranheza. Muitas vezes ele nem consegue se dar conta do espa�o que ocupa no ambiente, resvalando nos m�veis e cantos, machucando-se.

Outra perda significativa diz respeito � sua liga��o com os pais. Aqueles que pareciam ser os super-her�is perfeitos e verdadeiros passam a ser questionados. Discuss�es podem ocorrer; o jovem busca sua pr�pria identidade, que deve ser diferente da dos pais. Existe grande conflito interno, com questionamentos variados, que v�o desde quest�es de cotidiano at� filos�ficos. O adolescente vive um luto dos pais idealizados que devem ser substitu�dos por figuras mais reais, fal�veis. E isso gera ang�stias.

Outro luto vivido pelo adolescente � o relacionado � pr�pria identidade. Ele n�o sabe quem � ao certo. Mem�rias de tend�ncias desenvolvidas em outras vidas, at� ent�o retidas no banco do inconsciente, passam a tomar espa�o no psiquismo, o que por vezes causa conflitos naqueles com quem convive, assim como nele pr�prio.

Junto a tudo isso, dependendo de suas viv�ncias, do clima de seu lar, das frases que escuta e dos atos que percebe � sua volta, este adolescente pode sentir grande receio de adentrar no mundo adulto, por lhe parecer opressor, injusto e ca�tico demais.

Filhos que veem seus pais brigando com frequ�ncia ou com conflitos no campo profissional tendem a apresentar dificuldades nos relacionamentos e nas escolhas necess�rias. Al�m disso, podem tentar �segurar" a vida, infantilizando ou evitando responsabilidades por longos per�odos.

Vale dizer que, em todos os casos, o di�logo franco, a escuta amorosa e a orienta��o segura devem permear as rela��es entre pais e filhos, para que estas crises, comuns nesta fase, sejam superadas com certa tranquilidade.

Claudia Gelernter

PAZ, MUITA PAZ!

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