T�pico: A LI��O DA ESPADA (Lida 2990 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 23 de Fevereiro de 2011, 22:17 »

VIVA JESUS!

Boa-noite! queridos irm�os.

A li��o da espada

Indubitavelmente, a Lei de a��o e rea��o � a grande escritora dos cap�tulos que comp�em os livros dos destinos dos seres.

O que Newton, sabiamente, descobrira e escrevera sobre a ci�ncia, ao que se percebe, igualmente, � v�lido para a harmonia universal, n�o s� dos astros e das for�as ditas f�sicas, mas, tamb�m, das intricadas tramas das vidas do Esp�rito.

E, ao que se depreende, outrossim, os antigos, antes dele, sabiam disso.

O grande sexto rei da primeira dinastia babil�nica, Hamurabi, em seu famoso "C�digo de Hamurabi", um dos mais antigos conjuntos de leis do qual se tem not�cia, colocava como sendo o seu princ�pio geral a reciprocidade que deveria existir entre o delito e a pena aplicada. 1 Tal conduta seria conhecida como lei de Tali�o, a qual seria mais difundida pelo seu enunciado filos�fico: "olho por olho, dente por dente".

As leis ensinadas pelos Hebreus na Torah, de certo modo, assemelham-se, apesar de n�o por completo, com estas babil�nicas. Mois�s, desse modo, ao lado dos Dez Mandamentos, espelhos fi�is das palavras de Deus aos homens, colocara, sabiamente, tamb�m, no contexto das leis sociais de seu povo ainda muito endurecido aspectos semelhantes ao de Hamurabi, os quais, embora tomassem o g�rmen da lei universal, n�o correspondiam, em totalidade, com a vontade de Deus.

A Lei de Tali�o, nesse sentido, traz, em sua ess�ncia, a semente da lei de a��o e rea��o criada por Deus. Eis por que n�o foi por acaso que Jesus, corroborando com outras palavras esses ensinamentos, dissera: "quem com a espada fere, com a espada ser� ferido" 2; e, de igual maneira, enunciara: "se a vossa m�o ou o vosso p� vos � objeto de esc�ndalo, cortai-os e lan�ai-os longe de v�s". 3

O Mestre maior, no entanto, viera retirar o esp�rito de todas as coisas. Desse modo, conseguia, judeu que O era, saber as leis ensinadas pela Torah, por�m, iluminado pelo amadurecimento do seu Eu, ia al�m. Assim, extra�a a ess�ncia dessas leis, revestindo-as com roupagens mais sublimes, renovador que fora, pois que deixava de lado as restri��es da letra.

Relembrando, pois, os ensinamentos do Deuteron�mio (amor a Deus) 4 e do Lev�tico (amor ao pr�ximo) 5 , unindo-os, colocou neles uma abordagem inusitada, nunca dantes feita no orbe. Dessa forma, ao ensinar a Lei de amor, como sendo o ponto culminante de toda sabedoria e de todo sentimento, viera dar uma nova vis�o � humanidade. Inclusive, neste aspecto.

Ao primeiro momento, por certo, com um olhar menos detido, as recomenda��es de Jesus de amarmos o inimigo, de perdoarmos sempre, de retribuirmos o mal com o bem e de darmos a outra a face parecem chocar-se com a lei do olho por olho. E, de fato, chocam-se. No entanto, somente com os excessos contidos nela, n�o com o seu princ�pio geral e fundamental que � o do retorno.

Isso porque os erros ainda s�o comuns e, mesmo, inevit�veis na atual conjuntura evolutiva terrestre de seres muito imperfeitos. Mas � Lei feita por Deus � que compete o chamamento do pagamento e n�o �s m�os dos homens. N�o fora por acaso, dessa maneira, que Jesus dissera: "ai do homem por quem o esc�ndalo venha" 6, ou mesmo, segundo algumas tradu��es: "ai do mundo por causa dos incitamentos ao pecado; � inevit�vel que venham esses incitamentos, mas ai do homem por quem eles vierem" 7; ensinando, nesses termos, a Pedro, quando este indevidamente pensara, possivelmente influenciado pela cultura da �poca, fazer justi�a com a pr�pria espada: "Pedro, embainha tua espada". 8

A li��o da espada ensinada por Jesus a Pedro, portanto, mant�m e corrobora aquilo que havia de leg�timo, do ponto de vista divino, na lei de Tali�o, que era o princ�pio da lei de a��o e rea��o. Contudo, ela vai al�m. Ao ensinar a lei de amor com a retribui��o sempre ben�fica que conduz, amplia aquela, retirando os excessos que nela havia, mostrando, assim, que n�o compete aos homens, t�o imperfeitos, ser o instrumento da justi�a divina. Para estes cabe a fun��o de amar e de perdoar, j� que Deus n�o necessita de vingadores, mas de pacificadores.

- "� a vontade de Deus" � dizem alguns para tudo.
Deus, contudo, n�o castiga, nem recompensa ningu�m.
Fez, ao contr�rio, leis inilud�veis e eternas.
Muitos fatos, nesse �nterim, n�o seriam rea��es conseq�entes de a��es do ser?
- "A mim, compete a tarefa de fazer valer a justi�a de Deus" � pensam algumas mentes pequenas.
Deus, no entanto, a for�a incausada, imensur�vel e infinita em suas potencialidades, precisaria de seres t�o causais, mensur�veis e finitos para fazer valer os seus des�gnios?
Eis por qu�...
O amor, mais uma vez, � o divino complemento da espada.
� ele o escudo que protege e que n�o fere!
A mola que suaviza o impacto...
E a pedra que desfaz o gume.

Leonardo Machado

PAZ, MUITA PAZ!

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