T�pico: Al�m do dia cinzento (Lida 2107 vezes)

dOM JORGE · « **em:** 12 de Outubro de 2014, 09:11 »

VIVA JESUS!

Bom-dia! queridos irm�os.

Al�m do dia cinzento

�Entre o que acontece comigo e minha rea��o ao que acontece comigo, h� um espa�o. Neste espa�o est� minha capacidade em escolher minhas respostas e definir meu destino.� � Stephen Covey

Quando influ�ncias externas colocam em risco os ditames da alma, um terr�vel sofrimento ganha espa�o na vida da pessoa, esteja ela consciente disso ou n�o, produzindo espasmos metaf�ricos que fazem barulho para avisar que a jornada n�o est� sendo cumprida segundo os objetivos mais ressonantes ao crescimento desse ser humano particular, situado em algum instante de seu itiner�rio evolutivo.

No tempo que exercia de maneira solit�ria a fun��o de professora, eu sempre me preocupava com meus alunos, principalmente atenta ao fato do quanto a natureza do erro � �til � constru��o cr�tica do conhecimento.

Mas para mim sempre foi muito dif�cil ignorar o quanto n�o fazia sentido pessoas, que poderiam estar dedicadas a outras tarefas, estarem, naquele momento de suas vidas, totalmente presas a pap�is muito mais vinculados a padr�es culturais � como � o caso das proje��es familiares, por exemplo, � do que a conte�dos vocacionais e que s�o, portanto, fecundados continuamente pela boa for�a do cora��o.

Consequentemente, no mundo de todo dia pululam m�dicos que detestam doentes, professores que abominam alunos e o ato de ensinar, pais que n�o suportam passar dias inteiros com seus filhos pequenos, delegando sempre os cuidados das crian�as para �os carentes av�s�, e por a� refulge a cis�o entre alma e personalidade, segundo os in�meros descasos do ser humano consigo mesmo e com os demais.

E diante de tanta dor e transtornos, pergunto: qual � o papel do terapeuta?

Mas � importante frisar que o contexto da pergunta diz respeito ao terapeuta cujo "protocolo de servi�o" pressup�e a escuta dirigida a uma "m� comunica��o" entre personalidade e alma (eixo ego-self), que resulta em problemas de relacionamentos e de conviv�ncia social.

O papel do terapeuta, ouso insistir, � tentar investigar os desacordos criados no eixo eu inferior - Eu superior, apoiando-se este profissional nas imagens que emergem, sejam elas cognitivas (campo mental), corporais (express�es do corpo) e da vida dos sonhos. E essas imagens s�o sintomas, logo podem ser entendidos como agentes metaf�ricos, visto que guiam a express�o da alma.

Depois de alguns anos ao lado de pessoas que reivindicam de minha parte esse �papel�, percebi que a �nica coisa que cabe a um honesto terapeuta � colocar-se pr�ximo a essas imagens, procurando afrouxar a percep��o consciente da pessoa acerca de si mesma e para que, combinado isso a um atuar das ess�ncias florais*, por exemplo, a vida continue a fluir, mas agora �com poder renovado em dire��o a novas metas� (Jung).

E essa pessoa, em consequ�ncia, ativada pelo convite de um mundo interior explorado e cuidado, poder� passar a experimentar um modo criativo de ser/estar, pondo-se dedicada aos apelos da pr�pria alma, dando-se permiss�o para viver aquilo que Rilke nos contou um dia: �sabemos que existe espa�o dentro de n�s para uma segunda grande vida intemporal�.

Escrever sobre temas terap�uticos sempre pressup�e apresentar conceitos pouco originais. Contudo, por tudo que vivi e mesmo pelo pouco que sei, acreditando a presen�a do relativo muito presente em nossos incertos caminhos, desalojados que somos por pequenos ou grandes desafios, sei que duas atitudes continuam a ter sentido, principalmente em um tempo t�o carregado por dilemas saturninos e feridas an�micas: retome a jornada da alma e corra o risco de amar a vida, afinal, da resili�ncia de um cora��o quente eu sei que pode brotar, em vez da pedra fria, a flor que jaz oculta nas profundezas.

(*) Meu papel como terapeuta tem a ver com a sugest�o de ess�ncias florais. Considero-me, por isso, como uma Jardinista, pois sou, de fato, uma profissional que busca indicar as ess�ncias mais adequadas para pessoas que me procuram em raz�o de uma desconex�o entre alma e personalidade (eixo ego-Self), por sua vez, fonte cont�nua de sofrimentos e mal-estar diversos, mas sempre dirigidos por agentes metaf�ricos.

Eug�nia Pickina

PAZ, MUITA PAZ!

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